26.9.18

Para onde foram os nossos sonhos?

setembro 26, 2018 0 Comments
Delicados & Coloridos

Todos os desejos que não nos inibimos de partilhar quando somos jovens e de sangue na guelra, a achar que o mundo congeminará a nosso favor, oferecendo-nos todas as oportunidades que aprenderemos mais tarde, apenas chegarão se fizermos por isso. Os dias organizados pelos pais, as orientações académicas, mais ou menos apresentadas por quem aparentemente parece saber do que fala, tudo, mas mesmo tudo, corre sempre de forma previsível e natural, mas o resto das nossas vidas já não será assim, e de uma forma ou de outra é o que acabaremos por saber

Quantos de nós não parámos já para pensar em tudo o que mudou, em cada sonho que jurámos manter, nos amigos que perdemos e não porque o fossem menos, mas porque nos forçaram a entrar numa outra pele?

- É a vida - dirão alguns. É a passagem à vida adulta, que supostamente não pode ser envolta em risos, em concretizações, em amores que resultam, no modelo de família que tantas vezes vimos retratados nos melhores romances de cinema. Tudo parece ser possível, mas apenas para os outros, porque para "nós" os restantes, existe o fatalismo, a inevitabilidade, as mágoas de grandeza, os sonhos que já não sonhamos mais porque seria até pecado tanta felicidade.

Soubéssemos nós, quando ainda éramos inocentes e livres e corríamos pelos pátios do recreio das escolas pelas quais fomos passando, e mais forte e alto teríamos sonhado, porque pelo menos e nessa altura, seriam sempre possíveis de manter.

25.9.18

Sabes o que faria por ti?

setembro 25, 2018 0 Comments
TRANSBORDANDO DE GRAÇA


Já foi menos o que faria por ti, mas já foi mais. Já foram imensos sentimentos, misturados e saboreados também. Gostaria de dizer que tudo o que faço é por ti, mas não seria verdade. O que faço, tem-te, isso sim, sempre em mim, porque os minutos não correm sem que estejas em cada um e porque sei que à hora que é certa, para os dois, o telefonema chega e a tua voz confirma o que já sabemos. 

És quem conheço, cada vez de um modo mais completo e quase natural, como se de outra forma não pudesse sequer ser possível. És por quem fui esperando, com algum medo, achando que poderias nem vir a existir. És quem torna a minha vida capaz de ser vivida em pleno. És com quem partilho o copo, meio cheio, dum amor que não terá que transbordar, porque o sentimos da forma certa.

Quem nos conhece sabe que há muito pouco que não faria por ti, e sem imprimir qualquer esforço, deixando-me apenas i e estando onde e como precisas. Quem nos ouve falar, do nosso amor, consegue perceber que de outra forma, ou com outros, não seria possível. Quem já nos viu chorar com a falta que nos fazemos, percebeu que ou estamos juntos, ou metade de nós nunca mais será aproveitável.

Não sei se existirão músicas que oiça que não te tragam na melodia, assim como todas as que danço me forçam aos movimentos que repetimos, quando e de cada vez que os nossos corpos se juntam, para um outro tipo de dança. Já não sei se conseguiria ser desta forma sem ti, mas sei o que faria, mais ainda se o pedisses e precisasses, por isso PEDE, podes, deves e sou eu que o confirmo.

24.9.18

Para onde fomos, eu e tu?

setembro 24, 2018 0 Comments
Verlobungsbilder im Regen | Friedatheres


O que é que continuamos a fazer, agora que parecemos já não estar a fazer nada juntos? Já não sei o que foi que nos juntou, não me lembro, e certamente que nem tu. Porque razão escolhemos magoar-nos, prolongando diariamente o que nem sequer se assemelha a dias normais, escolhendo não desistir?

Tu eras a minha melhor pessoa e ter-te comigo era o que me melhorava e deixava mais solta e luminosa. Fazíamos sentido e todos à nossa volta sentiam a nossa energia, que era boa, já não sei há quanto tempo. Nada connosco era difícil e a previsibilidade apenas aconteceu quando o melhor de nós parou de acontecer. Os nossos planos, negociados noite fora, encaixava-nos e deixavam margem para melhorarmos como casal, por isso deixei de saber quando foi que nos perdemos?

Para onde fomos, eu e tu? Sabemos a resposta a isso e até já saboreámos o amargo da negação, mas continuamos, permanecemos e magoamo-nos para lá do que poderá ser recuperado.

- Artur, vamos ter que falar.

Olhaste-me sem qualquer movimento que indiciasse interesse e esperaste, sem qualquer paciência para que te largasse um assunto sem interesse, mas desta vez estava determinada a saber para onde iremos depois de termos conseguido parar.

23.9.18

Meu para sempre...

setembro 23, 2018 0 Comments
Photograph Feel the melody by Nina Masic on 500px


Se eu te pedir, com jeitinho, soprando-te as palavras que sabem a beijos, será que consegues ser meu para sempre?

Mesmo que os recomeços tenham um brilho especial e os toques novos nos toquem por dentro, vou continuar a esperar pelo que já tinha contigo. Já era meu. Instalava-se sem esforço e nunca me forçava a mudar o que nos sintonizava. Mesmo que achassem que merecia mais, sei que o que merecia era estar nos teus braços para sempre, sendo cuidada e amada com as tuas frágeis certezas. Mesmo que a chuva se misturasse com as minhas lágrimas, demasiadas vezes, em todos os outros momentos o sol brilhava o bastante para que me bastasses. Mesmo que nunca parecesses dar o suficiente, eras tu em cada pedaço que me davas e apenas o teu toque me tocava por dentro.

Se fores capaz de te ver meu para sempre, prometo que te aceitarei assim, como és hoje e que te ensinarei a ser bem mais amanhã. Se alguém como tu souber de que forma amar quem, como eu, ama da única forma possível, muito, então só poderás ser meu para sempre.

Para sempre vai ser o tempo que nos dermos, e mesmo que termine amanhã, hoje foi tão eterno e fez tanto sentido quanto fazem as coisas mais simples da vida. Para sempre pode ser apenas a noite que partilharemos hoje, mas amanhã terei outras tantas para sonhar e lembrar. Para sempre pode ser o meu respirar descompassado quando respiras comigo. Para sempre é a vontade que sinto agora de ti e mesmo que ela se vá, sei que te amarei para sempre, guardando-te no lugar que apenas poderá ser o teu!


22.9.18

Em quem devo acreditar?

setembro 22, 2018 0 Comments
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Em quem devo acreditar? Será que te posso aceitar, assim, como me estás a chegar? O que posso esperar, para além de tudo o que já me dizes poder esperar de ti? Em quem devo acreditar? Em ti, cheio de vontade e coragem, ou na minha voz interior, a que me alerta e me força a pensar?

Os amores não deveriam carregar demasiadas dúvidas. Os novos momentos, aqueles que chegam embrulhados nas vidas que se cruzam com a nossa, precisavam de ser mais ligeiros, de maior entrega e a cores, vivas e brilhantes. Os amores carregados de sombras são apenas maldições bem embrulhadas e não valem o que está dentro do pacote. Os corações que já se encheram de tudo o que deveriam ter limpo, não podem receber o que tem quem está pronto e vê com clareza, por isso confiar é um exercício de boa vontade e muita disciplina.

Em quem devo acreditar? No amor que me dizes estar reservado, ou na reserva que colocas no amor que deverias estar a sentir? Se eu escolher acreditar em ti, é bom que o faças por merecer, porque até já sei alguma coisa de corações partidos e se decidir partir o teu, levarás muito tempo para te reerguer.

21.9.18

Lições valiosas precisam-se!

setembro 21, 2018 0 Comments
#trabalharemcasa


De repente, como se um vento novo tivesse vindo soprar-me na cara, deixei-me de merdas e passei a enjoar sentimentos que quase me engoliram no passado. Tudo tem um tempo, mas por vezes galgamos barreiras invisíveis e forçamo-nos a dores que nunca deveriam ser nossas.

Sou um ser pragmático, de pés no chão e até colocaria mais 2 se os tivesse, no entanto quando amo sou de uma entrega que cansa, sobretudo a mim e de uma intensidade que me consome, mas acrescenta, porque ou é para valer, ou para brincar só à apanhada.

De repente olho para trás, para as lágrimas e para as palavras trocadas, impressas e eternizadas e fico eternamente desgostosa. Caramba que melodramática. Tanta procura do que está bem esparramado na cara que agora já tem outro brilho. Tanta insistência e vontade de ter razão. Tanta perda de tempo. 

"Vamos aligeirar"- Digo isto vezes sem conta, mas quando desato a sofrer por amor, desgasto-me com perguntas e procura encaixar todas as peças, mesmo que caia para o lado.

As lições valiosas chegam sempre na altura devida, nem 1 segundo mais cedo, precisamos apenas de nos dar tempo e de nunca querer remar contra marés vivas!

Hoje sinto que nada do que sentia lá atrás me voltará a perturbar, talvez porque tenha percebido que apenas eu, sozinha, cuidei de todo o enredo dum filme sem qualquer possibilidade dum final feliz

19.9.18

Como se cura o desamor?

setembro 19, 2018 0 Comments
believer in shade believer in silence and elegance believer in ferns believer in patience believer in the rain —  W.S. Merwin, from “Empty Water” in The Rain in the Trees, (Knopf; 1 edition, March 12, 1988)


Raios que partam os amores não correspondidos, porque são eles que nos forçam a dar demasiados passos atrás, questionando tudo o que já tinha sido avaliado e passando a olhar de lado para os que arriscam aproximar-se. 

Quem é que se lembra de culpar o desamor quando o amor nos foge? O que nos mata não é o muito que nos querem, mesmo que pareça demasiado. O que nos mata é a morte lenta a que nos condenam quando nos impedem de receber o que estamos prontos a dar.

Como se cura o desamor? Com muita paciência e não desistindo de tudo aquilo que nos compõe, porque nem sempre seremos nós a falhar, por vezes seremos apenas um prato demasiado cheio. O desamor é a reacção natural de quem não consegue legendar o que ouve. Não basta querer para que se consiga dar na proporção do que precisa quem parece precisar de nós. O desamor é a fuga para a frente e a única defesa de quem não quer ser magoado, por isso magoa primeiro.

"Desamem" os que amam demasiado. Recusem o que vos deixará frágeis e nas mãos de quem não saberá o que fazer com elas. Desarmem-se as barreiras que resolvermos baixar, porque apenas elas nos poderão proteger de quem "desama" mal começa a amar intensamente. Proíbam-se as palavras enganadoras e desenganem-se os que acreditam bastar amar para que o desamor não se instale. Aprisionem-se os que mantêm presos, com muito pouco ar que valha a pena respirar, quem só queria poder aspirar amor, devolvendo-o. Encontre-se antídotos poderosos que nos salvem do risco que corremos quando arriscamos amar e ficaremos todos a salvo, mortos, inertes e vazios, mas sem qualquer dor que valha a pena referir...