Ver-te, mesmo, enquanto te olho!
Sue Amado
novembro 26, 2017
0 Comments
Ver-te e sentir o teu toque acendeu a minha vontade de te ter. O teu olhar ainda guarda o que pareço procurar, mas também ele está diferente, pareces ter viajado demasiados mundos em apenas umas semanas. Ver-te e estar aninhada nos teus braços, já não é igual, porque agora também eu sou uma mulher nova, diferente, mais preocupada com o que me pode fazer mal e tu ainda me podes fazer muito mal. Ver-te e sentir os beijos que a minha boca reconhece, deixa-me com vontade de apenas ter vontade de ti, sem passados, sem lugares obscuros, sem caminhos carregados de pedras...
Nós não nos resistimos, é um facto, mas até fazer amor contigo foi novo, mais atento, menos inocente. Agora, o que quer que faças, digas, ou pareças sentir, terá que ser entendido por mim e isso vai certamente tornar tudo mais difícil.
- Lara minha querida, estou aqui, confia por favor, é a ti que quero.
Não duvido que queiras, mas será apenas a mim? Não duvido dos teus toques, sobretudo quando percorres os meus lábios com os teus dedos e pareces estar a memorizá-los, mas no que pensas enquanto penso em ti?
Falámos de tudo. Houve algum choro à mistura, meu de dores acumuladas e teu de culpa. Dissémos o que estava guardado e não pode acontecer entre quem pretende mais do que uns quantos presentes, sem futuro à vista. Amámo-nos, uma e outra vez, até nos esgotarmos e não sermos capazes de dar mais.
Vi-te adormecer, enquanto te beijava e segurava a mão que encaixaste na minha. Não me desliguei um segundo, mesmo em total exaustão e fiquei a olhar para o homem que me tem feito revolver céu e terra para voltar a ser a mesma. Estás num sono tranquilo e de respiração compassada, mas com quem sonharás e por onde viajarás? Estás sereno e eu num turbilhão que me continua a querer matar-me por dentro.