Para que lado gira o teu lado?
O mundo não é sobre mim, é sobre nós!
Já todos fomos amados incondicionalmente, mal nascemos, assim que nos seguraram no colo que gostaríamos de ter para sempre, mas se não nos afastarem, como fazem os animais que também povoam o nosso Universo, nunca chegaremos a crescer e a entender que NADA, NUNCA será apenas sobre e para nós.
O amor próprio está muito em voga, bombardeiam-nos com a ideia de que teremos que nos saber amar para amar os outros e não deixa de ser verdade, mas o respeito e o amor próprios terão que vir com o crescimento emocional e com a consciência de que somos muitos e que a cada um caberá a sua importância e papel. Não podemos dissociar o outro para sermos nós. Precisamos de reconhecer que os outros nos validam, ensinam e proporcionam o crescimento que sozinhos não teríamos forma de adquirir. O amor deve ser para os outros, olhando para a sua essência e recebendo o que inevitavelmente nos fornecerão.
O mundo, a vida, os caminhos e as escolhas nunca serão apenas para ou por mim. As palavras que banalizamos e que lançamos para fora, com o risco de que magoem e mudem os dias, as acções e as intenções dos outros, têm que ser ponderadas e bem usadas.
Os zangados, os cobradores oficiais do que tiveram e do que nunca lhes chegou, os pequenos por escolha e os que nunca encontram beleza em nada, nem em si mesmos, andam por aqui, por isso têm que ser reconhecidos, não ignorados ou afastados, porque a sua inclusão e percepção do que os rodeia e do efeito que provocam, devem ser salientados para que possam mudar e evoluir.
O mundo nunca será apenas sobre mim, até porque não gostaria de estar "aqui" sozinha, mas vou tentando, todos os dias, aprender de que forma reconhecer que as grilhetas do passado, as dores que me infligiram, os medos de que me rodeei e até as falhas que alimentei, poderão ser tratadas, cuidadas e analisadas para que se dissolvam e me permitam prosseguir.
O mundo tende a alimentar a cultura da fraqueza, da submissão e da adicção, mas somos MUITO mais do que aquilo que nos enfiam goela abaixo, somos TUDO o que entendermos poder fazer por nós, sendo a pessoa que todas as outras quererão seguir. Sejamos cautelosos, mas felizes, resilientes, mas livres; simples, mas resolvidos. Sejamos a nossa melhor versão a cada nascer de dia, agradecendo por cada nova oportunidade de deitar a cabeça na almofada e regressar ao sonho que nos manterá vivos.