20.6.23

Que nome dás ao desamor?

junho 20, 2023 0 Comments


Quando e de cada vez que o amor se transforma em dor, o nome que lhe atribuímos deixa-nos num limbo de emoções no qual tentamos, em vão,  perceber o que nos falta entender. Quando as palavras que ouvimos escondem sentimentos que não nos são dirigidos, quebramos na vontade de proferir as que tínhamos reservadas para quando o amor real e verdadeiro chegasse. Quando deixamos de saber quem ser e o que fazer para que nos queiram o bastante e apenas a nós, percebemos que temos que abrir as mãos e deixar ir.

Algumas pessoas vivem apenas porque viver é o que lhes cabe, mas já outras, vivem como se o mundo inteiro se esgotasse no mesmo dia, querendo apanhar tudo, não importa o quê ou quem. Vamos inevitavelmente cruzar-nos com algumas assim, mas até quando o coração fizer escolhas insensatas, será a nós que caberá desmontar o novelo que fizemos acumular, misturado com demasiadas cores e sem qualquer início ou fim. Nada nos prepara para o que seria tão fácil se verdadeiro e quase que nos perdemos na ilusão de reavivar o não nos era dirigido, apenas escolhendo quando não éramos a escolha.

Quando e de cada vez que nos reduzem a um pó indistinguível, levamos bem mais do que uma vida a recuperar o que já éramos antes de não sermos nada para alguém, perdendo o único tempo que nos restava nesta. 

16.6.23

O que é que te faz falta?

junho 16, 2023 0 Comments


Apenas sabemos o que nos falta quando já nos conhecemos o suficiente para entender cada pequeno sinal e que deverá ser sobretudo interno. Somos feitos de massas muito diversas, mas capazes de constantes melhorias, desde que consideremos ainda ter o que melhorar.  

Nada do que faço hoje esteve alguma vez no meu ângulo de visão, ou sequer correspondeu a qualquer expetativa. mas a realidade tem-me provado, a cada novo momento, que a minha capacidade de me reinventar é o que me acrescenta e preenche cada pedacinho que rodeia o coração. Não cesso de me surpreender, talvez na mesma proporção do que me surpreendem os outros, mas o que vou vendo, vivendo e lendo no que dizem ou escolhem calar, ensina-me bem mais do que julguei provável.

Apenas percebemos como pretendemos ser amados, quando o somos de forma errada e demasiado distante da proximidade que permitimos. O calor que deverá vir na direção daquele que dispendemos, é o que nos retira o frio interior, o mesmo que a ciência garante não existir. Apena empunhamos as armas se lutar se tornar mais habitual do que a tranquilidade e segurança de que precisamos todos para continuar a querer e a receber.

Nada do que falo deixa por explicar o que pretendo, aceito, ofereço ou descarto, porque de outra forma seria a maior responsável pela irresponsabilidade dos que não têm lugar para mim.

12.6.23

O que fazes quando percebes?

junho 12, 2023 0 Comments


 

Quando percebes que tens mais do que devias e que não te sabes dosear porque que as doses que passas apenas servem para matar quem gostarias de manter vivo, não te enches de orgulho, ficas apenas a ver instalar-se a solidão que já te ameaçava antes.


. Quando percebes que não encontraste a fórmula certa e que assustas mais do que esperavas, só te resta desistir e aprender a viver com quem és, tu contigo, sem te apagares e sendo até luz em demasia e calor insuportável, mas tu, sem ninguém a reclamar.

.Quando percebes que falhaste e que não foste capaz de fazer o que para os outros parece ser tão fácil, viras as costas e segues na direção oposta.

. Quando percebes que serás sempre 4 furos acima e impossível de encaixar no encaixe que esperavam de ti, regressas à concha e aceitas que a tua diferença apenas te deixa assim, diferente.

. Quando percebes que afinal sempre soubeste que seria assim, sem quem consiga estar do teu lado certo, resignas-te e continuas a estar, não importa o lugar nem a dimensão dos sonhos, mas tu sem medo do que representas.

Um dia percebes que afinal nunca estiveste acompanhada, apenas o desejaste muito!

10.6.23

Queres ser igual a todos?

junho 10, 2023 0 Comments


Ser igual, fazendo o habitual, mesmo que de forma errada e consciente, não pode servir de desculpa para quem na verdade nem se serve, servindo mal os que arriscam entrar. Querer só porque sim, sem sequer perceber o que se deve querer de forma a estar saciado, origina "fomes" intermitentes. Passar a responsabilidade para o ontem, para o que nos fizeram e o que nos aconteceu, apenas afasta os melhores acontecimentos, tornando-nos robóticos e desprovidos de sentimentos bons.

Não existe nada mais empoderador do que a escolha. Sermos quem conhecemos, indo e estando onde nos fazemos falta, acaba por acrescentar mais histórias, vida e sons que envolvemos em cores novas. Ter poder é saber quando começar e por que motivo parar. Traçar os rumos que respeitaremos por nós mesmos, torna-nos mais acessíveis e visíveis aos que continuarão a chegar, porque a vida é uma eterna sucessão de idas e vindas.

Ser igual com tanta diferença digna de ser vista e sentida, é demasiado pequeno e limitador. Querer que nos queiram, mas sabendo de que forma iremos queerer mais e melhor, torna as viagens memoráveis e as histórias dignas de serem contadas. Passar, apenas porque passam os outros, é desistir da singularidade que nos deveria destacar, ao invés de carimbar, colocando-nos no meio da restante manada.

Não existe dor mais lancinante do que a perda de identidade quando se desiste da vontade que nos define, ou se desata a ter vontade de tudo e de todos, terminando vazio e sem memórias que importem recordar.

7.6.23

O que escolhes afinal?

junho 07, 2023 0 Comments


Se encolheres o teu mundo, o que por si só já é demasiado redutor, apenas irão caber uns quantos e tudo acabará a girar em torno deles, do que são, do que te dão ou do que nunca te conseguirão fazer sentir. Se apenas olhares para os lados mais estreitos, também tu acabarás pequena e incapaz de usufruir de tudo o que te está destinado.

Quero saber o que me move, o que me liga os botões certos e o que me transforma e melhora. Quero ser a minha melhor versão até quando perceba ainda não possuir as ferramentas necessárias, mas estando pronta para as procurar e usar. Quero o poder que me foi instituído mal me empurrei útero fora e conheci o mundo no qual teria que viver. Quero ser bem mais do que uma sobrevivente, porque finalmente percebi de que forma quero estar em mim, mas comigo dentro.

Se permitires que te usem e abusem do que te deixará de asa quebrada, sem que "grites" as regras que te regem, jamais terás do que reclamar depois. Se fores olhando para o lado contrário, ao invés de enfrentares o que estará bem visível, caso escolhas mesmo ver, o depois será da tua inteira responsabilidade. Se aceitares o pouco, nunca mais saborearás o muito que afinal até mereces.

4.6.23

Porque é que te amo, sabes?

junho 04, 2023 0 Comments



Queres saber porque é que te amo?

Amo a ideia que faço de ti e tudo o que me poderias dar, se ao menos me amasses de volta. Amo os sorrisos que nos arranco, aligeirando o que se tornou demasiado pesado para suportar. Amo os dias e as noites nos quais nos imagino juntos, sendo ambos a metade inteira que supostamente falta ao outro. Amo saber que ainda te consigo amar desta forma e que não fechei o coração ao mundo.

Queres entender o que espero de quem deveria saber esperar por mim?

Espero tudo o que consigo dar, não ocupando espaços desnecessários e estando apenas quando e onde fizer falta. Espero uma corrida idêntica, passadas compassadas e sonhos partilhados, mesmo que únicos e até incomuns. Espero poder deixar de esperar pelo que deverá chegar até mim sem esforço, o mesmo que não dispendo quando e enquanto te estou a amar.

Queres querer-me ao teu ritmo, ao meu, ou ajustando o de ambos para que nos amemos sem atropelos?

Julgo que esta resposta não necessita de qualquer desenvolvimento, até porque apenas querendo, genuinamente, poderemos ser e dar alguma coisa de válido ao outro.


2.6.23

Onde fica a tua casa emocional?

junho 02, 2023 0 Comments



Que lugar te deixa de alma serena e livre do peso do mundo?

Por vezes gostava de poder voltar a "casa", aquela onde estavam todos os que me deram motivos para viver. Não raras vezes faço pequenas incursões às "casas" onde vivi rodeada de todo o amor que fui capaz de multiplicar e consigo ver-nos de sorrisos abertos, em conversas logas e com os planos que traçávamos juntos. Gostava, TANTO, de poder regressar aos lugares que transformei na nossa casa e onde sempre reinou a paz, independentemente de todo o tumulto que o cuidado, a preocupação e o medo de mãe provocam. Gostava de poder ter só mais um dia que fosse, mas sei que teria feito tudo da mesma forma, amando até que mais nenhum amor coubesse.

Já sabia, mesmo que não perdesse demasiado tempo no que seria certo, que um dia a "casa" não voltaria a ser a mesma e que até quando regressassem todos quantos me prepararam para o maior papel que jamais desempenhei, nunca mais voltariam para ficar. Resta-me o consolo e a felicidade de ter vivido todos os minutos que nos couberam, fazendo de todas as horas que de alguma forma multipliquei, o palco para o que inevitavelmente acabaríamos por viver lá fora.

A casa de que tão bem me recordo, encheu-se sempre de ensinamentos, de aprendizagens, de choros e dos muitos medos que apaziguei. Estive na proa de todos os exemplos que dei para que me seguissem de forma determinada e a perceberem que também eles poderiam, bastando que se recordassem, e sei que o fazem, de tudo o que lhes ofereci, evitando-lhes uns quantos caminhos menos amistosos. A casa de que agora sinto falta, vai-se transformando, de mansinho, nas casas de onde um dia os meus também escreverão as suas novas histórias.