7.9.23

Tanto que fui para ti!

setembro 07, 2023 0 Comments


Tanto que fui para quem nada foi para mim. Tanto que dei para apenas receber migalhas de volta. Tanta entrega, cuidado e amor, para que nenhum amor me tocasse, devolvendo-me os sentimentos que sempre envolvem os que querem, desejam e estão prontos. Tanto tempo a ser tanto.

Imagina o que farei de "ti" que me amarás de volta, se me ofereceres um espaço e lugar que seja apenas meu e pensa em tudo o que serei contigo, se me souberes e quiseres olhar, estando comigo nos abraços verdadeiros, nas palavras sem duplo sentido e nos beijos que apenas beijarão os meus lábios. Imagina, porque já é o meu exercício diário, o que serei capaz de multiplicar para que te sintas pleno, se te deres inteiro e sem qualquer subtração que me desarrede. Imagina o quanto já tenho sonhado contigo, mesmo que ainda sem rosto, mas sentindo-te em cada toque e bebendo de todas as palavras que repetirás, parecendo já teres ouvido cada uma das minhas. Imagina o sabor do amor que faremos...

Tanto que investi sem nada pedir, mas esperando que tudo viesse sem esforço. Tanto que me doei, para apenas acabar vazia, nua de sentimentos recíprocos e entorpecida pelas sucessivas dores infligidas. Tanto que esperei, numa espera desesperadora, pelo dia em que tudo seria verdadeiro. Tanto tempo a deixar fugir o meu tempo.

3.9.23

A meio caminho de casa!

setembro 03, 2023 0 Comments



A meio caminho de casa, com mais de metade dum tempo e lugar que não previra, nem antecipara. A meio caminho de regressar para o que conheço, reconheço, mas mudo, renovo ou adapto, para que me mantenha como sou por dentro, inquieta, mas ainda assim numa quietude que me segura a cada dia mais.

A meio caminho de retomar os sabores, os sons e cada nascer e por do sol. A meio caminho de me regenerar o suficiente para agradecer, verdadeiramente, por tudo o que tenho e por cada uma das pessoas que fazem esta caminhada comigo. A meio caminho de acumular ainda mais caminhos que me permitam continuar a evoluir, conhecendo-me bem melhor e sabendo que já sei de quase tudo o que preciso, para fazer bem as coisas, fazendo-me cada vez mais e melhor no processo.

A meio caminho de regressar para a casa que transformei em lar, inteira, mas já limpa de alguns dos pedaços que me prendiam nem eu mesma sei ao quê. A meio caminho de casa, ansiosa, mas resistindo à ansiedade que poderia estragar o que ainda preciso de experienciar. A meio caminho de já saber o caminho que farei, igual geograficamente, mas tão diferente que quase duvido do que fiz e superei, superando-me. A meio caminho de mais feitos e de ainda mais sonhos. A meio caminho de casa, porque é para casa que preciso sempre de voltar. A meio caminho da casa que já não está vazia e onde cada parede respira da alma e do coração que coloco em tudo o que faço. A meio caminho de ter o meu caminho de volta!

2.9.23

Sim, sou feliz sem ti!

setembro 02, 2023 0 Comments



Sim sou feliz sem ti, e só não o seria, se tivesse sido verdadeiramente feliz contigo!

Sou feliz com a paz que me invade quando não preciso de me justificar e inevitavelmente infeliz sempre que não encontro justificações para o que és e fazes. Sou feliz com os sons que uso, porque sou feita de muitos, mas sabendo que nunca o serei com os barulhos ensurdecedores que te envolvem, por estares demasiado virado para o mundo exterior. Sou feliz incluindo-me em cada decisão e escolha, algo que te viste sempre incapaz de fazer. Sou feliz sem qualquer esforço e dependendo apenas de mim, porque sou capaz de acordar e adormecer sozinha, mas sempre comigo.

Somos seres adaptáveis, mesmo que nos envolvamos em hábitos e rotinas. Somos maleáveis e capazes de mudar até de quadrante, se o lugar e o sentir não forem os que nos representem, mas não o seremos todos, uns quantos, alguns de nós, nos dias de hoje muitos mais do que o desejável, não mudam, não refletem e reincidem, porque repetir é simples e não obriga a esforços desmedidos. Somos cada vez mais egoístas, mas tendemos a exigir muito dos outros. Somos ingratos com os que nos respeitam, mas enchemos de "tudo" os que nunca nos darão nada que permaneça. Somos uma geração demasiado devastada emocionalmente, mas não vou dizer que me surpreendo.

Sim, sou feliz sem ti e sê-lo-ei bem mais quando já não me lembrar do motivo pelo qual achei que poderia, alguma vez, ser feliz contigo.

31.8.23

Queres fugir do amor?

agosto 31, 2023 0 Comments


Não tenho forma, nem desejo, de fugir ao milagre do amor. Não tenho como deixar de lado o que ladeia toda a minha vida, conferindo-lhe sentido e sabor. Não tenho como escolher a dor, quando liberto tanto amor e permito que saia por todos os poros, jorrando sob quem me souber de que forma me amar.

De que forma se desperdiça o que nos engrandece e fornece o combustível que suaviza as quedas e os ressaltos do mundo? Para onde se olha quando não existe ninguém para quem olhar e nenhum amor para partilhar? Por que motivo se aceita o pouco, o de sabor fugidio e as palavras que se perdem no ar pelo vazio e inconsistência? Porque é que ainda esbarramos em quem não segura com ambas as mãos o amor que lhe é atirado, devolvendo-o para que nunca se perca?

Não tenho forma nem formato melhor do que aquele que me enche e preenche o coração. Não sei amar aos pedaços e nunca dou sempre na proporção do que recebo. Não faço perguntas em vão e nunca deixo de responder a quem precisa de me ouvir para saber o que sentir. Não vou apenas por ir e pretendo sempre voltar mais inteira e engrandecida. Não aceito menos do que mereço e faço sempre por merecer tudo.

O que é que importa para quem se quer verdadeiramente importar com o que nos adoça os lábios, colocando luzes e cores onde apenas existia escuridão? Espero e desejo que importe o amor, o cuidado, a verdade e a firmeza. O que é que nos alimenta mais do que comida e nos hidrata melhor do que a água? A resposta caberá inteira a "ti", tal como as escolhas que fizeres para que possas ser contemplada na vida de alguém, saindo do anonimato, mesmo que metade do mundo não saiba da tua existência. O que é que nos confere força, coragem e certezas até nas dúvidas? Espero não precisar de te responder, porque o que te desejo é um amor do tamanho daquele que consigo sentir, até e quando não sou devidamente amada.

26.8.23

Somos tão pequenos sem amor!

agosto 26, 2023 0 Comments



Somos tão pequenos sem amor. Saboreamos pouco, ou nada, quando as nossas bocas não usam e abusam, para além dos beijos, das palavras que nos levam em cada som, dando-nos em pedaços que sobram e fazem falta. Perdemos tanto da vida se a vivermos apenas sobrevivendo e sem partilhas que nos colem a outro ser. Colecionamos doenças da alma e da mente se não nos oferecermos com tudo o que acumulámos, para que alguém se enriqueça e se una. Somos mais frágeis se sozinhos, mesmo que resistentes por inerência. Somos subtraíveis se não existir, por perto, quem nos some cada emoção, multiplicando a vontade de permanecer, por tempo indeterminado, a criar e a ter emoções. Somos tão pequenos sem amor!

Já tenho como falar de todos os sentimentos que me construíram e fortaleceram, até quando pareciam abanar-me as estruturas que ainda tentava solidificar. Sei o sabor do desamor, mas já me lambuzei em amores que me fizeram querer continuar a replicá-los. Já fui a pessoa mais importante de alguém e já tive, comigo, a pessoa que reconheci, escolhi e recebi. Já me refiz no molde do amor, renascendo mais inteira, mais capaz e ainda mais plena para o poder dividir. Já quase desisti de o encontrar, mas apenas até perceber o quão cíclicas são as estações, tal como as emoções. 

Somos e seremos sempre demasiado pequenos sem amor, mas alguns não desistem de o receber, aninhando-o nas conquistas e acertos, mas aceitando-o quando e de cada vez que seja difícil e carregado de escolhas erradas. Somos o que conseguirmos fazer sentir, porque não existe outra forma de sentirmos o que mudará todas as viagens, preferencialmente para melhor. Somos feitos de outras partes inteiras e é por isso que permaneço na busca da minha, porque somos tão pequenos sem amor.

22.8.23

Que vida me calhou?

agosto 22, 2023 0 Comments



A vida vem e vai em etapas que por vezes galgamos, mas que também vivemos, os mais sábios, de forma a sorver cada lição, todos os dias de chuva intensa e os que nos quase nos queimam pelo sol que fica bem mais do que "lá" fora. A vida como a conheci, ainda menina, ansiosa pelo mundo que me esperava e inquieta o bastante para inquietar todos ao meu redor, não se transformou em nada que tivesse sonhado ou sequer antecipado. A minha verticalidade, pés no chão, mesmo sendo dum signo de ar, e todas as convicções de que me fui rodeando, afastaram uns quantos, mas permitiram que os melhores permanecessem. A completa ausência de síndromes de Cinderela, fizeram com que não almejasse ao mesmo que as restantes meninas e mais tarde mulheres com que me cruzei. Queria-me entender e sorvia os dias que envolvia nas palavras que sempre me encheram e preencheram, tendo aprendido a sua importância logo aos cinco anos de idade.

A vida, esse enigma que se quer ver desvendado, vem até nós com a intensidade com que nos colocamos lá, onde tudo acontece, mas também suaviza o que tratamos de manter tranquilo, previsível quanto possível e consistente até que nos mudemos após evoluir. A vida que me calhou, tem trazido bem mais do que me atrevi a pedir, porque até sou de pedir pouco, entendendo que receberei na proporção que der. A vida, a que tenho agora, colocou-me no lugar, ponto e momento que desejei e fiz por ter. Já me parei de reclamar, ao invés reavalio, analiso-me ao milésimo de segundo, cansando-me obviamente, mas retirando o que não fará falta para depois, ou mantendo o que nunca sobrará. A vida vale mesmo a pena ser vivida e não o entendi apenas hoje, mas passei a valorizá-lo muito mais agora, mas continua a dever-me um amor que me ame verdadeiramente, tanto quanto já aprendi a amar.

20.8.23

Fui tão somente indo...

agosto 20, 2023 0 Comments



Fui indo, numa viagem nova e que parecia de fim anunciado mal começou, mas escolhendo agarrar-me ao que não tinha e fantasiando o que me deixaria mais completa. Fui aceitando o inaceitável, "vendendo-me" por tão pouco, que no final nada sobrou. Fui apagando o meu brilho para não encadear, mas esquecendo-me de que precisava de toda a luz para manter o meu caminho. Fui vivendo com as migalhas que apenas me sujaram as mãos, escorrendo até acabarem vazias. Fui respirando de forma pesada, engasgando-me no ar que mantinha dentro para não rebentar. Fui passando as mensagens erradas, dias após dia e mesmo que as legendasse, soube sempre que nunca seria lida ou sequer ouvida.

Tudo o que nos magoa mais do que amacia, acaba eventualmente por desgastar até a vontade mais férrea. Já provei do verdadeiro sabor do amor intenso e ainda o mantenho vivo no coração e nos lábios, porque foram deles que saíram os sons que me enchiam por dentro e foi com cada um que devolvi tudo o que senti. Já tive, de forma inteira, quem me teve e cuidou, tanto, que o resultado só poderia ser este, o que carrego hoje e me representa. Já soube o que significava saberem de mim, sendo olhada enquanto vista e ouvida com a devida atenção. Já fui tão amada, que nunca me poderei voltar a contentar com amores pequenos. Já senti os toques que me incendiavam a pele e me colocavam um brilho invulgar no olhar. Já fui a primeira escolha na vida de alguém.

Fui derrotada quando tentei apenas dar-me, sem quaisquer condições ou cobranças vãs, mas também já regressei do lugar mais solitário que conheci, regressando a mim e à minha casa interior. Já pousei as armas e rendi-me ao universo, acreditando que me dará sempre o que me fizer falta para continuar a crescer. Já me parei!