19.12.23

O que tem sido mais difícil?

dezembro 19, 2023 0 Comments



O mais difícil é e será sempre começar!

Estou, a cada dia, mais consciente do que preciso de mudar em mim, para ser mais plena e menos séria, parando de cuidar de tudo como se de um assunto de Estado se tratasse. Sou um ser em constante evolução, mesmo que entre em conflito comigo e me tenha que forçar a reavaliar, escolhendo caminhos que serão seguramente mais pacíficos.

O mais difícil tem sido encaixar um modelo novo de amor, mas que a ser bem sucedido, revelará uma mulher mais preparada, desinibida e ligeira.

Agir por impulso quando sou impulsionada a questionar o que sempre considerei ser certo, tem-me fustigado qual chicotada física. Dizer o que carrego dentro, passando por ser a detentora da verdade, tem-me feito tolerar umas quantas mentiras mal camufladas, mas infligido dores que me vão transformando e nem sempre para melhor. Sentir menos parece ser do consenso geral e na verdade se generalizar, se me camuflar e misturar com o rebanho, conseguirei passar entre os pingos da chuva, ganhando bem mais no final. Pedir o que faz com os meus pedidos sejam naturais e simples, por ter aprendido a escolher a melhor paleta de cores, não me diminui, ao invés confere-me um poder que desconhecia e que na verdade todos temos, que é o de usar os outros para nosso benefício pessoal. É feio? Declaradamente sim, mas é, mais do que antes, um ritual de sobrevivência.

O mais difícil tem sido desistir do amor como o pareço ter fantasiado, porque a verdade é que nunca esbarrei em nenhum como tantas vezes escrevi e sonhei.

Estou, declarada e determinadamente, uma mulher diferente, mas sei que serei, pela primeira vez, a maior beneficiada.

18.12.23

Não, não quero...

dezembro 18, 2023 0 Comments


Não quero ser a única a derramar a cola que nos mantém juntos, porque preciso do que também tens para oferecer. Não quero ser apenas eu a querer-te, tanto, que quereres-me seja um exercício demasiado fácil. Não quero ser a parte difícil duma relação que nunca me facilitou a vida. Não quero cultivar mágoas que nos afastem para sempre. Não quero sentir que nunca me quererás o bastante para que repouse o coração e a alma. 

Não existe forma de te continuar a amar se não me amares de volta. Não há como sentir que há algo para permanecer, se nunca perceber do que aparentemente já teremos. Não tenho vontade de usar demasiado os "nãos" que nos escurecem os dias e mantêm em claro nas noites demasiado longas. Não quero precisar de outros abraços que não os teus, nem de beijos novos que me saibam aos sabores que já tinha desistido de procurar.

Estamos numa viagem que desejo sem fim anunciado, mesmo que ele já nos tenha ensombrado umas quantas vezes. Vejo-nos num caminho que pretendo suave, e mesmo que a vida nos atropele, espero que nunca sejamos, um para o outro, o lado sombrio da lua. Desejo que nos continuemos a desejar, alimentando bem mais do que o corpo, porque tudo o resto será um reflexo do que soubermos manter.

Não quero ser a que permanece à espera do que nunca deixa por dar, porque também eu consigo desistir de tanto esperar. Não quero continuar a saber o que significa não me conseguires querer.

17.12.23

Sabes que és bonita?

dezembro 17, 2023 0 Comments



Chamaste-me de bonita e ainda referiste que tenho um olhar penetrante. Elogiaste a minha voz, dizendo que te envolvia, tanto, que te sentias incapaz de dizer TUDO o que estavas a sentir. Tocaste-me o rosto de mansinho, sem me tentar beijar, mas preciso que saibas o quanto me senti beijada pela tua atenção e cuidado. Prometeste manter-te como precisasse, mas movimentando-te à velocidade que imprimisse, porque há muito me esperavas. Chamaste-me de bonita e não me soou a elogio barato.

- Estás danificada, ou dolorida para lá do reparável?

- Não, porque nunca permaneço demasiado tempo no que me rouba tempo.

Falaste sem reservas nem medos e em nenhum momento mediste ou pesaste o que dizias, seguramente que na ânsia de te passares como acreditas ser. Riste de forma desprendida e contagiaste-me pela aparente ausência de restrições. Soubeste como me receber, mas foste igualmente recebido como sei fazer. Abriste-te até te consegir ver a alma e mesmo que me tenha retraído, tomaste a dianteira sem esperar que te imitasse. Foste sendo e isso sentiu-se até quando te sentia as mãos firmes e fortes a segurarem as minhas, como que a impedir-me de desistir.

- Sabes que podes dizer tudo e que dificilmente me chocarás?

- Sei que eventualmente te ensombrarei com os muitos pensamentos a que me permito, mas percebo que já viveste umas quantas vidas para me aguentares.

Despedimo-nos a parecer um até já, porque foi rapidamente que viraste, acelerando na necessidade de me voltares a prometer, mas sem palavras, que estarias para ficar se te recebesse. Sentimo-nos sorrir no abraço que nos enlaçou a coragem de recomeçar e foi assim que nos vimos afastar, enquanto o sol nos brindava com uma nova esperança.

16.12.23

É demasiado tarde!

dezembro 16, 2023 0 Comments



Nunca é tarde, escolhemos dizer e acreditar, porque apenas assim manteremos, em aberto, a possibilidade de nos retratarmos, de mudarmos o que não cumprimos da forma certa, chegando até quem descurámos, mas...

Se ao menos tudo na vida pudesse ser linear, previsto e antecipado, quiçá as nossas escolhas não seriam mais acertadas. Se não esperássemos por segundas e terceiras chances, talvez conseguíssemos viver e vivenciar melhor a primeira que nos é oferecida.

Por vezes é tarde sim. Por vezes deixamos de ter a escolha de reincidir e de repetir o que acreditamos poder um dia mudar. Por vezes é tão tarde, que já nada nos resta sentir ou dizer sobre quem e o que nos magoou. É tarde para pedir desculpa, estou a ouvi-lo na música dos OneRepublic - "It´s too late to apologize". É tarde, mas mesmo que se diga que as desculpas se evitam, ao invés de se pedir, sabemos todos que se chegarem com sentimento verdadeiro, assumindo o que fizemos ou deixámos de fazer pelo outro, ainda poderá existir uma possibilidade. Mas será tarde quando nos escudarmos, repetidamente, no não erro, no deconhecimento, ou alheamento, porque nada nem ninguém entenderá que se magoe de forma repetida e descuidada. É tarde se julgarmos que continuaremos a ter o mesmo tempo de antena e palco. Será tarde quando relegarmos para segundo ou terceiro plano quem nos colocou no primeiro.

Há quanto tempo deixei de ser eu?

dezembro 16, 2023 0 Comments


Faz algum tempo que não sei quem sou, apenas eu, eu comigo. Faz tempo que os meus dias correm a correr, sem demasiados planos, não no que ao amor diz respeito. Faz tempo que sou quem não conheço ou sequer reconheço, talvez porque ande a sentir de forma solitária o que deveria ser a dois. Faz algum tempo, demasiado, que não saboreio lábios que me beijem a mim, apenas a mim, mas que percebo o quão pequeno tudo se torna.

NUNCA empurres o que consideras ser amor, porque dificilmente chegarás a algum lugar que te sirva. NUNCA peças pelo que te deverá ser dado sem condições e sem que te condicionem as crenças e o amor-próprio. NUNCA te foques apenas nos pequenos momentos bons, avalia e reavalia todos os que se tornaram tão maus que até a ti magoaste. NUNCA esperes pelo que a vida te recusou, uma e outra vez, achando que no dia seguinte poderia ser diferente. NUNCA ames sozinha, porque o teu amor NUNCA bastará.

Faz algum tempo que não danço à chuva de sorriso aberto, porque permiti que me fechassem tudo o que tenho de mais precioso, a alma pura, amor a baldes e risos que ecoam até dentro de quem os escuta. Faz tempo que o tempo deixou de correr a meu favor no campo amoroso, apenas por ter escolhido a pessoa errada. faz tempo que ser a pessoa errada de alguém me danificou, TANTO, que precisei de sair de mim para regressar EU outra vez. Mas faz tempo, pouco, mas seguro, que entendi que sozinha sou bem mais útil, sobretudo a mim. 

15.12.23

Nunca existiram príncipes!

dezembro 15, 2023 0 Comments


Se até o príncipe da Cinderela mandou o empregado para se certificar da autenticidade da "sua amada", o que esperar de todos os outros "príncipes"?

Ninguém parece querer mexer-se o bastante para que as ações pequenas bastem, porque a soma será sempre de todas as frações. Dá-se, como se de uma esmola se tratasse, o que deveria ser naturalmente oferecido e admirado. Pede-se em demasia e espera-se pelo que se é incapaz de fazer. Compara-se situações passadas e pessoas que passaram, muito provavelmente da pior maneira, desprimorando as que se atrevem a chegar. 

Sou uma mulher feliz por ter vivido amores grandes nos momentos certos. Sou ainda mais consciente do que o amor significa e é por esse motivo que sei nunca mais o ter voltado a sentir. Sou demasiado exigente, primeiro comigo, mas é exatamente assim que pretendo ser com os outros, porque ou estão inteiros, ou apenas restarão uns quantos pedaços, até que se esfumem por completo.

Já ninguém faz planos. Agora, no novo modelo de amor mal articulado, articulam-se umas quantas palavras vãs, para complementar, de alguma forma, a necessidade sôfrega de toque e de olhares que nada carregam. Já ninguém sabe porque motivo quer alguém. Está-se e permanece-se até à lua seguinte, ansiando demasiado por ela, mas sem saborear a que está. Já ninguém diz a verdade e a ser verdadeiramente realista, se o fizessem afungentar-se-iam até a si próprios. Mente-se, esconde-se e espera-se, na penumbra, pela verdade escancarada do outro. Já ninguém se alimenta do amor, talvez porque nas veias apenas corram mágoas irreparáveis. Já ninguém quer saber de ninguém! 

14.12.23

O poder da decisão!

dezembro 14, 2023 0 Comments



NADA consegue mais libertador do que decidir, sobretudo se for em nosso benefício!

Seguramente que na maioria das vezes, decidir, será usar de uns quantos NÃOS que deverão ser redondos e seguros. Decidir que já não temos mais tempo, disposição ou sequer abertura para sermos os que acreditam, aceitam e desvalorizam os que nos vão desvalorizando, é mais restaurador do que a pílula, ainda por inventar, da eterna juventude. Decidir que nos queremos manter saudáveis e sãos, afasta-nos dos que apenas ocupam espaço e nos retiram os sonos reparadores. Decidir que iremos apenas sorrir para quem nos fizer acreditar na grandiosidade da alma, relega, automaticamente, para segundo plano, os que nunca deveriam ter sido convidados a entrar pela porta principal. Decidir que as nossas palavras são demasiado importantes para serem gastas ou usadas com quem não lhes dá uso adequado, impede-nos de as usarmos em demasia. Decidir que é possível dividir a nossa sabedoria, mas apenas com quem estiver disposto a aprender, demite-nos da "obrigação" de ensinar todos os outros. Decidir que também queremos e precisamos de ser agradados e olhados com a devida atenção, permite-nos agradar e olhar apenas para quem merece. Decidir ouvir todas as canções que nos tocam e fazem mover, afasta as músicas sem melodias que nos assentem. Decidir que o nosso corpo é um templo, iimpede-nos de o oferecer a quem não o saiba respeitar.

Ninguém poderá, com a devida justiça, explicar o alívio que se sente quando decidimos ser a nossa pessoa mais importante, porque apenas aí saberemos tratar os restantes mortais com a importância que lhes cabe. 

NADA nos empodera mais do que um NÃO sem remorsos!