22.3.21

Sei lá...

março 22, 2021 0 Comments



Sei lá do que digo saber, porque sei cada vez menos sobre o amor. Sei do que sinto e nem sempre do que quero pensar. Sei lá, ainda não, do é suposto saber para que se apaguem as dúvidas e me invadam as certezas. Sei lá...

Será que a vida chega por estarmos prontos, ou ao invés irrompe coração fora para nos acordar? Que papel nos cabe e o que conquistamos enquanto achamos que temos que simplesmente seguir, sem muitos desvios, ou desviando-nos de tudo na esperança de poder fugir? Quanto tempo mais nos damos para que o que recebemos seja verdadeiramente o que nos cabe? Porque nos ocorre desistir quando até sabemos porque continuar?

Sei lá do que digo quando pareço estar a dizer o que foi ensaiado. Sei lá porque acordo a querer o que não quero, teimando que sou outra e de outra forma. Sei lá porque tive que esperar tanto para me dizer que já sei o bastante para me mudar. Sei lá porque motivo és a pessoa que a minha reconhece e  continuo sem saber porque te mereço afinal.

21.3.21

E se morrer com a falta de ti?

março 21, 2021 0 Comments


É verdade que já quase que morri de saudade de ti. É verdade que agora, depois de já ser esta mulher que ajudaste a formar, passei a entender tanto, tão mais do que antes, quando apenas me ocupava a julgar o que não parecias capaz de me dar, quando na verdade é que me deste muito. É verdade que estou muito mais só e solitária desde que a tua voz se esfumou e passaste a ser apenas a presença que por vezes sinto nos sonhos, mas que nunca mais passará de lá para cá. É verdade que tomei por garantidas as horas que pareciam muitas, enquanto me debatia com a minha incapacidade de as multiplicar para te incluir. É verdade que deveria ter usado do que chamava de inteligência emocional para inteligentemente te dizer o que subtraí e como eu gostava de o poder mudar. É verdade que foste o primeiro homem que amei e não o sabia.

Perdemos tanto tempo à procura do tempo que os nossos precisam, para acabarmos a dar-lhes apenas uma ínfima parte do que nos reclama o coração. Sofremos com o que dizemos ser o certo, mas certamente que apenas quando nos colocamos nos "sapatos" de quem nos carregou, nos tornamos grandes o bastante para os amar como são, com todas as falhas, dúvidas, medos e incapacidades. Lamentamos os abraços que nos faltaram, mas quando os podemos dar, sem reservas nem cobranças, gastamos o melhor de todos a diminuir o que deveria ser sempre grande. Adiamos as conversas longas e bebemos muito pouco do que depois nos cruzará a mente esgotada perante tanta culpa. Julgamos mais do que elogiamos e de repente, num dia que até pode ter sido de sol, nada do que importava antes o volta a ser.

É verdade que continuo a lembrar-me de ti, quando tenho o que me preocupa, ou quando sou abençoada com o amor que gostarias que tivesse tido, antes, muito antes da tua partida. É verdade que nos dias bons , enquanto caminho mais serena, de sorriso em riste, mas igualmente tão sozinha que me apetecia correr para os teus braços e esconder-me até que o mundo me pudesse voltar a receber. É verdade que não voltarás a ter dias especiais, mas passaste a ocupar todos os que certamente me restarão, de mansinho em alguns e cheios de saudade em muitos ouros. É verdade, nunca mais te voltarei a ter...

20.3.21

Pelo que esperas ainda?

março 20, 2021 0 Comments



Não esperes mais pelo que apenas te atrasará as passadas antes tão determinadas. Não te negues o prazer de ter prazer com alguém, quando até já o testaste e aprovaste. Não abandones a dança que  teu corpo deseja para que os movimentos te acordem do sono que nem foi assim tão reparador. Não digas "não" demasiadas vezes, ou de contrário o sim nunca sairá dos lábios que já beijaram até que o ar deixasse de circular, mas a vida acontecesse.

Pelo que esperas ainda e enquanto te adias? O que tanto te assusta se afinal até te consideras corajosa? Para onde precisas de te virar para que o ângulo deixe de ser duvidoso? Quem te fez tão mal para que te esquecesses de olhar para o todo o bom do que te rodeia?

Não podes avaliar e reavaliar sem decidir. Não deves retirar-te da equação que mudará a tua vida para sempre. Não te deves assim tão pouco para que te contentes com as migalhas que foste espalhando, talvez para saberes o caminho de volta. Não recuses o amor que te chegou, mesmo que percebas que o pediste com tanto detalhe, que acabou por se te revelar. Está aqui. Estás tu também, mais inteira do que nunca e está a pessoa que moveu a tua pessoa o bastante para que a reconhecesses.


19.3.21

Viagens ...

março 19, 2021 0 Comments


Viagens de volta. Lugares que já não nos servem, mas que serviram para que os percorrêssemos. Momentos que nos falam do certo e do errado e é-o sempre quando já não nos permitimos amar. Desculpas que nunca desculparão a incapacidade de seguir em frente, mesmo que os erros tenham existido, porque a verdade é que sem eles não estaríamos "aqui". Passagens mais ou menos seguras, mas ainda assim atribuladas o bastante para nos recordarem de que viver é isto e pode ser ainda mais. Jogos que por vezes perdemos, mas que passamos a dominar com a mestria de quem está verdadeiramente atento. 

Viagens de ida, mas a poder regressar, mais inteiro e seguro. Viagens que não devemos adiar porque já nos está no GPS da alma. Viagens nas quais deixamos de ser apenas nós e que nos tirarão dos silêncios que já não nos falam, até porque nos dissemos tudo, algures num tempo e momento em que não acreditávamos. Viagens, porque viajar livremente em sonhos e desejos que ninguém deveria poder reter, livram-nos de querer menos do que temos agora. Tenho umas quantas viagens para lamentar, mas estou determinada a mais uma porque nesta sei que estarás à minha espera. Vou arranjar forma de acertar com o teu formato e em cada pequena viagem contigo levarei para além de mim, tudo o que reservei para o homem certo. Tenho umas quantas rotas para redefinir, mas já me sinto capaz de voltar a acreditar nesta viagem, esperando, com TODA a determinação, que não precise de fazer mais nenhuma.

17.3.21

Quantas voltas já dei sem respostas?

março 17, 2021 0 Comments



Dou voltas e reviravoltas no mesmo lugar, querendo e esperando que o antes regresse e que o agora não me impeça de ter o que já era demasiado confortável para que me questionasse. Faço-me as mesmas perguntas, uma e outra vez, mas nenhuma das respostas me convence e por isso continuo de forma obstinada a perguntar pelo que já é demasiado claro. Forço-me a querer de forma diferente da que sinto, até porque já me senti assim e não gostei da falta de controlo enquanto tentava em vão controlar-me e retomar o poder que me pertencia. Paro-me de cada vez que continuar parece ser demasiado obscuro e irreal, mas a realidade é bem diferente da que antecipei enquanto apenas vivia, respirava, usufruía e era eu mesma, sem necessidade de me revelar ou esconder de alguém. Já não sonho sozinha, porque finalmente existe alguém que partilha do que já arrisquei antecipar, mas continuo a acordar da mesma forma, eu comigo e com muitos mais medos dos que carreguei enquanto dormia, achando, de forma inocente, que os apagaria a todos, um a um.

Dou voltas e reviravoltas, mas nunca saio do mesmo ponto onde me coloquei quando decidi desistir do que me cobraria uma mulher mais forte, mais arrojada e descomplicada. Dou votas e reviravoltas achando que tudo acabará, eventualmente, por se tornar tão claro quanto a vontade que tenho de ser amada por alguém como tu e de me render ao que me devolveria a pessoa que já fui antes. 

Ninguém nos garante o "felizes para sempre", mas se mesmo acreditando, escolhermos deixar de o esperar, lendo apenas ler o que tiver legendas e nunca arriscando leituras imprecisas, a serenidade acabará por se instalar e resistir deixará de ser uma necessidade. Ninguém escolhe por nós as "armas" a usar para que nos possamos defender do que eventualmente nos roubaria os silêncios reparadores, os lugares que já conhecemos e a pessoa que nos tornámos enquanto resistíamos ao desmoronar do que já foi tão simples e natural que naturalmente nos beliscou o corpo e alma quando não funcionou. Ninguém parece saber do que sei enquanto tento explicar o inexplicável!

Dou voltas e reviravoltas, mas não avanço o bastante para querer revirar a minha vida e apenas tentar.

16.3.21

Porque disseste que me amavas?

março 16, 2021 0 Comments



Disse que ta amava, mas menti. Passei-te as emoções que esperava receber dum outro, mas para mim nunca chegaram as que me faziam falta. Disse que te amava, mas estava errada, porque o amor não sabe ao sabor que se colou na boca, amargo, demasiado forte para me suavizar e tão vazio quanto ficavam os finais de cada noite. Disse que eras tu e apenas eu sei o quanto desejei  que fosse verdade. Disse que sem ti nada poderia ser igual, ou bom, mas menti...

Os começos têm contornos que os recomeços não entendem e por vezes escolhemos não nos afastar do que até nos deixaria sarados, por sermos demasiado fracos para agarrar a força que acabaria por se fixar, impedindo-nos de sermos levados pela corrente. Ter quem nos tem, sendo quem podemos e temos connosco, deveria bastar, mas bastará que a pessoa errada chegue para que nada mais pareça poder ser feito e não fazemos nada para o mudar.

Disse que te amava enquanto me amavas com a intensidade que tantas vezes sonhei num outro corpo, em todos os cheiros que parecem não ter como me abandonar e em cada beijo que devolvi, cerrando os olhos para que nenhuma luz me mostrasse a dura realidade. Disse que te amava quando já julgava ter a maturidade dos que caminham em linha reta, mas que também se desviam e reavaliam sempre que a estrada não os leve a lugar algum. Disse que te amava porque me soava bem, à esperança que em tempos perdi e ao desejo de voltar a ter desejo genuíno de alguém. Disse que te amava por cobardia e foi assim que me igualei a quem uma vez me mentiu, abandonou e transformou neste ser que já não reconheço.


15.3.21

Como está o meu coração?

março 15, 2021 0 Comments

Será que o meu coração poderia aceitar qualquer pessoa? Poder até que sim, mas certamente que não saberia ao mesmo, não traria as mesmas emoções associadas, nem me levaria QUASE à loucura de uma forma BOA.

Que lugar atribuímos a quem já não parecia ter lugar algum? Para onde fugimos quando nenhum dos sítios conhecidos, ou por conhecer, nos conseguem esconder? Quem vemos com o coração enquanto a mente tenta, em vão, saber o que pensar, pensando da única forma possível, a errada?

Será que a nossa natureza nos afasta do que deveria ser natural, até quando diferente e novo? Precisaremos assim tanto de entender todo o percurso até à meta, não bastaria que nos focássemos apenas no final para usufruirmos melhor da viagem?

Quem somos enquanto tentamos ser alguém diferente, talvez porque a anterior não tenha tido os melhores resultados? O que nos permitimos mudar enquanto mudamos pequenos nadas que nos levariam a deitar tudo a perder? Para que queremos amores seguros se até já sabemos que amar não tem rede e que cair nos fortalece e prepara?

Será que querer-te bastará para que queira menos o lugar onde me escondi, de mim, do mundo e das batidas irregulares dum coração que já controlava?