26.5.12

Eu primeiro!

maio 26, 2012 0 Comments

                                     


Era suposto sairmos hoje, jantar, conversar sobre nós, redefinir prioridades, mas não apareceste, nem avisaste, simplesmente recolheste-te no que sabes fazer melhor, nos silêncios, nos teus medos nem eu mesma sei bem de quê. 

Vou deprimir, chorar, cair na tristeza dos corações abandonados? Nem pensar! Vou sim aproveitar a minha noite, um fim-de-semana todiiiinho só para mim e cuidar-me. Estive bem mais de uma hora na banheira, com espuma, velas que espalhei, som ambiente, e fui recordando passagens da minha vida, percursos, escolhas. Saí com a pela cheirosa, macia e após me limpar com todo o cuidado, passei um óleo de pêssego, vesti um body preto e fui para a sala dançar.

“I don´t wanna lose you” da Tina Turner, sentia-me sensual, feminina e deixava o meu corpo rolar lânguido, ao som  de uma canção cuja letra já não corresponde ao que eu quero. O que eu não quero afinal é perder-me a mim mesma, perder a possibilidade de me sentir a pessoa mais importante da minha vida. Quem me quiser tem que entrar total e completamente, não poderá deixar pedaços, vontades, sonhos ou sequer sons de fora. O que dói mais é o que não se entende, o que não se ouve, vê ou antevê.

Eu sou mulher, bonita por dentro e por fora, sinto com intensidade, respeito, amo e dou de volta tudo o que recebo. Não sou metade de nada, procuro o que me faz feliz e sei agora melhor do que ontem, tudo o que preciso para sorrir de manhã, para levar os meus dias com passos seguros, e confiantes e chegar às noites completa, sequiosa de outros amanhãs, onde apenas estarão os que na verdade importam na minha vida.

Lamento que não queiras, que não consigas dar nem receber mais, que sejas pequeno e mundano no desejo, lamento por ti, e lamento sobretudo que tenhas perdido a oportunidade de ter por perto quem certamente te encheria de vida, de amor, de sensações, de danças sensuais, de músicas eternas. De todo o amor que não te cabe na alma, lamento, mas eu não me quero perder!





14.5.12

The sight of You!

maio 14, 2012 0 Comments

Estou a olhar-te, vejo-te, mas não me mexo, não quero que percebas que estou aqui, sinto-me encolher até ficar invisível. Estás bonito, bem cuidado, oiço o som das tuas gargalhadas e elas doem-me por dentro, a tua felicidade já foi antes a minha, mas hoje tudo o que te move não tem o meu nome, não anda na minha direção, já não somos mais nós, és tu, com uma vida nova, és tu com as escolhas que fizeste e que não me incluem. Julguei que seria mais fácil, nunca me senti verdadeiramente dependente de ti até que me faltaste. Prometi que te traria de volta, mas baixei os braços, recusei-me a mendigar, a soltar as palavras que tantas vezes me pediste.
- Porque te custa tanto dizer que me amas? Porque és tu sempre tão distante, tão assustadoramente segura?
Mas eu não era assim, distante, fugia de ti sim, de ficar presa, de passar a precisar de ti para sobreviver, viver, sentir, querer, e apenas porque amar assim me assustava, não queria ser “addicted to love”, queria ter poder, mandar nos meus sentimentos, queria… até ao dia em que percebi que já o era e que a vida ficava vazia sem ti.
Passei a olhar-me ao espelho sem voltar a ver a mulher que impressiona tanto os outros, eu já não estava mais lá, fugira, nem sei bem para onde. Em tempos dissera que jamais alguém me perderia, me levaria a alma, me obrigaria a arrojar pelas sensações de desespero, a chorar pelos cantos baba e ranho de cada vez que não estivessem para mim, mas enganei-me, afinal sou humana, sou mulher, sofro e choro, caramba e como choro. Juro que inundei a casa, deveria ter armazenado a água para dias mais secos.
Noutro tempo e lugar iria rir de mim, dizer que eram pieguices, mas agora não falo, não reajo, deixo-me ir, resigno-me e enrolo-me à espera de que tudo passe, tudo o que me faz deixar de ser eu mesma. Afinal eras a outra metade que eu nem sabia que buscava, encontrei-te e só para te perder de novo. Que Gaja burra!
Finalmente levanto-me, conserto o vestido de corte elegante, afasto os longos cabelos que por momentos me mantiveram escondida de mim mesma e sinto os olhos que me seguem, sou sempre assim admirada e desejada, mas que pena sentiriam da mulher que me tornei se me vissem por dentro. Tu entretanto já te foste, de bem com a vida, bem acompanhado, a rir com aquele riso que tantas vezes ouvi, agora já te foste e uma vez mais desisti de querer, de pedir, de correr para o que representas na minha vida. Escolhi ficar aqui!
Estou a olhar o mar, perco-me na sua imensidão e estremeço, de medo, de frio, de ansiedade, de desespero. Como será que se sobrevive ao desamor? Como se recomeça? Por favor alguém que me tire a dor, me dê colo, me aperte e conforte. Tenho medo, tanto medo de acabar só, vazia, de nunca voltar a ter por perto quem me faça rir de mim mesma, de me soltar, de andar descalça e de sentir para além do que em vão sempre quis controlar. Eu não sou dona de mim, não mando em nada, nem sequer no meu coração, sobretudo nele!

7.5.12

De volta a mim!

maio 07, 2012 0 Comments

Feelme/De volta a mim!Tema:Contos!
Imagem retirada da internet
Estou a olhar para ti mas não acredito, quantas vezes dei comigo a desejar o reencontro que agora aconteceu? Nem eu sei, mas não reajo, quero tocar-te, saber se és real, mas os meus músculos estão paralisados. Estás a sorrir-me, já percebeste que estou incrédula e dás-me, pacientemente, tempo para que recupere. 

Quem é que conhece a sensação de querer tanto alguma coisa que até se surpreenda ou duvide quando finalmente chega? O que foi diferente hoje? Será que esperei com mais força, mais vontade? 

Hoje por acaso foi daqueles dias em que gritei bem alto, enquanto conduzia lá para os lados de onde te vi e senti pela última vez, gritei o teu nome, cerrei os punhos em desespero, tenho alguns dias assim, em que desespero de tanto desesperar, outros serão bem mais tranquilos, serenos, mas hoje quis-te, tanto, tanto que talvez me tivesses ouvido por dentro. Não queria ter que esperar, ter que continuar a sonhar-te apenas, queria e quero sentir-te e como anseio por te sentir de novo.
- Sou eu, vem cá minha querida, deixa-me olhar-te.
Falaste, é a tua voz, aquela mesma que me despertava diariamente para a vida que ansiava mudar, e apenas porque entraste nela. Existem almas gémeas sim senhora, eu atesto, outras que já nos conheceram e que reconhecemos mal vemos e ouvimos. Eu conheço-te de outras eras, de outros amores que te tive, porque sei que sempre te amei, a ti que reencontrei agora.
- Não é possível, parece que os anos não passam por ti, continuas na mesma linda, mais madura, mas de olhos brilhantes.
Enquanto me falavas baixinho, sentia as tuas mãos nas minhas nádegas, na minha cintura, tocavas-me, mexias-me, estavas a sentir-me de novo, como da nossa primeira vez, daquela vez em que passei a sentir o teu cheiro, em que tive os teus abraços fortes que até hoje me reconfortaram sempre que te ansiava. Eu não sei, porque és tu, mas sei que o és, que te sonho sempre tão real, que só poderias estar outra vez aqui a olhar-me. Eu apenas me aninhava no teu peito, não te queria largar, o teu corpo quente estava de volta ao meu.
- Já te disse que te amo? Que te vou amar e querer até que te esfumes para sempre?
- Disseste-me mais vezes do que eu a ti, porque fui um fraco, porque senti sempre que não estava à altura de ti.
Calei-te com o beijo pelo qual esperei tanto, mas tanto, que agora ponho a alma, a dor, a vontade e todos os sonhos que sonhei de ti e contigo, juntos com ele. Sonhos nos quais voltámos a amar-nos com a intensidade a que nos habituámos. Ter-te dentro de mim foi sempre reconfortante, completo. Sempre que te implorava – “Por favor amor entra dentro de mim, preciso de te sentir até que te fundas em mim”. Fazer amor contigo não era apenas físico, era uma necessidade mental, irreal, que vinha das entranhas. Acho que tanta intensidade te assustava sim. Ao contrário de mim não acreditas no além, em reencarnação e em outras vidas. És terra a terra, mas até tu te perdias em explicações vãs do que seriam estes sentimentos.
Estamos ambos nus, olhamos o tecto de mãos dadas, respiramos pesadamente os orgasmos intensos e múltiplos que tivemos. Fora sempre assim e nada mudara ainda.
- Alguém te deu o mesmo que eu, em todos os corpos que procuraste?
- E como sabes tu que tive outros corpos?
- Sei, porque sinto, porque te conheço como a mim mesma. Procuraste outros corpos que te afugentassem de mim. Tiveste outros orgasmos, mas não eram os mesmos. Não tens por onde fugir se quiseres ser tu de novo, e já o entendeste.
- E tu esperaste por mim?
- Eu espero por ti faz muitas vidas. Assim será, até que todas elas sejam vividas.
Estou eu agora por cima e vou-te recordar o quanto é bom sentires-me, como o meu calor te queima, te enlouquece.
- Ninguém se mexe como tu. Enlouquece-me outra vez, lembra-me de ti, sê minha.
Desta vez prometo que não te deixo fugir, ir embora. Vou-te ter, vais ser meu, vou-te matar de amor, de calor, de beijos, de medo de não me teres mais. Vou ser tudo o que precisas e desejas. Mais do muito que sei que ainda te posso dar!

29.4.12

Saw You!

abril 29, 2012 0 Comments
Feelme/Saw You!Tema:Contos!
Encontrámo-nos à porta de um centro comercial de uma terra que não nos dizia nada, nem a ti nem a mim, mas que ficava a meio caminho para os dois. A curiosidade que ambos sentíamos em saber como seria a pessoa por detrás da voz já tinha chegado ao ponto de, “I can´t stand it any longer”. Sempre que falava-mos ao telefone, sobre os mais diversos assuntos, os timbres, sobretudo o meu como teimavas em dizer, fazia-nos enlouquecer de vontade. Eu aparento sempre uma tranquilidade enganadora, e tu, um desespero inexplicável.

- Calma miúdo, por que estás tão ansioso?

- Miúdo, eu? Pois, deixas-me assim, a tua voz enlouquece-me.

- Imagina que te desiludes.

- Nem pensar, estou mais do que certo de que vais corresponder ao que imagino de ti.


Interessante como eu não imaginava absolutamente nada de ti, nem face, nem expressões, absolutamente nada, julgo que seria auto - defesa, mas na verdade não criei expectativas, não queria e não podia.

Identificaste-me pelo carro e pelos cabelos compridos cor de cobre. A tonalidade era demasiado invulgar e contrastava com os olhos enormes de um verde - escuro melancólico sob umas pestanas longas e igualmente acobreadas. Nunca passava despercebida em lugar algum, mesmo que assim o desejasse. O meu metro e setenta sob umas longas pernas e um busto generoso compunham o restante quadro.


- Uau! Eu imaginava, mas assim? Que mulherão!

Larguei-te um sorriso rasgado, estava tranquila por fora, mas sentia um leve tremor interior, tu tinhas atrás de ti um sinal de perigo e agora já o tinha desrespeitado. Apareceste-me enorme, de ombros largos e com um olhar que inspirava confiança. Demos um longo abraço, cheirei-te intensamente, entranhaste-te em mim e nas minhas roupas. Adorei o teu sorriso e os teus lábios carnudos e rosados. Tive uma vontade enorme de os beijar, mas controlei-me e dei-te a face que beijaste longamente e bem junto aos meus lábios. Sussurraste-me que eu era bem mais do que alguma vez poderias imaginar. Sentámo-nos a beber um café que sobrou na chávena. Queríamos falar de tudo, sobre tudo o que nos interessava, as pessoas à nossa volta não importavam, não as víamos sequer.

- Vamos para um lugar mais tranquilo?

- Sim, vamos - respondi-te eu sem sequer supor que o que já pretendias era ter-me, mas acabámos na garagem do centro, dentro do teu carro, com um cd de música espanhola, suave e muito agradável. Lembro-me que te perguntei quem cantava, mas rápido me esqueci do nome e só te escutei a ti. Tiraste o casaco que deixaste no banco de trás do carro e assim que te sentaste ao meu lado, agarraste-me a cara, que aninhaste em ambas as mãos, e deste-me o beijo mais quente, doce e reconfortante que alguma vez recebi. Correspondi totalmente para meu enorme espanto, não te desviei ou tentei que parasses, durou uma eternidade, não foi sôfrego nem desesperado, foi intenso, cheio de vontade, de nós, do que já ansiávamos há muito, foi o beijo que qualquer mulher deseja. Nesses longos, breves segundos, foste totalmente meu, passaste-me tudo o que sabes e és.

- Porque olhas para mim assim?

- Porque és igualmente bonita por dentro e por fora. Tens noção que acabámos de fazer amor? Sentiste o mesmo que eu, ou fui demasiado rápido para o que esperavas?

- Foste tudo, até o que não esperava. Que bom que vim, que te conheci.

- Estás a pensar no depois?

- Não meu querido, o depois ainda não chegou, o agora és tu, aqui, comigo. Não quero usar palavras que não falem do que sinto, simplesmente porque não adiantariam.

Ficámos um par de horas mais, aninhados um no outro, a sentirmo-nos e a falarmos de nós. Contámos coisas triviais das nossas vidas, demos boas gargalhadas e olhámo-nos bem fundo. Não tínhamos urgência para chegar onde quer que fosse, e nem sequer sabíamos se algo estaria a começar, ou se pelo contrário eramos apenas duas pessoas a usufruírem uma da outra. Foi bonito, intenso e ao mesmo tempo pacífico, saí de ti cheia de vontade de construir coisas novas para mim, de estar sempre onde verdadeiramente fizesse a diferença. Vou passar a querer cada dia mais do muito que ainda preciso de ter para ser uma mulher completa e tu, tu vais estar sempre no meu pedaço de história. Tu já és parte de mim!


25.4.12

Me dancing!

abril 25, 2012 2 Comments




Já não me recordava de quando teria saído à noite assim, tranquila, sem amarras, sem horas para regressar, apenas com o intuito de me divertir, de estar com pessoas bonitas, divertidas, vivas. Éramos um grupo de mulheres bastante generoso, ok, exagerado, acho até que assustámos os homens mal entrámos. Cada uma mais bonita do que a outra, sim eu também, claro. Ainda faço voltar muitas cabeças. Ah pois!

No início da noite fui-me deixando ir nos seus risos, olhei em volta, sorri para mim mesma, gostei da sensação de estar descontraída, pronta para me sentir. A música estava ainda suave e consegui seguir alguns olhares que me seguiam, mas eis que começam a tocar o “Would I lie to you”, do Charles & Eddie. Saltou-me a mola, levantei-me e fui dançando languidamente até à pista. Eu sei que quando danço estou viva outra vez, o meu corpo ganha movimentos que me transcendem, sou naturalmente sensual, mas quando danço mato! Culpem a genética se quiserem, ou a minha mistura de sangue africano, mas na verdade tudo no meu corpo vibra logo que a música o atravessa. Foi por isso inevitável ser olhada e admirada, alguém sussurrou que seria impossível olharem-me sem me verem. Algumas pessoas nascem com certos dons, o meu será talvez este, o de alimentar sensações através das que provoco.

Quando finalmente dei pela sua presença, estava quase em cima de mim, de olhar incrédulo e igualmente intenso. Viril, de boca carnuda. Tinha um sorriso indefinido, de desejo, de espanto. Não tive como fugir, nem sequer vontade. Soube-me bem sentir que me desejavam, senti um arrepio na coluna, os meus seios ficaram mais rijos, caramba, afinal estou mesmo viva, desperto emoções e consigo que me façam sentir desejo. Ou será fomeca? Nãaa! Nem todas as pessoas conseguem mexer connosco, este homem estava ali para me mudar a noite, quiçá a vida, e eu queria. Que sensação estranha, mas ao mesmo tempo tão boa por dentro. Estou de vestido preto, bem cintado, de decote generoso, nada exagerado, mas no entanto deixa antever o que tanto enlouquece os homens. De botas altas completo o conjunto, ajuda-me na minha sensação de domínio, de segurança interior. Sei que estou bonita, apetecível, sinto-me arrojada e gosto. Sou eu a dominar!

Sinto o teu abraço forte na minha cintura, estamos bem próximos agora, consigo ouvir a tua respiração descompassada e já não vejo nada à minha volta, para além de mim só estás tu. Desejo-te, quero-te na minha boca, estou bem encostada a ti, esmagas-me os seios, sopras-me nos ouvidos que sou bonita, que te enlouqueço e sentes-me estremecer do prazer que já antecipo. De onde saíste tu? Porque me deixas assim? Será da música?

Eis que me tiras o ar, comprimes os meus lábios, não me dás margem para qualquer movimento, estás dentro da minha boca, da minha alma, sinto a tua língua quente, suave, que se move sem pressas, sei exatamente o que fazer, como te acompanhar, nunca te beijei antes, mas parece que sempre te tive, a tua boca é a que eu desejei. Seguras-me a nuca, sinto o teu prazer encostado em mim. - Quero-te, por favor quero-te, consigo sussurrar.

- Estás a ter-me, estás a sentir a minha vontade de ti. 
A música está a terminar, já vislumbro os olhares incrédulos das minhas amigas que nunca antes me viram enlouquecer e perder as estribeiras. Algumas sorriem, outras quase que aplaudem e eu por dentro estou mais inteira. Se não tiver mais nada de ti, tive o bastante. Trouxeste-me de volta a certeza de que é possível, algures, ao som de qualquer música, sentir a nossa natureza em força. A tua voz determinada e viril, os teus lábios suaves, doces e irresistíveis deram-me o mundo de volta. Fiz amor contigo, tive o prazer que muitos corpos jamais sentiram mesmo sem que tenhas estado dentro de mim.

Já tudo se calou, os sons e as cores e até as vozes que ecoaram sem palavras. Passou a noite onde o meu corpo encontrou outro que lhe encheu e preencheu como nunca achara possível. Ainda carrego o teu cheiro e sei o sabor dos teus lábios. Estás tatuado nos meus sons, nos movimentos que o meu corpo solta sem o meu controle. Foi a dançar que te tive e vou querer a tua boca outra vez. Um dia, numa outra música!

15.4.12

Sofia

abril 15, 2012 0 Comments


- Então Jorge, por onde tens andado homem que ninguém te põe os olhos em cima?
- Iiiiiih! Nem tu queiras saber.
- Já percebi, há passarinho na costa.
- Nem mais. Encontrei a mulher da minha vida.
- Not again! Lá vamos nós. Quem é agora?
- A Sofia do quinto piso.
- Da informática?
- Sim, a morena que vimos no almoço a semana passada.
- Estás a gozar. Aquela… bomba??
- É linda Antunes, linda!
- Conta, conta tudo. O que andaste a fazer?

Estes dois já se conheciam desde a faculdade, chegaram a partilhar namoradas, altas sessões de sexo em camas encostadas. Até gemiam em conjunto e passavam horas a deslindar as capacidades anatómicas.

- Caramba, a fulana era malabarista ou quê? Perguntara Antunes aquando da tarde inteiiiira com a Joana. Ou seria Ana? Bem, na verdade não importava muito. Coleccionavam, na verdadeira acessão da palavra, romances de cama e até partilhavam gostos e medidas.

- Ouve, é desta que eu fico pelos beiços, esta é diferente Antunes, completamente.

Nada o preparara para uma mulher assim. Para além do seu corpo perfeito, curvilíneo, ancas generosas, ligeiramente mais baixa do que ele que estava no metro e setenta e cinco, possuía longos cabelos negros, uma pele morena, parecia ter chegado de uma qualquer praia paradisíaca. Que pele sedosa, não se cansava de a tocar e mexer e beijar e chupar. E os lábios? Oh deuses, aquela boca enlouquecia-o. Que boca, e que sorriso, sob uns dentes brancos e imaculadamente certos. Deitava-lhe um sorriso malandro, de mulher segura de si, mas na intimidade…
Deitada na cama, disponível, mas quieta de olhar arregalado, com aqueles olhos de castanho mel, ali parecia uma menina, obedecia-lhe, implorava-lhe que se acalmasse, sim, porque o seu gemer o enlouquecia, ficava louco de vontade de lhe morder, penetrava-a sem cuidado, simplesmente porque não queria sair de dentro dela, era sua e exigia-lhe! – .

- Jorge por favor!
- Queres que pare?
- Não, não…
- Pede-me então.
- Quero-te dentro de mim, por favor anda. Jorge calma, não me magoes meu amor, calma.
- Não consigo, não me canso de ti. Caramba, o que fiz para te merecer. És linda, e como te mexes querida, que movimentos, queres enlouquecer-me?

Era uma menina mulher, parecia ter toda a experiência do mundo, mas ficava submissa e Jorge virava-a e revirava, possuindo-a como um louco, usando de meiguice e de força e sentia-se descontrolar, sobretudo quando a Sofia se vinha.

- Avisa-me quando te estiveres a vir Sofia, quero partilhar tudo contigo.
- Jorge, porque não te consigo saciar amor.
- Tonta, estás a fazer tudo bem, tudo ouviste-me?
- Mas tu não te vens…
- Eu vou-me vir, mas quero ter-te toda, anda, dá-me essa boca, deixa-me chupar-te. Sabes que quase me enlouqueces com esse gemer? És minha?
- Sim amor, tua, toda tua.
- Vira-te linda, anda cá.
- Não, por favor amor, estás demasiado excitado, não…
- Meu amor, anda que não te vou magoar, vou-te fazer minha, ter-te até que me doa a mim por dentro.

- Jorge, vais-me contar ou não?
- Meu amigo. A partir de agora sou oficialmente um homem de uma mulher só. E esta eu não vou partilhar contigo, nem sequer em pensamentos.
- Foste agarrado?
- Chama-lhe o que quiseres, mas sou diferente, quero, amo e alimento-me dela. Não a vou deixar fugir porque encontrei a minha metade.
- Tudo isto porque o sexo é bom?
- Tudo isto porque para além do sexo, tudo o resto é bom e porque para além de nós, nada mais tem importância!

14.4.12

Os três As...

abril 14, 2012 2 Comments


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- Porque estás tão triste e abatida, o que foi que correu mal ontem Ana?

- Não quero falar sobre isso, desculpa, foi mau demais.

- Como assim mau? Explica. Foi o Artur? O que te fez esse estafermo?

Andreia nunca gostara muito deste relacionamento de ambos, Ana e Artur. Na faculdade eram muito próximos os três e chamavam-lhes os 3 As, mas nunca se tinham relacionado para além da amizade. Ficavam horas a fio a estudar e acabavam por vezes a dormir os 3 na mesma cama exaustos e Artur jamais olhara para qualquer uma delas com segundas intenções. No entanto agora já licenciados a trabalharem na área da publicidade, os dois As, Ana e Artur, começaram uma relação que parecia querer recuperar de todos os anos em que se conheciam. Artur estava a fazer um mestrado em Nova Iorque e tinha vindo passar duas semanas a Portugal, ficando em casa de Ana.

- Artur, pára amor assim magoas.
- Não vim de tão longe para parar, agora vais aguentar a minha fome de ti.

Agarrou-lhe o pescoço que começou a mordiscar, a lamber, e a procurar avidamente a orelha esquerda e depois a direita. Ana implorava-lhe que a beijasse, mas ele recusava, encostava os lábios aos dela, mas não permitia que as línguas se tocassem. Estava a enlouquecê-la e sabia-o. Sentou-a na mesa da sala derrubando tudo o que lá se encontrava com as mãos e ficou a olhá-la estarrecido, como era possível que nunca a tivesse visto antes? Sentado também ele numa cadeira, afastou-lhe as pernas e começou por lhe beijar os joelhos, sentia-a estremecer cheia de vontade dele.

- Quando estiveres sozinha… - Pegou-lhe na mão direita e colocou-a firmemente entre as pernas dela.
- Quando sentires falta de mim… disse colocando a mão dela no clítoris. – É isto que quero que faças.

Ana fechou os olhos e deixou que ele lhe movesse a mão. Era a mão dela, mas os movimentos eram dele e conseguia cheirá-lo e ouvir a sua respiração. Ele manteve o controlo, tocando-a e beijando-a para a obrigar a continuar, para acelerar os seus movimentos, para fazer pequenos círculos.

- Já não vai demorar muito mais disse-lhe.

Quero que contraias os músculos com força. Tenta espremer os dedos. Quase imediatamente ela começou a vir-se, sentiu que o sangue que voltara à cabeça a deixara tonta, sentiu a sala à roda e fechou os olhos. Quando os abriu ela olhava-a sorrindo.

- Ainda não acabou. Anda cá. Mas parece que já não precisas de mim.

Desta vez foi Ana quem o empurrou e começou a despir com sofreguidão.

- Deita-te, aqui já.

Artur nem queria acreditar, parecia ter despertado o vulcão. Era sempre tão comedida, limitando-se a deixá-lo comandar. Mas foi ela que o despiu quase arrancando os botões da camisa. Artur puxou-a pelos cabelos e beijou-a louco e esfomeado.

- Agora quero entrar em ti. – Agarrando-a pelas ancas penetrou-a sem qualquer cuidado, ouvindo-a gemer e gritar.
- Estou a magoar-te?

- Não. – Mentiu, sentindo todo o corpo latejar. Queria vir-se uma e outra vez, sentir o peso do seu corpo que quase a esmagava e roubava o ar, mas era assim que precisava dele. Arranhava-lhe as costas, mordia-lhe os ombros e gemia alto não se importando com os vizinhos.


- Mas conta afinal, porque dizes que foi mau demais?
- Acho que por esta altura já tivemos tanto um do outro que o Artur decidiu que mais alguém no percurso seria bem - vindo.

- Desculpa?

- Sim Andreia, ele achou que se estivéssemos os três juntos o nosso prazer iria aumentar, porque já nos conhecemos, porque gostava de me ver tocar-te e beijar-te, estas palavras são dele.
- E o que disseste?

- Que era louco, que o amava e que isso significava não o querer partilhar com ninguém, nem mesmo contigo.
- Ele sabe que já estivemos as duas?

- Não. Achas?
- E o que queres fazer?

- Já fiz, terminei e não dei qualquer possibilidade de reconciliação. Cada um de vocês me pertencia em separado, não permito que te toque, nem tu a ele…