8.8.18

Será que és tu?

agosto 08, 2018 0 Comments
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Vi-te chegar, de mansinho, mas capaz de derrubar todas as paredes nas quais ninguém se arriscava a encostar. Permiti, nem sei muito bem como, que me lavasses de alguns amores distantes e ainda assim tão presentes que me impediam de sonhar. Sorri, toda eu, com as palavras que já ninguém usava e fui apenas eu outra vez, sem promessas, sem esperas prolongadas e sem lugares que não reconhecesse. Pedi para que fosses paciente, mas desejei que não te segurasses na espera que acabaria por me matar.

- Acho que morreste há algum tempo, mas nem conseguiste perceber.
- Não é o que acontece aos mortos?

Rimos os dois, e rir contigo trás os risos que me poupei, enquanto esbanjava amor sem retorno!

Vi-te por dentro e gostei, talvez porque não me tenhas dado tempo para pensar. Vou ter que deixar, de alguma forma, que me tragas o novo, até o que assusta e quase impede de funcionar, ou de contrário acabarei com o que resta e já me parece tão pouco. Soube que podia. Entendi que devia e permiti-me reencontrar o que terá que ser meu, na tua forma, ou na que finalmente me assentar.

- Afinal não estou assim tão morta... 

É o que me dizem...

agosto 08, 2018 0 Comments


Não te vou conseguir tirar de mim, não terei forma de te deixar ir, se continuar assim. É o que me dizem!

Tantos a opinar, a esfregarem-me experiências que não se parecem com nada do que eu tenha vivido ou sentido, e eu deixo-me estar, quieta, a ouvi-los sem os ouvir realmente. Apetecia-me fugir, esconder-me debaixo de uma pedra como um crustáceo e apenas sair com a luz da lua, esgueirando-me por entre as sombras que vejo, mas que não são minhas, estão apenas lá...

Se ao menos me soubesses amar como fazias antes, e parasses de pensar demasiado, que tal se deixasses isso para mim, afinal sou eu a mulher e isso é o que sabemos fazer muito bem. Se ao menos eu conseguisse perceber e talvez assim deixar-te ir, mas a verdade é que ainda não estou pronta e não o desejo, não ao ponto de me lavar de ti, e é por isso que vais ficando. Se ao menos o que tivemos bastasse e servisse para pender a balança para o lado certo, para nós. Se ao menos eu te soubesse substituir e aceitar um outro, quem sabe não me surpreenderia.

Dizem-me tantas coisas, que parecem até saber do que somos feitos, eu e tu. Tentam que me recorde do que correu mal, mas eu consigo apenas focar-me no que me deste e me ficou, assim, para não ter outra vontade que não sejas tu mesmo.

É o que me dizem, que assim não voltarei a ser a mesma e que tu me sugavas a alma, mas eu sei mais do que todos eles, sei o poder que tinhas de me fazer feliz e por isso quero mais. Ele dizem, mas não sabem nada...

2.8.18

Estou sem cor...

agosto 02, 2018 0 Comments
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Por vezes estou assim, sem qualquer cor. Por vezes nada parece fazer efeito e a falta de ti deixa-me vazia e incapaz de me mover. Por vezes queria estar como estou agora, enrolada em mim mesma, sem qualquer sabor, nem o da boca que tantas vezes me beija. Por vezes nem me consigo lembrar da parte do dia em que te tenho verdadeiramente.

Nada me deixa mais sem ser nada, do que a tua ausência. Nada me desmotiva mais do que não saber quando voltas, o que dirás quando me disseres o que já nem me lembro. Nada consegue fazer de mim a pessoa que se entrega, inteira e determinada, quando não nos podemos tocar e o teu toque alimenta-me, dando-me o que te dou de volta.

Do que somos feitos afinal, e porque permitimos que a metade que nos falta domine tudo o resto? O que teremos ainda, que aprender para não corrermos atrás do que já é nosso, apenas se distancia para que o vejamos melhor?

Estou sem cor e a precisar que venhas e me tomes, seguro, assegurando-me de que ficaremos bem quando ficarmos juntos. Estou sem cor agora, embalada pelo cinzento que invadiu o céu. Estou sem cor, mas sei que retomarei cada uma assim que o sol abrir e o meu sol, és decididamente, tu.

26.7.18

Corres, buscas e eventualmente encontras...

julho 26, 2018 0 Comments
Chasing sunset through the rolling hills of Byron Bay ✨ Editorial with @augustethelabel on tuulavintage.com


Corres, procuras e eventualmente quando encontras passa a fazer sentido. Tudo o que tinhas planeado, desejado e perseguido, chega de forma tão natural, que sentes que não poderia ser de outra forma!

Podes e deves correr atrás do que te motiva. Buscas e não deves parar, porque quem desiste morre. Se procuras, eventualmente encontras, porque é disso que são feitas as tentativas. Claro que existe um tempo para se deixar ir o que não pode ficar. Claro que nem sempre se encontra o que se procura. Claro que correr, por vezes significa que apenas estamos a ir para o lado errado mais depressa. Mas é claro, também, que sem tentar nunca saberemos.

Interessante a forma como agora vejo o mundo e as pessoas e como percebo do que parecem não perceber elas. Quero porque sim e vou atrás do que me deixa feliz, sem desculpas, nem dúvidas convenientes. Interessante dar comigo, agora, a sentir pena dos que não conseguem saborear os mesmos prazeres dos que procuram respostas para as perguntas que ninguém responde, porque simplesmente não as desejam dar. Interessante ter este novo olhar sobre as relações e o que se espera delas, porque a realidade diz-nos que ou queremos e procuramos, fazendo por ter, ou arranjamos desculpas para fugir do que nos exigiria mais do que conseguimos dar.

O que podes dizer, de ti, e da tua felicidade, quando o que tanto alguns desejam, não lhes permite sequer sorrir? O que podes fazer pelos outros, quando percebes que aquele não é o caminho e que a manterem-no, apenas irão cavar mais fundo? Nada, ou muito pouco, porque terão que ser elas a querer.

Corres,  procuras e eventualmente encontras o lugar que te estava reservado. A sensação que passas a carregar, permite-te condescender com o resto do mundo, porque a ti, sobram-te os sorrisos que te preenchem a alma e é apenas disso que é feito o amor!

22.7.18

Já te deixei ir!

julho 22, 2018 0 Comments
p h o t o s


Não gosto de desistir à primeira. Não saio logo de cena, mal as coisas se tornem difíceis. Não consigo estar apenas nos meus "sapatos", calço literalmente o do outro e tento perceber o que sente, porquê e se me cabe a culpa por inteiro. Não faço nada pela metade e por isso mesmo ou amo, ou não sinto coisa alguma...

Já te deixei ir e mesmo tendo visto o tempo arrastar-se, caminhei no meu próprio ritmo até ao momento em que percebi que teria que te deixar ir. Parei de me focar no que tinhas de bom para mim, até porque era tão pouco, que só sendo louca poderia aceitá-lo. Percebi que o amor que supostamente me tinhas era demasiado pequeno para caber no que consegui sentir por ti, e foi tanto o que te dei, que quase acabei vazia. Passei a olhar com atenção para as dúvidas, as tuas, as fugas consecutivas e as dissimulações, porque existiram e senti cada uma de forma diferente. Já te deixei ir, de mim, porque foste tu primeiro a fazê-lo, sem qualquer insegurança, a mesma que parecias ter comigo, porque dizias que eu era demasiado e tinha mais do que sabias gerir, e essa foi sem dúvida a tua única verdade.

Já consigo entender a razão da tua chegada e aceitar que não ficaste porque não me irias fazer feliz. Já sorrio de cada vez que te vejo de costas, porque sempre que te olhei nos olhos, não fui capaz de perceber que me enganavas enquanto te esforçavas para não ser enganado. Já não choro. Já não recordo nem tento esquecer. Já não sofro, simplesmente porque te deixei ir.

Quando as noites voltam a ser carregadas de sonhos bons e os dias acordam connosco, percebemos que falta só nos poderá fazer quem verdadeiramente nos pertencer!

16.7.18

"Como perder um homem em 10 dias"?

julho 16, 2018 0 Comments
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"Como perder um homem em 10 dias"? Certamente que conhecem esta comédia romântica, e hoje, num encore, porque gosto de repetir os filmes, até mesmo aqueles cujos finais conheço de cor, permiti-me pensar no que se pode ou não fazer para que alguém fique... Não deixa de ser engraçado, quase anedótico porque por vezes vá bastar que sejamos apenas nós para sermos demais. Com o devido distanciamento, ou talvez crescimento, já consigo entender o que significa ser demais e não é certamente bom ou sequer positivo, não para quem se cruza "connosco". Ser demais pode equivaler a um sinal de nascença que nada consegue encobrir e que de tão visível, nos torne absurdamente invisível. 

Quando és invisível significa que falham ver-te como és, porque julgam o livro pela capa e pelo preço, mesmo que seja o mais vendido. Quando és invisível, até o teu respirar vai colidir com o ar que o outro precisa de ter para respirar, e nunca lhe tirarás o fôlego durante o tempo que precisaria para te conseguir respirar, aspirando a tua essência. Se te tornaste invisível, então ainda não encontraste a pessoa certa, porque as erradas não sabem onde começaste e porque chegaste até aqui, mesmo que o aqui seja com elas. Quando e de cada vez que pareces ser invisível, é porque só se focam no que tens, mesmo sendo tão pouco o que mostras por fora, porque tudo o resto está onde apenas os mais importantes terão acesso. 

"Como perder um homem em 10 dias"? Para algumas nem serão precisos tantos dias, bastará aquele em que provarão ter o que nunca encontraram, porque procuravam o mesmo modelo e seguiam apenas pelas estradas mais seguras. 

Sempre suspeitei dos elogios que chegam em demasia, porque indiciam estar perante quem não sabe o que fazer com as mãos cheias e por isso as sacode para ter coisa alguma. Não gosto do sabor que me deixa quem não me consegue saborear, porque está demasiado ocupado a tentar perceber o que fazer comigo. Não gosto de perceber que não percebo nada dos homens que sabem tudo sobre motores, máquinas complexas e que se orientam até no escuro, mas que consideram que ter uma mulher com "tudo" é mais do que conseguem aguentar. No entanto e se ainda precisam de alguma dica sobre como perder um homem em 10 dias, dir-vos-ei que bastará já terem amadurecido o bastante para não precisarem de validação, nem protecção, é que nada diminui mais um homem do que ter uma mulher "grande".


12.7.18

Quando é que te deixarei ir?

julho 12, 2018 0 Comments
Ancient lovers believed a kiss would literally unite their souls, because the spirit was said to be carried in one's breath...


É sempre contigo que acordo, mas já não planeio qualquer dos planos que fizemos juntos e que acrescentei muito antes de saber com o que contar. É sempre contigo e em ti que entro no sono mais profundo, mas mesmo estando em cada um dos sonhos, já não terminas o que começaste em primeiro lugar e deixei de saber o que é que te pertence. É sempre em ti que penso quando arrisco pensar num outro qualquer, comparando-o e encontrando-lhe mil defeitos, tantos quantos certamente terás, mas com os teus sou capaz de viver... 

São tantas as desculpas que uso para não te deixar sair de mim. Foco-me no que me serviu e fez bem, sabendo que te manterei intacto, sem tudo o que usaste para me matar por dentro, esventrando-me a esperança de finalmente pertencer a alguém. Encontro sempre forma de atenuar a indiferença, as promessas mal calculadas e a mentira assumida, certamente porque me doeria ainda mais perceber que até já estava percebido que não eras assim, não como te criei. 

Sou humana. Sou mulher e sou apaixonada por tudo o que me apaixona. Sou inteira e não uso metades de nada, porque não é o que planeio receber. Sou feita da vida que conseguiste viver, mas ainda assim demasiado para o pouco que tinhas para oferecer. Sou quem julgou ouvir o que nunca disseste e ver o que não terias forma de mostrar, mas continua a ser contigo que começo e termino os dias que já não te incluem. Sou o meu próprio veneno e mesmo carregando a cura, escolho deixar-te por aqui, impregnando-me a pele que ainda se arrepia com a vontade de te sentir. 

É sempre, e ainda contigo, que reencontro o prazer de pertencer a quem teria que me ter pertencido.