Quem o consegue? Quem sabe o que espera da vida e dos outros, quem se conhece o bastante, para não abdicar de alguns valores e do muito que conseguiu conquistar.
Vão sempre existir pessoas que apenas existem para nos perturbar, que chegam porque nada lhes corre como planearam, por incoerência ou por falta de carácter, essa análise já não me cabe a mim, mas o certo é que mesmo fazendo número, apenas têm a importância que lhe dermos.
Não precisas de voltar. Não tens que te cansar a "gritar-me" as tuas frustrações, porque eu não quero saber do que sabes tu. Não me importa o teu percurso, os teus amores, ou a incapacidade em os manteres, o que me importa, verdadeiramente, é que percebas que não conheces nenhuma mulher igual a mim e esse prazer, lamento, nunca o terás.
Não esperes demasiada emoção da minha parte, porque a que tenho cabe apenas nuns quantos, nos que escolho porque sei com quem falo. Não esperes que te dê o que sozinha pareces não conseguir, ou que me afaste para que passes. Não esperes ter de mim simpatia ou apoio, porque não estamos,nem sequer em lados opostos, os nossos lados não têm forma de se tocar, somos de mundos diferentes. Não esperes solidariedade feminina, conheço as mulheres de M grande e desse grupo não fazes parte.
Quando e de cada vez que permites que o teu excesso de emoção se sobreponha à razão, vais apenas arranjar forma de te magoares, mais um pouco. Se queres um conselho, um que seja realmente válido e gratuito, posso-te dizer que o amor não se pedincha, não se impõe, nem se negoceia. Ou acontece, ou simplesmente não.
Vou-te dar um desconto, não tens mais pronto, compreendo!
Existem várias formas de prisão e por norma as emocionais são as mais complexas. Perdoar é um processo mais simples do que podes imaginar, porque quando perdoas, aceitas que não podes controlar tudo, sobretudo a vontade dos outros. Perdoar é poder continuar, de forma mais tranquila e a conseguir retomar rotinas. Perdoar é a melhor e maior forma de amor, porque só perdoas quem foi importante.
Sou das felizardas, das que não odeia ninguém porque nem sei como se faz. Por vezes zango-me, claro, mas como nunca deixo nada por dizer, acabo a fazer as pazes comigo e com os que me deixaram na mão, recusando-me o que até poderiam dar se quisessem.
Já me decepcionei. Já me surpreendi e já fui apanhada, de surpresa no meio das muitas surpresas que alguma falta de carácter provoca, mas NUNCA, em nenhum momento, tive intenção de odiar, não perdoando o que até se torna perdoável, bastando que passe a desejar outra pessoa.
Nada do que queremos MUITO hoje, é totalmente impossível de se deixar de querer amanhã. Se nos sentirmos presos, amarrados a quem não nos consegue provar o que sente. Se não tivermos retorno nos sentimentos e nas emoções que não temos receio de dar, podemos simplesmente desistir e parar de lutar.
De cada vez que te impedes de perdoar, agarrando-te ao passado que te magoou, tornas-te tu o prisioneiro e ficas amarrado de forma invisível a quem nada fez por te merecer. De cada vez que te impedes de perdoar, colando-te a um momento, a algumas palavras e à falta de cuidado de quem afinal nunca te cuidou, acabas a apertar mais as grilhetas e a deitar fora a chave.
Perdoa, porque perdoar é tão natural quanto amar e acredita que os benefícios a longo prazo compensarão!
Por ti sou ainda mais eu. Por ti não permito que a chuva, os ventos fortes e os vidros embaciados me impeçam de continuar a lutar. Mesmo que as forças se estejam a ir, sei que estarei de pedra e cal para ti e que por ti serei capaz de transformar até as tempestades de inverno, trazendo de volta o sol. Não sou das que me perco sem causa, pois acredito que até as tenho em demasia e que por vezes apenas me falha por quem e para quem olhar. Mesmo que o meu amor possa ir brilhando por ti, afastando com as mãos as nuvens que se formam ameaçadoras, tenho dias em que as pernas desejam apenas falhar, sentando-me no chão frio e deixando-me "saborear" o amargo sabor da derrota, mas eu não deixo, não permito e endireito os ombros compensando o que o resto do corpo grita em desespero.
A chuva cai. O bater do coração acelera e deixo que o choro salgado me lave por fora a dor que me mata por dentro. A música recorda-me de cada imagem e atiça-me os pensamentos mais difíceis de suportar. A rotina recusa instalar-se e apenas o pronúncio do inverno me faz pensar no muito que tive que caminhar para estar aqui, mesmo que sem ti.
- Não está a chover minha querida, és apenas tu e estás a sentir-te derramar, lutando desesperada para te libertares do que te aprisionou numa tempestade que se recusa a passar.
De que cor é o fogo? Aquele no qual nos deixamos arder sempre que esbarramos na paixão incontrolável, ou num amor inesperado? Como é que nos sentimos quando o calor chega e se instala, aquecendo até as partes de nós que esquecêramos há muito? Como se retribui o calor que nos inflama e de que forma o mantemos?
Andamos por aqui, olhamos, pedimos, sonhamos, corremos, atrás ou ao lado, mas na maioria das vezes sem qualquer sucesso e sem sentir o único fogo que nos poderia afastar de qualquer mal. Andamos, esperamos e quase sempre desesperamos, porque queremos o que não existe, procuramos a metade que não nos pertence e recusamos seguir em frente.
Quem é que nos magoa mesmo fundo e por tempo indeterminado? NÓS, sempre NÓS e culpamos o que estiver mais próximo e vulnerável. É de nós que sai a escolha, certa ou errada e é para nós que volta tudo o que arriscámos mesmo sabendo que perderíamos.
Gosto do fogo que me alimenta, porque preciso dele para me recordar que estou viva, tenho sentimentos e emoções que devem ser partilhadas. Gosto de saber que alguém, para além de mim, se importa com o que sou e faço e que espera para me retribuir cada gesto. Gosto de conseguir acreditar que posso criar algo do início, mantendo-me para me acrescentar. Gosto da ideia de seres "TU" o responsável pelo fogo que me consome agora, mas de uma maneira boa, certa e a fazer sentido.
A cor do meu fogo é sempre intensa, está viva e brilha para me recordar de que vale a pena sentir, mesmo que com riscos. A cor do meu fogo mudou quando percebi que eras tu que o acordavas, mas que terei que ser eu a não permitir que se apague, porque depois de ti continuarei a ser eu!
Um dia depois do outro apenas serve para que se veja mesmo a verdadeira face dos outros. Ninguém consegue ser diferente só para impressionar demasiado tempo e mesmo que nos tenhamos iludido, um dia qualquer, talvez até por razão nenhuma, acordamos a ver tão claro que já nenhum esforço precisará de ser feito para deixarmos ir o que nos prendia com amarras invisíveis.
Temos aliados onde menos esperamos e se soubermos aceitar o que nos chega, conseguiremos parar de questionar quem nunca esteve, quem apenas buscou, de forma talvez até artística, "caçar" presas difíceis, no entanto convinha que soubessem que há que ter cuidados acrescidos com a caça dita perigosa, é que se apenas for ferida, se a morte não for imediata, o caçador passa a presa e o que parecia simples complica-se, quase sempre sem volta.
Todos nós nos enganamos, sim, porque deixamos, porque queremos, porque nos convém, porque nos sabe bem, mas enganarmo-nos não significa penarmos para sempre, muito pelo contrário, apenas torna todas as outras águas mais claras, e passamos a ver através do que já não adianta esconderem.
A dor confere poderes absolutos, porque com ela a alma agiganta-se, o coração aprende de que forma bombear sem se estatelar todo, até porque só temos um e os transplantes são demorados. Sentir que nos esmagam os sonhos, que nos puxam o tapete, pode até colar alguma descrença, mas se o que precisamos é de encontrar a felicidade onde ela existe realmente, conseguiremos entender que tudo fará parte deste caminho que não temos forma de parar de viver, e que até o sal pode adoçar a fruta ácida, dando-lhe um sabor que chegará mais tarde, mais único, mais real, e a valer mais a pena.
Nada como o tempo, não para curar, mas para permitir continuar, eu sei-o bem, porque já me fui, já saí de onde nunca chegaria a lugar nenhum, já reiniciei e já estou pronta!
Definição de amor! Cada um de nós terá uma definição muito própria, acreditando sempre que será a certa e a única!
Sempre que me cruzo com quem consegue sorrir com os olhos,tal como faz com a boca, sei de imediato que estou perante alguém que tem o amor que lhe assenta e que agarrou a oportunidade de crescimento que se lhe impunha, não permitindo que o errado do passado se instalasse no seu presente. Temos sempre uma palavra a dizer, sobretudo no amor e devemos acreditar que ele existe mesmo, se ainda não aconteceu como esperávamos é porque vem a caminho, só não o podemos bloquear. Encaixar o amor de alguém nos nossos padrões é um enorme exercício, porque esse alguém tem defeitos e qualidades, mas não nos podemos focar apenas no que está errado, querendo mudá-lo o tempo todo. Devemos sim aceitar as qualidades que certamente nos envolveram e o fizeram amar. Receber o outro tal como ele é, permitindo que se mantenha sem se anular, é meio caminho andado para o sucesso.
Fácil? NÃO de todo, porque obriga a muitas lições extra, a muita motivação e foco, mas pode resultar, se quem temos é quem queremos manter. Esta coisa do amor deveria ter um manual, mesmo que com mais páginas do que a bíblia, mas com imensos bonecos para ilustrar cada ideia, não havendo forma de criar dúvidas ou sequer ilusões. Nem percebo porque ainda não foi compilado e reconhecido, é que andamos todos tão perdidos e desiludidos, que certamente nos ajudaria pelo menos a repensar decisões. Se a nossa definição de amor for demasiado diferente da do outro, juntar duas pessoas torna-se quase tarefa impossível, mas como para cada impossível a palavra possível está igualmente contida, o que quisermos que aconteça acontecerá.
Estamos a banalizar o amor, a palavra e o sentimento. Estamos a tomá-lo por garantido, ou a arredá-lo definitivamente das nossas vidas, com os enormes prejuízos que tudo isso acarreta. Vamos reaprender, reconstruir e apaziguar sentimentos, os resultados certamente que falarão por tudo o resto.
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.