12.5.24

Tem alguma fé em mim!

maio 12, 2024 0 Comments


Quando a escuridão se instalou, logo após um sol luminoso e quente, nunca deixei de ter fé. Sempre que o amor não chegou, mesmo que me tivesse rondado, sobretudo nos sonhos, mantive a fé em mim. De cada vez que fui forçada a fugir do que me pareceu ser o dia certo e o momento em que seria a pessoa escolhida, não deixei que a minha fé no amor se despedaçasse.

Não somos feitos apenas de certezas, mas existem umas quantas inegociáveis. Não sabemos tudo, até quando achamos que já pisámos os mesmos caminhos e fizemos o que era suposto para que nos vissem. Não temos varinhas mágicas, não no que ao amor diz respeito e jamais seremos capazes de arrancar vontades de quem não as tiver. Não seremos sempre a pessoa que a nossa pessoa deseja, mas deveríamos ser a que soltariam se nada tivessem para oferecer.

A minha fé tem crescido perante tudo o que já sei não dominar. Sei, agora com mais convicção, que as segundas chances nos salvarão de arrependimentos, mas no que diz respeito às terceiras ou às que "oferecemos" até quando já mais nenhum tempo nos restar, apenas servirão para derrubar a fé que tanto custa a juntar. 

Não pretendo desistir do que sei que me está reservado, mesmo que ainda tenha que fazer o caminho do carvão em brasa. Não me despeço logo após a um "olá" renovado, mas renovo os cumprimentos e as pessoas a quem os dirijo. Não fico se ir me salvar e é a essa fé que me agarro para não voltar a cair. Afinal não sou apenas eu comigo, foi o que a minha fé na vida me ensinou e é com ela que viajarei até ao dia em que já puder regressar, e ficar.

11.5.24

Quem és para os que te olham?

maio 11, 2024 0 Comments


Quanto mais ficas a conhecer de ti enquanto conheces os outros? O que te faz despoletar a vontade de permaneceres com o que já tens e és, ou o que te desarreda das vontades que aparentemente se consomem rapidamente, apenas para que os vazios se instalem? Quem tens que deixar ir para que as partes de ti que te mantêm inteira não se desmembrem? Quem és quando estás apenas a ser tu, sem máscaras e sem repertórios que deixaram de se encaixar no presente que escolheste construir? O que importa afinal se parares de te importar contigo?

Não sou dada a cegueiras momentâneas, nem as prolongo para justificar o que não me faz feliz. Nâo me mato voluntariamente, porque seria a mim que caberia carregar com o que sobrar. Não choro se puder escolher sorrir e NUNCA aceito o que me tornaria inaceitavelmente imperfeita. Não sei tudo, mas pretendo aproximar-me de ainda mais sabedoria, porque ela está ao meu alcance a cada olhar e nos semblantes dos que comigo se cruzam. 

Quantas músicas te recordam do que não deves permitir e que tempo te permites ter para que não te forcem a ser o que nem sequer conseguirias parecer? O que é que a palavra casa significa para ti e o que conseguiriam ver se te vissem no teu lugar? 

6.5.24

Enches a minha "sala"!

maio 06, 2024 0 Comments

Entras e a sala enche-se da presença que pareces carregar, como se tivesses algo mais e fosses bem maior do que os que te olham. Caminhas, de ar seguro e distante, mas cheio dum poder que afasta os que não te entendem nem sabem ler. Sorris com o olhar e ajeitas os cabelos longos que te cobrem os seios generosos, mostrando um corpo que te sustenta o porte e a aparente altivez. Quando danças, sozinha, com passos que acompanho sem me desviar, um segundo que seja, de toda a sensualidade de que és feita e que faz de ti a mulher que pretendo ter, o mundo pára, ou deixa de girar para o mesmo lado.

Já te sinto o sabor que apenas antecipo e já me sinto a sentir cada pedaço de pele que te cobre, esperando pelo tempo e momento em que o tocarei sem reservas. Já não nego nem renego o amor que te tenho e há muito que o passei a incluir em cada um dos momentos que te trazem até mim, mesmo quando não estás. Já me sinto mais corajoso e capaz de te ouvir, antecipando a voz que se me entrará alma dentro, achocalhando todas as ideias que mantive presas em teias que me impediram verdadeiramente de viver. Já sei o que te direi, mesmo que as palavras arrisquem a não sair quando me aproximar e já sinto o coração restaurado, o mesmo que outrora senti partido. Já não pretendo congtinuar a viver sem ti...

Entras na sala, como acabaste de o fazer e nada mais me importa ver ou ser se não o for contigo.

5.5.24

Ser mãe é?

maio 05, 2024 0 Comments



NUNCA pretendi ser apenas alguém que tivesse uma denominação específica imposta. Jamais me revi em papéis únicos e fui, em todos os momentos, a Mulher que concebo, para chegar à mãe que nunca planeei ser, mas que me revelou muito do que aprendi e uso hoje. NUNCA esperei por momentos específicos para passar o que carrego aos meus 3 filhos, porque apenas assim terão como balizar as suas vidas emocionais, pelo contrário, estou sempre quando de mim precisam e jamais deixo de estar quando acham que não lhes faço falta.

Ser mãe tem lugares diferentes para cada uma e cuidar, para toda a vida, dos seres que nos foram confiados, uma missão mais ou menos definida para umas quantas! 

Vou tentando fazer de mim a Mulher que escolheu ser mãe, porque ela terá que continuar, quando o ninho ficar vazio, a viver a vida que sonhou conquistar. Ser mãe é um lugar de chefia sem patente, por vezes assessorado, mas muitas outras apenas alimentado por quem o pretender ser enquanto crescer, com falhas, aprendizagens, desejos e medos, muitos, tantos que não caberiam em compêndios com vários volumes. Ser mãe até quando aparentemente não o estou a ser, faz-me incluir em cada escolha os que sentirão os seus efeitos. Ir para que ficar não se torne demasiado e ficar, porque me foi solicitado sem palavras, tornou-se um puzzle com peças novas e formatos diferentes, mas que desejo movimentar com mestria. Ser mãe não começou apenas num dia, naquele em que tudo mudou mal recebi no colo mais uma vida, ser mãe é o meu eterno posto sem reforma, a escolha que me suga cada grama de energia, mas que me é devolvida com os sorrisos, as conquistas e com as metas que até poderão falhar, mas que estarei pronta para ver atravessar. Ser mãe não se esgota em textos, nem em todas as palavras que me ocorra usar. Ser mãe é poder sê-lo, não importa a forma ou a origem, desde que lhe retire o peso e lhe some o amor. Ser A MÃE é o que continuo inesgotavelmente a questionar, porque se para sê-lo bastasse tudo o que sinto, então já teria chegado.

29.4.24

O que já soube...

abril 29, 2024 0 Comments



me perdi de mim umas quantas vezes, mas apenas para me voltar a encontrar. estive em caminhos novos e escuros, mas já soube como os iluminar. me dei sem receber de volta, mas também tive em iguais proporções. fui o doce sabor na boca de alguém, mas saboreei, com enorme prazer, bocas que não terei como esquecer. chorei logo após inúmeras gargalhadas, mas me senti incapaz de derramar uma lágrima que fosse. 

Nada como um dia depois do outro para que tudo se coloque em perspetiva. Sabermos o que ser e o que fazer até quando nada mais parecer poder ser feito, seguramente que fará de nós seres mais fortes. Aceitar as derrotas, entendendo que as vitórias poderão ser efémeras, confere-nos mais realismo, porque apenas seremos tão grandes quanto o conseguirmos sentir.

fui tão amada, que quase me senti consumir pela incapacidade de amar na mesma prroporção e esforço. recebi as flores que me coloriram o jardim interior, mas vi os dedos sangrarem por espinhos ocultos. acreditei mais nas habilidades que me definem, mas foi com cada uma que cheguei até aqui, inteira, mais forte e ainda mais habilitada. senti o corpo esgotado por tanto amor feito, mas o tive vazio e inerte por imensa falta de amor.

27.4.24

O que é que te posso chamar?

abril 27, 2024 0 Comments



O que é que te posso chamar? Que palavras posso usar que não usem, erradamente, o que representas para mim? O que te posso chamar quando até a dormir chamo por ti, talvez até de forma desesperada perante a possibilidade de já não me responderes? Que poder exerces sobre mim quando até o teu cheiro me impede de funcionar e a falta dele me leva para lugares de onde quero rapidamente voltar? O que é que te posso chamar para que saibas, exatamente e sem qualquer dúvida provável, que é a ti que chamo?

Se sobesse escrever, saberia de que forma manter, para sempre, o que significas na minha vida. Se o meu olhar te conseguisse passar o que vejo de cada vez que o dirijo para ti, saberias já quem és para mim. Se o teu nome não me consumisse tanto pelas vezes que por ele grito em silêncio, seguramente que gritaria bem alto, para que me ouvisses verdadeiramente e soubesses como me responder. Se amar-te fosse um exercício simples e tranquilo, talvez não houvesse tanta intranquilidade boa no amor que te ofereço. Se já me amasses como tantas vezes esperei, a espera teria terminado.

O que é que te posso chamar, quando te chamo incansavelmente e não te oiço nas respostas que me escreves, mas que te sentes incapaz de verbalizar? O que é que te posso chamar, agora que chamo como sei que gostaria de ouvir? 


22.4.24

O> que fazes com o teu tempo?

abril 22, 2024 0 Comments



Tempo, aquele que uso a meu favor e o que deixo correr à velocidade que me sobra. Tempo, o tempo que me resta, mas que permanece uma incógnita, sobretudo porque não me garanto o uso adequado. Tempo que já vivi e o que ainda planeio manter vivo na vontade de continuar a viver, por mim e para quem me pertencer.

Não me recordo do tempo que deixei quando fiquei para trás. Não me esqueço da felicidade que o tempo me permitiu em tantos momentos, pequenos para alguns, mas tão grandes pela tabela que eu mesma criei. Não sei quando foi que o tempo me afastou da chama que sempre uso para não me queimar sozinha. Não desvalorizo o tempo que me levou em viagens inusitadas e é por isso que agora, após tanto tempo de análise, planeio continuar a usar para o mesmo fim. 

Quanto tempo te dispensas quando estás a dispensar aos outros o que de mais valioso possuis? Quanto tempo levas a encaixar amores inesperados e o que fazes com o tempo quando eles terminam? 

Já tive, no tempo que me calhou, a possibilidade de validar o que me pareceu importante e é assim que o pretendo manter. Já fui pouco tempo para quem me amou sem reservas e já fui o tempo perdido de quem não me reconheceu. Já soube melhor o que fazer do meu tempo, mas já fiz as pazes comigo por todo quanto desperdicei.