11.11.23

E se morresse hoje?

novembro 11, 2023 2 Comments


Se morresse hoje, o que te faltaria, ou que partes de mim levarias para o tempo que o meu teria visto interrompido?

Do lado de lá, na dimensão da qual nenhum voltaria a ser ou a sentir, estou segura de que te veria e manteria onde ainda permaneces. Saber do que sei, porque cedo me fez sentido, assegura-me de que não terei do que reclamar por te ter escolhido. Mas entender e aceitar que pouco está nas minhas mãos no que te toca a ti, já me tocou tão dentro, que aprendi a deixar seguir, seguindo na viagem que me confiara antes.

E se morresse hoje, não por ter partido, mas por me teres partido em pedaços, quem continuarias a ser e o que conseguirias ver, se eventualmente soubesses para onde olhar?

Aqui, onde me encontro, neste lugar que me ofereci, acreditando que me saberia honrar, a liberdade insufla-me de forma determinada o corpo e a alma. Aqui e no agora, estou a aprender a soltar o controlo que erradamente acreditava ter, permitindo-me a espera que vai deixando de me desesperar. Aqui e em cada momento novo, renovo os votos de todo o crescimento que ainda me falta somar. Aqui e pelo tempo que parei de me recriminar por não te ter sabido conquistar, sinto que conquistei o direito de me continuar a respeitar. 

Se morresse hoje, já não terias como saber ao que sabe um amor com o qual apenas escolhemos amar.

9.11.23

Vi-te, mas já não foi igual!

novembro 09, 2023 0 Comments



Vi-te, mas não foi igual. Senti-te, mas o meu corpo não reagiu da mesma forma. Olhei-te, mas não pousei os olhos como antes. Vi-te, mas tudo o que foste antes deixou-me sem vontade de continuar a querer.

Os teus abraços envolviam-me, antes, numa sensação de afago, de cuidado e de emoções partilhadas, acreditava eu, porque assim o escolhera, mas agora não anseio por nenhum, até porque já não seria devidamente abraçada. Os teus beijos enchiam-me a boca do que era para ti, mas apenas para me deixarem vazia do que tinhas disponível e foi sempre tão pouco. Os teus tempos não corriam em direção aos meus e por isso vivíamos num constante descompasso que nos afastava bem mais do que unia. Os teus desejos encaixavam-se num formato diferente de mulher e foi assim que nunca me encaixei.

Vi-te, mas já não foi igual, talvez porque tenhas deixado de ter um lugar cativo num qualquer canto do meu coração cansado. Vi-te, mas apenas para perceber que nunca te tinha visto verdadeiramente e que na verdade tens muito pouco do que me sobra. Vi-te e o vazio invadiu cada veia, bombeando o sangue ao contrário. Vi-te, talvez pela primeira vez e não tive como explicar o que tanto me fizera querer-te. Vi-te de perto, mas já estavas irremediavelmente longe.

7.11.23

Sabes do que gosto no amor?

novembro 07, 2023 0 Comments


Gosto das certezas que um amor novo me passa. Gosto de gostar sem demasiadas perguntas, mas esperando que as respostas surjam. Gosto dos silêncios que dizem muito e gosto das palavras cheias de verdade e sentimento. Gosto de querer sentindo que me querem de volta, porque gosto do prazer e da adrenalina que me circula nas veias quando me permitem um lugar. Gosto que o depois seja apenas o seguimento do agora a dois, e gosto de acordar sabendo quem me segurou na noite, nos sonhos e nos braços. Gosto da paz que me insufla quem me ama, porque gosto de amar com serenidade. Gosto de saber quem me toca o corpo pronto e gosto de quem me enche a boca com beijos que sabem ao sabor que passo. 

Gosto das certezas que só um amor real passa e deixei de gostar de amores que fingem amar, porque são esses que me matam devagar.

5.11.23

Sonhos que apenas o serão!

novembro 05, 2023 0 Comments


Existem sonhos que nunca serão mais do que isso mesmo. Existem momentos que não conseguimos ver replicados, mesmo que nos doemos por inteiro. Existem passados que marcam presentes futuros e existem dores que jamais nos sairão do coração e da alma. Existem amores que serão eternos sonhos.

Nunca beijes a mesma boca que te enche de palavras sem sentimento, por achares que os teus bastarão. Não te permitas envolver com quem nunca se envolve, não como fazem os que apenas querem amar enquanto vivem. Nunca repitas os mesmos erros se já os identificaste e não te desculpes por insistires no que te deixa vazia de ti. Não esperes pelo que não te sabem dar e não dês esperando e esperando até que a espera te mate. Nunca entregues o que não terás forma de receber e sobretudo não te mintas, não tu, nunca tu.

Existem sonhos que apenas servirão para sonhar, por isso aprende a distingui-los da realidade!

30.10.23

Hoje tive-te mesmo?

outubro 30, 2023 0 Comments



Tive-te de forma diferente e por isso acabaste a ter-me como talvez tenhas esperado sempre. Senti-te, mais uma vez, a parecer que será desta que te voltarás para o lado onde me encontro, escolhendo-me e não apenas porque te escolhi. Tive-te com um sabor que me ampliou o amor e amei-te de forma ainda mais intensa, acreditando que intensifiquei o que construímos. Tive-te sem reservas e reservando-me o direito de te dar tudo o que amealhava, acreditando sempre que o virias a querer.

O amor não escolhe a quem escolher, apenas determina o que aparentemente fará mais sentido, mesmo que nos sintamos, por vezes, deslocados, incapazes e imbecis por tanto esperar pelo que eventualmente terá por chegar. O amor é um acumular de sentimentos que arremessamos na esperança de que nos seja devolvido. O amor, esse estado de graça, muitas vezes nada engraçado, revolve-nos as entranhas quando não somos amados, mas deixa-nos com a sensação mais inebriante quando o conquistamos. O amor que te tenho cresceu até na penumbra, mas a luz instalou-se, forte, determinada e a iluminar tudo à sua volta. O amor que agora me tens, tem-me mantido mais serena e confiante no percurso que continua a ser no imediato, porque apenas nos resta viver o presente que o passado adiou, mas que o futuro se encarregará de manter ou fazer esquecer.

Tive-te com TUDO o que sempre achei que representavas e isso refletiu-se no que nos demos, porque já o aprendemos a fazer. E Tive-te, finalmente!

28.10.23

Será que me ouves?

outubro 28, 2023 0 Comments



O que é que ouves quando não falo? O que entendes do que nem eu pareço conseguir entender, sobretudo por me fustigar, apenas para que te mantenhas firme no propósito de te manteres? O que esperas do tempo que tem corrido à velocidade do som, para que a espera termine, a tua porque me desejas curada e a minha porque anseio por uma cura milagrosa?

De cada vez que magoamos, porque escolhemos ignorar ou porque fomos escolhendo quando olhar, deixamos marcas que nos estreitam as possibilidades de viver e conviver com serenidade, e é nesse turbilhão de emoções que nos afastamos do amor e de tudo o que carrega. Sempre que adiamos o propósito de incluir quem já nos escolheu, por nos ter reconhecido, afastamo-nos dos toques, das palavras simples, mas intensas e das certezas que o outro nos merecia. 

O que sonhas e com quem, para que o acordar valha mesmo a pena? Que planos já te permites, mesmo que planear amorosamente seja um luxo ao alcance de poucos? Quanto vale a tua determinação em amar da mesma forma que és amado, partindo do princípio que já sabes que o mundo vai continuar a girar à mesma velocidade, quer estejas ou não preparado?

Será que me ouves quando não falo?

21.10.23

Do que se alimenta o amor?

outubro 21, 2023 0 Comments


Nenhum amor resiste à falta de amor de quem se ama. Nenhum sentimento bastará se estiver instalada a indiferença e o desapego que um olhar que não olha, provoca. Nenhum desamor poderá alguma vez carregar sabores que valham a pena manter, sobretudo quando nos mantêm reféns do que não existe. Nenhum lugar será nosso se ainda não nos tivermos, sabendo quem somos e o que esperamos do que nos espera, mesmo que nunca pareça chegar ou acontecer no momento certo.

Do que se alimenta o amor?

De verdades que até poderão ser dolorosas, mas que nos afastarão dos eternos faz de conta. Da entrega sincera e do tempo que oferecemos para que nos devolvam ainda mais tempo. Das conversas genuínas entre dois interlocutores empenhados. De carinhos que se prolongam para lá do toque e dos sonhos que não receamos partilhar. Do respeito e da amizade pura e inequívoca. De tudo o que nos acrescenta mais do que rouba e do único roubar permitido que tem o formato dos beijos.

Nenhum amor resiste a conflitos internos que carecem de nome por falta de avaliação e nenhum amor alguma vez poderá ter esse nome se apenas o parecer, sem que jamais o consiga ser.