30.4.23

Por um momento como este!

abril 30, 2023 0 Comments



Por um momento como este, neste em que ainda amo como da primeira vez, incondicionalmente, algumas pessoas dariam parte das suas vidas. Por algumas horas de entrega real e verdadeira, mudaria de polo e até a minha polaridade se ajustaria para receber quem estivesse como eu, de braços abertos ao amor. Por um sorriso cheio de certezas, deixar-me-ia levar até ao final do mundo, regressando logo de seguida para escrever sobre o que ainda acredito existir. Por um momento em que os sentimentos estivessem a par e tudo o que sentisse me fosse devolvido, correria mais quilómetros e afastaria, definitivamente, todos os que nada me acrescentam. Por umas quantas razões sem necessidade de qualquer razão que não a de ter o coração a bater da forma certa, acertaria todos os meus relógios internos e seguramente que a vida me sorriria outra vez. Por um momento em que pudesse permanecer eu mesma, sabendo exatamente o que fazer de mim e tendo quem já soubesse igualmente o que fazer comigo, mudaria umas quantas vírgulas, afastando para bem longe as interrogações que impedem os pontos finais, num final de história feliz.

29.4.23

Para onde vai o amor?

abril 29, 2023 0 Comments



Para onde vai o amor que sinto por ti, mas que não me consegues ter? O que faço do pouco que foi sobrando, como se duma migalha ou prémio de consolação se tratasse, se nada me sobrou no final? Que lugares me restam, quando nunca pareço ter tido algum que pudesse sequer definir? Que nome dar ao que na verdade nunca teve nome e que por isso mesmo terminou?

Não gostei do sabor do vazio que alimentei, nem do que me chegou com cada beijo, talvez porque apenas eu tivesse beijado. Não me identifiquei com o novo, mas que se revelou estranho pela impossibilidade de me fazer ver. Não me esgotei no esforço de ser escolhida, porque mesmo sem ti soube que teria que me continuar a escolher. 

Para onde vamos quando o medo se esfuma e percebemos que afinal temos e sabemos tudo o que precisamos para voltar a viver um amor? Voltamos para o lugar de partida e esperemos pelo melhor!

28.4.23

Gosto do fácil!

abril 28, 2023 0 Comments



Gosto do fácil. Habituei-me ao que me deixa mais segura, tranquila e natural. Gosto de saber que sei do que falo e já só consigo falar do que me sai de dentro. Liguei-me mais ao que me liga a mim e escolhi afastar-me do que os outros tanto parecem desejar. Gosto do sabor das lágrimas que me correm pela face quando me encho de sentimentos puros, mas deixei de chorar pelo que não controlo.

Somos todos parte dum mesmo círculo que vai girando, levando-nos para cima, mas trazendo-nos de volta ao chão para que o saibamos pisar. Somos muitos a remar para uma margem definida, mas outros tantos a remar sem coordenação e por isso nem sempre chegamos onde seria suposto. Somos a soma de tudo o que reunimos vida fora, mas também subtraímos demasiados sentimentos, aqueles que considero essenciais para que possamos valer a pena.

Gosto de quem me acrescenta curiosidade, lições novas e palavras que ainda não ouvi. Gosto de poder gostar livremente, mas continuo a querer ser gostada de igual forma, no entanto e até lá, continuarei a gostar muito de mim.

26.4.23

Medos que nos assolam!

abril 26, 2023 0 Comments



Medos que nos assolam quando parecemos ter que aceitar os lugares onde cabem os outros, mas que já percebemos serem vazios e desfasados da realidade que criaram sem se conhecerem, mesmo que ainda lhes vão servindo. Medos que nos adiam as resoluções e a determinação que precisamos de passar para que nos respeitem e aceitem. Medos que eventualmente desaparecerão se nos colocarmos em primeiro lugar.

Nada melhor do que o carneirismo instituído para nos destituirmos de nós, porque tudo o que fazemos sem que estejamos dentro de todas as decisões, ser-nos-á cobrado de volta com juros demasiado elevados. 

Medo de que o amor nunca chegue, fazendo-nos aceitar os que jamais servirão. Medo da falta de toque e de não voltar a sentir a pele que se arrepia apenas pela sua antevisão. Medo de não conseguir saborear os lábios que se encaixarão, de forma perfeita, nos nossos. Medo dum coração cheio de tudo o que o outro não conseguirá sentir e ainda mais medo de que o amor que antecipamos jamais se volte a repetir.

24.4.23

Não terei como te amar!

abril 24, 2023 0 Comments



Não terei como te amar, se não me deixares. Nunca saberei o que fazer, se o que fazes não me tiver dentro. Não existe forma de entender o que sentes, se insistes em sentir sozinho. Não terei forma de te amar se o coração que o meu reconheceu estiver fechado para mim.

Sei, porque aprendi, como dar e esperar receber. Sei entregar-me nos beijos que falarão por mim, embalando-me o corpo sequioso do teu. Sei o que dizer e quando calar, passando-me nos sons que não terias como ouvir, se ao menos me ouvisses. Sei cuidar do que nos cuidaria se as nossas mãos se tocassem, unindo-nos num arrepio bom. Sei do que precisas, mas decidiste não precisar de mim...

Nunca soube como te amar porque não me deixaste, mas vou saber o que fazer do amor que me chegar e só aí saberás do que sei hoje e que já não te incluirá.

23.4.23

Tive um vislumbre de nós!

abril 23, 2023 0 Comments



Tive um vislumbre de nós e espreitei para o que seremos, quando finalmente o formos. Estive no nosso futuro sabendo que era apenas um presente e gostei de nos sentir lá. Percorri caminhos novos e cheios de desafios, mas desta vez não estava sozinha. Tive um vislumbre de nós e disse-me, mais do que uma vez, enquanto seguia de longe, mas suficientemente perto para sentir o amor que nos abraçava, que gostaria de já lá estar. Ouvi cada uma das palavras que nos oferecíamos, tranquilos, fortes e seguros do que já tínhamos vivido para nos estarmos a viver. Acompanhei um dia inteiro desde o nosso acordar, sentindo o peso das horas que nos pareciam faltar e de tudo o que nos sobrava, mas apenas para acrescentar. Dormi no nosso adormecer e senti a força que nos chegava com tanto querer e foi assim que te quis ainda mais. Tive um vislumbre de nós e enchi o coração duma esperança irracional, mas que me permitirá esperar por um dia naquele futuro.

22.4.23

Quantas vezes foste mesmo beijada?

abril 22, 2023 0 Comments



Quantas vezes beijaste a boca que te era oferecida com entrega, sem máscaras, ou a mascarar o que já sabias não conseguir dar? Quantos sabores provaste quando sentias não serem os teus e quanto tempo duraram? Quantas saudades sentiste do que era fácil, verdadeiro e que te levava sem recuos? 

Nada do que me ensinaram me permitiu aprender sobre a mente humana e a sua capacidade de se desviar do que a perturba. Nunca li, em nenhum livro que pudesse referenciar, o que ser para quem não fosse nada para mim e quem ser quando sentisse que não conseguiriam ser o que me importava. Ninguém me inundou de palavras sobre o amor ou a falta dele, e jamais perguntei pelo que acreditava ser natural e recíproco, até ver a pele queimada por quem me tocou sabendo que não era eu.

Quantas vezes conseguiste camuflar-te do que te deixaria a alma mais escurecida? Quantos amores deixaste passar acreditando que já estavas a ser amada? Quantas viagens ainda planeias fazer depois de te teres impedido de parar, acabando parada pela inevitabilidade?

Tudo o que aprenderes sozinha, mesmo que da pior maneira, vai seguramente mostrar-te o que escolheste ignorar, mas que ainda assim te chegou no formato da lição necessária.