9.1.24

Tanta falta já me fazia...

janeiro 09, 2024 0 Comments



Estava a sentir falta de mim. Já não me olhava da mesma maneira e via muito pouco de quem sempre fôra, com algumas melhorias e crescimento, mas sempre eu para mim. Começava a zangar-me com as eternas indecisões e só parecia conseguir decidir pelo que me destratava. Estava com tanta falta de mim, que me procurei, incansavelmente, sobretudo na noite, enquanto pacificava o coração agitado e lhe devolvia bom senso.

Tenho posições inegociáveis, porque preciso de estar do lado de dentro de mim para me transparecer por fora. Tenho os dias que correm como o faço, energicamente, ou usando de toda a resistência que já passou a ser bem mais do que física. Tenho pareceres que não parecem razoáveis aos outros, mas que me asseguram de que a minha forma é a certa. Tenho muito mais de mim hoje, depois de uns quantos tombos emocionais e revoluções internas, porque gosto duma boa luta comigo, até porque no final "acabamos" sempre vitoriosas. 

Estava a sentir falta dum bom Blues, apenas instrumental, com muita guitarra, a mesma que um dia saberei tocar de forma exímia, faltando-me apenas apurar o gosto por um vinho rosé, aquele que ainda me saberás ensinar a escolher, acertando até no que o acompanhará e que já não serei apenas eu. Estava a desejar, ardentemente, ter o meu tempo todo de volta e de não precisar de voltar a explicar o que me parece tão óbvio quanto necessário à minha paz. Estava a sentir imensa falta de mim, mas reencontrei-me no que perdera, por escolha e porque é assim que tudo acontece, escolhendo quando e até onde ir. Estava a precisar mesmo que traçar rumos que passassem apenas por mim, aceitando que ainda não me cruzei com que quem já tenha os seus bem delineados, mas acreditando, piamente, que o saberei mal aconteça. 

8.1.24

Será que a mente nos mente?

janeiro 08, 2024 0 Comments



Que memórias boas precisaste de ir criando para conseguires resistir aos embates da vida?

Nem tudo o que julgas e relatas como tendo sido bom e positivo, o foi realmente, porque a nossa mente mente-nos sobretudo para nos proteger. Nem todas as histórias que contas e recontas, começaram e terminaram como as replicas hoje, parte delas nunca aconteceram de forma bonita e nem te chegaram a deixar saudades.

Que memórias escolhes manter de situações e pessoas que te magoaram mais do que permitiram sorrir e usufruir?

Entendo que por vezes não saber a verdade nos alivia do peso da realidade, mas viver numa redoma também não pode ser a solução. Entendo que escolhemos amar quem desejaríamos ver no nosso futuro, mas que por vezes nos deixa enormes queimaduras físicas e emocionais e para que não nos destruam, decidimos inventar umas quantas histórias bonitas e dignas de romances épicos. Entendo que não ser visto, nem escolhido nos magoe o ego, mas mil vezes a verdade nua e crua, do que a mentira que apenas nos retira poder.

Que desejos de felicidade manténs colados às memórias que ainda reproduzes, alimentando nada mais do que mentiras?

6.1.24

Tardes de paz!

janeiro 06, 2024 0 Comments



Estou numa tarde comigo, vendo o chá a borbulhar e admirando os sons, alguns novos, que me envolvem e serenam a mente. Presto mais atenção aos que têm histórias válidas para contar, sobretudo para poder cimentar quem sou, aceitando-me na diferença e nunca sentindo falta de outros caminhos ou escolhas, mas capaz de os equacionar. Uma tarde na qual vou ouvindo o que preciso para confiar que sou quem determinei e que estou pronta para mudar, mudando a parte do mundo que me pertence. Uma tarde tão tranquila quanto é a minha mente quando me foco no que importa e apenas me importo com os que valem a pena.

Gostava de esbarrar, mais vezes, em pessoas cheias de histórias válidas e que fossem capazes de validar a minha curiosidade inata, tal como a necessidade de saber do que permite ser ainda melhor. Gostava de não precisar de me proteger tanto, respirando livremente o ar que não me mantém apenas viva, mas reajusta umas quantas rotas e determina lugares. Gostava de poder gostar de pessoas menos gostáveis, quiçá para saber ao que sabem os seus dias de alma cinzenta e os momentos fugidios aos quais se agarram por mais nada conseguirem ser e ver sozinhos. Gostava de já ter trabalhado muito mais a tolerância, mas percebi, atempadamente, que o tempo não corre a meu favor e que não esperará pelas minhas indecisões. Gostava de já estar onde me consigo ver mal acordo, mesmo que o como e o quando não me pertençam, apenas o quê. Gostava de ter ao meu redor almas plenas de certezas, pessoas com sorrisos sem esforço e com caminhos bem delineados, mesmo que passíveis de alterações previstas. 

Estou, hoje, como me desejo, comigo, mas sempre atenta aos que povoam parte dos lugares que me cabem, porque mesmo sozinha, não pretendo sentir-me só. Estou numa tarde reveladora, porque percebi do quanto na realidade preciso para não precisar dos que nunca estiveram, mesmo que o tenha desejado. Estou, ainda, com o coração cheio do amor que em breve terá um destinatário, sei-o, porque já o remeti devidamente.

5.1.24

Amores com sabores amargos!

janeiro 05, 2024 0 Comments


Os amores que nascem apenas da necessidade de amar, não são os mais fortes e por norma acabam por ruir, alguns devagar e outros de forma mais demorada e sonora!

Quando somos apenas nós, os que amam, a conseguir olhar mais para a frente, querendo TUDO, porque amar é tão somente isso, o TUDO de que a falta dele nos privou, certamente que assim nos manteremos. Quando somos apenas nós, os que amam, a dar com energia, procurando pelo que nos guia e move de forma honesta, importando-nos com tudo o que importa ao outro, estamos inevitavelmente condenados ao fracasso.

Os amores que não caminham de mãos dadas até quando o fazem, nada conseguem fazer por quem ama verdadeiramente. 

De cada vez que escolhemos olhar para o lado contrário, na ânsia de que um novo movimento já nos surpreenda e traga um pouco do que fomos capazes de oferecer, apenas cultivamos mais desapontamentos, vendo, com clareza a cada dia, que estamos apenas a projetar amor na pessoa errada. Após cada regresso sofrido, sabemos exatamente o quanto continuaremos a sofrer em nome do tal amor que NUNCA chega, mas continuamos, estoicamente, dirão alguns, à espera de um pouco mais do que NADA.

Os amores que esbarram nos que sabem realmente amar, mas que o fazem de soslaio, demasiado devagar e a desrepeitar o que NÃO deveria, sob nenhuma circunstância, ser permitido, nunca serão fortes o bastante para prosseguir.

4.1.24

Sentes-te corajosa hoje?

janeiro 04, 2024 0 Comments


O que fazes quando percebes que já nada há a fazer? Desistes, aceitas e segues com a tua vida, reconduzindo-te. Para onde te viras quando percebes que nunca foste vista nem sentida? Para dentro, para ti, recompondo-te. Até onde passas a ir quando achas que já foste demasiado longe? Provavelmente de volta ao lugar onde estavas antes e que tanto te custara a identificar.

Mantém-te verdadeira contigo e verás que a única coisa que importa, em cada dia, é que não voltes a permitir que os dias corram em vão. "Limpa-te" de tudo o que conspurcou corpo e alma e levanta a cabeça para veres melhor e mais alto. Sê a tua melhor escolha e versão, pousando, outra vez, o olhar no que antes te era visível e real. 

Quem procuras em primeiro lugar quando te sentes perdida de ti e do que afirmavas ser? Quem te sossega o coração e apazigua a mente quando ela quase explode de todos os pensamentos que se atrapalham pela ausência de serenidade? Quem te diz o que precisas de ouvir, mesmo que da forma mais dura, mas ainda assim realista?

Conta ao contrário, do 5 para o 1 e reativa o que mantinhas na inércia. Escolhe escolher-te e recomeça, quantas vezes precisares, para que eventualmente o início seja definido e te faça avançar. Desiste sem que te soe a falta de coragem, porque escolheres o certo e pelo caminho que muitos se recusam a fazer, é sinal de imensa bravura. 

2.1.24

Tantas saudades de ti!

janeiro 02, 2024 0 Comments



As saudades ameaçam impedir-me de funcionar. A vontade de te tocar, sentir e olhar, mantém-me acordada noite fora, com vontade de correr até ti. As horas não passam e a minha ansiedade também não.

- Falta pouco meu amor - tentavas em vão sossegar-me, quando tu mesmo largavas, aqui e ali, surpiros incontroláveis.

- Quero parar de contar os dias e as horas. Quero ter-te outra vez . murmuro a cada oportunidade de reclamar da tua falta.

Estarmos longe não nos distancia nem diminui o amor, mas amplia a insegurança, mudando todas as rotinas e afastando-nos do que poderia ser mais ligeiro e até doce. Estarmos em pontas opostas do universo sabe a castigo auto-infligido, mesmo que tivéssemos calculado cada posicionamento e percebido o quanto beneficiaríamos ambos no futuro. Estarmos apenas nós, sem o outro que nos completa, deixa-nos vazios até mesmo na correria diária.

As saudades de ti fazem-me analisar cada momento, seguindo a linha do tempo desde que nos reconhecemos. Passei a apreciar melhor as nossas longas horas ao telefone e as gargalhadas sonoras seguidas dos amo-te que nunca evitamos. Já não consigo recordar-me de quem era antes de seres o que agora tenho e pretendo manter.

- Um dia vou estar em cada acordar e adormecer, abraçando-te e entrando em ti até que te queixes e me peças para parar. Vou-te beijar para te roubar o ar e deixar que as minhas mãos percorram cada centímetro desse corpo que me pertence. Um dia vou-te provar o quanto estou "aqui" para ficar, mulher da minha vida.

1.1.24

E se estivesses mesmo acordada?

janeiro 01, 2024 0 Comments


Um dia acordas e percebes que não gostas da pessoa que te estás a tornar. De repente, como se nada pudesses fazer para o mudar, instalam-se medos que surgem quais monstros em pesadelos intermináveis e o teu poder para os afastar afasta-se, sorrateiramente. Quando percebes, porque te tornas mais frágil e sonora, passas a temer até a sombra, acreditando que se agigantará para te devorar.

Nada como a dor emocional que te infligem, uma e outra vez, para que te desvalorizes sozinha e te abandones no chão frio, pequena e incapaz de te lembrares do valor que sempre tiveste. Nada como os nadas de forma repetida para que acredites, mesmo que por alguns minutos, não seres o suficiente. Nada como as palavras sem sentido, contrariando os carinhos e afagos supostamente sentidos, para que passes a caminhar nua e sem alma. Nada como um desamor recente para que te esqueças do quanto já foste amada.

Um dia acordas, depois de muitos sonhos revoltos e noites mal dormidas, e percebes que percebeste tudo ao contrário, porque na verdade eras tu a ser em demasia, assustando quem apenas se alimentara, anos a fio, de pouco, muito pouco. Um dia acordas a conseguir sorrir, porque a verdade é que te mantiveste a mesma, mas a perceber que se não recebes o que é teu por direito, ganhas o direito de finalizar, definitivamente, todos os fins anunciados.