31.5.19

Na minha voz estou eu toda!

maio 31, 2019 0 Comments
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A minha voz vem de dentro, sai de mim e mostra do que sou feita. Não passa despercebida a ninguém, nem poderia, porque na minha voz estou eu toda, cada pedaço do que consegui construir até chegar onde estou. Na minha voz estão os anos de risos e de lágrimas, o crescimento a que me forcei e as quebras que não pude evitar. Na minha voz ficaram todos os amores. Cada olhar que me olhou mesmo e todas as conquistas que agora ergo como troféus. Na minha voz estás tu porque é de ti que falo, é a ti que digo o que me vai na alma e é por ti que amo com palavras que nunca terão forma de se esgotar. Na minha voz e com cada tom mais grave ou agudo, está o que sei fazer melhor, estão anos de uma vida que não trocaria, mas que gostaria de sentir mais livre e ligeira. Na minha voz, por vezes, fica tanto, que pouco mais me resta para dizer ou escrever.

Poderia, porque até tenho forma de o fazer, explicar-te do que falo quando falo para ti. Poderia deixar-te entender o que continuas a negar-te, sendo mal-sucedido no sucesso que já esperaste ter lá atrás. Poderia passar-te os sons que mudam tantas vidas e humores, mas nem sempre a voz me sai da forma certa. Por vezes é apenas minha, para mim, importando-me muito pouco com o que importa aos outros. Se eu a usasse sempre como me pedem, faria muito bem aos que não sabem ainda que voz têm, mas preciso de manter comigo e para mim a única coisa que tem um tom e um som, dentro de todos os sons de que sou composta. Se a usasse mais vezes para te agradecer a voz que me fazes libertar, talvez ficasse sem conseguir falar, ou falasse apenas do que acredito, deixando mudo o mundo do qual fujo até quando falo.

Na minha voz e até sem ela, estarei sempre, prometendo que nunca te deixarei indiferente, porque uso os sons para falar do que importa e seguro os tons para não arriscar dizer o que não adianta.

30.5.19

Vou fingir porque posso!

maio 30, 2019 0 Comments
Sayurii Tunic


Vou fingir que posso mesmo escrever tudo sobre mim, sem estar sujeita a avaliações. Vou fingir que estou emocionalmente pronta para dizer o que mais ninguém sabe. Vou fingir, porque posso, que acabarei por ser entendida e que a minha aparente segurança, que muitos denominam de arrogância, eventualmente deixará de incomodar.

Gosto de sentir que os meus sorrisos chegam de bem dentro e que não sorrir também me é permitido. Vou continuar a gostar de esbarrar em pessoas improváveis, quando sem planear afinal consigo que se enquadrassem. Estou na chamada fase do desligamento, não procuro nada que não me faça já sentido e arrumo todos os que jamais fizeram, julgo que muitos não terão forma de perceber o quanto é libertador.

Vou fingir que oiço palavras coerentes de mentes sem qualquer coesão, porque tenho que me permitir o sossego que me sossega a alma. Vou fingir que a maioria entenderá o que falo, para não dinamitar cérebros já tão pouco activos. Vou fingir que o meu semblante carregado, quando me tentam carregar de estupidez, não afasta irremediavelmente os fracos, porque deles também é feito o mundo e tenho que saber viver nele. Vou fingir que já não preciso de fingir mais e ser finalmente eu!

29.5.19

Evoluir é?

maio 29, 2019 0 Comments


Estava agora mesmo a falar com os meus botões sobre alguns percursos e olhares para o futuro. Entendo que a diversidade deveria melhorar-nos, mas a realidade tem sido outra, pelo menos para mim. Gostava de poder ser surpreendida mais vezes, por gente genuína e disponível. Gostava de ver crescer quem por alguma razão foi forçado a parar. Gostava de sentir que me acrescentam, porque tenho sempre esta sede de mais e de muito, mas dou comigo a querer menos dos outros e a tornar-me ainda mais pragmática e isolada. Acho que vou acabar carrancuda e de cajado para dar umas boas bengaladas a quem me invadir o cérebro.
Evoluir vem com uma carga muito pesada e para seres pensantes como eu, obriga a que analise tudo ao detalhe, esperando que o esforço colectivo seja no mínimo igual ao meu. "Continuo à espera"!
Não é de todo raro que dê comigo a pensar que vivo num outro universo que certamente pouco se cruza com aquele onde a maioria se deixa apenas arrastar, sugando a energia e o oxigénio dos que já respiram melhor. Talvez a maturidade emocional seja um castigo, um acerto de contas das outras vidas. Talvez não se deva saber demasiado. Talvez ver seja melhor mesmo com palas, mas depois de ter posto para trás tantas dúvidas, quem é que me convence a descer degraus e a afrontar o meu nível de inteligência? Experimentem lá, é que até burra daria imenso trabalho!

27.5.19

Ainda te lembras de ti?

maio 27, 2019 0 Comments


Lembras-te de ti "ontem"? Ainda consegues colocar a pessoa nos momentos onde foste ora muito feliz, ora desalmadamente triste? O que fazes pelos outros, sentindo que poderias ser tu ou os teus em qualquer altura? O que te perguntas e de que forma respondes aos teus actos? Será que te permites balanços e sabes como te colocar no outro lado da vida? 

Lembras-te de ti quando sentias medo até de pensar, achando que atraías o inevitável? Tudo passa pelo que sentes, bem mais do que pelo que pensas, de contrário não faltaria, até porque vai e volta pensamos horrores sobre umas quantas almas e tornamo-nos incapazes de não pensar mal de nós por permitirmos que me perturbem. Lembras-te de ti quando te agarravas ao que hoje te saberia a nada, (para mim seria a café) ou a outra qualquer bebida amarga? Lembras-te de ti mais ingénuo e permissivo?

O tempo tem uma capacidade extraordinária de colocar tudo nos lugares certos. Se o quisermos acompanhar e respeitar, ele arranjará forma de nos reajustar, ajustando até ao milímetro o que nunca coube no nosso Universo. O tempo é uma poderosa ferramenta e quando usada para o bem trás-nos habilidades que nem julgávamos possuir. O tempo opera com a nossa consciência e apenas ela nos dirá o que está certo e o que será sempre errado. O tempo não cura nada, apenas nos permite o que acabará por nos curar, se para isso estivermos empenhados...

Lembras-te de ti "ontem" quando e enquanto sofrias por amores desmedidos e que agora medes com bagos de arroz? Pois, a realidade será sempre demasiado ampliada por ti e só tu tens o poder de voltar a ver como é suposto. Boa sorte com a tua tarefa interior e lembra-te, o tempo é o que escolheres fazer dele, por isso usa-o bem!

24.5.19

Nada como recusarmos o nada para prosseguir!

maio 24, 2019 0 Comments

@thiago.rafaelc 🌻


Nada como um pouco menos de nós para querermos e precisarmos de ainda mais. Nada como o medo de ficar sem ti, para passar a querer-te a dobrar, com um desejo que cresce numa proporção desmedida. Nada como estarmos juntos, juntando o toque que nos relembra das razões e dos porquês que fizeram de nós quem somos agora. Nada como imaginarmos o nada e o que nos sobrará se não nos tivermos, para recuarmos e escolhermos não desistir.


Por vezes pouco teremos que fazer para que o outro se sinta seguro e completo. Mas por vezes, nunca faremos o bastante e acabaremos, na maioria das noites, a sonhar sozinhos. É sempre tão mais fácil destruir, sair e não olhar para trás, do que permanecer, manter e cuidar de quem muito certamente acabará por cuidar de nós. Por vezes bastará sermos vistos, passando a felicidade que voltará para nós, num efeito permanente e natural, mas nem sempre, nem em todas as horas dos dias que se prolongam, conseguimos mostrar quem somos e o que precisamos para continuar.

Nada como começar por saber o que fazemos aqui e de quem precisamos, para finalmente termos quem nos deixará a querer continuar!

Se não me conhecer já...

maio 24, 2019 0 Comments


Estou a gostar desta sensação de mim mais vezes. Passei a valorizar a tranquilidade emocional, porque ela permite ver-me bem dentro e porque ada como o silêncio e a solidão autoinfligida, para que me foque apenas no que me acrescenta. Tenho que ser eu em primeira instância a perceber quem sou e de que forma posso ultrapassar o que agora me ultrapassa.
Estou sempre a ouvir comentar a minha agilidade mental e a capacidade que tenho de resolver, rapidamente, seguindo à mesma velocidade para onde tenho que ir. Mas não sou fruto do agora, tive que usar de muitas horas, longas e penosas, para afastar os que apenas me usariam. Ninguém nasce seguro e resolvido. Ninguém consegue viver sozinho demasiado tempo, mas precisamos todos de provar de momentos onde apenas estaremos nós, longe dos ruídos ensurdecedores do mundo que nos impedem de pensar. Ninguém procura o medo, mas temos que aprender a valorizá-lo, porque é ele que nos mantém seguros. Ninguém é feliz com outro alguém, se não souber já como ser feliz sozinho.
Estou a gostar de decidir, ainda mais, o que é meu e apenas a mim diz respeito. Se envelhecer for isto e por aqui, então mal posso esperar!

23.5.19

Tens que saber...

maio 23, 2019 0 Comments



Tens que saber que não existe muita escolha no que toca aos que supostamente viriam porque te faziam falta, até porque os resultados, a existirem, nunca serão os que esperavas. Tens que saber quem és e até onde consegues ir. Tens que saber quem são os que te rodeiam e de que forma lhes acrescentas ou retiras vida. Tens que saber, em todos os momentos, que estás a fazer as escolhas certas, mesmo que apenas certo seja o nascer e o pôr do sol. Tens que saber se te enquadras noutros modelos e a que cedências te forçarás. Tens que saber que por vezes irão entender-te de uma forma, e que ela poderá até não ser a tua.


Por vezes, e esse é o facto mais doloroso, mesmo que pareça uma contradição, serás MAIS do que precisavam. MAIS do que entendiam e MAIS do que conseguiam segurar, mesmo que com ambas as mãos. Por vezes permanecerás, para alguns, irremediavelmente num lugar no qual não se irão querer manter. Mas por vezes será preciso isso mesmo, para que pares de acreditar que o teu modelo não é único, é que estar só não terá sempre o mesmo sabor amargo...