6.5.21

Temos dias...

maio 06, 2021 0 Comments



Temos dias que se arrastam para lá das horas que supostamente serão as mesmas, mas que parecem não terminar, nem quando termina o nosso esforço para nos mantermos acordados e vivos. Temos pessoas que nos testam os limites e outras que parecem já nada parecer, nem quando se mostram, porque certamente já não se cruzam connosco, não pelos mesmos lugares emocionais. Temos palavras que usamos de forma indiscriminada e outras que nunca nos atrevemos a proferir para que não nos desnudem, mostrando quem somos por dentro.

Os lugares que cruzamos, uma e outra vez, não terão forma de parecer iguais, porque também já não os seremos, não a cada acordar e não depois de mais um recolher pleno de vida, de sabedoria, para os que a procuram e de olhares reais, porque a realidade é o que fizermos dela. Os momentos que passarem, enquanto escolhemos passar sem sermos demasiado visíveis, já não poderão ser recuperados e por isso voltamos às escolhas, as que devem ser feitas e as que nunca seremos capazes de fazer, por vergonha, por medo, por incapacidade, ou simplesmente porque será mais confortável manter a vida de sempre.

Temos dias em que questionamos até quem nunca fomos, mas esperando pelo momento em que o reflexo, num qualquer espelho, nos conseguirá finalmente surpreender.

5.5.21

O que sentes hoje?

maio 05, 2021 0 Comments

 


Quando sentes que o teu destino te pertence integralmente, nunca mais te atreves a deixar para as mãos dos outros o que apenas cabe nas tuas. Quando percebes que sabes do que te falas, até quando estás em silêncio, deixas de ouvir as palavras vãs dos que nunca parecem ter nada para dizer. Quando te responsabilizas pelo que desenhas mentalmente, mas que até sabes que chegará, nunca mais esperas pelas respostas de quem não tem forma de entender as perguntas.

O poder do conhecimento que adquires quando te focas em ti, na pessoa que carregas para além do corpo, deixa-te sem medos exacerbados e afasta do teu círculo os que se refugiam no comum por não saberem ser grandes. Seres o que transpareces, sem qualquer dúvida e envolvendo os que se apoiam no que tens para serem também eles maiores, confere-te a clareza dos espelhos sem riscos do tempo, mas com a sabedoria que apenas ele oferece. O amor que passas depois de te encheres do sentimento que muda tudo à tua passagem, assegura-te de que estás certa até quando te cruzas com quem é declaradamente errado.

Quando escolhes apenas o que te define e representa, nunca mais fazes escolhas erradas. Quando te apresentas com o sorriso que já te vestiu por dentro, os esgares e olhares franzidos dos de alma endurecida passam-te ao lado e por isso continuas pelo teu caminho, segura, de cabeça levantada e pronta para a nova viagem. Quando decides com firmeza, já mudaste!

4.5.21

Quando nos desnudamos aos outros!

maio 04, 2021 0 Comments

 


Nem sempre nos desnudamos para os que até nos conseguiriam ver, se ao menos olhassem com atenção. Escondemos os olhares e olhamos para lugares onde nem estarão os que nos fazem falta, mas fingimos que não vemos o que é óbvio e tão claro quanto o azul do céu sem nuvens.

Nem sempre dizemos o que temos como certo, porque erradamente nos deixamos levar pelos que dizem sempre o mesmo, sem qualquer respeito pelos que ouvem e nunca ouvindo os que até sabem o que dizer, mas ainda assim se calam. Deixamos passar o que deveria ser censurado, nunca censurando os que usam e abusam dos de alma limpa e fingindo não perceber, porque reagir dá trabalho.

Nem sempre nos podemos calar aos barulhos dos outros, mas devemos sem qualquer dúvida ou receio, deixar de falar quando já não nos merecerem respeito.

3.5.21

Escolhi escolher-me!

maio 03, 2021 0 Comments



Escolhi bem a caneta com a qual escrevi o que ainda me faltava dizer-te e disse tudo, sem qualquer receio de que fosse lido ao contrário, ou com julgamentos que não terei forma de contrariar!

Dizer que te amava nunca bastou. Gritar-te que eras apenas tu nunca te sossegou e o meu sossego partiu mal te confessei os sentimentos que não tinhas forma de acompanhar. Pedir que me aceitasses não seria natural nem possível, não para quem desconsiderou tudo o que carregava e simplesmente partiu. Chorar foi o que não encontrei forma de fazer e certamente que teria adiantado de muito pouco.

Escolhi, sem qualquer cuidado, passar para o papel o que ainda me estava tatuado no coração cansado de tanto amar sem retorno e retornei a mim mal o fiz. Não me reconhecia na mulher que te implorava pelo que deveria seria meu por direito. Não me sossegava enquanto te oferecia o poder que não te pertencia e por isso mesmo o recuperei, porque nunca deixei de me sentir tola, até quando sentia os abraços que me rodeavam o corpo, mas não sossegavam a mente. 

Escolhi bem o momento de te enviar o que encerraria a nossa viagem emocional e mal o fiz, desfiz o que nunca deveria ter começado.

2.5.21

Quem tem razão?

maio 02, 2021 0 Comments



Não quero ter sempre razão e deixei de me importar com as culpas de que alguns se alimentam para que todos os outros possam ser culpados. Não sei do que vivem os magoados da vida, todos os que buscam razões para terem a razão maior, impedindo-se de ver o que realmente existe de bom por aqui. Não entendo os que deixaram de entender que apenas povoam parte do mundo e que ele não se compadece com os de mente pequena e coração desajustado. Não me sinto tola por desistir dos tolos que por aí proliferam, é que eles dão mais trabalho do que aquilo que valem, mesmo que lhes somemos o peso.

O amor prepara-nos para os revezes que os ódios de estimação provocam, conseguindo que nos afastemos para que possamos continuar com o que fazemos melhor e que passa por sermos as pessoas que outras gostarão de ter por perto. O amor é a arma invisível, mas certeira, que protege os bem resolvidos dos mal-amados. O amor, para quem ainda se lembra do que provoca, é o antídoto para quem adormece com a boca amarga e acorda com o mesmo e exato sabor.

Não quero ter sempre razão, mas recuso-me a dá-la a quem nunca saberá distinguir o certo do errado e por isso erra indiscriminadamente. Não quero que as razões erradas me levem a aceitar o inaceitável, não hoje e certamente que não a partir de hoje.

1.5.21

Como é que te cuido?

maio 01, 2021 0 Comments



O cuidado com que te cuido vem de todo o amor que veio contigo!

Quando somos dois tudo passa a dobrar, o respeito, a entrega, o amor e até o receio de não darmos na proporção do que recebemos. Quando sentimos quem nos sente e dizemos o que também ouvimos, repetidamente, porque já não temos forma de nos calar, os silêncios nunca mais se voltam a instalar.

O que desejo enquanto me regulo pelo que também pareces desejar, é que recebas de mim tudo pelo qual foste esperando, confiante de que te chegaria e ansioso para que não tardasse. O que planeamos juntos, mesmo sabendo que teremos que ir seguindo separadamente até que aconteça, tem mais força, carregando-nos a ambos.

O cuidado que nos dispensamos é o que vai importando enquanto o resto do mundo deixa de nos importar.


30.4.21

Quero voltar a acreditar!

abril 30, 2021 0 Comments



E se de repente perceberes que já tens quem te fazia falta e que podes, pela primeira em muitos anos, acreditar que é a pessoa certa?

Existem pessoas que nos chegam para que voltemos a acreditar no futuro com um brilho no olhar e para que o desejo de atenção genuína nos alimente a que também nos sentimos capazes de dar. Falam sobre os temas que conhecemos, mostrando-nos outros ângulos e aceitando receber os nossos. Dão-nos tempo em toca do que carregamos e ampliando-o para que caibamos em todas as perguntas inevitáveis, respondendo a tudo o que formos capazes de responder. Atiçam-nos os desejos há muito resguardados, acordando-nos para o que afinal até já sabíamos querer.

E se de repente sentíssemos que nos faz falta um abraço genuíno e que os beijos que guardámos já têm uma boca onde pousar?

Seremos sempre a pessoa que uma outra conseguirá reconhecer, se sairmos dos lugares onde nos escondemos para nos protegermos das dores que nos fizeram crescer, mas que também ampliaram a vontade de não voltar a ter vontade de amar, porque o amor alimenta e acorda, mas também parte e enfraquece.

E se de repente o hoje já não tivesse nenhum rasto do ontem que nos falhou?