27.1.22

Não te pedi para que esperasses!

janeiro 27, 2022 0 Comments



Não te pedi para que esperasses. Não te enchi de falsas esperanças porque também já fui igualmente magoado e esquecido. Não te fiz sentir o inverso do que te tinha reservado, mas não tive como ficar.

Soube sempre que me iria arrepender e que depois de te largar as mãos que seguraram as minhas em vão, nunca mais te voltaria a ter. Soube, demasiado tarde, que me bastaria ter esperado um pouco mais para que todos os meus medos se esfumassem, tal como disseste, mas como fui incapaz de admitir. Soube, de imediato, enquanto olhava para o retrovisor e a tua figura diminuía, que um amor como o teu jamais voltaria, e chorei como os homens aparentemente nunca choram, mas nem as lágrimas me devolveram a paz que ainda busco e que ficou contigo.

Não te voltei a ver, não junto a mim, não de forma a poder tocar-te, mas vejo-te em todas as noites mal dormidas e reencontro-te em todas as manhãs em que me custa levantar. Não te voltei a ouvir e sentir-te passou a ser uma miragem neste mar de água real que nos separa, mas num enorme deserto auto imposto. Não te voltei a esperar como fiz enquanto nos buscávamos e agora apenas espero pelo dia em que o meu coração sossegará com o que não lhe dou e me desculpará pelo que não sou. 

Não te pedi para que esperasses por vergonha, mas mataria hoje por mais umas quantas palavras ditas por mim e aceites por ti. Não te pedi para que esperasses e acabei numa espera que me rouba a pouca vida que me restou e na qual te sei feliz, para minha grande infelicidade.

26.1.22

Quem és afinal?

janeiro 26, 2022 0 Comments


Tens mistério no apelido. És fugidio, diferente, mas muito próximo do que considero certo. Pareces saber muito sobre mim, ficando numa enorme vantagem, já que a cada dia sinto saber ainda menos sobre quem és e o que esperas de nós, se é que esperas alguma coisa. Vais e vens sem promessas, ou desculpas. Falas do que sabemos falar juntos e quando acredito estar a acertar, deixas-me. 

Amanhã estarei por mais um dia à espera e mesmo que me convença do contrário, ou tente, as horas irão correr contigo no pensamento. O que fazes? Com quem acordas e de que forma levas as noites em que não estou por tua escolha?

Não sei ao que soa o timbre da tua voz, mas gosto de a imaginar, sentindo-a entrar em mim e ressoando com as palavras que sabiamente usas, deixando-me a querer mais, muitas mais. Não sei o que pensar de todos os pensamentos que me envolvem e do tempo que me "roubas" até quando estou, mecanicamente, a fazer o que me cabe. Não és igual, ou sequer parecido com os poucos que comigo se cruzam e não te vergas à vontade silenciosa que tenho de ti, mas que descortinas tão bem. Não me deixas liderar no mundo que decidi criar, porque me assenta como a uma luva e nunca estou segura com a tua segurança. Não me pedes o que seria expectável, mas também não ofereces nada do que estou há muito pronta para receber. 

Tens algo que julgava não procurar, mesmo que aparentemente não tenhas nada que acreditasse precisar ou sequer querer. Tens uma luz que chega para me iluminar quando apareces, mas rapidamente me deixas às escuras e incapaz de me renovar. Tens o que ainda não consegui entender, mas já entendo o que sinto quando não te tenho e não gosto.

25.1.22

O que escolhes escolher, o certo ou o errado?

janeiro 25, 2022 0 Comments

O que é errado está sempre disponível, mas o mesmo se passa com o certo, por isso somos nós que escolhemos qual ver e seguir!

O que diz de nós, também, é a forma como olhamos para os outros e os catalogamos. Quando opinamos, quer seja numa crítica construtiva ou destrutiva, fazemo-lo com base no que acumulámos, afunilando ou expandindo o olhar. Somos fruto das nossas escolhas, caminhadas, todas as idas e regressos em simultâneo, ou com enormes espaços temporais. O outro não existe, dizem os aprofundados da espiritualidade, segundo eles estamos todos conectados e por consequência, ao desferirmos algum golpe, ferimo-nos, inevitavelmente.

O senso comum está sempre numa falta constante, tal qual medicamento raro, porque a ser usado, surpreendam-se, resolveria do mais fácil ao ainda mais complicado de forma suave e automática. Tantos que são os iluminados e tão poucas as acções que os complementam. Parecem saber de tudo, sobretudo do prático, mas no que diz respeito ao que nos mantém por aqui, mais unidos e capazes de resistir às cada vez maiores intempéries emocionais, são uns completos imberbes. O que vem depois do gatinhar é a caminhada desajeitada, mas logo de seguida a corrida segura, assim sendo, de que forma ainda toleramos supostos adultos que se arrastam de rabo com medo das quedas que muito provavelmente os salvaria de andarem continuamente às voltas?

O errado é a tua incapacidade de procurares o certo, colocando-o na dianteira de tudo o que ainda te falta fazer. Tenta, uma vez que seja e quem sabe não acabas tão surpreendido quanto resolvido e ainda mais completo. 

23.1.22

O que já fizeste de novo este ano?

janeiro 23, 2022 0 Comments

Estamos muito próximos de mais um final de mês, o primeiro dum novo ano, mas ainda continuo a esbarrar em pessoas que apenas buscam pelo que lhes falta, ao invés de se focarem no que já conquistaram e que nem sequer passa pelo material. Ter, nos dias de hoje, uma mente tranquila, sem os solavancos para onde deliberadamente nos atiram e que recebemos sem questionar, é o que nos pode manter em equilíbrio. Acordar para mais um dia e em cada um usufruir em pleno até do mais pequeno, lambuzando-nos nas conversas que ainda vamos tendo com as pessoas que nos dizem muito; Estar em cada lugar, vendo-o e sentindo até o ar frio ou o sol que parece anormalmente queimar, para esta época do ano, é uma benção e não deve ser tomado por garantido. 

Hoje é o que tens, amanhã logo verás, por isso permite-te estar presente, conhecer-te, saber mais, aprendendo sobre tudo o que te importa e até sobre o que nem julgavas ser importante. Disponibiliza-te para as boas energias, para os momentos únicos e para retirares da lista o que fores conquistando. Faz o que te fizer bem e manda levar no real cagueiro os que discordam, só porque sim, do que nem sequer entendem. Hoje estás aqui e tens mais uma possibilidade de te consertares, enquanto consertas à tua volta o que já não deve estar amanhã. 

O que já fizeste de novo, ou diferente este ano? O que desejas, MESMO, que mude e do qual já nada pretendes levar? O que decidiste dizer-te, para que apenas recebas o que ressoar com a pessoa que te estás a tornar? O que ainda consideras estar certo, quando tudo à tua volta soa a errado e te faz mal? 

21.1.22

Será que és feliz?

janeiro 21, 2022 0 Comments


 . És feliz?

. Não sei, o que é ser feliz?

Tive que me desculpar pela enorme gargalhada que larguei, porque mesmo que o tenha ouvido num filme, fez-me imenso sentido ver na cara dum qualquer cidadão que verbalizou o que tantos por aí pensam, ou sobre o qual nem se atrevem a pensar, a incredulidade e a apatia perante uma vida vivida sem respostas. Sim, foi cómico ver a expressão de conformismo e distanciamento da realidade. São imensas as pessoas que apenas sobrevivem aos duros dias emocionais, já não sentindo nada e achando natural e previsível. Devemos ser felizes SIM, porque a isso temos direito e se não acontecer com quem está ao nosso lado, então...

Que desculpas ainda usas para continuares a viver o mal que tão bem conheces? Quanto tempo de punição ainda te cabe, para que acordes do marasmo e cuides de ti em todas as frentes? O que achas que tens que aguentar para te redimires do mal que te causas e sob cuja factura já pagas tantos impostos?

Quando te fizerem a pergunta mais simples que existe, mas que te forçará a pensar da forma mais complexa, espero, sinceramente, que já saibas a resposta!

20.1.22

Quem é que nos força a crescer?

janeiro 20, 2022 0 Comments



Quem é que nos melhora e permite chegar ainda mais longe? Todos quantos misturam, numa amálgama incompreensível, a maldade da alma e a dureza do coração. Somos fruto do que nos quiseram arrancar, usando argumentos camuflados e levando-nos a achar que estaríamos errados. Mas é na persistência dos mal-amados que passamos a desejar, mais do que nunca, manter a essência e a integridade. Feliz ou infelizmente, apenas percebemos o que NÃO queremos, quando nos tentam enfiar, goela abaixo, comportamentos que nunca iremos aceitar ou entender.

Num mundo ideal seríamos todos boas pessoas, usando apenas as palavras que melhorassem os outros e dizendo, para alem de tudo, a verdade, sempre e apenas a verdade em detrimento da mentira piedosa, ou da que vem bem recheada de requintes de malvadez. Se a vida fosse perfeita, a imperfeição não seria visível, mas a verdade é que ela também nos complementa e permite ver o todo, porque nem só das partes se vive.

Quem é que nos força a crescer, fazendo com que paremos de usar o que apenas nos usa e nos maltrata, muitas das vezes conscientemente? Os que estão próximos, os que se afastam por escolha e os que nunca saberão onde ou como ficar. Quem é que usa o amor que carregamos para nos desferir golpes de puro desamor? As pessoas que muitas vezes vemos como sendo parte de nós, mas que na verdade só nos levam o melhor, deixando-nos com o pior que acumularam e que depois ainda teremos que limpar.