28.2.15

"O meu nome é Alice"!

fevereiro 28, 2015 0 Comments


E quando já não os restar nada, e quando o que somos, o que juntámos, em milhares de memórias, simplesmente nos abandonar e fizer de nós pessoas vazias, sem alma, sem emoções, presos num corpo que deixou de nos obedecer?

Estava algo desejosa por ver este filme com Julianne Moore, de quem gosto particularmente, e que esteve numa interpretação soberba, como nos habituou. Tem um ar enigmático, distinto e interpretou esta personagem de forma bem humana, na humanidade possível, sempre que doenças impiedosas, como o é o Alzheimer, nos arrancam a vida, aos pedaços, segundo a segundo, tudo o que tanto lutámos por conquistar.

Triste, mas real. Triste sobretudo porque tudo o resto se mantém, prossegue, nos olha de cima, e não se compadece com a nossa paragem, e redução de velocidade, até porque mesmo, e por muito que nos amem, jamais serão capazes de nos trazer de volta!

Recomendo!

Sei quem me ouve...

fevereiro 28, 2015 0 Comments

                









































Sei quem me ouve. Sei com quem falo, sempre que estou inquieta e de cada vez que preciso de ser tranquilizada!


"Ele" ouve-me, dá-me sinais, aceita as minhas sugestões, mas mostra-me, sempre o melhor caminho. Conhece-me melhor do que eu mesma, antecipa alguns dos meus movimentos e corrige os que recuso aceitar.

Hoje acordei assim, de madrugada, sem norte, com vontade de me gritar, de me chamar de burra e de desistir de tudo. Virei-me e revirei-me na cama, quase que desesperei, mas acabei a pedir-lhe, que me ajudasse, que me fizesse ver as coisas como são mesmo e que me "forçasse" a seguir o meu plano, não há outra forma, se não for testado não terei como saber se será bem sucedido.

PERSEVERANÇA! Será esta a palavra chave? Talvez sim, misturada com muito arrojo e desejo de ter quem me propus. Avizinha-se um caminho atribulado, com muitas pedras para eu chutar para o lado, como muitas indecisões e a questionar-me o tempo todo. Isso até eu percebi, sozinha, mas vamos ver se o sou realmente, perseverante.

"Se te faz feliz, é certo", mas e quando não faz? E quando vem com mais dúvidas do que certezas? Quando me tira o sono e me arrepia a pele, não de desejo, mas de um desconforto que quase se instala, o que faço então? Vou fazendo, vou esperando, vou-me sossegando, tentando perceber que não controlo tudo, por vezes nem chego a controlar nada. Talvez assim me redefina, sem me anular, sem permitir que me "arranquem" o que levei tanto tempo a conseguir.

Vamos ver se gosto da nova versão de mim e se "ele", e por ele saibam que falo do meu Anjo da Guarda, me continua a ouvir!

27.2.15

De que fonte bebo afinal?

fevereiro 27, 2015 0 Comments

Feelme/De que fonte bebo afinal? Tema: Me!
Imagem retirada da internet

Pergunto-me isso mesmo, todos os dias, mas ainda não tenho a resposta completa!

Sei que me alimento de todas as reservas que acumulo, de mim mesma, porque gosto de tudo o que sou e tenho. Sou aquela em quem se pode confiar, com quem se pode caminhar em silêncio, porque o entendo, e com quem se pode falar até que se nos seque a boca e só reste o toque que nunca recuso, a ninguém.

Já sou mais uma, duas, três vezes a mulher em que me tornei, porque me multiplico e desmultiplico no que acredito ser o certo, para fazer o meu percurso, aqui, no lugar e no tempo que me "ofereceram".

Fui bafejada pela sorte, encontrei-me, percebi do que falam os outros quando me conseguem ver e passei a ver-me também eu. Não recuso o que sei fazer melhor, porque sei que mudo muitos mundos. Estou atenta à forma como precisam de mim, porque eu irei precisar de que me recebam também, nos dias mais cinzentos, tenho-os, sobretudo para ver com mais clareza e de sorriso bem aberto, todos os outros, aqueles em que o sol me deixa beber, porque ele é uma parte da minha fonte.

Amo-me, mais facilmente agora, e por isso amar-te a ti é natural e a extensão de mim, do que sei fazer e quero fazer para estar bem, comigo, aquela sem a qual não posso viver.

Eu bebo, todos os dias, um pouco mais de várias fontes, e é por isso que ainda me encontro aqui, à tua espera, para que te possa passar as partes de mim que precisas para também seres quem vale a pena!

Já houve...

fevereiro 27, 2015 0 Comments


Um tempo em que achei que tudo o que fazias era certo, que era por mim e para me fazer bem, mas nada como conhecer e ver, para perceber!

Quem terá que nos fazer, bem, primeiro que todos os outros, deveremos ser nós, porque depois disso, no final de cada etapa que consigamos concluir, tudo o que nos fizerem, os outros, terá sido da única maneira possível, da que sabiam e podiam, porque o permitimos.

Já foste a melhor coisa que tive, a que me fazia acordar a pensar que nada sairia fora dos planos, a sentir que a minha felicidade passava pela tua, que o meu corpo só poderia ter o teu para se preencher, mas acabei a perceber que nada pode passar por alguém que não eu mesma, porque eu NUNCA me deixo ficar mal, eu não apago as luzes de cada vez que preciso de ver e de me sentir acompanhada, eu ofereço-me os silêncios que preciso, mas falo e movimento-me quando e sempre que estou inquieta.

Eu sou a que sabe como conduzir o tempo que preparo para mim, aquele em que quero pertencer para dar, a todos os outros, uma mulher verdadeira, uma que vale a pena ter e manter.
Eu sou a que escolhe as músicas que quer ouvir e que dança até se restaurar de novo.
Eu sou a que se cobra tudo, mas que não cobra nada, se de nada precisar.

Afinal a melhor coisa que tenho sou EU, porque a mim vou-me querer sempre de volta, para mim irei rir e chorar sem me preocupar se fico frágil ou assustada. Eu e eu mesma caminhamos sempre juntas e nunca nos viramos a cara, olharmo-nos sempre dentro, sem medo de ver o que somos, porque somos genuínas, grandes, bonitas...

Já houve dias em que me consegui enganar, mas virão sempre os outros, todos os outros, em que me saberei devolver, a mim!

25.2.15

Por onde foi que andei?

fevereiro 25, 2015 0 Comments
Erica Vanlee ..by Tolga Katas


Por onde foi que andei? Porque fui receando sempre tudo e evitando mostrar esta mulher que sente como respira, que sabe o que quer e quem precisa de ter para que cada poro deite para fora o que guarda dentro, faz demasiado tempo? Será maturidade ou apenas o fim de um ciclo, de avaliações extremas, de medo da pele que tem e que tanto que mexe com os outros? Não me vou perder em perguntas, agora estou mais interessada em conhecer as respostas, em seguir no caminho que vi bem lá atrás, quando era determinada pela inocência e pela capacidade de sonhar sem rede, de voar mesmo que não pudesse voltar à terra. Estou a trazer de volta a menina que sabia de que forma queria ser mulher, a que lugar do mundo pertencer e como se mover para não ficar demasiado quieta...

Sei por onde andei, mas não sei como lá cheguei e fiquei, e de que forma me apaguei e permiti que parte de mim, a maior parte, se auto flagelasse e deixasse de perceber como funcionaria, como me ligaria e manteria a funcionar, se apenas não receasse ser esta mulher.

Não sei por onde andei, mas gosto desta mulher. Gosto das minhas formas e do olhar que dispenso às coisas. Gosto dos planos que traço para cumprir. Gosto da minha capacidade de usar as palavras, de já as não recear, conseguindo que os outros se apoiem na força que afinal tenho. 

Espero já não ir tarde. Espero continuar a ver-me por fora, porque já sei o que me vai dentro. Espero manter esta capacidade de me sentir vulnerável, com desejos que já não escondo e com todas as partes de um corpo que despertei. Espero manter no meu percurso quem fui descobrindo, todos quantos tropeçaram nos meus sorrisos, até os que não conseguem ver. Espero que nunca vos faça falta, porque cuidarei de me manter por perto e a fazer o que já provei sair bem. 

Já vou sabendo mais umas coisas de mim e da vida que escolho a cada dia. Já vou sabendo que até as perdas valerão sempre a pena, porque por onde quer que tenha andado, sei que regressei sempre ao que afinal sou.

Esperou, esperou e ela chegou!

fevereiro 25, 2015 0 Comments

✣… The people we are in relationship with are always a mirror, reflecting our own beliefs, and simultaneously we are mirrors, reflecting their beliefs. So... relationship is one of the most powerful tools for Growth... If we look honestly at our relationships, we can see so much about how we have created them. ✣ Shakti Gawain arTist; Unkown (retouched by Ellen Vaman)




Esperou... esperou e ela acabou a chegar!

- O que aconteceu pequenina?
- Pensei não vir, estava cheia de medo.
- De mim?
- De nós, de recomeçar e de voltar a doer.

Quando o Fernando viu a Elvira pela primeira vez, ela parecia ter saído de um quadro de Renoir. Era frágil, as suas roupas tinham as cores do século XIX e  os lábios eram de um rosa suave, que muito provavelmente nunca teriam sido beijados. Deixou-o de imediato tão apaixonado que resistir-lhe nunca foi opção, não para ele. Era linda, tão branca que certamente nem os raios de sol a tocavam e no entanto tocou-a ele. Nunca imaginara possuir uma mulher assim, que fosse sua primeiro, pela primeira vez e que precisasse tanto dele para pertencer a este mundo, ao mesmo do qual se mantivera escondida, num lugar que até parecia mágico, com tanta cor e tanto talento...

Elvira era uma pintora reconhecida, que vendia tudo o que produzia mesmo antes de ser criado. Os clientes, que ela nunca chegava a conhecer, esperavam meses por uma tela plena de uma magia de um outro mundo, o mesmo no qual vivera até se conhecerem.

Fernando adorava a sua casa, tocar cada objecto, os livros de capa dura e autografados por autores dos quais jamais ouvira falar. Tudo parecia estar no lugar certo, com uma luz própria, a que ela criara para se embrenhar bem dentro de cada cor. Os pincéis, mágicos certamente, sobretudo quando estavam nas mãos pequeninas, mas tão determinadas, que ninguém diria serem dela.

Elvira não olhava nos olhos, não antes, mas passou a entrar bem dentro dos dele, implorando-lhe, sem palavras, o que lhe ensinara a desejar. Fazer amor com ela era um sonho. Beijar a sua pele uma adição. Deixá-la um desespero, uma tortura.

- Não te vou magoar, apenas roubar ao mundo que afinal nem te conhece E que não se importa contigo.
- Preciso de voltar ao antes para criar, já não tenho um lugar só meu, agora estás lá tu e...
- Vem cá pequenina, deixa-me cuidar de ti. já te tirei da tela, ofereci-te a realidade, a mim e tu gostaste, por isso deixa-te ficar.

Talvez alguém já tenha pintado um quadro assim, com duas pessoas que se misturam nas mesmas cores, sobre uma paisagem que ninguém reconhece, mas que só poderia estar ali. Se o virem e se sentirem que estão num mundo paralelo, que o vosso olhar entra, cada vez mais bem dentro da alma de seres que não se distinguem, porque se fundiram, quem sabe não estarão a olhar para o Fernando e para a Elvira!


22.2.15

Até no inferno!

fevereiro 22, 2015 1 Comments


Sempre disse que daria tudo para ter quem me seguisse, quem não soubesse viver se eu não estivesse por perto, alguém que sentisse as minhas palavras, tão fundo, que todas as outras fossem apenas o que se precisa de usar para nos juntarmos ao resto do mundo. Daria tudo para saber de quem pousasse um olhar fixo em mim e conseguisse auscultar-me por dentro. Um corpo no qual me encostasse para que todas as dores do mundo se subtraíssem, tendo quem planeasse ver-me nos mesmos lugares, até que os nossos corpos se recusassem obedecer-nos, mas que deixasse de importar, porque estaríamos a envelhecer juntos.

Gostava de poder mostrar, sentir e viver, um amor que me fizesse mergulhar nos mesmos mares dos quais tenho medo de morte, talvez por já ter morrido em algum. Um amor que me levasse a perdoar cada falha, com receio de falhar também eu, a ponto de perder quem realmente importasse. Gostava de te poder dizer, todos os dias, tal como o sinto agora, que por ti me superaria e iria até onde fosse preciso para ser a pessoa que visualizasses em cada pedaço do teu futuro.

Sei que a forma como te amo me faria ser amada de volta e que se te perdesse procurar-te-ia, iria até no inferno, ao lugar de onde dizem nenhuma alma ter jamais saído e te traria de volta, para que estivesses do lado de quem te respira e sabe como se te entrar dentro.

Nada, nem ninguém, nos roubaria um segundo que fosse, a mais do que aqueles que já teriam que nos arrastar para longe um do outro, porque viver tem, infelizmente, outras nuances e estar contigo e em ti, nunca poderá ser sempre e para sempre, mas seria intenso, sentido e desejado, tanto que não precisaria de te dizer o que escrevo agora, porque já o saberias, já me teria encarregado de te o provar.

Vou aprendendo a tranquilizar-me e a saber esperar, porque agora, mais do que ontem, sei que te terei outra vez. Sei que te reconhecerei em qualquer outra vida, mesmo que o duvides, mas acredita que se te tiraria até do inferno, então também te conseguiria encontrar em qualquer rua de um novo destino, na hora certa, naquela em que passarias para que te visse realmente!