7.1.18

Acredito que tenho sensibilidade e muito bom senso!|

janeiro 07, 2018 0 Comments
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Se tenho, sensibilidade? Se sou suficientemente sensata? Acredito que sim, ao ponto de me deixar ficar, quieta, sem levantar demasiada areia, para não perturbar quem não se movimenta como eu!

Nunca, mas nunca mesmo, tenho coragem de espalhar a minha felicidade quando os outros estão infelizes. Não exibo os meus sucessos, levantando-os como troféus, se perceber que apenas contribuirei para mais tristeza e desânimo. Gosto de partilhar alegrias, de ser generosa com quem sofre, mas não permito que se debatam, demasiado tempo com a dor. Eu estarei, sempre que possível, de sorriso em riste, mesmo que por vezes a chorar por dentro, com as palavras certas e a mostrar-lhes o lado menos cinzento das suas vidas, porque ele exista, no matter what!

Sou sensível com os meus amigos, porque os respeito e porque quero o melhor para as suas vidas. Sou sensível às suas mazelas emocionais, porque nos vamos conhecendo, umas às outras, (às especiais) tanto quanto a nós mesmas. Sou sensível porque preciso que sintam, em todos os seus momentos, que me preocupo genuinamente com cada uma. Sou sensível, porque procuro o mesmo nível de sensibilidade para comigo.

Já cheguei a segurar novidades, semanas a fio, boas notícias e conquistas, até que estivessem preparadas para saber de mim. Nada terá o mesmo sabor quando não conseguirmos que o outro ria do mesmo prazer e se alegre da mesma alegria. Com o tempo, alguns de nós, aprendemos a ser para ter, a dar mais do que recebemos, esperando que, eventualmente, também se vão lembrando de nós, cuidando-nos o suficiente para nos mantermos a partilhar o que importa.

Gosto e admiro as pessoas sensíveis sensatas, as que sabem o que dizer para não nos ferir e as que nos vão lendo a alma, a voz, e os olhares. A essas esforço-me para nunca perder!

Será que ainda te lembras?

janeiro 07, 2018 0 Comments
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Será que ainda te lembras de onde nos conhecemos, do tempo que demoraste até me convenceres dos teus avanços meio loucos, mas que me faziam rir até da minha teimosia? Sim, era pura teimosia, porque eu sabia, soube sempre, mal me tocaste a primeira vez, assim que me estendeste a mão para me ajudares a entrar na viagem mais louca da minha vida, que serias tu e foste!

- Olha o teu café fumegante, exactamente como gostas.
- Senta-te aqui minha princesa, aninha-te a mim.

Os nossos começos de noite passaram a ter o mesmo ritual, os dois no alpendre da casa, tu à espera que te trouxesse um café em forma de tesouro, porque me empenhava para que que cada um soubesse melhor do que todos os outros, e que chegasse eu para ficarmos debaixo da mesma manta, abraçados, recordando tudo o que nunca teremos forma de esquecer e que fez a história que ainda estamos a escrever.

- Lembras-te de como me ias sempre mimar ao intervalo do almoço?
- Ui, se lembro, eram os nossos momentos de oiro. Os beijos tinham um sabor incrível, eram contados ao segundo e ficava-me sempre a sensação de que sabiam a pouco e de que te deveria raptar, se fosse mais louco, se te amasse mais e até que o teria feito.
- Deixa-te disso, tu sabes que me amas mais do que pareço precisar, mas não te ponhas com ideias agora, está tudo bem assim, eu gosto desse teu gostar e sabes que não teria mudado nada.

Nunca me esqueço de agradecer, um dia que seja a pessoa que entrou assim, na minha vida, para fazer de mim um ser tão especial, porque nós somos da forma que nos vêem, a nossa verdadeira importância está no que conseguimos passar aos outros, tocando-os e fazendo tudo valer a pena. Eu sou a mulher do homem que permanecerá ao meu lado, até que o final de um de nós chegue e nos solte, mas por muito pouco tempo, um do outro, porque os amores assim não são quebrados, apenas mudam de dimensão, rasgam novos tempos e continuam para lá das histórias que ainda não sabemos contar. Eu sou a mulher cuja felicidade deixou de ser apenas um desejo e conseguiu, ainda nesta vida, unir-se ao homem que me acompanhará para sempre, em todas as outras. Disso não tenho qualquer dúvida.

Será que ainda te lembras de como te dizia saber que te iria amar por mil anos?
- Lembro-me meu amor e de responder, como faço agora, que te iria amar por outros mil, por todos quantos conseguirmos continuar a reconhecer-nos.

O amor é complicado e improvável!

janeiro 07, 2018 0 Comments
<< Pinterest: Ignacia Gaete >>


O amor chega de quem menos parecia ter a ver connosco e acerta-se com os mais complicados, os que ainda precisam de muitos amores até reconhecerem o verdadeiro, porque ele existe, para cada um de nós. O amor é complicado e improvável porque é a única coisa que não controlamos. Não podemos apenas escolher amar ou deixar de o fazer amanhã. O amor complica-se porque quer sempre tudo, de nós e do que conseguimos aprender. O amor é improvável porque só assim se poderá transformar em amor, questionando todas as aparente convicções e mostrando-nos, para além de qualquer dúvida, que amar é um estado, não importa a altura, o olhar, a cor da pele e muito menos se os dentes são tortos. O amor vem de dentro e é para lá que teremos que voltar quando o quisermos entender.

Se gastarmos demasiado tempo a racionalizá-lo, vamos perder momentos e deixar de ver o que apenas ele mostra. Se quisermos saber onde colocar cada ponto e vírgula, vamos perder o discurso mais importante, porque o amor fala como mais nenhuma língua consegue.

Amar-te é isto, um vaivém de sensações, um zangar-me porque não estás e um querer-te demasiado quando estás e pareces pertencer-me, apenas a mim. Amar-te tem-me ensinado mais sobre mim, do que estas décadas de uma vida que não desperdicei, mas durante a qual poderia ter amado, ainda mais. Amar-te certifica-me de que estou viva e é vivendo que poderei ver tantos outros amores, até os que não conseguiram sobreviver. Amar-te é tão simples quanto respiro, mas tanto complicado quanto os pensamentos que te envolvem.

Estou sempre a ver amores para além do meu e de cada vez que os sinto, próximos, empenhados e determinados, apetece-me confidenciar-lhes que terão que se preparar, muito melhor, para os golpes, porque alguns serão mesmo fatais. E porque estou sempre a ver mais amores, que resistem para além do meu, vou tentando aceitar que certamente ainda preciso de mais uns quantos para o entender. E porque o amor é complicado e improvável, provavelmente, ainda não encontrei o meu...

6.1.18

Começo por onde?

janeiro 06, 2018 0 Comments

Sundae Muse

Começo por onde? Terá que ser pelo fim, porque é lá que estamos os dois, porque o tempo nunca existiu em abundância para ti, o que não deixa de ser curioso, tal a quantidade de coisas que eu sempre fiz e faço. Nunca houve um pedaço de minuto, ou de hora que te tivesse negado e como sempre, encaixei tudo para que te encaixasses tu.

- Lembras-te de ter ter dito que não estavas preparado para mim?

- Sim, claro, ouvi-o várias vezes.

- Então vou refrasear. Sou eu que não estou preparada para ti, não sei como se faz, como se convence alguém a que se convença a si mesmo. Não sei como se usam as palavras certas, sem assustar, sem que se seja julgado e sem que se tenha apenas menos do muito pouco que acaba a chegar.

- Porque insistes em dizer que não estou à altura?

- O que eu digo é baseado no que tu fazes, e a verdade é que nunca estiveste, em momento algum. NÃO, espera, não quero ser injusta, estiveste sim, quando desejaste, desesperadamente, ter sangue novo, diferente de todo quanto tiveste a escorrer pela boca. Quando te moveste, a uma velocidade estonteante, para estar onde estivesse eu, quando sentiste que te poderia escapar entre os dedos sem que o pudesses evitar, aí, SIM, estiveste, tão à altura, que até consegui acreditar.

Eu sei por onde começava, hoje, se pudesse voltar atrás no tempo. Começava pela recusa, FIRME, começava por um "vai passear" tão determinado, que nem a tua suposta curiosidade conseguiria resistir. JURO que não sou uma mulher amarga, mas é que até eu tenho limites. Até eu falho ver o óbvio. Até eu sou enganada e isso magoa-me, claro, mas se tudo acontece, realmente, por alguma razão, eu estou a começar por entender qual foste tu. Quando descobrir aviso!


5.1.18

Lá venho eu, outra vez...

janeiro 05, 2018 0 Comments
Nicolas Simoes by Sylvain Norget #photography


Lá venho eu, outra vez, feito um tolo, achando que ainda tenho mais umas quantas palavras para usar. Sou eu que me maltrato, quando, sem pensar muito, maltrato a mulher que amava. Deixei-a ir. Dei-lhe razões para ter TODA a razão para se afastar de mim. Deixei que se instalassem dias tristes, tão cinzentos quanto é o tempo lá fora. Deixei de ter vontade de tudo e de nada. Passei a magoar-me, permitindo que o meu coração apenas veja a branco e preto. Já não sinto o feitiço que as suas gargalhadas me passavam. Sou um ser cansado de mim e de cada vez que me olho, não vejo quem julgava conhecer.

Lá venho eu, outra vez, sem chegar a lugar algum e indo nem sei para onde. Estou com movimentos mecânicos. Estou apagado e dissimulado, porque sorrio para não desatar a chorar. Ouço o que me dizem, mas assimilo tão pouco... Lá venho eu, outra vez, à procura do que já não tenho e à espera de encontrar nem sei o quê, porque ao perdê-la, perdi-me. Lá venho eu, outra vez, sem desculpas que me possam desculpar e sem qualquer fim à vista. Já me cansei de tantas voltas sem respostas e de tantas perguntas que faço a mim mesmo - Onde foi que errei?

Talvez até seja do novo ano que entrou, e com ele a enorme sensação de solidão acompanhada. Talvez seja apenas a minha necessidade de voltar a ter quem me tenha e queira, ou talvez, pior ainda, seja a convicção de que deixei fugir quem mudaria tudo...


Será que ainda complicamos demasiado?

janeiro 05, 2018 0 Comments
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Nas relações quase tudo chega de forma sobrevalorizada. Tendemos a fazer demasiadas perguntas, ou menos que as supostas e de cujas respostas desataríamos a correr que nem desalmadas, se ao menos as tivéssemos feito na hora e local certo. O equilíbrio e a capacidade de dosear a nossa necessidade de saber do outro é a base de tudo, e só assim podemos parar de o fantasiar. Podemos até não desistir, não nas primeiras dificuldades, mas a verdade é que deveremos ser capazes de perceber quando parar quando já não houver remédio, quando já tiver morrido muito antes de começar a  "cheirar" mal. É duro, custa parar, dizer BASTA, pelo menos para a grande maioria de nós, mas se não der e se os ajustes não forem possíveis nem reais, então nunca funcionará.

- Digam lá que não pareço uma entendida no assunto?

Sei algumas coisitas, porque sei o que não quero e o que nunca vou permitir. Sei que me colocarei sempre em primeiro lugar, cuidando de estar bem e feliz, para que o outro possa beneficiar de mim de forma mais completa. Sei que não me contento com pouco, já não e que preciso de estar em sintonia com quem escolhi, ou eventualmente me terá escolhido primeiro. Sei que atingi o pico da maturidade emocional e por consequência, não quero por perto gente pequena.

Será que ainda complicamos demasiado?

Eu complico cada vez menos, mas não significa que esteja a baixar a fasquia, isso é que nem pensar, o que quero é simplesmente poder incluir o outro, deixá-lo entrar e sentir-se bem na minha vida, porque acabaremos a ganhar os dois. Simples!

4.1.18

Tempos que nos matam qualquer tempo!

janeiro 04, 2018 0 Comments

Não teremos forma de nos encaixarmos, se o tempo que nos dispensarmos não for o que nos faz falta. Teremos, quase sempre, tempos que nos matam qualquer tempo de qualidade, pessoas que nos retiram alguma vida, sugando o ar de que necessitamos, provando-nos que não adianta, não faz sentido, nem vale a pena que lhe devotemos qualquer segundo. Teremos, em todas as fases da nossa vida, quem não saiba muito bem o que faz por aqui e assim nos inunde de momentos que deveríamos empurrar para longe de nós. Teremos, por vezes quem nos recorde do que tanto tentámos esquecer, mas é por elas e com elas que acabamos a mudar-nos para melhor.

Aprender a dizer não. Aprender o valor dos momentos que nos acrescentam. Aprender que da nossa importância sabemos nós, permite que mudemos o curso do tempo, e acabemos a incluir nele quem deve permanecer. Sermos quem imaginámos, olhando-nos por dentro, fará com que todos os outros entendam qual o percurso que planeamos seguir. Não perder, nem 1 segundo que seja, com os olhares dispersos daqueles que nada nos acrescentam, é tudo o que me vejo a conseguir agora.

Os tempos que matam o tempo que só a mim pertence, estão a começar a rarear, porque estou a reaprender algumas das regras que me atrevi a deixar esquecer. Já sei que terei que ser eu a coordenar o que me importa e que à minha maneira, só eu mesmo. Os outros terão a importância que lhes atribuir, e o que considerar prioritário, vai sê-lo. Isso é mais do que ponto assente!