19.6.18

Estou decididamente mais velha!

junho 19, 2018 0 Comments
M O T H E R S http://www.prettydesigns.com/


Estou decididamente mais velha e por consequência mais frágil, porque tudo o que se me foge dos dedos, agora e de cada vez que não tenho forma de manter seguros os meus, torno-me minúscula, apagada e inundada de um medo que me assusta. Já sei muito mais do que antes. Já aprendi o que nunca julguei ser possível e sinto ter dado imensas voltas a um mundo que ainda não conheço, mas que amplia o meu, aquele que tenho diariamente. Já não questiono tudo, mas continuo a querer saber cada vez mais, e é por isso que sei que o meu papel de mãe vai ter que ir diminuindo, tornando-me desnecessária, mas a precisar que os passos que vi serem dados pela primeira vez, sejam tão seguros que as minhas mãos já não tenham que se estender para os segurar, impedindo-os de cair. Sei que as escolhas, de lugares, profissões e amores não me pertencem, mas vou continuar a desejar que não tenham que me ser arrancados para prosseguirem, esperando que a minha espera termine e que cada um esteja exactamente onde escolheu.

Já aprendi que não sou primeiro mãe, ou apenas e sobretudo mãe, mas sou a responsável, ainda, pela luz que procuram para encontrarem o caminho. Sei que ainda terão que se alimentar do que já armazenei, para que depois, quando se sentirem prontos, mais nada de mim será essencial, apenas importante e aqui, onde estou e me manterei até que já não esteja mais. Sei que ainda precisam de me fazer muitas perguntas e de beberem do que lhes dará sede, agora que são jovens adultos e que se começam a modelar. Sei que vão começar a contestar aquilo em que acredito, porque já serão capazes de acreditar para além de mim. Sei que ainda lhes faço falta!

A idade não me trouxe menos mobilidade ou sequer registos físicos demasiado visíveis, mas está a trazer-me o medo de precisar de ter medo para conseguir reagir. A idade deixou-me sem medo do que me poderá acontecer, mas desde que nada aconteça aos que prometi amar, cuidar e proteger no segundo em que os olhei. A idade está, contraditoriamente ou da forma certa, a ensinar-me que a minha paz, em mim e por mim, não me sossega do turbilhão dos que ainda agora começaram a andar sozinhos.

Estou decididamente mais velha e a prova disso mesmo é que agora sei que já não há como aninhar debaixo das minhas "asas" quem teria que deixar ir, não dói, assusta...

17.6.18

Testes ou sinais?

junho 17, 2018 0 Comments
VK Art and Colours


O que é que recebemos afinal, testes à nossa perseverança, ou sinais, para que consigamos sobreviver ao que ainda seria mais catastrófico se chegasse mesmo a acontecer?

Gostamos da vida a correr de forma segura, confiável e a sermos capazes de planear sem demasiados desvios de rota. Gostamos, eu pelo menos sei que gosto, de saber a que horas inicio a viagem e a que horas me espero de volta. Gosto de cuidar, sendo a que permite e faz acontecer, mas existem momentos que não me pertencem e com os quais posso fazer muito pouco, a não ser aceitar.

Testes ou sinais? Respostas às perguntas que não verbalizamos, ou apenas consequências de sucessivos adiamentos e indecisões?

A vulnerabilidade assusta-me. A incapacidade de tirar da cartola o que melhoraria o dia, quase que me afoga em desespero. O não poder dar, quando sou a que dá sempre, dirigindo quem ainda de mim depende, enfraquece-me os músculos que se recusam a mover.

Testes ou sinais? Alguém ou algo que nos cuida, não importa a forma, ou apenas a consequência de adiamentos que não teremos forma de adiar verdadeiramente?

É em momentos assim, nestes em que existe pouco que possa fazer e em que a vontade de desatar a correr, mesmo sem saber para onde, que me recordo da minha humanidade. Afinal também eu preciso que me segurem e tranquilizem. Pois, mas a serem testes, por esta altura já existirá a confirmação de que conto mesmo com muito pouco, não sou eu a  inventar. A serem sinais, espero sinceramente conseguir interpretá-los, rapidamente.

A forma e o formato das relações!

junho 17, 2018 0 Comments


Andamos, já há algum tempo, a deturpar o conceito de relação afectiva, porque vejo tanta gente infeliz, de mal com as suas próprias escolhas e a não terem o que sempre deram, mas mantendo-se de pedra e cal onde estão, que só podem ter recebido directivas erradas!

Amar e ser amado não é simples, nem basta para isso que se use o coração. Há que saber e querer cuidar do outro da mesma forma que queremos que nos queiram e cuidem. Temos que dar, generosamente, tempo, amizade, respeito, mimos, palavras sábias e tolas, beijos desenfreados e suaves. Temos que nos mostrar sem medo de nos fragilizarmos, porque quem partilha a nossa vida em pleno, tem que saber do que somos feitos.

O que foi que te ensinaram quando já eras suficientemente crescidinha para quereres a tua metade?


Será que te mostraram que deves amar-te primeiro, tendo um enorme respeito pelo teu corpo e mente e depois então amar quem te tivesse tocado de alguma forma? Será que te mostraram, de alguma forma e em algum momento, que és um ser muito importante e que para além das fragilidades, também tens forças que nunca deves negar? Será que te ensinaram que se não gostares de ti ninguém gostará o bastante, e que se estiveres errada na avaliação do outro, deverás desistir e não persistir, amargando-te e cortando pedaços que poderás até não saber reconstruir?


A forma e o formato das relações andam, claramente, de candeias às avessas com o bom senso e a realidade que pretendemos para nós e para os nossos. Amar não pode ser o que se nos apresenta agora e se o que estamos a precisar é de formações e workshops, então que venham elas, porque ou aprendemos como se faz, e bem feito, ou arriscamos regredir para lá da idade do gelo e o frio não se coaduna com as altas temperaturas que um amor certo nos provoca.

15.6.18

Agora sorrio sempre!

junho 15, 2018 0 Comments


Agora dou comigo a sorrir de cada vez que oiço as malogradas queixas sobre relações, pessoas certas, cedências e comprometimentos. Sorrio por duas razões. A primeira porque já não sofro desse mal, aquele que me deixava a atirar questões para o ar sobre como seria ter alguém novo na minha vida, de que forma e quando. A segunda, porque já percebi que as cedências se tornam naturais, como natural é pensarmos e respirarmos, quando se trata de aceitar quem nos acrescenta e faz falta.

Gosto de ir ouvindo, a uma distância tranquila, as reclamações, os devaneios, os medos e tudo o que impede, muitos de nós, de apenas sermos felizes, sem mais barreiras do que as que já existem, naturalmente. Gosto de já não pertencer ao "grupo" dos que pararam de acreditar e dos que se mantêm cépticos quanto ao emergir de alguém que valha a pena. Gosto, IMENSO, de poder apenas ser eu e de me deixar ir, sabendo que no final de cada dia, mesmo que nunca chegues, vou continuar a ser a mesma e a gostar de mim.

Existem alianças e clubes aos quais não faço questão de pertencer, porque ser mais do mesmo, uma amargurada crónica, descrente e cinzenta, não é de todo a minha praia. Gosto do riso fácil, das certezas, de saber quem tenho, ou não e quando. Sabe-me melhor que chocolate, o meu único vício, saber que já não tenho quem me deixe totalmente vulnerável e desassossegada e é por isso que agora sorrio sempre quando percebo que já não estou "", e que mesmo não tendo quem me conseguiu receber e aceitar como sou, não me tonei mais pequena nem sequer menos importante. Agora sorrio sempre, porque já não gasto os dias a pensar em "ti", quem quer que pudesses ser, querendo-te no percurso que apenas eu terei que trilhar.

Quem és tu?

junho 15, 2018 0 Comments
Inspiration for #self-portrait #photography - angle from the side #blackandwhite


E se arranjasses uma forma de fazer, exactamente, o que tanto apregoas, ou que pelo menos apregoavas, comigo, sendo tão julgador e sempre de dedo apontado, a mim claro está. E se pensasses, um minuto que fosse, em ser mais consistente com o que dizias saber ser certo? E que tal se parasses de querer parar o mundo, quando ainda não determinaste a tua velocidade e onde pretendes ficar?

Quem és tu? Que homem se impede de o ser quando tem uma mulher como eu e foge? O que esperas que o tempo faça contigo quando já não tiver sobrado mais nada? Será que nunca te arrependes ou desesperas? 

Queres-me saber feliz, dizes com toda a abnegação, mas será que já me conseguiste imaginar noutras mãos, a ser beijada, apertada e amada por outro que não tu? Será que consegues ouvir o meu respirar ofegante e o desejo canalizado para quem terá um novo nome e um olhar que entrará no meu, vendo-me quando já não o consegues fazer porque desististe? 

Quem és tu? O que foi que falhei entender quando achei que te sentia e amava o bastante para apenas ser amada de volta? Como é que consegues simplesmente deixar de pensar em mim e no que te dei, de forma consistente, enquanto fui a tua mulher? Onde é que escondes os sentimentos, o desejo e a vontade de me tocar, de sorver o mel ao qual és alérgico, mas que a ser meu apenas te adoça e amacia? Quem és tu quando e enquanto te manténs ocupado a deixar-me ir? Quem és tu agora que juras já não me amar?

14.6.18

Não tens que lamentar mais nada...

junho 14, 2018 0 Comments
Nature Lover


Não precisas de baixar o olhar, nem de recear a minha dor, porque a que me infligiste transformou-se em palavras, operando uma magia que acabará a tocar muitos outros!

Alimento-me de tudo o que me move, dos momentos bons, dos risos e das gargalhadas, mas também das inevitáveis dores, do desalento e das interrogações. Não tens que lamentar não teres sabido ficar, porque eu entendi-te, aceitei e segui em frente. Se não ficaste, então o teu lugar não era aqui, não era este e não teria que ser eu.

Quem escolheu quem? Quem decidiu o que precisava? Quem procurou o que certamente lhe sararia as feridas? Eu e Tu!

 fomos dois, nos desejos, nos sonhos, nos beijos, mesmo que escassos, mas já fomos dois, cheios de uma vontade que nos clareou os dias e fez tudo o resto ficar pequenino. Já nos segurámos, rimos e chorámos. Já demos e recebemos de forma intensa e apaixonada. Já nos amámos até que deixámos de nos querer no mesmo lugar, aquele que arriscámos sonhar, mas que tão bem nos soube e fez.

Não lamento nada do que representaste. Não me arrependo do que acreditei ver, nem do que julguei fazer-te sentir, porque sei que o consegui. Sei que te arranquei os pés do chão e te provei que amar é tudo aquilo de que falo.

Não lamentes nada do que tivemos, nem o que deixámos, porque eu segui, tu seguiste e a vida recusou-se a parar. Sei que quando voltares a amar, quando sentires outra vez as borboletas na barriga e o sorriso meio tolo a despontar, te lembrarás do que representei e quem sabe não estarás mais preparado para dar, incondicionalmente, o que alguém se arriscou a pedir. Nunca lamentes o que não foste capaz de manter, não sabias mais e também não tinhas melhor.

Foste o percurso novo que percorri até saber o que queria para mim. Não tens que lamentar mais nada, porque o que me deste, trouxe-me até onde estou hoje. Obrigada!

13.6.18

O peso do amor que te tenho...

junho 13, 2018 0 Comments
Angorra's blog - Page 3 - ۩ ۩ ....... ÀЙGǾŔŔÀ ......۩۩ - Skyrock.com


Não existe nenhum amor que sirva para poder comparar o que sinto por ti. Não tenho agora, tal como não tivera antes, uma ligação que me ligue ao que representas para mim, talvez porque o tivesse escolhido e fantasiado. Não vislumbro nenhuma viagem que me afaste, ainda mais, do lugar em que te possa reencontrar, porque me estás destinado e preciso apenas de saber esperar. Não sei quais os sons que ecoam dentro de mim, mas sei no que me transformam de cada vez que os oiço e penso em ti...

De que me valem as verdades que carrego, se as mentiras que vês me superam e arrancam do lugar em que escolheste pôr-me? Para onde posso voltar se ainda não consegui sair de ti, por escolha ou por medo de te deixar ir para sempre? A quem devo culpar pela culpa que nos atribuímos ambos, se nem isso faz com que doa menos? O que me restou, de mim mesma, depois de termos partido, cada um à sua maneira?

Lembro-me de ter querido bem mais do que recebi, mas sei que dei na proporção que me cabia, sendo o que te recusaste e levando apenas o que não pudeste carregar. Olho para trás, apenas pelos tempo necessário, mas vejo pedaços que quase perdi de mim e que apenas recuperei porque te pertencem. Sinto, a cada dia, de todos os que já se passaram, que fizeste o sentido que deu à minha vida muito mais razões para sentir a dobrar, sendo bem mais intensa do que acreditava possível. Madura o bastante para que poucos aguentem, mas verdadeiramente a mulher que quero ver de cada vez que me olho, pela manhã quando me ofereço um sorriso rasgado e pela noite, que mesmo solitária, tem o que um dia fará de mim a mulher certa!