4.8.21

Como acordo todos os dias?

agosto 04, 2021 0 Comments



Não acordo todos os dias cheia de coragem e propósito, mas desde que coloco os pés no chão e me dou tempo para pensar no que me move, mudo de imediato o chip e desato a cuidar-me por dentro, preparando-me para o efeito exterior. Já vou cada vez menos ao passado e até me permito esquecer do que antes me parecera tão importante. Não sei muito mais do que já sabia, mas continuo a evoluir na minha passada, sabendo esperar pelo que acabarei por conquistar. Já não ouço as mesmas músicas, encontro-me com umas quantas novas que usam das palavras que melhor me reflectem hoje.

Mais de meio ano se passou neste cenário de catástrofe colectiva, mas 2021 tem sido, de longe, o melhor ano do meu meio século de existência. Estou MESMO em cada momento e lugar, não apresso a vida, ao invés vivo-a com a consciência de que serei e terei tudo o que for capaz de antecipar. Caminho diariamente, fazendo os 10 quilómetros propostos, sem interrupções nem desculpas e descubro habilidades e lugares que antes apenas via passar na minha linha do horizonte. Sou bem mais tranquila, generosa comigo e inflexível com os que me roubam a paz. Sei exactamente quem sou e do que necessito para nunca mais precisar de me justificar, não sobre as minhas escolhas e decisões. O meu coração de mãe está mais pleno de emoções que desconhecia, porque passei demasiado tempo apenas a cuidar, mas agora permito-me usufruir das conquistas de cada filho, da sua maturidade e discernimentos. Deixei de ter dúvidas quanto ao que lhes proporcionei, porque a verdade é que têm TUDO o que necessitam para serem as pessoas que me propus criar. O curso intensivo de amor no qual me matriculei mal nasceram, tem-me enchido de créditos que poderei resgatar até ao final da minha "caminhada". Fui passando com distinção a cada exame e mesmo que a vida não tenha um roteiro final, porque até quando já não estiver estarei sempre, sei que me tornei mais hábil na leitura das legendas e interpretação dos sinais.

Não acordo todos os dias de sorriso em riste e convicta de que a minha decisão de permanecer sozinha é a mais acertada, mas de cada vez que me permito duvidar, lembro-me do muito que me proporciono e do quanto é difícil encontrar quem se encontre comigo e me siga as passadas, sendo tão resolvido e pleno quanto me considero. Não acordo todos os dias a saber ao que me saberão os dias de solidão quando já não tiver como voltar atrás, mas porque me foi dada a capacidade de escolher, escolho decidir com base no que me diz o coração agora.

2.8.21

A Matrix é tramada!

agosto 02, 2021 0 Comments



Os programas primitivos condicionam-nos e forçam-nos a dizer e a fazer o que não devemos, sendo na maioria das vezes desagradáveis e controladores.

A necessidade de controlo sob o outro, deixa vir ao de cimo o lixo de que muitos são feitos e por isso mesmo derramam-no sob os mais distraídos. Vou-vos deixar alguns cenários habituais para que me entendam:

Cenário 1 - Então miúda, quando te casas? És tão bonita, os homens devem estar distraídos e olha que a vida boa é a de casada, vais perceber isso mais tarde.

Cenário 2 - Então miúda onde vais com tanta pressa?

- Vou para casa adiantar o jantar que o Pedro está quase a chegar.

- Pois é, a vida de casada é uma chatice, abusam de nós, ficamos sem tempo para nada...

Cenário 3 - Estás mais gordinha, olha que te fica bem, mas só não te deixes engordar mais, porque já estás no teu limite e acabas feia.

A necessidade de controlo, faz com que se tente opinar sobre tudo, achando que o que se sabe é que está certo. A pessoa que te disse que ficas melhor loura quando estás morena, é a mesma que te diz que ficas melhor morena quando estás loura. A nossa responsabilidade está em não ceder às pressões sociais, fazendo o contrário do que os outros entendem por certo e retirando-lhes o poder. Não temos que negar o nosso agora, distanciando-nos de nós, só para agradar aos outros. A vida também é sobre cedências e tolerância, mas apenas para com indivíduos conscientes e que nos tratam da melhor forma possível, não para quem for um controlador ambulante.

O único conselho que me apraz deixar, é o de mandarmos para as cucuias quem apenas sente necessidade de controlar para estar bem. De que forma é que a minha vida pode afectar, positiva ou negativamente o outro? O que acontece contigo se eu estiver mais magra ou mais gorda? Certamente que NADA. Então quem te dá o direito de me abordares com opiniões desagradáveis se nem sequer me pus a jeito? 

Se me disserem o que não devem, garanto-vos que vão ouvir o que não querem, porque do meu presente e estado de alma, cuido eu!

1.8.21

Quem é que que aceita o mal declarado?

agosto 01, 2021 0 Comments



Quem é que sente vontade de voltar ao que não tem sabor, é difícil, desgastante e incompleto? Quem são os loucos que dão segundas chances aos desamores, às dúvidas e aos males de alma? Quem é que se devota à escuridão depois de ter visto a luz, aceitando de volta palavras vazias e sem sentido? Pois, provavelmente ninguém e a isso se chama evolução, emocional e espiritual. Se não nos cuidamos a tempo inteiro, ouvindo com atenção o que nos pede o corpo e respeitando o coração que por norma bate de forma compassada quando é respeitado, os males entram e instalam-se.

Temos todos um lugar que nos serve e faz sentido. Temos raízes que gostaríamos de manter, mas não sendo árvores e a cada dia mais forçados a mudar, aceitamos que as mudanças nos melhorem e ensinem o que faltava. Temos, alguns de nós, razões para impedir que a razão alheia nos perturbe demasiado. Temos o que somos capazes de criar.

Quem é que nos ensina a respeitar o que nos pertence, o corpo e tudo o resto que o mantém a funcionar de forma saudável? Nós em primeira e última instância!

31.7.21

Quais são os teus defeitos?

julho 31, 2021 0 Comments


Há quem diga que até os defeitos devem ser mantidos e relembrados, não vão os mesmos ser o que nos sustenta o edifício interior, mas permitam-me discordar, porque na minha perspectiva, um defeito nunca poderá trazer benefícios a ninguém e muito menos segurar-nos para que não quebremos. Quando admitimos ou reconhecemos um defeito, o passo seguinte será lapidá-lo até que se reestruture, ou mais fácil ainda, eliminá-lo por completo. O chip que nos inserimos, usando de inúmeras desculpas para o manter e receando perder a única identidade que conhecemos, leva-nos a adiar o errado, recorrendo a histórias que contamos a nós mesmos e acreditando piamente na sua verdade.

Até que consigo entender os "defeituosos" crónicos, é que a sua eterna imaturidade inibe-os de remexer no lixo emocional, catalogando-o e transferindo-o para os depósitos certos. Não aprenderam a reciclar e por isso permanecem apegados ao mal que conhecem, acordando e adormecendo mais seguros da única pessoa com a qual sempre se identificaram e temendo a sua mutação, porque o novo assusta.

Somos humanos e por isso todos carregamos defeitos, alguns serão apenas pedrinhas sem relevo, mas já outros, abrem crateras existenciais e vetam os designados ao exílio social, carimbando-os para a eternidade. Assim sendo e porque pretendo ser lembrada pelo bem que produzo, ou pelo mal de que me abstenho, presto muita atenção aos meus defeitos e trabalho-os até que se esfumem e me restaurem. Crescer e manter a passada que terá que nos levar a algum lugar aprazível, tem como regra a identificação de tudo o que nos compõe e será sempre escolha nossa reavaliar e melhorar, ou manter e morrer de más intenções.

30.7.21

Os saltos de fé!

julho 30, 2021 0 Comments



Os saltos de fé. As certezas no incerto, mas que nos sabem a tanto e que fazem o sentido que precisamos para acreditar. Os motivos que encontramos quando já sabemos quem somos e a sabedoria que nos envolve de cada vez que temos as palavras que soam bem.

Tudo o que recebi e me foi chegando, era exactamente o que precisava para me exceder nesta procura eterna pela melhoria e crescimentos. Cada pessoa, lugar, situação invulgar ou mais comum, tudo, mas mesmo tudo, veio recheado do que me acrescentou o bastante para que me bastasse no futuro que antecipo a cada dia mais sereno, até na sua inevitável imprevisibilidade. Todos os amores que me envolveram e lamentavelmente foram poucos, passaram-me os sabores que deverei ter quando o amor de amanhã me bater à porta e for recebido com os sorrisos da alma que mantenho clara, limpa e pronta. A aprendizagem que não descarto e que me atira para mais um degrau acima, já não é vivida ou respirada a ferros nem com pesos que não possa carregar.

Os saltos de fé que ultimamente dou, acreditando que já sei o bastante para não me "esborrachar" nas aterragens, são cada vez mais leves, mais simples e mais naturais, são os meus e estão na fila das escolhas, mas com a contagem certa.

Nada do que me doeu antes deixou marcas permanentes, nem me danificou para me encolhesse a um qualquer canto enquanto a vida seguia na sua passada, totalmente alheia aos meus quês e porquês. Nada nem ninguém alguma vez teve o leme do meu veleiro e ele foi seguindo ao sabor do meu vento, parando para que admirasse a pessoa que me tornei, mas continuando a viagem para que ainda possa ter o que me falta.

Os saltos de fé é que nos definem, uns dão os que precisam para saberem o que na realidade é importante, mas outros haverá que nunca sairão do mesmo lugar emocional, receando o que poderiam descobrir sobre si mesmos. 

29.7.21

Ai as Mulheres!

julho 29, 2021 0 Comments


Já tenho saudades de escrever apenas sobre o amor, sobre o tempo e o momento em que se amava porque sim e não se julgava e esperava demasiado do outro, achando que apenas a ele lhe cabia dar TUDO. Já começo a abominar os fundamentalismos e os excessos de mi mi mis, porque a grande maioria das pessoas, mulheres sobretudo, acham que o mundo gira em torno delas e que cada um dos seus desejos e caprichos deverão ser satisfeitos, não importa a que custo.

Os homens isto e aquilo. Os homens devem ter isto e mais aquilo, sendo altos, espadaúdos, com tudo no sitio, regra geral vindo estas exigências de quem não tem NADA que valha a pena considerar. Sou Mulher e por isso mesmo é-me permitido dizer tudo isto, mesmo que venham daí algumas assobiadelas (piropos não, que esses foram criminalizados, haja paciência), mas fosse eu homem e era tudo e mais sei lá o quê, porque os desgraçados viraram a bichos em formato de gente. 

O tal do Covid veio mesmo desabar com o resto, pondo a nú as fragilidades que estão claramente a começar em casa. O respeito por si, pelo outro, o saber estar e falar; As condutas irrepreensíveis, para que possamos exigir o mesmo de volta; A generosidade e a tolerância, são tão essenciais quanto o pão que nos alimenta, porque nem só dele vive o homem.

Não tarda temos que amordaçar os pobres dos homens, colocando-lhes algemas e retirando-lhes o pouco que tiver restado, porque chegaram as mulheres e de repente tudo é sobre elas. Se duvidam, basta seguirem os novos programas das televisões privadas para perceberem o nível de exigências, a intolerância e o excesso de avaliações puramente externas e fúteis, que me deixam com vergonha alheia. As Mulheres são muito mais do que estão a fazer passar. As Mulheres devem impulsionar as mudanças positivas, trabalhando para a paridade e não desatando a atropelar os seus pares. Precisamos TODOS uns dos outros e devemos ser movidos pelas diferenças que nos complementam. As MULHERES que me orgulho de assim chamar, não sobressaem no caos, brilham nas habilidades, na coragem e na determinação, todas que não apregoem o mesmo, não me merecem qualquer classificação que possa ser escrita aqui.

Que fiquemos todos mais atentos à direcção que se está a seguir, ou de contrário o colapso será inevitável. Sou mãe de 3 excelentes homens a quem ensinei o valor do respeito, do cuidado e atenção para com o outro, mas também e sobretudo a recusa limiar de atropelos apenas pelo facto de serem, pelo que se percebe, do género errado. Que impere o bom-senso para que não demos a comer o que seríamos capazes de engolir. Oh que mundo este!

28.7.21

Qual é a tua verdadeira história?

julho 28, 2021 0 Comments



Que história estás a viver? Quem te forneceu o roteiro que já deverias ter lido, exaustivamente, de uma ponta a outra? O que planeias então mudar, acrescentar ou subtrair?

Não podes, ou não deves, simplesmente aceitar o que te impuserem como certo, permitindo que te ditem os passos e orientem as escolhas. Não te podes demarcar do que te diz respeito, porque vais ter que viver com o que és e permites, até ao final dos teus dias. Não podes remover o "NÃO" do teu vocabulário imediato, porque numa primeira instância, é ele que te protege dos ladrões de energia. Não podes, em nenhum momento, desistir de te construir enquanto te defines como pessoa, reconstruindo-te a cada nova falha e nunca aceitando o que te atirarem como sendo certezas e verdades inquestionáveis. 

Consegues estar mesmo aqui e no momento, usufruindo do que já tens e não passando mais de metade do teu tempo útil a querer que o futuro chegue? És capaz de te restaurar de cada vez que algo te quebra e de te elevar quando és bem-sucedida? Tens por ti o respeito que exiges aos outros?

Que pegada planeias deixar enquanto por aqui andas? É que caso não saibas ainda, temos todos algo de importante a fazer, de contrário não valeria a pena sermos contemplados com o maior milagre que existe e que se chama vida!