29.10.16

De lá...

outubro 29, 2016 0 Comments

De lá não se volta! Não temos como voltar do lugar onde enterraram metade de nós. Não sabemos como tirar de dentro do buraco e do escuro, a esperança feita em pedaços minúsculos de vidro que só teriam porque se partir quando nos agarraram com uma força desmedida e nos fizeram perder o suporte.

Quando alguém se entrega, acreditando que poderia estar de alma aberta, sem camuflagens, usando e falando de todas as palavras, saindo da sombra, rindo-se à luz que surge, caminhando com passos seguros, em direcção a alguém e a algum lugar, fica tão vulnerável que se for magoado ou atingido numa luta desleal, numa entrega falsa, muito dificilmente sairá inteiro...

De lá não se volta, desse lugar obscuro onde se passa a questionar tudo. A sensação de medo claustrofóbico paralisa cada membro, prende até a respiração e deixa-nos a morrer, enterrados tão abaixo da terra, que escapar passará apenas pela capacidade de vermos mais para fora da bolha, como se uma mão estendida nos guiasse e nos puxasse com força. O corpo até poderá vir à superfície, mas o resto morrerá, como morto ficará até o olhar, a capacidade de voltar a acreditar e a coragem de sentir o que nos matou antes.

De lá não se volta, fica-se morto-vivo,
 e até os que se achavam fortes perceberão que apenas salvaram metade, porque tudo o resto, o que faria a diferença, o que existia para completar e para acrescentar de forma a que nunca se duvidasse, permanecerá lá, durante o tempo que o nosso tempo entender!

28.10.16

Mereço ou não?

outubro 28, 2016 0 Comments


Mereço ou não prometer-me a mim mesma ir até onde tiver que ser para conseguir que cada sonho deixe de o ser? Já consigo que as lágrimas sejam de alegria e que aceite de forma estóica cada erro cometido, cada olhar que deixei de ver e cada pedaço de muitos outros que não bastaram para que deixasse de ser apenas eu. Levou tempo até que aceitasse que ou sigo da forma que me identifica, ou ficarei pela metade, lamentando sempre o que permiti que me fizessem acreditar. Demorou, mas consegui, sobretudo, entender que não me posso camuflar, que se me defraudar em qualquer momento, jamais me conseguirei perdoar e que não tenho mais vidas para compensar o que não tiver tido forças para manter.


Parece simples. Parece fácil de entender, mas nunca o será, nem que todas as estrelas no céu se reposicionem. Aceitar-me custou-me tanto que até me arrepia pensá-lo, mas também me fez a única pessoa que concebo, a que olho em cada dia e reconheço. Sou eu em cada sorriso, em todas as lágrimas que largo de forma compulsiva, porque agora quando choro, faço-o como todas as tempestades conhecidas ou por identificar. Não sei sentir pela metade. Não provo, bebo e engulo rápido. Eu sinto todo o calor e sabores bem misturados e únicos.

Mereço a mulher que construí. Mereço não me deixar quebrar e ter conseguido passar a sentir e a desejar TUDO, para o bem e para o mal. Agora quem me quiser merecer que trabalhe tanto quanto eu!

Eu respondo!

outubro 28, 2016 0 Comments
Tippy Toe on The Pi -- ano.:



Perguntam-me, varias vezes, para quem escrevo, se padeço de tudo o que partilho, se tenho mágoas de alma, e se sou assim tão abençoada, por todos os amores que descrevo. E eu respondo, tentando explicar que mesmo sendo eu em cada palavra, muitas delas serão apenas histórias de todos quantos se cruzam comigo e que me enriquecem ao ponto de nunca me esgotar, tendo matéria, amores, dores e arrepios que também me enregelam por dentro. Mas a verdade é que NÃO, nem sempre são histórias minhas. Nem sempre falo de mim, por vezes será apenas para mim, dizendo-me o que preciso de ouvir e mais ninguém consegue.

Tudo o que escrevo não encontra forma de ficar retido, porque se já sou difícil e por vezes intragável, imaginem-me "engasgada", sem poder "gritar" que mesmo quando não for eu, o serei sempre, porque é de toda a vida que me rodeia que me alimento. É de cada um de vocês que me chega cada pensamento, cada lágrima e todos os risos e rasgos de felicidade que a escrita me permite.

Escrevo para quem me quiser ler e para todos os que se conseguirem rever em vidas que serão de alguma forma iguais, com toda a diferença a que os pólos nos obrigam, a latitude, a longitude, o comprimento de onda, o gostar de sal e o ser intolerante à lactose. Eu sou cada um de todos quantos não se conseguem fazer ler, entender e até chorar em conjunto. Eu sou o que escrevo e não vivo sem os sons que provoco.

Obrigada por continuarem desse lado, porque ficarei deste enquanto tiver palavras!

O que me inspira!

outubro 28, 2016 0 Comments
READ about: THREE RIVERS DEEP book series on FACEBOOK @ https://www.facebook.com/threeriversdeepbooks?ref=aymt_homepage_panel  ***A two-souled girl begins a journey of self-discovery...   (pic source:   http://misconceit.tumblr.com/ ):




O que me inspira para além do amor? Tudo o resto. Pequenos motes que alguns deixam cair, aparentemente nada importantes, sons, imagens, desejos, uns mais escondidos do que outros, dores de alma e não apenas os meus. Desde que me levanto, nas manhãs que antecipam dias duros e de muitas tarefas, que tenho sempre imensa gente para cuidar e amores para distribuir. Vou sendo sempre capaz de apanhar cada pedaço que sobra e que nunca deixo cair, alimentando-me de tudo com que alimento os outros, inspirada no que me inspira porque não sei estar quieta, nem parada, nem sem alma. As músicas que tocam a cada começo de dia, movimentadas para me animar e lentas para que me sossegue, operam milagres e soltam-me como ainda mais ninguém foi capaz de fazer. Inspiro-me em mim, em ti, no amor que tivemos, no que deixámos perder e no que acredito que ainda consiga sobreviver. Inspiro-me em todos quantos dizem sentir-se representados, tocados por cada sílaba, identificando-se com o que tantas vezes "falo" mesmo que a chorar, mas que acabo a trocar por sorrisos que me ajudam a continuar.


O que me inspira manter-me-à aqui, sem que me demova de prosseguir com o que sei fazer bem e me dá a perspectiva certa da vida, a que vale a pena e me tem mudado para melhor, quando e de cada vez que falharem os outros!

Achas que adianta?

outubro 28, 2016 0 Comments
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Achas que adianta fazer com que os outros entendam que estão errados e que estiveram mal quando eles próprios não o conseguem ver? NÃO mesmo! Malhar em ferro frio nunca surtiu qualquer efeito, por isso o melhor é desistir e dar-lhes razão, fazendo o que se faz às crianças, acenando com a cabeça numa concordância discordante. As energias começam a escassear com a idade, por isso preservem-nas. Achas que adianta tentar mostrar que não se faz o que não se gostaria que nos fizessem, a quem nunca sentiu na pele o efeito do seu "veneno"? NÃO, mesmo. Teremos que esperar que provem o fel, que se lhes afecte a bílis e que vomitem dores que não se conseguem ver como se sentem. Só assim!

Os donos da verdade, os crentes num Deus maior, mas que tem o nome que lhe quiseram dar e que mais ninguém conhece. Os "doentes", de uma doença que lhes mina cada pedaço de orgão, funcionam qual relógio que nunca se atrasa, mas que tem uma hora que não serve a ninguém.

Odeio ter que me repetir. Odeio ter que fazer desenhos e que explicar o que para muitos nunca fará sentido. Mas porque não sou egocêntrica e não espero que o mundo gire à minha volta, deixo-os com as suas convicções e vou logo ali tornar-me útil,  fazendo o que importa para mim. Já sei que com certas pessoas não adianta, nem sequer usar o dedo grande para lhes fazer gestos que às tantas ainda vão acabar a confundir, sei lá eu...

27.10.16

Se te doer magoa-me bem mais!

outubro 27, 2016 0 Comments


Se te doer
 magoa-me bem mais!

Não gosto da sensação que te passo sem querer, de desconforto e de insegurança. Quero que me sintas inteira para ti e contigo e que consigas nunca duvidar do que me trás dentro. Se é contigo, então estou a 100, ou a 1000, não misturo; não procuro; não me aventuro; não tenho lugar para mais ninguém e não preciso de mais ninguém. Os nossos meses parecem anos já a tua firmeza em relação a mim conquistou-me, revelou-te, deu-me certezas e vontade de te saber. És diferente do comum, és muito TU, com a garra que preciso, com vontades e desejos que me deixam ainda desconcertada, mas que surtem efeito e me deixam cada dia mais segura do que és para mim.

Magoei-te sem qualquer intenção, aprofundei os teus receios e acabei mal comigo, dorida por dentro a não conseguir processar. Se estiveres mal eu estarei bem pior, a minha tranquilidade passa pela tua e não quero dar-te o que recuso receber. Ontem percebi o quanto gosto afinal de ti e como consigo, dia-a-dia, que o meu sentimento cresça e acabe a chegar até onde estão já os teus, bem definidos desde que me olhaste, desde que me viste e acabaste a sentir. Pedi desculpa, chorei por dentro, acabei a magoar-me a dobrar e decidi que não voltarei a repetir, nunca mais deixarei de te informar como acordámos. Quando souber, saberás tu e juntos diluiremos os danos, porque já importas demasiado para que me descuide.