2.9.16

Quando o amor e o verão se vão! - Blogazine

setembro 02, 2016 0 Comments
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Amores que chegam com a temperatura que o calor carrega. Amores quase desenfreados, cheios de toda a energia que as noites longas nos fizeram acumular. Amores desesperados e ansiosos, por mudanças, por renovações e previsões de recomeços. Amores que começam à velocidade que terminam, mas ainda assim a valerem cada sopro.

Encontrar-te, de face já mais morena que a minha. Olhar-te e ser olhado da mesma forma, sabendo que tinhas entendido o que ainda não arriscara dizer. Sorrir-te sabendo que me irias sorrir de volta, esperando que me movesse, com passos seguros, porque me asseguraras do sucesso. Desejar-te, no minuto a seguir ao perceber que te poderia ter, fez-me confiante.

O verão durou o tempo que durámos nós. Estivemos quentes, intensos, determinados em prolongar, pelo tempo que estaríamos, juntos, no mesmo lugar, sendo de outros bem distantes, o que sentíamos, na mesma sintonia e velocidade. O verão durou dias quase loucos e noites pela noite dentro. O verão trouxe-nos, a ti e a mim, sabores que ainda não tivéramos, mas que acabámos a reconhecer. O nosso verão, tal como o amor que criámos, não teve lugar nem tempo para mais ninguém.

Ver-te rir e sorrir com os olhos. Saber que sabias, tal como eu, que apenas seríamos, ambos, cada um dos momentos que decidíramos experimentar. Deixar de lado, para o final do verão, o regresso à realidade que nos consumiria. Trocar cada toque vazio, por todos que nos enchiam e que não nos cansávamos de partilhar, foi o que nos deixou com a sensação de que valera a pena.

A despedida não foi chorosa nem cinzenta. Sabíamos o que tínhamos começado e terminar era apenas mais um passo e uma consequência. Tu serás, por muitos verões, o melhor amor de um verão comum, aquele em que decidimos ambos que podíamos, porque queríamos e porque sim. Eu fui, sem qualquer dúvida, o teu verão possível.

Ninguém... nem tu nem eu.

setembro 02, 2016 0 Comments

rain:


Ninguém se meteu entre o que eu sentia por ti e o que desejava ter feito de nós. Ninguém me conseguiu convencer de que seríamos certos ou errados. Ninguém te trouxe, vieste sozinho e partiste da mesma forma. Ninguém me viu, como o fizeste, mas certamente que terás visto demais e sentido menos do que precisavas. Ninguém, a não ser tu mesmo, me disse que deveria parar ou continuar. Ninguém soube tanto do que sentia, como o soubeste e por isso mesmo terás descartado o que tanto fiz por construir. Ninguém me perdeu de forma tão deliberada e consciente como o conseguiste.


Quando iniciamos uma viagem a dois, teremos que nos manter ambos na maior parte do percurso, para que não arrisquemos estar a vir quando o outro se vai e sem sabermos quando retornaremos ao mesmo ponto. Terminar uma viagem também será sempre solitário, porque mesmo que se grite que estaremos a ir, de vez, para sempre e sem volta, se insistirem em não ouvir só nos restará mesmo continuar, na maioria das vezes como começámos, apenas nós.

Ninguém irá saber, sobretudo não agora, o que fui capaz de mudar para te tentar mudar. Sabia que era errado, soube sempre, porque o amor não muda ninguém, a falta dele sim e marca com ferros o que nunca mais terá forma de sair. Insisti e persisti durante o tempo que o meu tempo me deixou, mas acabei derrotada, esgotada e a não saber o que me faltava, quando parecia até ter tudo. Quis salvar-nos, aos dois, levando-nos para a frente, juntos, com certezas e achando que sabia o que precisávamos para nunca pararmos de precisar um do outro. Ninguém irá entender como fui capaz de esperar por nada, tendo sempre tão pouco, menos do que as palavras duras que me oferecias. Mas ninguém poderá, não depois da história que escrevi, culpar-me de ter pelo menos sonhado, porque enquanto o fiz tive-te.

Ninguém me afastou, nem sequer eu. Ninguém desistiu de nós senão tu mesmo...

Parece que ajudo...

setembro 02, 2016 0 Comments
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Se ajudo então vou continuar. Se ajudo quando me lavo por dentro, com as palavras que parecem magoar-te, então vou continuar e em breve, quando menos perceberes, estarás oficialmente livre, se é que não estás já!

Quase que te consigo ouvir suspirar de alívio, mas na verdade não era preciso teres prolongado isto por tanto tempo, bastava um não quero mais. A história parece que se repete e apenas atraímos quem nos desafia e mostra o pior dos lados, até os nossos, eu pelo menos sei que o faço.

Não sei quem conhece a sensação de desalento, e de impotência, mas certamente que serão muitos. Bem estaria o mundo se apenas uns quantos padecessem do mal mais antigo e recorrente do mundo. O desamor, que mata, desarruma e fere numa ferida que custa a sararmos. Incrível como com tanto amor para dar e receber, nos focamos no que oposto, no que não resolve, nem melhora. Incrível perceber que o desamor de alguns se agarra, firme, ao que apenas conhecem, mais desamor ainda.

Se ajudo, então quero que saibas que desta vez chegou a nossa vez. Neste preciso momento estou tão vazia e reparada quanto estava antes de teres chegado. Agora, não sinto qualquer dor, apenas uma tristeza que me invade e que terei que afastar, porque fui, irremediAvelmente afastada, sem qualquer possibilidade de mudar, o que, aparentemente, fiz de errado. Interessante perceber quantas vezes multipliquei e desmultipliquei os meus "desculpa", sem nunca ter ouvido um único teu. Afinal a imperfeição era apenas minha, tu fizeste sempre o certo e correste, determinado, na nossa direcção. Como as desculpas se evitam, também evitaste desculpar-me e desferraste o golpe que nos matou aos dois, pena que não ao mesmo tempo.

Parece que fui ajudando, de cada vez que disse, sem qualquer medo, tudo o que representavas na minha vida. Posso até ajudar a afastar-te mais rApidamente, mas assim mesmo não consigo sentir o que sentes tu, alívio e indiferença. Amar tem mesmo porras, sobretudo quando não somos amados de volta!

Sei que tentei!

setembro 02, 2016 0 Comments
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Sei que tentei, lutei, chorei, ri e cuidei, até que cuidar deixou de ser mais possível. Sei que tentei, com toda a minha ingenuidade, achando que o que era e passava bastava!

Acreditei que bastaria mostrar-te o amor que te tenho, mas, e uma vez mais, não percebi que neste mundo de tolos acabaremos todos eventualmente por também o ser. Acreditei em ti, achei que eras a luz nas minhas horas mais negras. Acreditei, bem dentro de mim, que sabias o que sei eu de nós. Acreditei, mas vou ter que parar e deixar-me ir, como todos os outros fazem, sem lutar, sem querer mais, sem procurar, porque nunca terei forma de te encontrar. Acreditei que te saberia amar, devagarinho, mas com toda a intensidade de quem não quer adiar, perder tempo, nem esperar.

Sei que tentei, e que em cada dia, todos os dias, soube e senti a dimensão do meu amor por ti. Sei que tentei e que mesmo assim não fui capaz. Não me pertencias, desististe cedo demais, mesmo antes de teres começado. Duvidaste de tudo e quem não acredita, não vê.

Vou regressar, quieta, sem muito alarido, ao lugar onde estava antes e nele não te tinha, nem sequer sabia de ti. Vou regressar para o que me segura, impedindo-me de me desmoronar, porque não estarás aqui para me levantar, nunca estiveste, mesmo quando caí mesmo e perdi as forças que me mantinham na dianteira. Hoje soube a dimensão do teu amor por mim, e ele é tão pequeno quanto a tua vontade de prosseguir, também tu desististe de lutar e entregaste-te ao que conheces, escolheste o vazio nos sentimentos, a segurança de quem não tem que entender nada, porque não precisa de nada.

Sei que tentei, mas também sei ver que falhei. Desisti, mas não me vou arrepender, porque algures, de alguma forma, existirá quem precise realmente do que tenho para dar. Sei que tentei, mas fui demasiado pequena.