Sei sempre por onde começar e o que fazer para que o importante fique realmente feito. Sei o que sou e como me quero manter para os que amo. Sei que não me consigo desviar dos que de mim precisam e por onde ir para que usufruam do que tenho. Sei da importância de estarmos perto, tão perto quanto nos "gritarem", mesmo que em sons mudos. Sei sempre como me dar, mesmo que vão indo demasiadas partes de mim, porque sei que acabarão a voltar umas quantas.
Quando penso que vou desistir e começar a olhar para dentro, largando quem parece não me acrescentar mais nada, percebo que não é possível e que todos importam de alguma forma. Cada um que passa por nós deixa o que nos fazia falta, até mesmo as dores. Quando me atrevo a ver a humanidade de que sou feita, penso que não estou pronta e que estou a passar demasiado esquecendo-me de mim, mas a verdade é que apenas nos dão o que conseguimos aguentar, por isso embora lá, mais um bocadinho...
Estarmos uns para os outros, querendo que tudo seja distribuído de igual forma, concertando o que até poderemos ter sido nós a quebrar, faz com que se saiba que parar NÃO é opção e que o que carregamos nesta vida deverá ser cumprido até ao seu final, até porque não vamos querer carregar nada para a próxima.
Nem sempre as forças estarão do nosso lado, a comandarem-nos nas batalhas que travamos a cada segundo. Nem sempre encontramos razão, ou racionalidade no que nos surge. Nem sempre conseguimos ser apenas da forma que nos deixaria mais soltos e felizes, mas sabemos que de uma forma ou de outra, o lugar que nos estava destinado virá.
Seisempre que se me mantiver fiel ao que sou, nunca me defraudando e olhando para onde me esperam, subirei mais uns quantos degraus. Sei que se estiver para ti hoje, amanhã acabarei por te ter de volta!
Quando queremosconseguimos mesmo, não existe qualquer dúvida! Quando queremos ter sucesso, amor, sobretudo por nós, conseguimos fazê-lo, só não podemos desistir quando os revezes surgirem, porque os ups and downs existirão sempre, talvez para testar a nossa vontade, ou apenas porque é assim que deve ser. Já não perco demasiado do meu tempo a analisar, ou a entender quem, ou o que me chega. Se for bom abro os braços e recebo. Se for mau, chuto para o alto e sigo com a minha vida.
Não temos forma de impedir que o sol nasça, que a chuva caia e que a noite se apodere, impiedosa, dos dias que precisávamos de prolongar. Não sabemos como mudar a rotação da terra, nem fazer o mar correr para os rios, por isso, e na inevitabilidade de sermos muito diferentes, devemos saber ser iguais a nós mesmos, levando por diante sonhos que poderão tornar-se realidade, bastando que o queiramos mesmo.
Quando queremos, oh meu Deus, quando queremos escalamos montanhas a pique. Deixamos de sofrer de vertigens. Lançamo-nos de cabeça em mares desconhecidos e embarcamos em navios com rotas a lugares remotos. Quando queremos amar alguém sem reservas e sem pontos de interrogação, as emoções acabam a fluir e o que poderia até parecer complicado, resolve-se.
Sou das que não permite que me diminuam, ou convençam de que não consigo o que desejo. Sou das que sabe que há que lutar para se ser bem-sucedido e que os caminhos raramente são suaves. Sou das que nunca desiste de pensar e de sentir, à minha maneira, porque me tenho dado sempre bem.
Quando queremos, queremos e pronto. Nada como vontades de ferro para mudar o curso da história, mesmo que seja apenas e só a nossa, porque passo será sempre gigante e recompensador!
Até já deixara de acreditar no Pai Natal, para lá de muitas décadas, mas acabei a recebê-lo de braços abertos, nem sequer contestando a barba que bem poderia ser falsa. As palavras e o olhar que me ofereceu, com um sorriso tão aberto, fez-me aceitar TUDO o que me disse ter chegado para mim, porque as minhas cartas, aquelas que escrevera ainda menina, tinham sido lidas e relidas, até que ele percebesse estar na hora.
- Chegou o teu momento menina teimosa. O que querias e quem querias, esteve sempre ao teu alcance, mas o teu percurso teria que ser este, de contrário nunca resistirias ao amor que te tem.
Não falei, nem sequer me lembro de ter pestanejado, mas absorvi todos os conselhos e percebi que me cabia a mim, apenas a mim, acreditar no que me fará feliz, porque esse será o caminho mais curto para chegar onde me encontro agora. Estou mais forte e segura agora, sem qualquer dúvida, mas estou o bastante para não permitir que me ames demais, porque terás que receber na proporção do que me dás. Terei que te saber dosear, de contrário apenas te alimentarás do que sou e também quero ser o alimento que te recordará, a cada minuto de todas as horas que ainda nos irão pertencer, que sou capaz de te dar tudo de volta.
Por ti, eu, a que não queria sequer dividir pensamentos, fiquei pronta para me misturar e para dividir o que sou e o que tenho. Por ti sou uma mulher mais completa, menos dorida e capaz de aceitar que afinal existe quem tenha bem mais do que sempre tive, sobretudo mais capacidade de me provar que querer alguém da forma certa, é possível. Por ti, todos os dias passaram a ser mais do que dias, agora são o que teremos, eu e tu, até ao fim!
Mesmo que chegues em apenas algumas gotas. Mesmo que não me enchas e preenchas em pleno, cada pedaço de ti acaba a saber-me a tanto, que até duvido da minha sanidade!
Em cada pedaço que me fazes chegar de ti, bebo, sorvo e alimento-me, guardando o que consigo para os dias em que não te tenho. Em cada um dos teus olhares percebo do que falas, e aceito sem duvidar, tudo o que me ofereces numa torrente de palavras e sentimentos que desconhecia. Em cada beijo prometido, a certeza de muitos mais, de todos de que nos iremos inundar, um e outro, até que beijar se transforme no que somos quando não estamos juntos.
Já sei que te terei comigo até que a nossa eternidade se esfume, e que serei a que te devolverá a esperança nas relações, nos sentimentos e no amor que sei multiplicar. Já sei que só poderias ter sido tu a tirar-me do marasmo e a afastar-me de quem se afastou, deliberadamente, de mim. Já sei que afinal nunca deixaste de estar comigo e que apenas arrisquei deixar de te sentir por algum tempo. Já sei que me foste prometido e que por isso voltaste.
És a minha "cura" e carregas os abraços que ainda não recebi, não de forma real, mas que me fizeram reconhecer-te, recordando-me do que nunca te atreveste a deixar para trás. És o amor que mereço e contigo terei sempre as palavras certas, as que me lembrarão do quanto importo na tua vida. Quando paramos de apenas pedir e passamos a visualizar quem queremos connosco e de que forma, o que chegar será tão natural que nunca mais voltaremos a duvidar, tal como não duvido que és.
As emoções que nos ameaçam rasgar por dentro são sempre reais, quanto real for o motivo! CLARO que nós as mulheres, seres de mente fértil, somos por vezes.capazes de imaginar o inimaginável, mas por norma, quando sentimos o coração a bater mais forte e até pesado, então algo se passa. Tudo o que sentimos é real, mas o motivo poderá não o ser e as dores que nos infligimos nem sempre têm fundamento, poderão apenas ser um espelho dos nossos medos e os medos são fabricados, não existem, não como existimos nós.
Temos que aprender a aligeirar, a deixar seguir, e a não inventar. Temos que aceitar que não controlamos tudo, e que os dias seguirão mesmo que os queiramos parar. Temos que continuar a desejar, a teimar e a levar por diante as vontades que arriscámos construir. Temos que permitir que os outros nos conduzam, às vezes (esta é inteirinha para mim) porque nem sempre sabemos como.
A realidade será o que fizermos dela, para o bem e para o mal. A solução passará então por analisarmos, cuidadosamente, o que estamos a sentir, e na dúvida, perguntarmos a quem possa realmente responder.
Senti-te ontem. Senti o teu olhar triste, senti o esforço para te manteres comigo. Senti o que sentias, enquanto me imaginavas. Senti que precisavas ainda mais de mim e tentei, juro que tentei estar, mas não sei se me sentiste, não sei se ajudei, não sei se TODO o meu amor te bastou. Não sei e dói-me não saber.
Sei que quando me sinto estranha, que quando as minhas entranhas se revolvem, os sinais mudam de tom, mas vou começando a partilhar as partes de mim, as que me deixam encolhida e pequena. Sei, porque me conheço!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.