30.11.21
Já me conheci algo tarde...
Percebi que o que me faziam sentir nem sempre me definia. Percebi, algo tarde, que não me conhecia o suficiente, e que o deveria reverter para que as desilusões não se instalassem e para que pudesse aceitar e perdoar os mais pequenos de alma. Mas percebi, a tempo, que tudo tem o seu tempo e que aquele que me foi dado deverá ser usado sobretudo em meu benefício.
Nada como o meu silêncio para que me consiga ouvir convenientemente, afastando-me das palavras que já não fazem eco na minha construção emocional. Soltei umas quantas ideias que já definira antecipadamente, sentindo-me mais leve e generosa comigo. Tornei-me uma pessoa melhor e faço-o a cada dia um pouco mais, de forma a que não me desvirtue, mas também não espere demasiado da minha evolução. Desdobrei-me em muito mais do que três mulheres, para receber convenientemente as outras duas, porque sou a dualidade, pelo signo e pela incapacidade de escolher apenas uma. Resolvi umas quantas questões que iam perpetuando por teimosia e receando ter que começar com a tela em branco, mas depois de mudar as "cores" tudo passou a fazer sentido.
Percebi, porque para isso trabalhei, que tenho o direito de exigir da vida apenas o que me mantiver inteira.
29.11.21
O que esperas ainda do teu ontem?
Por onde andam os amores que carregam entrega, compromisso, dádiva e respeito?
Não nos devemos demarcar da realidade, da história que nos trouxe até ao hoje com que nos presenteou a vida e da verdade de que somos todos feitos, porque a premente necessidade de sonhar e embelezar o que até foi feio, pode passar-nos rasteiras que nos custarão muitas mais horas sem sono.
"Que haja hoje para tanto ontem" - exclamou Paulo Leminski num poema. Se o "passado" resolver bater-te à porta, abre-a, escuta-o, mas não te demarques do presente, dourando de forma ingénua o que aconteceu realmente. Não te agarres demasiado ao que não tiveste forma de viver, achando que o farás agora. Usa o teu livre arbítrio e coloca no lugar tudo o que já lá deveria estar há muito. Sê razoável e consciente, acordada e pronta para encerrares, de vez, o que o presente te exige, de contrário nunca viverás em pleno o futuro.
Onde estavas verdadeiramente quando até te provei que te deverias manter por perto para que fossemos ambos completos e mais felizes? O que terias que ter sentido mais, para que não precisasses de me querer enganar? Para onde achaste que iríamos ambos, depois de nos afastarmos do que já era o nosso lugar? Somos histórias com capítulos que não se complementaram, apenas obrigaram a mais páginas, mas as restantes foram todas escritas por mim, por isso cuidado com o que achas poder trazer, porque na verdade deixaste de me fazer falta, tal como tanto parecias desejar.
Para onde vão os amores que não vingaram, mas que insistem em não morrer?
Places I still need to be in!
27.11.21
Mais um Natal sem ti!
Mais um Natal a caminho e mais umas quantas lembranças de quem nunca saiu de mim verdadeiramente!
É no Natal que pareces fazer-me mais falta. É em cada um que recordo, com um sorriso tímido, as gargalhadas que me oferecias e todos os abraços com que me envolvias, sussurrando-me que era o amor da tua vida. É a cada Natal, e já se passaram uns quantos, que sinto falta dos beijos que nos asseguravam do que nem nós podíamos, mas que desejávamos mais do que à vida que tivéramos até nos pertencermos. Será em mais um Natal, sem ti, que te voltarei a sentir a falta e a tentar colocar em perspectiva tanta recusa, tantos medos infundados e tanta falta de entrega e coragem. Será neste Natal que pedirei para que a espera termine e para possa finalmente aceitar que nunca mais teremos um Natal juntos.
Mais um Natal com o frio a colar-se à alma que ainda terá que viajar muito para te reencontrar. Mais um Natal em total silêncio e tendo TANTO para te dizer. Mais um Natal para que me recorde, com ainda mais firmeza, de todos os momentos em que nos tivemos, mas em todos os que nos negámos, tu por falta de um amor verdadeiramente grande, maior do que o teu ego e eu por me recusar a implorar-te pelo que acreditava ser nosso por direito. Mais um Natal de coração vazio, mas já sem a mente a florescer de sonhos que nunca passarão disso mesmo. Mais um Natal a desejar que termine rapidamente e com ele todas as lágrimas que já não correm, mas que me escureceram tanto, que deixei de ver as cores que me iluminavam os dias e faziam brilhar os olhos. Mais um Natal a pedir que me seja concedido o direito de deixar de te amar.
Que o próximo Natal me renove a certeza de que ainda terei muitos com a pessoa certa e que nesses já não me roubarás os sorrisos.
Por onde anda a felicidade?
De uma forma ou de outra, acredito que buscamos todos o mesmo, amor, colo, companheirismo, amizades sinceras e verdade, sempre a verdade, não importa a dor associada e o tempo que a levamos a encaixar. Somos algo diferentes na resiliência e coragem, mas no final de cada somatório diário, a felicidade é tudo o que nos move.
Quem ainda a procura, a tal da felicidade? Quem não desiste de a encontrar, até quando parece ter emigrado para um planeta distante? Quem já percebeu que a felicidade é não mais do que um estado de espírito?
Somos todos fruto duma história única e talvez por isso tenhamos linguagens distintas dentro do que até deveria ser uma língua universal. Não nos entendemos por escolha e não raras vezes até padecemos do mesmo. Somos, a cada dia, mais individuais e menos habilitados a sonhar no colectivo, talvez por isso os sonhos sejam TÃO difíceis de conquistar.
De que forma poderíamos deixar ir o que não nos permite estar verdadeiramente "aqui", o único lugar que temos? De que forma arranjaremos forma de reconstruir o modelo que deixámos partir? De que forma ainda nos poderemos salvar de nós mesmos?
25.11.21
A natureza no seu melhor!
Será que já te dás tempo?
De quanto tempo precisas para que o tempo já não seja uma questão e possas simplesmente usufruir do outro?
As desculpas que procuramos de forma a deixar passar o que deveria ser vivido activamente, sonega-nos a vontade de mudar padrões. Somos demasiado céleres a aceitar o inaceitável e quando "acordamos", já perdemos a passada, deixando tantas experiências por viver. Testa-te de quando em vez. Arrisca a ver o mundo de uma outra perspectiva e atira para o alto programas mentais que te sabotam a capacidade de crescer e melhorar como ser humano.
De quanto tempo precisas mais para amares verdadeiramente? Não serás bafejado mutas vezes, ao longo da vida, por amores que valem a pena, por isso e de cada vez que esbarrares num, vive-o intensamente e sem arrependimentos, porque o maior será sempre o de nunca tentares.
24.11.21
Sol ou lua?
De que forma se limpam as pessoas tóxicas e carregadas de tudo o que não lhes serve? De que forma sobrevivem aos olhares sempre tão negativos que devotam aos outros, quando na verdade apenas se estão a reflectir, vendo o que lhes "suja" a alma e escurece o coração?
Deve ser absurdamente difícil nunca estar de acordo, nunca ter qualquer empatia, ou sequer alguma felicidade pelo bem-estar dos outros. Deve magoar e derrubar, sentir que nunca se sente da forma certa e que a cabeça nunca se permite pousar e usufruir do simples e natural. Deve matar cada célula boa apenas procurar o pior de todos.
Os nossos dias nunca são iguais e a nossa disponibilidade emocional nunca estará sempre em alta, mas viver num eterno inferno autoimposto, só pode gritar masoquismo ou maldade pura. Criar uma identidade que nos classifique e com a qual possamos fazer o restante percurso até ao final indesejado, tem que ser consciente e diário. Libertarmo-nos da pele que nos esconde do mundo ao final de cada dia, sem que nos sintamos desprotegidos, tem que ser um item da agenda, de contrário seremos nós contra tudo e tudo será sempre muito.
De que forma ajudamos os mal-amados se serviço e escolher o brilho do sol ao invés da escuridão sem lua?
23.11.21
Frio no exterior de mim!
22.11.21
O que é que ainda temos?
Temos todos muitas vidas numa mesma vida. Temos momentos que transportamos, porque disso depende o crescimento, mas que por vezes, quando olhamos de soslaio, parecem estar a anos luz do hoje; Temos pessoas que nos acompanham durante todo o caminho e outras que apenas espreitam, mas que nunca chegam a ficar; Temos dores que permanecem e que só a terapia limparia, mas temos sucessos que nos fazem esquecer o pior de cada uma; Temos alguns amores que se fixam na memória e os quais relembramos com carinho, mas outros tantos dos quais nos envergonhamos pela dependência e cegueira temporárias; Temos uma voz forte e audível quando sabemos o que dizer e uma total ausência de palavras quando permitimos que falem por nós; Temos saudade do que não pudemos viver e uma desilusão imensa perante momentos mal vividos. Temos certezas que mais não são do que dúvidas camufladas e umas quantas dúvidas que rapidamente passarão a certezas, entre elas à conta do que nos mostram os outros; Temos tanto tempo para recuperar e tanto tempo perdido em vão, sobretudo com quem nada nos acrescenta; Temos e teremos sempre, em algum momento da vida, situações desafiadoras e que nos testarão, mas também temos, os mais afortunados , as pessoas certas para nos verem cortar a meta. Temos, hoje ainda, a possibilidade de fazer o amanhã de forma diferente.
21.11.21
Dias de sol na alma!
Bastas-me tu e o resto aguento!
Basta a chegada de alguém, um olhar diferente e uma determinação que quebre teimosias para que se mude e melhore. Basta a inocência nos sentimentos e a verdade nas palavras para que se desista de desistir do amor e se recomece, uma vez mais, desejando que seja a última. Basta que tudo seja suave, sem lutas internas nem demoras em lugares escuros, para que a vida clareie e os sorrisos se ampliem. Bastarás tu, aqui e neste meu momento, para que não precise de mais ninguém.
As capas que usamos para nos escondermos dos outros, por vezes impedem-nos de simplesmente mostrar a "pele" e de baixar os braços, parando de lutar contra o vento, males emocionais e invisíveis, aceitando o abraço que nos salvará. O passado, ao qual vamos concedendo demasiado poder, encolhe o nosso presente e arrasta-nos para invernos que se colam à alma e ameaçam permanecer para sempre.
Basta um toque, uma mão estendida e a segurança que engana os medos, para que tudo o resto valha a pena!
20.11.21
Sol na alma!
Existem viagens que temos que fazer sozinhos!
Existem viagens que temos que fazer sozinhos, porque os tempos comuns nem sempre se acertam e os momentos terão que ser nossos em primeiro lugar!
Quando nos dispomos a saber quem somos, percebemos o que viemos fazer por aqui e de que forma não nos devemos defraudar. Quando os silêncios se instalam, mas para que nos possamos ouvir por dentro, tudo o que nos disserem à posteriori, terá um peso diminuto em relação ao que já sabemos valer. Quando as certezas se vão instalando, mesmo que devagarinho, as dúvidas arrancam-nos sorrisos benevolentes e a generosidade, para connosco e para com os outros agiganta-se. Quando o amor se torna sereno e necessário para que nos arrumemos nos lugares certos, nenhum "desamor" nos magoa ou impede de continuar a sonhar.
Existem viagens que nos foram previamente confiadas e que teremos mesmo que encetar, de contrário o vazio passará a ser o nosso companheiro diário. Existem palavras que para mim já perderam a força e que apenas raspam de mansinho os ouvidos que estão mais do que preparados para os amargurados da vida. Existem pessoas que continuam a renovar-me a fé no mundo e é por elas e para elas que subsisto.
19.11.21
Porque é que te atraí?
Porque é que te atraí? Talvez porque estivéssemos na mesma onda energética, seguramente que terá sido essa a razão, porque as ondas viajam, não importa a distância e o que sentia no momento, os receios que me envolviam quanto aos desafios a que me propusera, foram afastados por ti, ou melhor dizendo, a tua incredulidade motivou-me ainda mais.
Tenho cada vez mais cuidado com o uso que dou às palavras e à forma como lhes atribuo emoções, porque não quero ver coladas a mim as erradas. Preciso de consistência e determinação. Preciso de definir, de uma vez por todas, o lugar que me serve e estou ansiosa por identificar o ponto cardeal que rege o meu coração. As palavras têm poder, isso já vamos sabendo, uns mais do que outros, e se as soltarmos de forma selvagem, concedendo-lhes vida própria, elas arrastarão pessoas, lugares, sentimentos e olhares que poderão ou não conseguir ver-nos.
Porque é que te atraí? Seguramente porque estavas disponível e atento à pessoa que me tornei.
18.11.21
Desafios e prazeres diários!
Sue Amado´s photo |
O friozinho matinal que me enche de energia e propósito!
O difícil não pode ser usado como desculpa para não tentar e perseverar, por isso mesmo lá vou, todos os dias em direcção ao que já foi uma ENORME dificuldade e hoje, após mais de 240, sinto que sem cada quilómetro percorrido, não poderia ser a mesma. Saber que me supero e nunca reclamo, enche-me de força e determinação, afinal de contas estou simplesmente a cuidar de mim, física e emocionalmente.
17.11.21
Amizades para a vida!
Amizades para a vida, pessoas que nos conhecem o bastante para que as palavras não façam falta. Momentos que mais ninguém partilha, não da forma que o fazem as almas gémeas, replicando as atitudes, os olhares e os planos para futuros a cada dia mais incertos. Quem não deseja ter alguém a quem falar de tudo, desnudando alma e coração? Quem não espera, por vezes mais de metade da vida, por quem saiba o que dizer e diga tudo o que sentir? Quem não manteria uma amizade incondicional se a tivesse?
A juventude e a adolescência fazem-nos crer que o resto da vida será igualmente pleno de amizades bonitas e que se manterão, independentemente dos percalços, mas muitos acabarão por ficar pelo caminho e não raras vezes caminharemos sozinhos para além de todos à nossa volta.
Por vezes ficam poucos mas bons, mas até que poderiam ser muitos, se não nos escudássemos em desculpas que não desculpam o nosso alheamento e desinteresse perante pessoas que já foram TÃO importantes, mas que deixámos partir. Por vezes deixamos de olhar com atenção e cegamo-nos perante a credulidade ingénua, de que existirá sempre quem chegue para substituir os que soltámos. Por vezes daremos connosco a sentir falta de quem já foi TANTO e construiu, ao nosso lado, pedaços da história de que somos feitos. Por vezes só nos restará lamentar!
16.11.21
Caminhadas revigorantes!
Já mudaste as tuas prioridades?
Quando mudas as prioridades e te focas no oposto do que desejavas até então, deixas de te importar com o pequeno e arremessas para bem longe o que já não te define. Quando deixas de ouvir as avaliações externas e te concentras apenas no que pensas de ti mesmo, a vida passa a correr sem esforços desnecessários.
Onde pretendes estar daqui por 5 anos? O que ainda sobrou de ti que valha a pena manter e o que é que nunca mais te pesará no coração, ensombrando-te a alma? Quem desejas que te deseje verdadeiramente, sem que nenhum peso chegue com o inevitável compromisso?
Se continuas a avaliar-te, nunca te contentando com o que já atingiste, porque na verdade a tua melhor versão ainda estará para chegar, então estás no único caminho possível e certamente que serás bem sucedido.
13.11.21
Quem és tu quando acordas?
Quem és tu a cada dia que acordas, a mesma pessoa, ou a que já gostarias de ter sido lá atrás?
Há sempre lugar para melhorar, para crescer e reavaliar. Não somos seres estanques e saber estar atento ao futuro, olhando com firmeza para o passado, mas deixando-o lá, é o que nos certifica de que continuamos a evoluir. Procurar pelo que nos define, aceitando as mudanças, porque elas terão que chegar, as externas chegarão com toda a certeza e vão precisar dos devidos ajustes internos.
Que palavras usas a cada dia que te doas, será que ainda te repetes, ou já estás atento aos sons e ao impacto?
Nem sempre temos algo de relevante a dizer e é por isso que o silêncio se impõe, sendo verdadeiramente de ouro, ampliando o exercício de escuta, porque o outro também existe. A maturidade ensina-nos a ler nas entrelinhas e a perceber os diversos estados de alma. A inteligência emocional instala-se quando já nos permitimos apenas sorrir ao que dizem os outros, apoiando-os no crescimento e não os julgando nas incapacidades.
Quem acreditas ser agora aos olhos dos outros? Não é que deva importar demasiado, mas também faz parte da equação.
11.11.21
Hot air balloons!
10.11.21
Prepara de noite, usufrui de dia!
Aceitas acertar o errado?
9.11.21
Ainda vives numa paz podre?
Já vivi numa paz podre com algumas pessoas, dando-lhes a possibilidade de mudarem, de se retratarem e de pararem de olhar apenas para o umbigo. Já ouvi enormes disparates e inverdades, fingindo que não percebia, deixando passar o que não me deveria influenciar demasiado, mas que acabava por acontecer. Já expliquei, uma e outra vez, a mentes mais pequenas e narcisistas, que deveriam saber quando parar e simplesmente levantar os olhos para os outros. Já quase que dei a outra face, mas e porque, feliz ou infelizmente, tenho sangue na guelra, desisti e simplesmente continuei no meu percurso.
Quem é que ainda considera ser mais importante do que qualquer outro, mesmo que aparentemente se sinta maior? Quem é que acredita poder viver completamente isolado e sozinho, achando que nunca precisará de uma mão generosa e disponível? Quem é que insiste, sem qualquer auto-avaliação, a manter-se de pedra e cal numa verdade unilateral, simplesmente por descartar a verdade dos outros?
A energia que precisamos para funcionar, estar em paz e continuar a viver, é demasiado difícil de abastecer e manter, por isso respeito imenso os processos que uso para permanecer à tona e cuidar de mim em todas as etapas. Sou, sem qualquer dúvida, a pessoa mais importante da minha vida e é por esse motivo que me passo a importância que mereço. Quanto aos mal-amados de serviço, antecipo que ainda se inundarão de muito menos amor, mas que inevitavelmente lhe irão sentir a falta.
8.11.21
Magias da natureza!
7.11.21
Do que padecem os escritores?
Tanto que se escreve sobre os escritores e tanto que se romantiza sobre os seus romances, quando na verdade é tão pouco o que se percebe dos momentos que eternizam numa dor tão pessoal. O tempo tem um correr diferente e a angústia que se instala sempre e de cada que tudo lhes está desenhado na mente, mas demora a colocar no "papel", forçando-os a uma vontade de solidão que ameaça colar-se para sempre. Escrever é uma necessidade e uma maldição. Trazer histórias ao mundo, as que algures, alguém, acreditará serem suas, vira e revira-lhes a vida. Saberem, antecipadamente, do que já muitos deveriam saber, tem um peso que lhes amassa a vontade de apenas escrever quando lhes der na real gana, porque existe uma ditadura na escrita. A vida urge para quem usa as palavras como respira e nunca é complacente com quem adia o inadiável, é que não podem simplesmente e num acto de egoísmo, ficar com todas as palavras sem as partilhar.
Tanto que já se escreveu, mas tanto que parece ainda faltar dizer. Tantos lugares comuns na alma e tantos outros que apenas o coração reconhece. Amores e desamores, pessoas que chegaram, mas apenas para partirem logo de seguida, sonhos que não saíram do sono e vidas que superaram o mais incrível dos sonhos. Desejos que apenas sabemos sentir quando nos tocam a pele e beijos que nos cobrem os lábios que já nem pareciam saber beijar. Há algo de mágico nas histórias que lemos, no entanto a magia estende-se, todos os dias para quem as vive sem demasiados adornos, ou a adornar a vida como a entendem ser possível.
Tanto que se imagina sobre quem usa a vida que lhe foi entregue, em formato de "papel e caneta", para que nunca fique por dizer o que alguém precisa, MESMO de ler e saber. Tanto que já se amou perante a escrita de alguém e tanto que se tirou da gaveta das memórias apenas perante um punhado de palavras. Tanto que se instala de bom quando se usa as palavras certas e tanto que se dá, sem saber exactamente a quem, o que afinal todos merecemos receber.
6.11.21
O milagre da vida!
5.11.21
Tens forma de saber que estás viva?
Quando é que sabes que já não estás a ser e a fazer o que te deixa inteira e de bem com cada uma das inevitáveis escolhas?
Se não te faz bem, se já não acordas cheia de motivação e propósitos, então deixou de ser certo. Admiti-lo pode ser um processo demorado, mas identificá-lo certamente que te liberta do peso que as incertezas provocam. .
. Quando os sonhos são mais frequentes do que a realidade.
. De cada vez que os sabores que te espicaçavam, no bom sentido, o palato, deixam de saber ao que quer que seja.
. Assim que adormecer deixa de carregar o sono reparador, alguma coisa tem que ser mudada, ou reajustada.
Será que já sentes que as tuas palavras deixaram de fazer sentido? Para onde passas a olhar quando o olhar se perde na multidão, ou já não te dissocias das poucas pessoas com as quais te cruzas, passando a simplesmente anuir, sem grande vontade, ao que repetem até ao cansaço emocional? Para onde te viras, quando percebes que deixaste de ter para onde fugir?
Se não te ajuda no eterno processo de crescimento, já não é válido, por isso descarta o que sobra e acrescenta-te de tudo o que ainda te servirá no futuro. Se não te agita o coração, relembrando-te de que estás viva, então arriscas-te a uma morte lenta e demasiado penosa para que te consigam reanimar.
4.11.21
Alternativas saudáveis!
Quais são as cores da tua alma?
Sue Amado´s photo |
Algumas cores parecem carregar a magia que coloca tudo nos lugares certos. Alguns momentos nunca poderão ser repetidos, mesmo que os busquemos às mesmas horas. Algumas pessoas nunca serão capazes de ver para além do que têm hoje, ou agora. Alguns sentimentos terão o mesmo enquadramento e beleza que algumas fotos.
Mudar de vida fazendo escolhas saudáveis!
Mudar de vida também passa por novos hábitos alimentares. Comecei a fazer jejum intermitente de 16 horas, reduzi drasticamente o consumo do açúcar e passei a pesquisar alternativas alimentares. Preciso, sem dúvida, de ingerir mais água (da qual não gosto MESMO) e de ainda introduzir mais vegetais.
Tudo tem que ser feito com vista a um quadro mais amplo, mas estou a aprender e a sentir os reflexos de escolhas sustentáveis e que respeitam a minha saúde física. A minha pele está mais bonita e luminosa, durmo mais tranquilamente e acordo revigorada. Em breve poderei mostrar os resultados.
A minha magia diária!
Sue Amado´s photo |
O Alto Alentejo passou a ser a minha escolha de vida, pelo menos por ora. Juntei, numa receita saudável e bem-sucedida, o bem-estar físico e emocional. Descobri-me enquanto percebia que afinal até posso dar mais e chegar mais longe. Decidi que poderia voltar a reconhecer-me, recuperando o corpo de outrora e enchendo-me de orgulho por cada nova etapa.
Os meus dias começam e terminam a superar-me, quebrando alguns tabus e vendo os resultados. Juntando a tudo isso, o prazer dos lugares que me rodeiam e o crescimento de uma nova paixão, a fotografia. It´s a win win!
Quando a paisagem ajuda...
3.11.21
Estás a conseguir ser tu o tempo todo?
Estás a ser quem reconheces, ou apenas te deixas ir, sem pensar demasiado, talvez para que não tenhas que te mudar?
Quais são os custos reais duma mudança interna? Até onde precisamos de ir, para lá da nossa zona de conforto, para que finalmente estejamos onde é suposto? Do que precisámos de abdicar, ou de quem, para que nos mantivéssemos inteiros e reconhecendo cada atitude e escolha?
Nunca me disseram que crescer emocionalmente seria fácil, não que alguma vez o tivesse considerado, mas também nunca me disseram que teria que fazer grande parte do percurso sozinha. Tenho uma inveja saudável de quem se mantém ladeado de pessoas boas, impulsionadoras e positivas. Talvez tenham sabido o que fazer e quando, para que crescessem próximas e que mesmo distantes em milhas, nunca se separassem. Talvez sejam apenas mais iluminadas e generosas, ou talvez tenham simplesmente encontrado o "ouro" que rege a vida.
Estás a ser tu o tempo todo, mesmo que com alguns intervalos para que também os outros brilhem, ou estás a escudar-te para que possas passar incólume pelos pingos da chuva?
2.11.21
Quem é que procura o amor?
Nunca me lembro de ter esperado pelo amor, ou de sequer o ter procurado, primeiro porque era absolutamente garantido e depois porque a total ausência de uma segunda possibilidade, a de nunca vir a acontecer, deixava-me livre e feliz para viver todos os que chegassem.
Recordo-me, de sorriso nos lábios, de uns quantos amores que vivi na adolescência, eram simples, seguros e naturais. Não vivia em turbilhões emocionais, talvez os provocasse, mas a minha liberdade estava tão colada à pele e ao coração, que simplesmente desatava a amar à mesma velocidade que "desamava". Adormecia numa certeza inequívoca e acordava com todas as incertezas tão naturais no pequeno mundo do qual fazia parte.
Nunca me ocorreu ter que mudar de estrada depois de já a ter definido. Acreditava piamente no "para sempre", por isso ia vivendo os entretantos totalmente alheada de dores incuráveis e de mágoas que demoram a perdoar. Era seguro que me saberia a certo e que apenas teria que aguardar para ter o olhar que reflecteria o meu. Estava a anos luz de precisar de sequer considerar um recomeço depois de ter começado com todas as certezas que as incertezas amorosas provocam.
Tão longe vão os momentos que pareciam ter um guião para seguir sem pestanejar, cumprindo todas as etapas, sobretudo as que os outros esperavam de mim, mas eis que me torno gente, um ser único que pensa, faz escolhas e não foge da felicidade, porque no final de cada dia, será a única coisa que me moverá.
Nunca me lembro de alguma vez ter achado possível que a pessoa a quem amasse não me soubesse amar de volta. Ingenuidade ou excesso de confiança? Não sei a resposta, mas para o caso também interessa muito pouco, no entanto, o que sei é que nunca se deveria procurar por um amor, sob pena de jamais o conseguirmos encontrar.
1.11.21
Quando é que os opostos se atraem?
Quanta diferença toleramos na nossa aparente semelhança?
Sou das que acredita, porque já vi o suficiente nas minhas 5 décadas de existência, que os opostos só se atraem na física, pessoas demasiado diferentes, com objectivos que não se cruzam e com vivências e experiências que chocam os outros, jamais poderão esperar o "para sempre", quando muito uns mesitos de respiração ofegante. Precisamos de falar a mesma língua, usando a mesma linguagem, porque usar gestos, de forma indefinida, apenas nos esgota e amassa cada expectativa.
A vida amorosa também comporta ciclos e os que chegam quando estamos a dar os primeiros passos, lá pelos vinte, permitem que se aguarde, procure, trabalhe os feitios e se aprenda sobre o outro, apreendendo qualidades e defeitos. No entanto, quando se chega à minha faixa etária, a formatação já se deu, a vida já nos levou, trouxe de volta e esbofeteou umas quantas vezes, assim sendo a margem de erro é minúscula, tal como o tempo que se encolhe a cada respirar. Nunca me atreveria a arriscar numa relação cujo parceiro fosse o meu completo oposto. Jamais me veria a ouvir palavras que não ressoassem com as minhas. O talvez deixou de fazer parte do meu vocabulário, agora ou é, ou é.
Onde se encaixam então as cedências?
Posso ceder o meu lado da cama, a melhor parte do bife e até metade do meu cobertor, mas não cedo para deixar de ser e de existir, passando a fingir que eventualmente talvez lá para a frente a coisa se dê e o desejável aconteça do nada. Não cedo em valores, em posturas, em respeito e em tolerância. Não me disponibilizo a acatar com hábitos que se mantêm apenas porque se descarta o novo. Não me identifico com quem não olha para o mundo com a intenção de o ver, mas tão somente para o criticar, avaliar e comparar. Não sou a metade de ninguém, continua inteira e determinada a esbarrar em quem já o seja.
Os opostos existem para que a diversidade se mantenha, mas tal como o sal jamais adoçará o açúcar, a noite também nunca substituirá o dia, a luz natural que nasce a cada acordar não é a mesma que a artificial que nos ilumina e mostra o caminho. As perspectivas até poderão mudar tudo, mas continuo determinada a chamar os bois pelos nomes, ao invés de me enganar, mesmo que com a melhor das intenções.
Não concordas com as minhas considerações? Pois, devem ser os opostos em rota de colisão.