11.4.18

Dizer o quê?

abril 11, 2018 0 Comments
ЅℰXUᎯℒ ✦ ᏇᎾℳᎯℕ - Pinterest: Crackpot Baby


Há muito pouco que adiante dizer, se do outro lado de nós nada for ouvido. Existem pessoas, momentos e sentimentos que nunca serão partilháveis, por mais que as consiguemos amar.  Dizer o quê, quando as palavras não bastam, ou ecoam demasiado forte e fora de contexto?

Somos, cada um de nós, fruto de tudo o que acumulámos, ano após ano, em experiências que nos vimos forçados a repetir, ou a deixar de lado. Tivémos parte do que fomos capazes de conquistar, mas certamente que não atingimos metade do que sonhámos, não por falta de talento, nem tão pouco por falta de vontade, mas porque nos encolhemos perante o que nos abanaria, inevitavelmente, mas apenas para nos melhorar.

Mudar dói. Mudar obriga a escolhas que assustam. Mudar arranca-nos raízes, mesmo que delas já não venha qualquer "alimento". Mudar é o que desejamos e precisamos para mudarmos tudo à nossa volta, mas mudar é o que escolhemos, muitos de nós, nunca fazer. Dizer o quê? Logo eu que mudo sempre que me mude por dentro. Mudo de pessoas corrosivas, caústicas e danificadas. Mudo de ar, quando o que respiro me impede de respirar. Mudo de amor, aquele que sinto, se senti-lo não me permita amar-me em primeiro lugar. Dizer o  quê aos que temem até a sombra? Muito pouco, porque as palavras que usar não farão eco. Não, porque as temem mais do que a tudo o resto. Não, porque já sabem a verdade e ela apenas lhes recordaria da mentira eterna. Não, porque já desistiram, há muito e eu desisto dos que não querem continuar a aprender.

Dizer o quê, quando já disse tudo?

10.4.18

GRITAR!

abril 10, 2018 0 Comments
Sarah Connor #sarahconnor


GRITAR impõe-se de cada vez que nos sentirmos doer por dentro, mas com uma dor que ninguém explica, porque chega de tão fundo que nos parece querer apagar a alma. GRITAR pode ser um acto de coragem. Um desprender de amarras. O afirmar de quem se toma por pessoa e precisa, como de pão para a boca, de ser respeitada e admirada pelas escolhas, mesmo que erradas.


Nunca deixo nada por dizer e se gritar é o que me permite continuar, faço-o, com o mesmo à vontade com que canto e incluindo-o nas minhas rotinas para que não me afogue, mas 
calma com esta coisa do gritar, porque ele pode não ser no sentido literal da palavra. Por vezes os gritos saem sem sons agudos, mas numa determinação que basta para que nos levem a sério. Gritar afirma-nos e reafirma tudo o que tantas vezes repetimos para que nos oiçam.

Conheço tantas pessoas sufocadas, com palavras que recusam deixar sair, olhando, sempre, para todos os lados, certificando-se de que não serão julgadas, que manterão a classe, como se por classe entendessem o nuca levantar a voz, o olhar de forma tranquila, sem deixar que os olhos chispem, de raiva ou de cansaço. Ter classe significa ter postura, carácter, algo a dizer e que até poderá doer a alguns, mas que virá para clarificar mal entendidos.

Os "arrumadinhos", e estou a tentar ser gentil, não lhes "gritando" que a falta de um nome e postura é tão limitador que dói, esses, vão acumular doenças incuráveis, mágoas que se manterão e com as quais não saberão mais lidar. É bom que entendam que no final pagarão tudo isso, tornando-os seres totalmente indesejados e sem qualquer capacidade de aligeirar as palavras que já não terão mais como conter. Nessa altura, inevitavelmente, acabarão como acabam os que nunca souberam explicar o que precisavam, sozinhos!

Falta, mesmo, não sei se fazes...

abril 10, 2018 0 Comments
Love the body


Já me estiveste tão dentro, que respirar se tornava mais difícil do que correr e olha que correr é duro. Já me ocupaste mente, corpo e alma, até que passasse a duvidar de mim mesma, não percebendo onde começava eu, e terminava o que supostamente serias. Já chorei até que as lágrimas secassem e me secassem por dentro e ri com gargalhadas tão sonoras que me julguei tola e descompensada. Já te amei com a intensidade dos condenados, mas acabei cansada de tanto amor mal distribuído...

Falta, mesmo, não sei se fazes, não agora. Não com tanta mudança interna. Não depois de saber que só posso precisar de quem esteja. Não com o cansaço que me assola só por me atrever a espreitar o passado. Não quando já adormeço em paz e acordo confiante. Não por saber, como só eu poderia, que mereço muito mais do que alguma vez deste.

Ainda não fui capaz de avaliar a entrega absurda e desmedida, que votamos a quem nos move o orgão principal, mas da forma errada, trucidando-o e vetando-o ao desespero. Não sei, com certeza absoluta, porque nos tornamos cegos, surdos e demasiado mudos, perante faltas aterradoras. Não entendo a passividade perante os que não se disponibilizam, escolhendo apenas o que lhes serve, e abandonando quem nunca os abandonaria. Nunca terei forma de aceitar tanto desamor.

Falta, mesmo, sei que já não fazes, até porque mataste a parte boa e o que sobrou já não servirá a ninguém!

8.4.18

Do que falamos afinal em primeiro lugar?

abril 08, 2018 0 Comments
//Lu


Do que falamos afinal em primeiro lugar? Ui, esta categoria é explosiva. Temos aqui uma divisão clara no que diz respeito às conversas de circunstância. Na maioria das vezes somos bombardeados com notícias mórbidas, doenças incuráveis, tratamentos dolorosos e tudo isto num par de minutos, pondo-nos os cabelos em pé, porque existem pessoas cujo maior talento passa por despejar negatividade em cima dos incautos, dos que não encontraram forma de fugir. Depois também nos cruzamos com os que reparam, em primeiro lugar, no que aparentemente temos de errado e quando nos atrevemos a dizer que está tudo bem, que o mundo não está a desabar sobre nós, franzem o sobrolho e duvidam, pois, têm mesmo que duvidar, porque as pessoas normais padecem de problemas GRAVES! Estas pessoas têm um nome, mas eu não vou dizer, não me apetece abandalhar.

As mulheres, essas, para a inveja são um portento. Como é que as outras se atrevem a parecer tão bem, como se a idade não lhes passasse por cima?  

- Deve andar a enganar o marido, ou o companheiro, ou pior ainda, a fazer plásticas 

Oh pequenez, isto é o que faz andarem focadas na vida alheia, esquecendo-se de olhar para as suas, mesmo que sejam desinteressantes.

As pessoas, homens e mulheres, de classe, falam do que importa realmente. Espalham boas energias. Riem e enchem-se de orgulho dos sucessos e felicidade dos amigos e familiares. Quando estamos pouco tempo com alguém, o que se torna importante é "arrancar-lhe" boas notícias, algo que tenha conseguido executar bem, promoções ou mudanças de vida, para melhor.

Eu sei que por norma o português é fatalista, mas felizmente já me vou cruzando com pessoas que sinto vontade de voltar a ver. Quanto aos outros, sorriam porra, é que já estão a ser vigiados!

Depois do muito, do pouco e do nada!

abril 08, 2018 0 Comments
É febre e amor e eu quero mais; Sério, é tooo esse mistério... Marina Lima.


Estar de volta a mim é o que consigo fazer sempre que o que não me serve tem que ser refeito. Analisar, sem demasiado coração, mas com todo o cérebro de que sou feita, restaura-me e deixa-me pronta, porque nada do que sou parece bastar-me. Nada do que tenho me deixa quieta demasiado tempo, porque posso ter bem mais e proporcionar TUDO, primeiro a mim e depois a quem me olha e escolhe.

Depois do muito, do pouco e do nada, continuo o meu caminho, sem receios, ou cada vez com menos. Já ter sentido cada um dos percursos. Já ter saboreado cada sabor e definido quais me conseguem mover, levo a minha vida a viver, comigo, por mim e com os que irão, SEMPRE, fazer sentido. Depois do muito, do pouco e do nada, sei saber sem demasiado esforço. Sei encontrar estradas que outros percorrem e não vêem. Sei antecipar-me, mudando de direcção quando seguir em frente já não seja necessário. Depois do muito, do pouco e do nada, relativizar é cada vez mais o meu modelo e ele funciona, definitivamente.

Tanto que me perguntam sobre fórmulas, medidas e pesos. Tanto que parecem buscar, na busca que já fui capaz de fazer, por soluções mágicas, mas nada surge só porque sim e nada se encontra sem que saibamos onde procurar. Querem saber sobre as fórmulas? A única que parece funcionar, para mim, é o autoconhecimento. Sei de mim. Sei quem sou. Sei para onde tenho que ir, quando e porquê. Em relação a tudo o resto, sou como o comum dos mortais e também estou sujeita às leis da natureza e não raras vezes sentindo que é das minhas fraquezas que me cresce a força.

Quando formos capazes de subir todos os degraus, mesmo que a arfar, sentiremos o prazer da chegada e teremos como voltar a descer, regressando menos cansados e já sabendo o que nos espera!

22.3.18

Mantém-me aí, desse lado de ti!

março 22, 2018 0 Comments
Woman Running on Sand Near White Concrete Building

Deixa-me ficar desse lado. Continua a ver-me dessa forma, junto à luz, porque assim nada de mim ficará de fora!

Mantém-me junto a ti, mesmo que estejas do outro lado do meu mundo. Não desistas, não te pares e quem sabe desta vez, com o devido empenho, não me terás de volta. Não vou falhar na promessa. Não me vou refugiar no ontem, no que correu mal, na tua fuga para a frente, a que apenas serviu para me quereres ainda mais, com mais força, desejando o corpo que até já foi teu.

Mantém-me aí, junto a ti. Sem que desesperemos, à espera do que eventualmente chegará, porque até foi a ti que reconheci. Foi por ti que também esperei para que estivesses pronto e para que viesses.  Mantém-me tão próximo quanto a distância deixar, porque quem já percebeu o que lhe mudará a vida, não pode continuar a fugir dela, negando o que mais nada nem ninguém tem. Mantém-me próxima de ti até que me consigas tocar uma vez mais e para que cada momento se arrume em nós.

Entendi tudo o que falaste. Recebi cada som e trabalhei-os com a devida atenção, percebendo que o que dizias fazia sentido e que era o que tinha imaginado em ti. Desta vez não me restaram dúvidas. Desta vez soube que não te tinha fantasiado e que eras exactamente como te vira por dentro, porque afinal ao reconhecer-te passei a saber bem mais do que já sabias tu.

Agora já tens com que te manter até que chegues, até que chegue eu, até que nos voltemos a tocar, até que falar deixe de ser preciso. Agora já podes voltar a  confiar que eu nunca fui a lugar algum, porque que estive sempre aqui. Agora sabes que o tempo andará mais rápido, porque depois do tempo estarei eu, a mulher que já admites ser tua.

21.3.18

Ela não é como eu!

março 21, 2018 0 Comments
inspiration Milene Lourenço


Será que consegues, quando fechas os olhos, não me ver? Terás forma de me deixar ir, não comparando o que já te proporcionei? Será que amas tanto quanto me amaste?

Ela não é como eu e não preciso de muito para o saber, tal como o soubeste já. Ela não tem o que encontraste em mim e olha que nem foi o meu todo. Ela não é como eu meu amor, porque nunca terás outra igual.

Será que te consegue arrepiar inteiro, só com o olhar, e depois de te beijar? Será que carrega o calor que te aquece por dentro e te passa as sensações com que te inundei e sei que ainda o faço em cada sonho. Será que te ama como o fiz, até quando não sabia quem eras e pelo tempo que se estenderá  enquanto for eu?

Ela não é como eu e até o sabemos, os três. Ela não tem como te impedir de recordar o que tivemos e nunca será capaz de parar o mundo onde giramos os dois. Ela não é como eu. Ela não te toca, sente e move da mesma maneira, com a mesma intensidade e desejo. Ela não é como eu e não vais ter como nos arrumar, não enquanto não vieres até a mim para que te devolva o que largaste. Ela não é como eu e não te sopra as palavras certas, com o meu timbre e com tudo o que carrego dentro. Não geme de forma coordenada, mesmo quando quase me perdia para o prazer que me passavas. Ela não é como eu e não adianta continuares a fugir. 

Continuo aqui. Continuo igual a mim e à espera que pares de te parar. Continuo a saber o mesmo de nós e determinada a que sejas o meu futuro. Ninguém é como eu homem da minha vida, não teimes mais e termina com o que nos prende com barras de ferro. Continuo a querer-te da mesma maneira e mesmo que não o saibas, tens que aprender a acreditar no que sentes, porque como eu, apenas eu mesma, hoje e sempre.