30.4.22

Quantos finais pode ter um fim anunciado

abril 30, 2022 0 Comments



Quantos finais pode ter um fim anunciado? Quantas vezes teremos que ir e voltar até que já não se vá mais? Que dores nos magoarão tanto, enquanto não soubermos de nós, que magoem quem chegar, acreditando que nos reconheceu? Quando é que teremos que nos parar para que as dúvidas parem e voltemos às certezas que nos acertam o chão?

Nunca terei como te dizer o quanto importaste em mais esta viagem que aparentemente iniciei acompanhada. Não consigo, por mais que tente, sorrir menos a cada uma das minhas certezas e das escolhas de vida que já fizera antes, porque serão as que me assegurarão de que não poderei falhar. Tivemos uns quantos atalhos, muitos dos desejos que desejámos manter e sonhos que vamos ter MESMO que fazer acontecer, não eu contigo e seguramente que não da forma que antecipavas comigo. Nunca tive TANTO de bom para dizer e nunca disse TANTO a alguém de primeira viagem, mas porque me soube tão bem cada segundo de todas as horas partilhadas, vou continuar a guardar, no lugar mais bonito que tiver, o que foste capaz de me dar.

Não tenho medo da solidão, já não, porque nunca duvido do que tenho mesmo que continuar a fazer para que tudo o que me cabe se faça. Não reclamo da vida, NUNCA, abençoo sempre todas as lições e reconheço em cada uma a que me faltava aprender. Não fujo da certeza a cada dia mais provável, de me ver em longas caminhadas que farei, apenas eu, junto ao mar que me regenera a alma, sorrindo por cada um dos segredos que me foram permitidos revelar. A paz que agora me envolve será definitiva e a serenidade que uso servirá, sem qualquer dúvida, aos meus, os únicos amores com que me presentearam, porque a sua grandeza não deixou lugar para mais nenhum outro.

Quantos finais precisei de ter para saber que já tive tudo o que me fazia falta?

27.4.22

Faço por saber mais de mim!

abril 27, 2022 0 Comments



Faço por saber mais de mim, porque apenas assim saberei o suficiente do que acabo a sentir por ti. Preciso de entender, ainda mais, o que me move, de forma negativa ou positiva, para que nunca me mova a ritmos errados contigo. Quero, hoje mais do que ontem, querer-te como precisas para que ainda me queiras mais e sosseguemos ambos.

Não sei se as probabilidades jogam a nosso favor, mas vou sabendo do que desejo que tenhamos enquanto nos tivermos nesta nova viagem. Faço poucos planos, mas planeio acrescentar uns quantos assim que o agora deixe de bastar e nos empurre para o que só poderá crescer. Preciso de muito pouco no que toca a promessas, mas quero que TUDO o que venha de ti me toque ainda mais, sabendo-me a certo até quando não o for completamente.

Faço, diariamente, exercícios que nos validam, mesmo que a medo, porque o erro é sempre mais provável do que as coisas certas que não nos deixam com certezas suficientes. Faço o que gosto e cuido de gostar muito de mim e da forma que te mostrará como pretendo ser gostada. Faço o caminho que me cabe para que vás cabendo inteiro na minha ideia de relação, mas não deixo de lado os caminhos que continuo a percorrer para que permaneça no único registo que me define. Faço por ser feliz, rindo e sorrindo de forma a que te contagie, porque preciso da tua felicidade, bem-estar e tranquilidade para receber tudo de volta. Faço como sei melhor, mas espero que me incentives a melhorar, ainda mais, para que encurtemos alguma estrada, mesmo que percorrendo as distâncias exigidas. Faço por gostar ainda mais de ti, todos os dias, esperando que nunca precise de te pedir que gostes verdadeiramente de mim.


26.4.22

Estou assim agora, hoje...

abril 26, 2022 0 Comments



Estou assim agora, à espera do expectável e desejando, pelo menos desta vez, que o meu olhar se foque no que não me trará mais do mesmo, mais do ontem do qual fugi e muito menos do que na verdade é tão possível quanto o são a chuva e o sol nos quais não mandamos. Estou desejosa de poder perceber que o meu desejo não é apenas isso e que também tenho algum poder. Estou claramente pouco preparada para o que esbarra, de forma violenta, no corpo que até cuido e que tem resistido, estoicamente, a muitos embates, mas que já me grita por menos, menos dor, menos receios e muito menos incertezas. Estou assim agora, sem as forças de antes e incapaz de as recuperar...

As mesmas portas que vemos abertas por vezes também se fecham, fechando-nos em lugares onde nenhuma luz entra, impedindo-nos de ver o chão que pisamos, as paredes que tocamos à procura do familiar e os tetos que parecem baixar até que fiquemos tão pequenos e encolhidos, que o ar fuja e o respirar ensurdeça pelo som desesperado. Os mesmos momentos que souberam a sabores novos, também se estilhaçam, estilhaçando-nos TANTO por dentro, que o exterior ficará mais pálido e sem cores que o protejam dos que nos olham. As mesmas horas, em dias igualmente longos ou demasiado curtos para que encurtemos a distância que nos separa do razoável e familiar, pregam-nos partidas, iludindo-nos quanto à possibilidade de as podermos reter, ou permitir correr. Os mesmos riscos, sempre os mesmos, mas para que não arrisquemos desistir sem ao menos experimentar.

Estou assim agora, sem a voz que me sossega os pensamentos, mas cheia das palavras que apenas eu oiço e que me mantêm sozinha, como na verdade sempre estive, até quando no meio da multidão.


25.4.22

Quem é que define o que sentes e como?

abril 25, 2022 0 Comments



Quem é que define o que sentes e como?

Quando percebes que paraste de fugir e que os pés apenas se movem para te levar onde decides ir, vais com mais convicção. Passas a ver as partes de ti que provam o quão boa, forte e importante és na realidade, mas também esbarras nas outras, nas menos boas, nas duras e as que forçam a que tenhas uma determinação tantas vezes superior ao teu tamanho. Quando deixas de te focar no que te trouxe até ao hoje e vives, verdadeiramente, no momento, respiras de forma mais compassada e regular, olhas com mais atenção para o que te entra corpo e alma dentro e acreditas ser capaz de superar TUDO com melhores resultados, porque o sonho terá que ser SEMPRE maior do que o medo.

No final de cada dia, o que na verdade vai importar, é o que fizeste por ti, de que forma melhoraste os que te importam e como te dispões a receber o amanhã, para que não repitas erros e aprimores as habilidades. A paz de espírito, o respeito pelo teu tempo interior, a vontade de continuar a ter vontade de ser ainda melhor e maior, injeta-te um ânimo que ninguém suprime ou desvia por falta de compreensão. 

Quem é que te empurra de mansinho, mas com "carros de mão" cheios de amor, para que sejas a tua melhor versão, cuidando da tua casa interior e sentindo que estarás bem não importa onde, desde que estejas contigo? Seguramente que os que embarcaram na mesma viagem e que nela permanecerão até que o teu tempo dite o final, mas o fim nunca apague o que te permitiste escrever. A tua história obriga a que entendas o roteiro e alteres as personagens, sentindo que tudo se encaixará quando já souberes de que forma representar, mas sem que deixes de ser a personagem principal.

Quem é que ainda permites que escolha por ti, quando já percebeste que existe um mundo de escolhas que te pertencem por direito? Espero, sinceramente, que a resposta seja, - ninguém para além de mim mesma!


24.4.22

Acordei do sonho com sabor a pesadelo!

abril 24, 2022 0 Comments



Acordei do que começou por parecer um sonho, mas rapidamente me arrepiou ao ponto de quase sufocar nas dúvidas que se instalaram. Eras tu, estavas ao meu lado e conseguia sentir o cheiro que tão bem conheço. Eras tu e o teu sorriso mostrava o quanto te inundava de prazer. Estavas totalmente pronto para cada uma das experiências que claramente te ligavam todos os botões. Eras tu, com os lábios que tantas vezes me beijam e asseguram de que me queres tanto quanto te vou querendo, eras tu, mas a boca que te beijava não era a minha.

Acordei cheia de um suor frio que me enregelou até a alma, porque percebi que mais alguém te enchia e preenchia dum prazer que não me carregava. Acordei a duvidar do que foi apenas um sonho, mas que a ser verdade me mataria numa morte lenta. Acordei ainda mais determinada na certeza de que apenas poderei ser eu porque és quem me assegura de que o amor vai, mas volta para nos manter vivos. Acordei dorida, sem a força habitual, por te ter sentido reagir ao que ainda não consegui provocar. Acordei sem vontade de voltar a sonhar, não assim e nunca mais com um cenário que me afaste do que preciso e quero viver contigo.

Quando somos nós e já o fomos algumas vezes, parecemos bastar-nos e é o que me tem bastado, por isso excluo, inteiramente, que precises de mais, do que não sou nem tenho e que tenhas o que te quero proporcionar sem mim. Quando o que aceitamos não nos define, a única definição possível é a recusa e recuso, terminantemente, a partilhar-te.