9.1.18

Porque queremos sempre o que não temos?

janeiro 09, 2018 0 Comments
Eu quero esse chapeu!!


Porque queremos sempre o que não temos? Porque querer algo diferente de nós, do que somos e de onde estamos, é assim o que parece atrair-nos e fazer-nos mover. Mais, sempre mais um pouco, porque para muitos parar é pensar e pensar é ter que mudar.

Temos a casa com 3 quartos e sonhamos com a de 4, porque assim teríamos um escritório. Temos o carro que tanto custou a pagar, mas já espreitamos o Audi, o Mercedes, o... what ever. Temos o marido fiel, mas queremos o marido arrojado e já agora habilidoso na cozinha. Temos a mala Mark Jacobs, mas os olhos fogem para a Louis Vuitton.

Querer amanhã, sem viver hoje, no can do, no entanto parece ser esse o propósito, ou a formatação. Sonhamos com o que queremos alcançar e desvalorizamos o que já é nosso. Olhamos para a frente, e para cima, e raramente para o lado em que até já está o que antecipámos. Queremos o que não temos para encontrarmos forma de continuar por aqui, achando que aceitar e usufruir é morrer, mas mortos já estarão os que nunca encontram prazer em nada do que existe realmente.

Neste momento, agorinha mesmo, também eu queria um homem com o H no sítio, com charme, humor, tempo para mim, que me cuidasse, amasse e que me quisesse sem me sufocar. Neste momento queria o que não tenho, mas julgo que até já merecia!

Quando é certo, é, e pronto!

janeiro 09, 2018 0 Comments
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Eu ouvi-a dizer que eram muito amigos, os melhores amigos durante vários anos, mas que do nada, ele decidiu que queria algo mais!

- Nem penses que vou estragar tudo apenas porque não tens a quem dar umas quecas.

Ele explicou, veemente, que não, que se tratava de algo real e que sentia que poderia dar certo e deu. Fantástica a forma como se envolveram um no outro, como apenas o sexo foi acrescentado, porque afinal já tinham tudo o resto. Agora eram bem mais do que amigos com benefícios, eram um casal, conheciam-se melhor do que ninguém, já tinha falado sobre tudo e sobre os nada das suas vidas ainda muito no início. Agora os prazeres dele podiam ser alimentados por ela, e os sonhos dela construídos e apoiados por ele.

- Quantos anos já se passaram?
- Quase doze e ainda estamos aqui, os dois, desta forma tão tranquila, ele pelo menos é.
. O que gostas mais no teu companheiro? E olha que escolhi chamá-lo assim, mesmo sabendo que são marido e mulher, porque sinto que te acompanha mesmo.
- E pensas bem, porque eu gosto de tudo, sem tirar nem pôr, ele é o meu porto seguro, o meu impulsionador, a pessoa que me apoia sempre em cada projecto novo, quem me faz rir à gargalhada e quem me limpa as lágrimas porque sou uma chorona insuportável. Ele é o meu amante, incrível por sinal, até nisso sou sortuda. Amo este homem como sempre acreditei ser possível.

Gosto de saber que há quem seja da forma certa, quem se teste e experimente, provando de sabores que à partida poderiam até nem resultar, mas que a acontecer mudam a vida toda. Gosto da sensação, inevitável de prazer que senti, porque me permiti acreditar que é possível, que existe o nosso melhor lado, aquele que será tão certo que se colará para sempre. Gosto de me manter a acreditar que também eu, um dia, estarei com quem é tão certo, que não poderia ser outro, ou de outra forma.


8.1.18

O amor é mesmo fácil...

janeiro 08, 2018 0 Comments
I think my Knight in Shining Armour must be riding a Donkey cause he never seems to get here

Estamos em completa sintonia, eu acredito que o amor pode ser fácil, se estivermos com o mesmo grau de entrega e devoção. Fácil é saber do que sabe o outro e ao que sabe também, mantendo na boca e no coração o que se misturará em nós. Fácil é não procurar o que não existe, reforçando o que já somos e bebendo de cada nova descoberta. Fácil é termo-nos sem pressas, usando o tempo que criamos um para o outro. Fácil é amar e pronto, sem querer perceber o que mais ninguém percebe, porque o amor é inusitado.

Gosto da tua forma de descomplicar, ainda mais, o que me esforço por simplificar. Por vezes rimo-nos ao mesmo tempo, bastando um olhar ou um toque. Como dizemos ambos, já somos crescidos o bastante para nos comportarmos como gente crescida. Fiquei quase incrédula quando te ouvi usar, pela primeira vez, a palavra aligeirar, porque eu aligeiro tudo. Relativizo o máximo que posso e não espero pela magia que não sei fazer. Gosto de ser gostada assim, de forma fácil e facilmente gosto de ti de volta.

Acho que estávamos na hora certa no único lugar possível e que jeito nos está a dar, darmo-nos, um com o outro. Acho que acabei por me provar, sem qualquer plano, que o amor é mesmo fácil!

Não, não és tu!

janeiro 08, 2018 0 Comments
"Deixa eu me perder no seu abraço..."


Nãonão és tu! O toque não é igual, o cheiro não se me entra dentro, nada me faz arrepiar nem querer mais, não és tu.

Os laços demoram a criar-se, as palavras têm que se acertar, a pele precisa de se reconhecer, e por vezes não é de imediato, mas quando acontece, cola-se, fica e recusa-se a sair. O processo de receber uma pessoa na nossa vida vai muito para além do corpo, tem regras muito próprias que nem se encaixam em regra alguma, faz de nós os seres mais tolos do planeta, ou os mais completos, mas qualquer que seja a variação, andar de corpo em corpo, não é para todos e a acontecer, suga-nos a alma.

Já provei deste sabor novo, mas não gostei. Não foi bom, fez-me arrepiar e não de prazer, doeu-me com uma dor que não consegui distinguir, que me deixou num vazio, num lugar que não conheço e continuaste a não ser tu.

Por vezes dou comigo no duche, a lavar a pele até que me doa, porque precisava que saísses, que te fosses. Gostava que parasses de me ensombrar. Que me permitisses simplesmente voltar a viver, a ser de outro e a encontrar a vontade de ter vontade, mas não me saio bem, não parece resultar e já sei que se não fores tu, não vou poder estar com mais ninguém, não agora e não ainda...

Vamos ser as nossas pessoas certas!

janeiro 08, 2018 0 Comments
... in the rain

Só tens que ouvir, com alguma atenção, o que as outras pessoas te dizem, e por vezes a mudança de tom conseguirá fortalecer-te, desviando alguns dos pensamentos que te confundem a mente e te apertam o coração!

Estamos tão embrenhados nos nossos hábitos, que nos impedimos de mudar de rua, de olhar para outra pessoa e de a deixar "entrar". Não sou das desconfiadas crónicas, não tabelo todos pelo mesmo, por norma, e até prova em contrário, acredito na boa fé dos outros e por isso acho que estou, habilitada a receber-te, dando-te algum crédito, ouvindo-te, sem falar, até que te possa avaliar.

Falaste-me no tempo e em como ele teima em correr rápido, forçando-nos a uma distracção letal. Falaste-me no que já fomos antes e de como os nossos sorrisos eram genuínos. Falaste-me, para me lembrares, de como já gostaste, tanto, de mim, que só poderias ter tido outra chance, sobretudo por acreditares que a vida não ta poderia recusar, não para sempre, e não porque nunca te atreveras a esquecer-me.

- Se me permitires começar por ser o amigo que te falta, se deixares que eu te prove que posso amar-te como esperaste, todos estes anos, eu prometo que me empenharei, a 300 por cento e que não te desiludirei um segundo que seja.

- Se me prometeres que serei a tua única mulher, se me souberes ouvir o bastante para me entenderes. Se nunca fugires de "nós" e nos incluíres, aos dois, em cada decisão, prometo que me empenharei a 300 por cento e que não te desiludirei na tentativa de te amar como me amares a mim.

Selámos o pacto, não com um beijo, que até já sabemos ao que sabe, mas com um aperto de mão, confiante, e deixámo-nos rir, soltando uma gargalhada que fez a chuva desaparecer, por breves segundos.

7.1.18

Acredito que tenho sensibilidade e muito bom senso!|

janeiro 07, 2018 0 Comments
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Se tenho, sensibilidade? Se sou suficientemente sensata? Acredito que sim, ao ponto de me deixar ficar, quieta, sem levantar demasiada areia, para não perturbar quem não se movimenta como eu!

Nunca, mas nunca mesmo, tenho coragem de espalhar a minha felicidade quando os outros estão infelizes. Não exibo os meus sucessos, levantando-os como troféus, se perceber que apenas contribuirei para mais tristeza e desânimo. Gosto de partilhar alegrias, de ser generosa com quem sofre, mas não permito que se debatam, demasiado tempo com a dor. Eu estarei, sempre que possível, de sorriso em riste, mesmo que por vezes a chorar por dentro, com as palavras certas e a mostrar-lhes o lado menos cinzento das suas vidas, porque ele exista, no matter what!

Sou sensível com os meus amigos, porque os respeito e porque quero o melhor para as suas vidas. Sou sensível às suas mazelas emocionais, porque nos vamos conhecendo, umas às outras, (às especiais) tanto quanto a nós mesmas. Sou sensível porque preciso que sintam, em todos os seus momentos, que me preocupo genuinamente com cada uma. Sou sensível, porque procuro o mesmo nível de sensibilidade para comigo.

Já cheguei a segurar novidades, semanas a fio, boas notícias e conquistas, até que estivessem preparadas para saber de mim. Nada terá o mesmo sabor quando não conseguirmos que o outro ria do mesmo prazer e se alegre da mesma alegria. Com o tempo, alguns de nós, aprendemos a ser para ter, a dar mais do que recebemos, esperando que, eventualmente, também se vão lembrando de nós, cuidando-nos o suficiente para nos mantermos a partilhar o que importa.

Gosto e admiro as pessoas sensíveis sensatas, as que sabem o que dizer para não nos ferir e as que nos vão lendo a alma, a voz, e os olhares. A essas esforço-me para nunca perder!

Será que ainda te lembras?

janeiro 07, 2018 0 Comments
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Será que ainda te lembras de onde nos conhecemos, do tempo que demoraste até me convenceres dos teus avanços meio loucos, mas que me faziam rir até da minha teimosia? Sim, era pura teimosia, porque eu sabia, soube sempre, mal me tocaste a primeira vez, assim que me estendeste a mão para me ajudares a entrar na viagem mais louca da minha vida, que serias tu e foste!

- Olha o teu café fumegante, exactamente como gostas.
- Senta-te aqui minha princesa, aninha-te a mim.

Os nossos começos de noite passaram a ter o mesmo ritual, os dois no alpendre da casa, tu à espera que te trouxesse um café em forma de tesouro, porque me empenhava para que que cada um soubesse melhor do que todos os outros, e que chegasse eu para ficarmos debaixo da mesma manta, abraçados, recordando tudo o que nunca teremos forma de esquecer e que fez a história que ainda estamos a escrever.

- Lembras-te de como me ias sempre mimar ao intervalo do almoço?
- Ui, se lembro, eram os nossos momentos de oiro. Os beijos tinham um sabor incrível, eram contados ao segundo e ficava-me sempre a sensação de que sabiam a pouco e de que te deveria raptar, se fosse mais louco, se te amasse mais e até que o teria feito.
- Deixa-te disso, tu sabes que me amas mais do que pareço precisar, mas não te ponhas com ideias agora, está tudo bem assim, eu gosto desse teu gostar e sabes que não teria mudado nada.

Nunca me esqueço de agradecer, um dia que seja a pessoa que entrou assim, na minha vida, para fazer de mim um ser tão especial, porque nós somos da forma que nos vêem, a nossa verdadeira importância está no que conseguimos passar aos outros, tocando-os e fazendo tudo valer a pena. Eu sou a mulher do homem que permanecerá ao meu lado, até que o final de um de nós chegue e nos solte, mas por muito pouco tempo, um do outro, porque os amores assim não são quebrados, apenas mudam de dimensão, rasgam novos tempos e continuam para lá das histórias que ainda não sabemos contar. Eu sou a mulher cuja felicidade deixou de ser apenas um desejo e conseguiu, ainda nesta vida, unir-se ao homem que me acompanhará para sempre, em todas as outras. Disso não tenho qualquer dúvida.

Será que ainda te lembras de como te dizia saber que te iria amar por mil anos?
- Lembro-me meu amor e de responder, como faço agora, que te iria amar por outros mil, por todos quantos conseguirmos continuar a reconhecer-nos.