10.5.21

Qual é a minha melhor parte?

maio 10, 2021 0 Comments

Painting by Monika Luniak


Acredito que escolho apenas ver as melhores partes de mim, mas certamente que terei as que também mudam, da forma errada, quem não as entende!

Escolho acreditar que sou sempre do formato certo, mas nem sempre me acerto de forma a que me possam ler até sem legendas, ouvindo o que digo e o que não consigo dizer enquanto me escudo nos medos de que também sou feita. Escolhi pensar que sou segura o bastante para me segurar quando não estou em sintonia com os que me escutam, mas não ouvem, mas depressa vou percebendo que ou me explico com mais clareza, ou acabo inexplicavelmente sozinha enquanto todos me rodeiam, fazendo um número que não conto e contando-me o que não preciso de saber.

Acredito que o tempo me tem fugido e que mesmo correndo dificilmente irei recuperar o que perdi, do amor, do que já deveria ter criado e de tudo o que crio, aparentemente apenas para mim. Fui acreditando no melhor dos outros, confiando que não seria a única, mas unicamente para me desenganar assim que me mostraram o que lhes faltava. Não deixei de acreditar no melhor do mundo e das pessoas que o povoam, mas aprendi, da pior maneira, que alguns apenas deambulam por aqui, de alma apagada e de coração  demasiado dolorido para que não magoem os que se atravessam, sem demasiada cautela, no que consideram ser o seu lugar.   

Acredito que ainda vou a tempo de ter tempo para os que importam e que me importarei cada vez mais comigo, porque apenas assim terei verdadeiramente a importância que me atribuir.

9.5.21

Estás energeticamente alinhado?

maio 09, 2021 0 Comments



Falamos muito sobre o alinhamento energético, mas não sendo de todo fácil, nem sequer percetível para muitos, tendemos a relegá-lo para segundo plano, quando na verdade tudo seria mais simples e possível se o fizéssemos da forma certa.

Sentirmo-nos por dentro da forma que teremos que ser por fora, passando aos outros o que poderão copiar e repetir, é um trabalho em progresso, um percurso nunca totalmente percorrido e um desejo que deveremos saber manter vivo. Estar alinhado foca-nos com o importante e afasta-nos do que não serve nem importa. Saber, exatamente, o que precisamos de ter, de ser e de dizer, diz mais de nós do que toda a treta com que nos entupiram o cérebro e na qual passámos a acreditar, duvidando de tudo o que se afaste milimetricamente, porque nos deixaria sem chão e inevitavelmente inseguros.

Falamos de mudanças reais para que tudo possa mudar ao nosso redor, mas ainda somos pouco ativos e conectados com o que sempre existiu por aqui, apenas tinha nomes diferentes, ditos e escritos em línguas que poucos dominavam. Falamos, cada vez mais, sobre o que deve estar ao alcance de todos, mas a democratização da felicidade não foi instituída e provavelmente nunca o será para os que não a buscam. Desenganem-se os que esperam por fórmulas mágicas, o conhecimento existe para ser usado por quem o procurar, os restantes serão apenas e só a personificação do "carneirismo" necessário. Falamos muito sobre a evolução da espécie para um bem maior, mas se nos recursarmos a busca dos recursos que até estão ao alcance de todos, acabaremos por alcançar muito pouco.

8.5.21

Sou feita do quê?

maio 08, 2021 0 Comments

Sue´s photos


Sou feita de toda a coragem que uso para afastar os medos. Tenho o tempo que me permito enquanto me dou permissão para deixar de lado o que não me acrescenta. Faço o que preciso para ser do formato certo, mas nunca me esqueço da forma original. Encontro nas palavras os sons que quero ouvir, mas silencio quem me arremessa o que me ensurdeceria se o permitisse. Sou feita de todas as histórias que vivi, mas planeio acrescentar as que ainda me faltam para ser ainda mais. Procuro pelas partes de mim que me mantêm acesa e é com elas que incendio os que amo. Não aponto dedos acusadores, mas também não permito que me acusem do que desconhecem. Não ofereço o coração e qualquer um, já não, reservo-o para os que saberão o que fazer com ele.

Sou feita de todos os beijos que a minha boca ofereceu e sei que receberei de volta os que farão de mim a mulher que vale a pena beijar, porque me terão em cada um, sem reservas, inteira e pronta para o que virá depois. Sou feita de mim mesma e não me pareço com mais ninguém, para o bem e para o mal.

7.5.21

Será que me desculpas?

maio 07, 2021 0 Comments



Tenho que parar de te pedir desculpa. Tenho que parar de ter medos infantis e tenho que decidir crescer, porque agora até tenho com quem!

Digo sempre que o amor não chega, mas tu rebates com a certeza de que ele é o que nos faz avançar e que só precisamos de continuar a acreditar para que nos baste. Tento, em vão, deixar de precisar de ti, regressando à minha velha vida, aquela na qual controlava até a forma como inspirava o ar, porque já nem isso consigo agora, chegaste para me perturbar os sonhos e deixar a respirar descompassadamente. Sofro por antecipação, usando o absurdo como desculpa, mesmo sabendo que ou faço ou faço, já não há outra forma.

Tenho que parar de te deixar com a responsabilidade de me sossegares, porque se não me sossego, nenhum de nós vence e perder é tudo o que não queremos.

6.5.21

Temos dias...

maio 06, 2021 0 Comments



Temos dias que se arrastam para lá das horas que supostamente serão as mesmas, mas que parecem não terminar, nem quando termina o nosso esforço para nos mantermos acordados e vivos. Temos pessoas que nos testam os limites e outras que parecem já nada parecer, nem quando se mostram, porque certamente já não se cruzam connosco, não pelos mesmos lugares emocionais. Temos palavras que usamos de forma indiscriminada e outras que nunca nos atrevemos a proferir para que não nos desnudem, mostrando quem somos por dentro.

Os lugares que cruzamos, uma e outra vez, não terão forma de parecer iguais, porque também já não os seremos, não a cada acordar e não depois de mais um recolher pleno de vida, de sabedoria, para os que a procuram e de olhares reais, porque a realidade é o que fizermos dela. Os momentos que passarem, enquanto escolhemos passar sem sermos demasiado visíveis, já não poderão ser recuperados e por isso voltamos às escolhas, as que devem ser feitas e as que nunca seremos capazes de fazer, por vergonha, por medo, por incapacidade, ou simplesmente porque será mais confortável manter a vida de sempre.

Temos dias em que questionamos até quem nunca fomos, mas esperando pelo momento em que o reflexo, num qualquer espelho, nos conseguirá finalmente surpreender.

5.5.21

O que sentes hoje?

maio 05, 2021 0 Comments

 


Quando sentes que o teu destino te pertence integralmente, nunca mais te atreves a deixar para as mãos dos outros o que apenas cabe nas tuas. Quando percebes que sabes do que te falas, até quando estás em silêncio, deixas de ouvir as palavras vãs dos que nunca parecem ter nada para dizer. Quando te responsabilizas pelo que desenhas mentalmente, mas que até sabes que chegará, nunca mais esperas pelas respostas de quem não tem forma de entender as perguntas.

O poder do conhecimento que adquires quando te focas em ti, na pessoa que carregas para além do corpo, deixa-te sem medos exacerbados e afasta do teu círculo os que se refugiam no comum por não saberem ser grandes. Seres o que transpareces, sem qualquer dúvida e envolvendo os que se apoiam no que tens para serem também eles maiores, confere-te a clareza dos espelhos sem riscos do tempo, mas com a sabedoria que apenas ele oferece. O amor que passas depois de te encheres do sentimento que muda tudo à tua passagem, assegura-te de que estás certa até quando te cruzas com quem é declaradamente errado.

Quando escolhes apenas o que te define e representa, nunca mais fazes escolhas erradas. Quando te apresentas com o sorriso que já te vestiu por dentro, os esgares e olhares franzidos dos de alma endurecida passam-te ao lado e por isso continuas pelo teu caminho, segura, de cabeça levantada e pronta para a nova viagem. Quando decides com firmeza, já mudaste!

4.5.21

Quando nos desnudamos aos outros!

maio 04, 2021 0 Comments

 


Nem sempre nos desnudamos para os que até nos conseguiriam ver, se ao menos olhassem com atenção. Escondemos os olhares e olhamos para lugares onde nem estarão os que nos fazem falta, mas fingimos que não vemos o que é óbvio e tão claro quanto o azul do céu sem nuvens.

Nem sempre dizemos o que temos como certo, porque erradamente nos deixamos levar pelos que dizem sempre o mesmo, sem qualquer respeito pelos que ouvem e nunca ouvindo os que até sabem o que dizer, mas ainda assim se calam. Deixamos passar o que deveria ser censurado, nunca censurando os que usam e abusam dos de alma limpa e fingindo não perceber, porque reagir dá trabalho.

Nem sempre nos podemos calar aos barulhos dos outros, mas devemos sem qualquer dúvida ou receio, deixar de falar quando já não nos merecerem respeito.