3.5.20

O narrador nunca parece ser confiável!

maio 03, 2020 0 Comments

O narrador nunca parece ser confiável, não quando conta as histórias dos outros e lhes confere emoções e pensamentos que poderão nunca ter existido. O narrador da vida, dos que povoam as nossas vidas ou simples universo, tem um cunho muito próprio e pode até nem ser baseado em coisa alguma real, porque imaginar, sonhar e inventar é o que faz melhor.
Somos todos narradores da vida, mas uns escrevem e outros partilham discursos mais ou menos articulados. Por norma escolhemos os lados mais bonitos para impulsionar os outros, mas também existem os lados feios, os distorcidos, os que não melhoram nem promovem qualquer felicidade, mas ainda assim, usados até à exaustão.
O narrador sou eu e és tu, mas o que muda é e será sempre a forma como escolhemos olhar para a vida "oferecendo-a" depois aos outros.
Como é que narras a história da tua vida? Como escolhes ver a vida dos outros? Que pontuação estás a usar para poderes escrever algo que permaneça? Quando é que pensas verdadeiramente no que passas aos outros e que muito provavelmente ficará, para sempre, sem que mais nada possas fazer para reescrever uma única linha?

2.5.20

E quando chega o tão esperado telefonema?

maio 02, 2020 0 Comments

E quando chega o tão esperado telefonema, aquele que tem do outro lado a voz que tanta falta te fez, o que fazes?
Primeiro permites que a surpresa se instale e depois absorves cada som, ouvindo o que te diz quem já foi a pessoa mais importante da tua vida. Primeiro que tudo o resto sentes o coração bater como se fosse saltar para bem longe. Primeiro tentas colocar nos lábios o sorriso que passa o teu prazer. Primeiro pensas no que será diferente hoje, que dia especial estará a trazer de volta quem se ausentou por escolha. Primeiro respiras fundo, mas esqueces-te de deixar sair o ar...
- Olá pequenina.
Não me lembro de ter respondido. Não sei exactamente o que ouvi, mas lembro-me de me perguntar, sem palavras, porquê agora? Foram longos minutos que me pareceram horas, mas que não me revolviam as entranhas, nem permitiam que o prazer se voltasse a colar. Foram minutos a ouvir quem escolhera o silêncio, para me castigar; para mostrar a importância de que era feito; para estar em controlo.
- Não dizes nada? Gosto tanto do timbre da tua voz.
Continuo sem me lembrar do teor da conversa, certamente que foi envolta em muitas desculpas, mas de repente, do nada, lembro-me de me sentir rir, soltando gargalhadas, mesmo que sem som. De repente já não era prisioneira de nenhum amor unilateral. De repente tinha a minha vida de volta.
Não me lembro de que forma nos despedimos e o que terei dito exactamente para que o silêncio que tanto fizera questão de usar, agora se transformasse em suplicas. Não me lembro sequer se fui dura ou generosa na minha recusa. Não me lembro do que foi que tanto quis em alguém que nunca me soube querer, mas o que quer que tenha sido, deixou de me importar.

1.5.20

Quando a normalidade se instala e me reconheço!

maio 01, 2020 0 Comments

Deixo que a normalidade me toque e volto a ser eu outra vez. Escolho ver o mundo à minha maneira e reconheço-me em cada sorriso, até na forma como danço, porque sei, porque posso e porque me move muito mais do que o corpo. Percebo, todos os dias mais um pouco, o que não quero e o que nunca mais voltarei a permitir, sobretudo a mim quando pensar em fraquejar. Sei do que preciso para permanecer no trilho que já percorro e reencontro-me com a minha essência quando sou genuína, sem filtros, mesmo que permaneça a filtrar os que me olham. Já não disparo em todas as direcções, os alvos são totalmente visíveis e mais ninguém terá que carregar o que me pesa. Afasto os momentos menos azuis e agradeço a visão que se abre quando e enquanto estou no meu lugar seguro. Afasto os medos que não me fazem evoluir e subo mais uns quantos degraus, deixando para trás quem se recusa a acompanhar-me. Abro os braços e recebo o que irá durar o tempo que dura a minha determinação e ela cresce à velocidade da minha entrega.
Deixo que o amor me invada e aceito que alguns nunca saberão do que falo, até quando acharem que estão a ser amados. Deixo para trás o que há muito parou de estar aqui e foco-me no que já vislumbro. Deixo TUDO o que não me representa e passo a afirmar, com muito mais certezas, que sei exactamente quem sou.

30.4.20

O que me resta agora?

abril 30, 2020 0 Comments


O que me resta fazer do resto da minha vida sem ti parece ser muito pouco, e foi tanto o que planeámos...

Tinhamo-nos prometido mais lugares comuns e menos distâncias impostas. Tinhamo-nos visto a fazer o que antes adiáramos, por falta de tempo, por já não nos lembrarmos do sabor das coisas que sabem bem e por nos faltar vontade de ter vontade de alguém.

O melhor de mim não existia sem ti. Os sonhos apenas começavam se estivesses em cada um e terminá-los deixava-me vazia e sem foco. Os dias arrastavam-se enquanto não te ouvisse, mas ouvir-te nunca me bastava.

Não sei o que poderá restar de quem já não parecia ser o suficiente, até que finalmente chegaste, apenas para partir outra vez, mas deve ser pouco, muito pouco, porque já não sinto nada.


Pensamentos!

abril 30, 2020 0 Comments

Não me levaste a esperança, nem me afundaste em incertezas. Sou muito mais crente agora e tenho muito mais coragem para estar "aqui", no meu lugar!

Quando te vir outra vez...

abril 30, 2020 0 Comments


Quando te vir outra vez, vou-te dizer o que subtraí achando que teria tempo, que "amanhã" estaríamos de novo juntos e que talvez não fosse assim tão importante, mas era. Quando te vir outra vez não me impedirei de te abraçar muito para além das palavras. Quando te vir outra vez, ficarei a saber exactamente quais são as cores menos visíveis que compõem os teus olhos, aqueles que se iluminavam quando chegava. Quando te vir outra vez não vou permitir que a falta, a saudade e o distanciamento temporário se transforme em temporariamente definitivo.
Já estou sem ti há demasiado tempo. Já quase que perdi o cheiro que me passavas quando o meu corpo estava encostado ao teu. Já só te sinto quando fecho os olhos e percorro a tua silhueta distante. Já preciso de ti ao meu lado.
Quando te vir outra vez, vou usar de todas as nossas histórias para que novas se construam, sem qualquer afastamento físico, porque mesmo estando sempre juntos, em pensamento e no coração, precisamos ambos de renovar o olhar e o toque. Assim será!

29.4.20

Já não moro mais no passado!

abril 29, 2020 0 Comments

Não me quero envolta em histórias de dor, mesmo que também as tenha tido, porque já as sarei, uma-a-uma. Recuso menos do que o sucesso, especialmente o emocional. Não me revejo em queixumes que me devolvem ao passado, porque já não não moro lá. Nego-me o direito a reclamar mais, nem que seja por 1 minuto. Afasto-me do que não me pode empurrar, de forma determinada, em direcção ao "meu lugar". Sou feita de muito mais do que lágrimas e mesmo essas até podem ser de alegria e de solidariedade por quem ainda permanece a chorar. Estou no camarote da vida e vejo-a com a perspectiva certa, sem obstáculos. Escolho escolher a forma como sonho os meus momentos, focando-me mais no que será do que no que é agora. Desisto de lutar contra o que não tenho forma de mudar, mas preparo-me para o momento no qual mudarei mesmo, permanecendo.
Não preciso do que não me sabe a certo, escolho ver com mais clareza e determinação o que já me pertence e é assim que passarei a pertencer aos que são verdadeiramente bem-sucedidos.