18.1.24

Sou uma fascinada crónica!

janeiro 18, 2024 0 Comments



Sou uma fascinada crónica. Tudo o que me rodeia arranca-me, de uma forma ou de outra, expressões de contentamento, aliados aos sentimentos que promovo para ir sendo um pouco mais do formato que reconheço. Nunca estou satisfeita com o que está e tenho no momento, porque eu não sou o agora, estou no agora e passível de mudar e melhorar. Pareço precisar sempre de um pouco mais deste mundo absurdamente fascinante e diametralmente oposto ao fascínio das pessoas. A pequenez, a formatação e o contentamento descontente escurecem-me a alma. Não entendo, porque o recuso, as entregas sem que se esteja inteiro e verdadeiramente interessado. Abomino, mas de forma bem gutural, os que se "arrastam" pela vida sem a saberem viver, achando que o fazem apenas porque se movem de forma repetida, respiram e entabulam umas quantas conversas sem conteúdo.

Sou e serei sempre a minha maior impulsionadora, buscando pelo que ainda não entendi, mas entendendo que tenho habilidades que me levarão até ao cimo da minha montanha. Sou das que ama sem reservas, mas reservando-me o direito de querer muito amor de volta. Sou, ainda, pouco tolerante com os que toleram a mesquinhez, os abraços sem ninguém dentro e os beijos que estão a beijar outras bocas. Sou a razão pela qual acordo inquieta, mas sossegando-me sempre que os outros falham dizer-me o que gostaria de já saber. Sou a lente duma câmara que vê para lá das coisas, talvez porque escolha ver o melhor do que existirá, para que possa ser realmente visto. Sou tão inteira quanto me permitirem, mas também me parto em pedaços, tantos quantos for capaz de tolerar e a verdade é que tolero pouco. Sou diferente, nem melhor nem pior, mas sempre eu e nunca uma animação projetada num qualquer ecrã virtual.

14.1.24

E se fosses o meu mundo?

janeiro 14, 2024 0 Comments


Para que alguém represente o meu mundo como o pretendo viver, tem que já ter vivido o suficiente e de forma sábia. Para que me entregue, inteiramente e sem questões incontornáveis, terá que saber contornar os meus receios, assegurando-me de que estará na mesma passada, ou a procurar acertar a de ambos. Para que possam valer a pena os inevitáveis desgastes e esforços que sempre coloco em tudo o que faço e que por vezes aparentarão ser em vão, o seu sorriso terá que me iluminar por dentro, retirando quaisquer possíveis nuvens. Para que me saiba amada enquanto amo, mais do que ouvir, terei que sentir, sem qualquer dúvida, que me amarão em cada toque e movimento. Para que avance no jogo, nem que seja para a casa seguinte, cada jogada terá que ser munida de muita inteligência emocional.

Se escolheres ignorar as "red flags", acabarás por pagar, com juros altíssimos, a falta de discernimento ou a entrega infantil. Cada um dará apenas na proporção do que tiver dentro e ou te serve, ou não de todo, mas se continuares numa espera que não termina, por a viagem ter sido apenas iniciada por ti, jamais conseguirás a sensação gratificante e plena, de teres chegado a algum lugar que acreditas merecer. Se te retirares da equação, quando deverias ser a pessoa mais importante, terás que te contentar com o resultado, qualquer que venha a ser. Mas se desistires, porque também te é permitido, sobretudo após muitas lutas inglórias, conseguirás limpar as feridas que te auto-infligiste pelo tempo que cada uma levará a sarar. Se já tiveres decidido que o que pretendes é ser feliz ao lado do amor que conseguirá ser parte do teu mundo, vais perceber que viver é naturalmente simples. 

12.1.24

Amores simples, por favor!

janeiro 12, 2024 0 Comments



Gosto que o amor seja simples, com sabores que não se igualam a nenhum outro, porque não pode, nem deve, ser comparado. Tenho formas, as minhas, de manter o formato que me aproxima de quem amo, mas não abro mão do amor que quero sentir de volta. Preciso de não ter que me explicar, porque sou rápida a entender do que se alimenta quem me importa. Trabalho, diariamente, para manter o amor que sinto e não desvalorizo o trabalho que colocam em me alimentar e sossegar.

Muito já se escreveu sobre o amor, mas hoje temos modelos ditos "novos" e que uns quantos usam para justificar a anarquia emocional. Não somos isto, ou aquilo e não somos apenas isto ou aquilo, mas aparentemente e em nenhum momento, somos o que o outro precisa para não precisar de mais ninguém. Na verdade somos uns insatisfeitos crónicos, querendo apenas quem não temos, porque nos cansamos rapidamente da consistência e do empenho a que o amor obriga. Queremos o novo a toda a hora. As borboletas na barriga a cada reinício. Queremos que nos queiram, sem nunca sermos capazes de querer alguém verdadeiramente.

Gosto que o amor seja simples, como o serão as pessoas seguras e resolvidas. Gosto de quem sabe gostar de si mesmo em primeiro lugar, porque apenas assim saberá como gostar de mim. Gosto que me beijem com sentimento e que não procurem nos meus lábios os que algures conseguiram ter. Gosto de ser a escolhida, à primeira, talvez porque não tenha qualquer dificuldade em escolher a pessoa que a minha saberá reconhecer. Gosto do que já não parece existir e estou a gostar cada vez menos dessa realidade...

11.1.24

Qual é o teu tempo emocional?

janeiro 11, 2024 0 Comments



O tempo e o momento do perdão acontecem quando somos capazes de processar o "porquê", a razão que está por detrás do que se faz, de forma deliberada e totalmente alheada dos sentimentos do outro. Se já perdoei ou se sou capaz de o fazer? A seu tempo, quando a dor eventualmente passar e ela passará, porque NADA é para sempre. Se é o meu ego a impedir-me de estar noutro patamar? Não, de todo, ele já deixou de derramar cada acontecimento, na tentativa, vã por sinal, de me fazer sentir mal comigo. Não sendo Deus, tenho incapacidades que passam pela minha mortalidade, mas mesmo não o sendo, sei o que fazer e quem ser para que os outros também tenham um lugar com memórias positivas.  

Dizem que perdoar nos liberta, mas a teoria está longe de se aliar à prática e ninguém, quero acreditar, alguma vez se prepara para os demónios com pele de cordeiro e para os mal amados da vida. Perdoar carece de explicações que por norma não existem, até porque provavelmente não as terão quem nunca se avalia, reavaliando o sentido que dará à vida. Mas perdoar tem que começar em nós e por nós, porque é a partir dele que seguimos em frente, mesmo que NUNCA venhamos a ser capazes de dar a outra face, não a quem seguramente a esbofetearia uma e outra vez, sem qualquer empatia ou respeito. 

O tempo, ai o belo do tempo que usamos como desculpa ou justificação para tudo, não tem como nos limpar de memórias que gostaríamos de não ter acumulado. O tempo pode ser o nosso maior aliado, se soubermos o que fazer depois de muito mal feito, até por nós, mas igualmente o maior dos inimigos se nos sentarmos à espera de que corra, sem prazos, nem limites emocionais. O tempo que uso e crio em meu benefício, e sei-o porque sinto cada mudança e porque cresço em coragem e determinação, tem-me ensinado a saber quando esperar e a quando nunca mais voltar a confiar de que ele, por si só, seja capaz de mudar quem nunca o planeie fazer.

9.1.24

Tanta falta já me fazia...

janeiro 09, 2024 0 Comments



Estava a sentir falta de mim. Já não me olhava da mesma maneira e via muito pouco de quem sempre fôra, com algumas melhorias e crescimento, mas sempre eu para mim. Começava a zangar-me com as eternas indecisões e só parecia conseguir decidir pelo que me destratava. Estava com tanta falta de mim, que me procurei, incansavelmente, sobretudo na noite, enquanto pacificava o coração agitado e lhe devolvia bom senso.

Tenho posições inegociáveis, porque preciso de estar do lado de dentro de mim para me transparecer por fora. Tenho os dias que correm como o faço, energicamente, ou usando de toda a resistência que já passou a ser bem mais do que física. Tenho pareceres que não parecem razoáveis aos outros, mas que me asseguram de que a minha forma é a certa. Tenho muito mais de mim hoje, depois de uns quantos tombos emocionais e revoluções internas, porque gosto duma boa luta comigo, até porque no final "acabamos" sempre vitoriosas. 

Estava a sentir falta dum bom Blues, apenas instrumental, com muita guitarra, a mesma que um dia saberei tocar de forma exímia, faltando-me apenas apurar o gosto por um vinho rosé, aquele que ainda me saberás ensinar a escolher, acertando até no que o acompanhará e que já não serei apenas eu. Estava a desejar, ardentemente, ter o meu tempo todo de volta e de não precisar de voltar a explicar o que me parece tão óbvio quanto necessário à minha paz. Estava a sentir imensa falta de mim, mas reencontrei-me no que perdera, por escolha e porque é assim que tudo acontece, escolhendo quando e até onde ir. Estava a precisar mesmo que traçar rumos que passassem apenas por mim, aceitando que ainda não me cruzei com que quem já tenha os seus bem delineados, mas acreditando, piamente, que o saberei mal aconteça. 

8.1.24

Será que a mente nos mente?

janeiro 08, 2024 0 Comments



Que memórias boas precisaste de ir criando para conseguires resistir aos embates da vida?

Nem tudo o que julgas e relatas como tendo sido bom e positivo, o foi realmente, porque a nossa mente mente-nos sobretudo para nos proteger. Nem todas as histórias que contas e recontas, começaram e terminaram como as replicas hoje, parte delas nunca aconteceram de forma bonita e nem te chegaram a deixar saudades.

Que memórias escolhes manter de situações e pessoas que te magoaram mais do que permitiram sorrir e usufruir?

Entendo que por vezes não saber a verdade nos alivia do peso da realidade, mas viver numa redoma também não pode ser a solução. Entendo que escolhemos amar quem desejaríamos ver no nosso futuro, mas que por vezes nos deixa enormes queimaduras físicas e emocionais e para que não nos destruam, decidimos inventar umas quantas histórias bonitas e dignas de romances épicos. Entendo que não ser visto, nem escolhido nos magoe o ego, mas mil vezes a verdade nua e crua, do que a mentira que apenas nos retira poder.

Que desejos de felicidade manténs colados às memórias que ainda reproduzes, alimentando nada mais do que mentiras?

6.1.24

Tardes de paz!

janeiro 06, 2024 0 Comments



Estou numa tarde comigo, vendo o chá a borbulhar e admirando os sons, alguns novos, que me envolvem e serenam a mente. Presto mais atenção aos que têm histórias válidas para contar, sobretudo para poder cimentar quem sou, aceitando-me na diferença e nunca sentindo falta de outros caminhos ou escolhas, mas capaz de os equacionar. Uma tarde na qual vou ouvindo o que preciso para confiar que sou quem determinei e que estou pronta para mudar, mudando a parte do mundo que me pertence. Uma tarde tão tranquila quanto é a minha mente quando me foco no que importa e apenas me importo com os que valem a pena.

Gostava de esbarrar, mais vezes, em pessoas cheias de histórias válidas e que fossem capazes de validar a minha curiosidade inata, tal como a necessidade de saber do que permite ser ainda melhor. Gostava de não precisar de me proteger tanto, respirando livremente o ar que não me mantém apenas viva, mas reajusta umas quantas rotas e determina lugares. Gostava de poder gostar de pessoas menos gostáveis, quiçá para saber ao que sabem os seus dias de alma cinzenta e os momentos fugidios aos quais se agarram por mais nada conseguirem ser e ver sozinhos. Gostava de já ter trabalhado muito mais a tolerância, mas percebi, atempadamente, que o tempo não corre a meu favor e que não esperará pelas minhas indecisões. Gostava de já estar onde me consigo ver mal acordo, mesmo que o como e o quando não me pertençam, apenas o quê. Gostava de ter ao meu redor almas plenas de certezas, pessoas com sorrisos sem esforço e com caminhos bem delineados, mesmo que passíveis de alterações previstas. 

Estou, hoje, como me desejo, comigo, mas sempre atenta aos que povoam parte dos lugares que me cabem, porque mesmo sozinha, não pretendo sentir-me só. Estou numa tarde reveladora, porque percebi do quanto na realidade preciso para não precisar dos que nunca estiveram, mesmo que o tenha desejado. Estou, ainda, com o coração cheio do amor que em breve terá um destinatário, sei-o, porque já o remeti devidamente.