13.12.23

O que queres de ti e dos outros, sabes?

dezembro 13, 2023 0 Comments



Do que é que estàs à espera, numa relação, quando não esperas nada?

Quem entra trás histórias que nem sempre se encaixam nas nossas. Quem chega, de forma intencional ou não, fá-lo porque precisa de algo, que até pode ser apenas o nada que uma noite carrega, carregando a ligeireza e o descompromisso. Quem nos escolhe, até quando não parece escolher ninguém, não de forma emocional, seguramente que sabe ao que vem, ou deveria, porque as relações não são controláveis, até para os que creem no inverso.

Temos modelos definidos, desejos ocultos, alguns impronunciáveis e vontades que nos deixam com uma enorme vontade de começar ou recomeçar com quem se nos entre pele dentro. Temos tempos que por vezes colidem, mas tendemos a relativizar o que não explicamos, resvalando no risco que sempre corremos quando apenas corremos na direção de alguém. Temos passes e impasses que nos misturam com a multidão, ou que nos mostram o quão afastados estamos de todos os outros, os que proliferam nas relações sem relacionamento e no não-compromisso, para que se avolumem os que sofrem de síndromes irrepetíveis e que apenas aumentam o número de infelizes de serviço. Temos cada vez menos para dar, até quando damos mais corpo e entregamos a alma por tão pouco.

Do que é que estás à espera quando não esperas pelo único sentimento que te poderia salvar os dias?

12.12.23

O que é que substitui a paz?

dezembro 12, 2023 0 Comments



NADA substitui a paz, porque quando o nosso coração está em paz as decisões são sempre sábias e todos os movimentos passam a ser calculados em função do que pretendemos manter. Quando já provámos do doce sabor da paz que nos invade até quando e enquanto não nos sentimos completos, os planos e os sonhos têm um propósito definido e maior.

O que nos faz bem é certo. O que nos deixa mal, com dúvidas e rodeados de incertezas, está inequivocamente errado e é então que erradamente assumimos poder mudá-lo, porque as pessoas com as quais esbarramos trazem-nos lições inestimáveis e forçam-nos a ações nem sempre confortáveis, mas que deverão ser tomadas, sob risco de nos deixamos a viver no limbo. Os amores, até os fortes e avassaladores, apenas chegarão para que entendamos quem ainda nos faltava amar e seguramente que era a nós. 

Nada, mas mesmo nada, merece ser forçado a encaixar no que não se encaixa. As razões que levam alguns a ser e a fazer o que nos magoa, devem ser entendidas, aceites e libertas, porque o Universo saberá o que fazer de cada desinteresse, de todos os olhares de soslaio e das palavras sem sentimento. Nada, nem ninguém, alguma vez poderá merecer que apenas nos restem migalhas e um coração partido em mil pedaços. Nada substituirá a paz de sabermos exatamente quem somos e o que temos para doar, sem segundas intenções, ou propósitos obscuros. Nada me retirará a paz que armazenei para quando precisar verdadeiramente de me agigantar perante a minha finitude, até lá, serei tão serena quanto determinada a que não me roubem a paz de que sou feita.

11.12.23

Fobias, quem tem?

dezembro 11, 2023 0 Comments


Fobia do comprometimento e envolvimento emocional. Medos irracionais de escolher a racionalidade do amor, porque na verdade é um sentimento universal e supostamente espontâneo. Fobia do certo, do pré-determinado e do que saudavelmente entendemos querer, querendo de volta quem nos escolheu. Fobias que nos afastam dos outros, ou que os enganam e manipulam.

Ninguém disse que os recomeços seriam fáceis de encaixar nos dias que já nos correm como corremos. Não nos foram dadas fórmulas facilitadoras de inclusão do outro no nosso lugar emocional, mas temos, seguramente, bom senso e habilidades que nos habilitam a respeitar quem se deixa prender pela seta que lançámos. Andar por aqui sendo mais do que um, partilhando o que de forma egoísta desejamos apenas nosso, nem que seja o tempo, ativa alguns gatilhos obscuros e limita quem já de si se sente limitado para o amor.

Fobia do comprometimento porque estamos a reinar no reino dos ficantes, dos que vão estando enquanto lhes servir, mas sem que nenhum propósito seja verdadeiramente servido. Medo de apenas ter medo, mas de ir assim mesmo, acreditando que se esbarrará em alguém com igual vontade e empenho. Fobias que fazem de nós menos pessoas e que nos arrastam para um mundo onde cada vez mais se arrastam, igual cobras, com sangue frio e incapazes de se aquecerem por um dia que seja. Fobia do amor, porque já ninguém parece saber de que forma simplesmente amar.

Sei, sim sei!

dezembro 11, 2023 0 Comments


Resolvermo-nos interiormente tem porras. Sabermos porque motivo agimos duma forma e não de outra diametralmente oposta, um trabalho constante. Entendermos que nem sempre estaremos à altura de nos sorrirmos, uma necessidade que deveremos ir testando. Conseguirmos sobreviver aos tumultos, para ter e saber de que forma regressar ao que nos sossega, um objetivo atingível, mas pleno de altos e baixos.

Sei que sozinha sou menos e mais frágil, mas aceitá-lo enquanto aceito as minhas limitações e medos, tem-se revelado um processo moroso, mas bem sucedido. Sei que já sei muito mais de mim, mas continuo, "faminta" e insaciavelmente à busca de cada porquê. Sei que as minhas imperfeições não me tornam irremediavelmente imperfeita, mas que me condicionam, sobretudo quando espero, sem qualquer prova documental, que os outros ainda tenham como chegar tão longe e tão alto, facilitando-me a viagem. Sei que amo demasiado e de forma tão intensa, que colido com os que amam na opção morno, ou quase frio. Sei que um dia deixarei para trás as perguntas de todos os dias, mas até lá continuarei a querer até o que me dizem ser inatingível.

7.12.23

Somos as inevitáveis vítimas!

dezembro 07, 2023 0 Comments



Somos vítimas, alguns de nós, dos bloqueios familiares, sociais e obviamente dos nossos. Somos a vontade de pertencer, mesmo que nunca cheguemos a saber quem somos sem as máscaras e porque motivo nos mascaramos para SEMPRE. Somos os mesmos lugares que outros percorrem e procuramos a experiências que uns quantos tiveram e nos passaram, de forma inexata, porque nem eles as souberam saborear. Somos apenas uma fração do que poderíamos na realidade ser, se desbloqueássemos o que nos aprisiona e envolve em algemas bem visíveis, até porque hoje vivemos mais "em cima" uns dos outros, sabendo o que cada um faz, deseja fazer e ou nunca conseguirá fazer, porque a ação obriga a uma coragem que NÃO parecemos ter. Somos TÃO pouco perante a imensidão do mundo, das oportunidades e das possibilidades que arremessamos para bem longe, por medo de arriscarmos sentir a verdadeira felicidade.

Estou claramente noutro patamar, mas não me refreio, não respondo ao que nem sabem perguntar e não me envolvo do que aos outros soa a certo ou a seguro. Sou tão diferente quanto o que fiz por entender de mim, do que faço aqui e do que ainda me falta conquistar. Sou a versão que melhoro a cada dia, mesmo com avanços e recuos, porque a reconstrução sob construções frágeis necessita de muito mais tempo. Estou claramente segura do caminho que faço, percebendo e aceitando que por ele passarão uns quantos apenas para me testar e outros tantos para me ensinar.

Somos vítimas do que tomamos por inevitável e inevitavelmente acabaremos mais sós, pobres de lugares interiores e incapazes de resistir às inúmeras provações, porque elas virão. Somos vítimas do que nos parece mais fácil, mas um dia, quando pouco nos restar fazer, iremos perceber o quão difícil foi não ser, não sentir, não cuidar e não amar devidamente.

5.12.23

Mete-te em apuros!

dezembro 05, 2023 0 Comments



Mete-te em apuros. Faz coisas erradas que te saibam a certas. Sê diferente de ti mesma, mas com prazer e vontade de viver em cheio. Mete-te em apuros no amor e ama desalmadamente, mesmo que não te amem de volta. Procura pelo que te acrescenta mais sorrisos e sorri sem medos nem culpas, até das tuas inabilidades. Mete-te em apuros, por vezes, um cento de vezes, mas sabendo que saberás um pouco mais sobre ti no final.

Os arrependimentos, um dia, serão apenas isso, sem qualquer possibilidade de recuos, ou de regressos a passados nos quais poderias ter sido mais, tudo, tu e outra qualquer, juntas e misturadas para que fossem tão grandes quanto te sentes. Os sonhos que não viveres serão apenas isso, momentos desperdiçados pelo medo de caminhos que seguramente pisarias, não com certezas e planos, mas com os pés na terra molhada e nas ervas que crescem sem que alguém as possa impedir, teimosas, mas plenas de cores e cheiros que se entranham e permanecem até à estação seguinte. Os olhares, para quem te olha de volta e fala do que gostas de ouvir, até quando não usam as mesmas palavras que reconheces, deveriam servir para te libertar dessa prisão comportamental, da postura séria, segura e NUNCA desviante, mesmo que te apeteça desviar 360 graus e ser a que carregas dentro e fazes por esconder dos outros. Os amores sem dores e os que te doerão sempre, valerão a pena, cada um e por cada sentimento que te arrancarem, recordando-te do quão viva permaneces.

Mete-te em apuros, uma vez que seja e sê, sem culpas, ESTUPIDAMENTE FELIZ!

1.12.23

Se te magoa está errado!

dezembro 01, 2023 0 Comments



Se te magoa está errado. Se até os pelos se eriçam perante tanta dúvida e medos que se avolumam, está errado. Se os sabores que reténs na boca são mais amargos dos que desaparecem, rapidamente, porque rápido é o que não nos sustenta e segura, está errado. Se o teu corpo pede pelo corpo que apenas usa o teu, dando-te um prazer que está longe de ser real, porque em cada êxtase permaneces ainda mais vazia, está errado. Se nunca tens um lugar, nem sequer no coração que o arrebatou, está errado. Se as histórias que continuas a escrever têm apenas uma personagem, a tua, então é porque estás tão sozinha quanto começaste, mesmo achando que poderias mudar algumas vírgulas, por isso está errado. Se te sussurram ao ouvido as mesmas palavras que vão servindo a outras, sem qualquer esforço ou cuidado para que sejam únicas, está errado. Se os músculos te doem após o que passa a parecer uma corrida íngreme e sem fim, até quando estás abraçada a quem apenas tem um lugar temporário, por excessiva ocupação, está inequivocamente errado. Se acordas e adormeces a saber o quão longe tudo está de alguma vez ser certo, estão estás tão errada que dificilmente saberás de que forma acertar o que te restou.