15.5.23

Nunca mais...

maio 15, 2023 0 Comments



Nunca olhes, por demasiado tempo, para quem não te conseguir olhar de volta. Nunca aceites sacos de indiferença disfarçados de amores inexistentes e nunca ouças a mesma desculpa mais do que uma vez.

Sentir que sentia sozinha deixou-me mais solitária e sem vontade de me recolocar no mundo das emoções, mesmo que saiba que algures, num universo tão vasto, exista quem reconheça a minha existência. Saber que sei o suficiente de mim para conseguir aceitar o outro, faz-me ter vontade de ser aceite, mas sem que tenham que existir esforços ou desculpas. Perceber que não poderei ser apenas a pessoa de alguém por a ter escolhido, restaurou-me a paz, mas impeliu-me para o momento em que voltarei a ser tocada, arrepiando-me da forma certa. Querer, bem mais agora, que a boca que a minha beijar não esconda mentiras, mas me passe o que nem a ciência explica, deixa-me de sorriso aberto do deitar ao acordar.

Nunca mais forçarei quem ainda não souber o que faz por aqui. Nunca mais voltarei a dar-me sem receber nada de valioso de volta, porque mesmo sozinha serei e terei sempre o que me basta. Nunca mais voltarei a fingir que não vejo, ou não percebo, porque já tenho dentro tudo o que porá a claro a escuridão que envolve algumas almas. Nunca mais voltarei a ouvir a palavra amo-te sem que a felicidade me envolva com os sabores que tão bem conheço. 

12.5.23

E se não te tiver?

maio 12, 2023 0 Comments



E se não te tiver? Fazia-me esta pergunta vezes sem conta, até perceber que cada dia seguiria sempre comigo dentro e que nem a tua falta me impediria de sentir da única forma que sei, intensamente. Quem fui quando julgava ter-te? A minha versão falsa e falível. Fui bem menos do que alguma vez achei possível, mas foi ao entender as inúmeras possibilidades que me reserva o mundo, que me reservei tempo para regressar a mim.

O que me faz falta é exatamente tudo o que tenho e que na verdade é tanto que esperar por mais me tornaria ingrata. Quem me faz falta será a pessoa que estiver em todas as ocasiões, sendo real e verdadeira, mesmo que na amálgama de defeitos que nos cabe a todos. O que não quero deixar de ter é o que me ocupa cada um dos momentos que vivo à minha velocidade, cuidando de tudo o que faz de mim a pessoa que vale a pena ter por perto, desde que aos outros não falte a integridade, o respeito pelo que são e pelo nome que carregam e que seguramente já semearam e desejam ver florir.

E se não te tiver? Ter-me-ei de forma a que volte a ter quem me faça amar ainda com mais desejo e entrega. Terei forma e formatos que se adequarão a quem for a minha pessoa adequada. Terei sons e sorrisos cheios de luz e sem que a escuridão se volte a instalar. Terei o que sou capaz de dar e faço-o sem qualquer esforço. Se não te tiver, como na realidade nunca tive, terei mais tempo para saber quem afinal permito na minha vida.

10.5.23

Qual o nosso propósito?

maio 10, 2023 0 Comments



O que nos acontece tem sempre um propósito. Quem nos chega, por vezes apenas para rapidamente partir, fazia-nos de alguma forma falta. As fases pelas quais passamos alimentam-nos o crescimento, se estivermos atentos e mantivermos o desejo de continuar a aprender. O que nos acontece muda-nos, mas é a nós que cabe escolher se para melhor ou pior.

Há muito que parei de reclamar com a vida, porque a verdade é que ela me dá, diariamente, variadíssimas escolhas e sou sempre eu a fazê-las. Tornei-me mais atenta a quem sou e o que faço de tudo o que me fazem, mas é de sorriso nos lábios que percebo ser cada vez melhor. Mostro-me mais quando me explico, mas já não perco demasiado tempo a explicar-me para os que decidem não entender. Há muito que o tempo passou a correr a meu favor e uso-o sempre para que continue neste percurso com mais força e habilidades.

O que nos acontece tem as legendas que decidimos ignorar, ou que lemos como se de uma língua estrangeira se tratassem. O que nos chega, ou quem, trará algo que precisamos de acrescentar ou reavaliar, mas será sempre uma benção, mesmo que disfarçada. As fases que nos cabem terão que ser todas devidamente vividas, de contrário repeti-las-emos tantas vezes quantas a nossa teimosia teimar.

8.5.23

O amor é?

maio 08, 2023 0 Comments



O amor não é apenas um sentimento, é uma ação. O amor faz acontecer e movimenta-se, mesmo quando não te faz feliz, provocando choro e dores, mas ainda assim fazendo com que continues e permaneças. O amor é o prémio atribuído apenas a uns quantos, mas são tantos os que o desperdiçam. O amor chega quando menos esperamos, mas se esperarmos demasiado pelas certezas, acabaremos mergulhados nas dúvidas que o levarão de volta.

De tudo o que já aprendi, continuo agarrada ao quanto pode ser fácil reconhecer e querer alguém. O difícil está em tudo o resto da vida e nas escolhas que fazemos para que o transformemos da forma errada. Do muito que já vivi, enquanto e pelo tempo que fui amada, percebi que se sabe pouco, mas ainda assim nada se procura, permitindo que continuemos, quase todos, na mais completa ignorância quanto ao que nos proporciona um amor retribuído.

O amor é bem mais do que se lê e escreve e tem tantas facetas quantas os rostos que enfeita. O amor é a soma de tudo, mas a subtração de bem mais, se não o soubermos entender e adaptar. O amor, este eterno lugar comum a cada dia mais raro e precioso, é o que um dia planeio ter e replicar.

6.5.23

Se falhar enquanto amo...

maio 06, 2023 0 Comments



Se falhar, e falho umas quantas vezes, faço-o consciente do que preciso de fazer para continuar a tentar até que seja forçada a desistir!

O amor vem com objetivos definidos e de cada vez que chega, sabe exatamente o que precisa de nos ensinar. A falta dele carrega igualmente grandes lições, mas a maior será a de nunca desistirmos de o carregar, recebendo-o da pessoa certa. O amor nunca promete eternidade, mas obriga a mais empenho, entrega e muitos ajustes até que o aceitemos em pleno. São tantos os que desistem de o passar, alegando que é difícil de manter, mesmo sabendo-se incapazes de afastar a solidão que se instalará quando estiverem sozinhos.

Se falhar enquanto amo, será tão somente por não ter sido amada de volta, mas permaneço crente e determinada a encontrar a outra metade inteira de mim, sem pressas, nem castigos autoinfligidos. Se nunca mais voltar a ser amada como preciso, amarei as formas, os lugares, todos os momentos e sentimentos que amealhar e seguramente que nenhum arrependimento me refreará a dinâmica ou a força. Se falhar, e ainda o faço, será apenas por ainda não ter encontrada a pessoa que a minha reconhecerá.

5.5.23

You and me!

maio 05, 2023 0 Comments


Dançámos ao som das músicas que falam de nós. Usámos os silêncios para nos enchermos do que nos define e nos mantem. Permitimos que o tempo corresse sem a habitual pressa que nos rouba de nós e estivemos MESMO juntos.

Fomos bafejados pela sorte que se cola a quem se reconhece e disponibiliza, sabemo-lo e é por isso que agradecemos, todos os dias, por cada um dos dias que temos conseguido multiplicar. Encontrámo-nos num mesmo tempo e momento e soubemos de que forma o usar para que passássemos e ser dois. Aprendemos a ouvir enquanto escutávamos e foi assim que as nossas histórias se juntaram às que ainda iremos criar. 

Amámo-nos com a intensidade que nos caracteriza, mas desta vez teve um sabor novo e tão diferente, que ainda o estamos a tentar entender. O teu toque revitaliza o meu e é com uma vontade impossível de descartar, que nos tocamos sem parar. Olhar-te enquanto te descubro, faz-me descobrir mais sobre esta mulher que te ama. Tens nos meus sorrisos os compromissos que não cobras, mas que passaram a existir com a nossa existência. Saber de tudo o que já sabes de mim, sossega-me a alma antes tão receosa duma solidão solicitada. 

Dançámos para lá das músicas que ouvimos e usámos os corpos para nos unirmos ao que aceitámos receber e que chegou para permanecer. Dançámos como quem faz um amor com tudo dentro!

3.5.23

Nunca te amei de volta!

maio 03, 2023 0 Comments


Perguntaste-me de que forma te amaria se fosse capaz, mas a verdade é que há muito que o deixei de saber e nem sequer me recordo da última vez em que senti a pele impregnada pelo sentimento mais poderoso que se conhece!

Não escolhi de que forma te acolher, porque o amor não se impõe, ou sequer pede, mas acredita que já cheguei a sonhar com um igual ao que me tiveste. Não reconheci o teu sabor, mesmo que os beijos tivessem sido tão fortes, quanto foram os danos que te provoquei. Não entendi o porquê de tanta química e intensidade em cada toque, mas foi em vão que te toquei, aguardando, com alguma esperança, pelo dia em que estaríamos na mesma passada, dando-nos e fazendo um amor bonito e verdadeiro. Não planeei a minha saída e por isso permaneço preso num limbo que me atormenta, por saber que te perdi no processo. Não sou culpado da minha falta de amor, mas podem-me ser imputadas responsabilidades pela ilusão que nos criei. 

Falaste-me sempre com esse coração gigante que alberga os sentimentos que amealhaste, mas o que ouvi tinha apenas os meus ruídos de fundo. Deste-me as mãos que soltava a cada "até logo", sabendo que não era por elas que esperava, mas aceitando-as de forma cobarde e infantil. Amaste-me, é um facto, mas é igualmente verdade que nunca te consegui amar de volta.