12.4.24

O que preciso de ser?

abril 12, 2024 0 Comments


Não tenho que ser, nem preciso de querer que me queiram pelo que julgam saber de mim. Não me escudo em desculpas que nunca desculpariam o que não me representasse e jamais, em nenhum dos momentos que uso para estar comigo, poderia passar o que não tenho.

Não sou parecida com o que dizem ser desejável, provavelmente porque torna tudo menos dificil de entender, mas também não dificulto o que para mim será sempre fácil. Não busco os mesmos lugares, mesmo que saiba o quanto tornaria a minha vida mais simples, se simplesmente seguisse, na passada dos outros, pelos caminhos que já desbravaram. 

Não preciso do que aparentemente é necessidade comum e dificilmente me ouvirão reclamar do que não cuidei, porque é a mim que cabe caber no mundo que escolho. Não vou sem saber de que forma voltar e nunca começo o que souber não poder terminar.

Não sou feita da massa que todos mexem e remexem, até no mesmo recipiente, porque planeio ser muito mais, todos os dias, para mim, vazando-me inevitavelmente para os que amo. Não canto num timbre comum, mas sei de que forma me encantar com as músicas que eu mesma escolho e no final sou quem importa.

O que precisaria afinal de ser para poder pertencer? Provavelmente TUDO excepto quem já sei que não sou e é por isso que NÃO pretendo mudar.

10.4.24

Quantas perdas te vestem?

abril 10, 2024 0 Comments



Perdas inevitáveis quando, inevitavelmente, te deixas levar pelo que sabes não ser real. Batalhas que se avolumam e que perpetuam a guerra, arrancando-te os pedaços que tanto te custaram juntar. Momentos que te impedes de viver, enquanto vives de forma forçada, o que sabes ser de mentira.

Não te iludas por demasiado tempo, não quando já tens todas as respostas e quando partes dos teus dias deixam de ter sabor. Não te massacres perante a incapacidade de quem afinal nem conheces, porque apenas estarás a relegar-te para segundo plano. Não aceites o inaceitável em nome dum amor que apenas criaste no teu imaginário fértil, porque ele cairá tão depressa quanto chegou, e sem aviso, como o fazem quase todos os amores. Não te dispenses dos lugares que já ocupavas, apenas para que possa caber quem nem sequer desejou entrar. Não aceites o não como resposta para o que deveria ser um sim definido e sincero.

Perdas que se colam a todos, aos que perdem por escolha e aos que escolhem, durante demasiado tempo, não perder o que julgavam valer a pena. Perdas que nos recordam do quão bom era não ter por perto quem nunca nos desejou o bastante para nos manter. Perdas que demoram a aceitar, mas que nos permitirão entender melhor quem somos e o que fazemos por aqui. Perdas, porque fazem parte de qualquer processo, mas que nunca nos poderão levar a que nos percamos de nós.

6.4.24

Do que é que gostava?

abril 06, 2024 0 Comments



Gostava de ser egoísta, tanto, que preocupar-me apenas comigo fosse o que soubesse fazer melhor e nenhum remorso me inundasse a alma. Gostava de não precisar de pedir para ser gostada, não à minha maneira, porque já o saberias. Gostava, muito, de já ter as respostas que fui buscando mal te comecei a amar e gostava, ainda mais, de não ter que me preocupar com perguntas sem resposta.

Todos os caminhos que vou fazendo e que escolhei incluir no meu roteiro emocional, têm-me levado aos lugares certos, sinto-o, porque vou entendendo os motivos pelos quais ainda os percorro. Todas as escolhas, até as que nem parecem ser minhas, têm-me mostrado os pedaços inteiros, fazendo de mim uma mulher ainda mais determinada e forte. Todos os beijos que nunca desperdicei, foram-me sabendo ao que sou capaz de dar enquanto amo e é com TODA a certeza que percebo amar como apenas poderia acontecer.

Gostava de não precisar de reiniciar a nossa história de cada vez que algo se quebra, ou que alguma ponta se mantém irremediavelmente solta. Gostava de viver o simples, o certo e o real. Gostava de saber como voltar de cada ida e de poder regressar sempre que sentisse vontade. Gostava de poder pesar e medir o quanto gostas de mim.

Todas as vontades que mantemos até quando parecem não ser o que nos melhoraria, permitem-nos avançar mesmo após alguns recuos. Todos os sonhos que conseguirmos sonhar acompanhados, até quando sozinhos, seguramente que servirão para que se tornem realidade e é por isso que uso cada minuto de todas as longas horas, para te manter no lugar que reservei apenas para ti.

30.3.24

O preço das escolhas!

março 30, 2024 0 Comments



O preço a pagar por cada uma das escolhas que se faz, sendo mulher, é por norma muito alto! 

Já paguei contas que não estavam na lista, mas também já deixei umas quantas por pagar, por indiferença, medo, ou incapacidade. O preço que me pedem, a vida na sua grande maioria, é tão avassalador, que não raras vezes acordo com o pulsar acelerado dum coração que não controlo, mas ainda assim aliando-o à mente que me tem preservado. O preço de saber exatamente o que TENHO que fazere o que NUNCA poderia alguma vez ser feito por mim, quase que me derruba e amiúdes vezes maltrata, mas são essas as minhas escolhas e é com elas que aprendo a viver.

O preço da dor que um amor mal correspondido provoca, é pago em tranches longas e penosas, se não soubermos como as encurtar. O preço de sabores que as nossas bocas recebem, quando estão a receber o NADA que se instala imediatamente após cada um, impede-nos de aceitar o que NÃO deveria, sob nenhuma circunstância, ser aceite. O preço da mentira que cresce e mutila, mas que dificilmente se mantém escondida, afasta-nos da nossa verdade e muda-nos, irremediavelmente, para sempre. O preço de cada SIM, quando sabemos de antemão até onde nos levará, devolve-nos inevitáveis negas, muitas das que acaberemos a sentir na pele, no corpo dolorido e na alma cansada. 

O preço de amores que não o são. O preço de idas e vindas sem fim. O preço de lugares que desejamos manter. O preço das coisas que temos e das que almejamos conquistar. O preço dos sentimentos que suforcamos quando somos mães. O preço de saber línguas diferentes e o preço de não as ter aprendido. O preço de ser autónoma e o preço de nunca conquistar o que nos tornaria livres. O preço que nos colocamos e o preço que os outros julgam ter. O preço das escolhas que teremos que continuar a fazer, vida fora. O preço a pagar por sermos nós...

20.3.24

Nada x nada!

março 20, 2024 0 Comments


Vazios que se instalam quando já mais nada parece ser suficiente, ou valer a pena. Pensamentos que se materializam e sensações que se transformam em verdades impossíveis de negar. Medos que se colam à pele e quase nos derrubam pela impotência. 

Nada como o nada de sempre para que o agora não tenha forma de nos restaurar do muito que antecipámos, mas ainda assim fizemos acontecer. Nada como a incapacidade de aceitar o que nos esventra e mutila para sempre, para que o amanhã tenha um olhar diferente, vazio e sem cor. Nada como deixar de sentir, mesmo que a dor nunca nos abandone, para que deixar de sofrer se transforme numa miragem. Nada como o desamor para que qualquer amor novo se esfume, porque o impediremos de entrar.

Nunca te deixes para mais tarde, porque o amanhã estará aí, ao virar da esquina e depois de um qualquer dia aparentemente normal. Nunca te negues o que fará de ti a pessoa com a qual quererás viver, porque serás a única a restar. Nunca uses de demasiadas desculpas, nem mesmo para ti, para desculpar o que os outros escolher ser e fazer. Nunca esperes do exterior o que apenas o teu interior comporta, porque acabarás irremediavelmente desapontada.

Nada como regressares ao que conheces, para que a determinação se mantenha e te restaures do que não poderás controlar. Nada como saberes o que fazer do amor que carregas, para que saibas, sem qualquer dúvida, quem o poderá receber. Nada como permaneceres determinada até no que te assusta, para que eventualmente os sorrisos regressem. Nada como nunca aceitares o nada que te oferecem, como se te pudesse servir, para que sirvas o propósito que te trouxe até "aqui". 

14.3.24

O que é o amor para ti?

março 14, 2024 0 Comments



O amor não é uma utopia. Amar não é apenas um lugar bonito quando todos os outros já deixaram de o ser. Amar não são palavras ditas apenas porque soam bem. Amar não é só o céu azul, mas também as nuvens cinzentas para as quais escolhemos não olhamos. Amar é saber a quem e com quem, mesmo que a vida nos diga não ser o momento certo e pareça errado, aos outros, mas nos importe muito pouco. Amar é um movimento natural e será tão fácil quanto formos verdadeiramente capazes de amar.

Aceita quem te aceitar de imediato e foge, ou recusa, quem não te souber escolher. Entrega-te, sem condições, a quem te amar incondicionalmente. Guarda, bem junto ao teu peito, cada sorriso e afago que te deixe de alma cheia. Oferece, porque não existe outra forma, o melhor de ti, para que recebas bem mais e maior, tão somente por não teres desistido do amor.

Amar é uma lição eterna, nunca totalmente aprendida, mas que deverá ser acolhida, frequentada e entendida até quando os inevitáveis testes parecerem demasiado difíceis. Amar és tu e eu quando não fazemos qualquer esforço para sermos nós. Amar, para mim, é o que escolho fazer no único lugar que não abdico de frequentar. Amar como aprendi, é o que faz de mim a pessoa a quem valerá a pena conquistar, porque de mim virá apenas mais amor.

11.3.24

Quando é que te amei?

março 11, 2024 0 Comments



Amei-te cedo demais e acabei amada tarde demais!

Nunca sabemos dos tempos que nos reservam os que nos foram reservados, mesmo que sem entedermos os motivos. Nunca conseguimos receber se a entrega for demasiado empenhada e resolvida, porque nestes tempos os dias parecem correr ao contrário, e ser a que sabe, quer e entende, passa a ser mal entendido. Nunca vamos ter como acertar os passos com quem escolheu não caminhar connosco, por mais caminho que nos disponibilizemos a abrir. Nunca teremos nada mais do que o nunca mais, se insistirmos em quem não pretende manter-nos.

Amei-te cedo demais, muito antes de saber quem eras e do que eras feito. Amei-te acreditando que conseguia ver para lá do que mostravas e desejando que o meu desejo te contagiasse. Amei-te por te ter fantasiado, acreditando, por breves, mas longos instantes que se eternizaram na persistência que sempre coloco no amor que consigo dar, que ainda me surpreenderias. Amei-te, mas nunca senti qualquer amor de volta e foi sozinha e com alguma ingenuidade, que tentei mudar quem nunca pretendeu mudar-se. Amei-te cedo demais e foi já tarde que aceitei o quanto os meus medos de falhar me falharam redondamente.

Não tiveste como me amar, porque não era amor que procuravas. Chegaste tarde, porque a tua corrida era lenta, mas determina pela direcção oposta. Amaste-me, eventualmente, quero agora acreditar, quando o amor já não me podia restaurar ou seuqre curar. Amaste-me por imposição e foi por igual razão que resolvi desistir de prosseguir. Amaste-me tão tarde, que os dias passaram a saber aos anos que ainda nem sequer carrego.

Amei-te cedo demais, mas sem que qualquer acordo ou promessa me tivesse sido feita. Amei-te sozinha e por escolha, a mesma que agora uso para me amar de volta, recuperando o único poder que tenho.