29.1.24

O Nada muda o Tudo!

janeiro 29, 2024 0 Comments



Nada muda tão rapidamente quanto um olhar. Nada nos diz mais de quem nos olha do que a direção que usa até quando parece ser a nossa. Nada nos segura e delimita mais do que os limites que nos colocam, sobretudo à forma como amamos. Nada nos faz desistir, plenos de convição e segurança, do que sabermos não ser a escolha.

Sê paciente quando e de cada vez que não souberes pelo que esperar e espera, da forma mais tranquila que conseguires, pelo dia em que TUDO se encaixará e fará sentido. Sê, sempre, a que escolhe aprender, apreendendo o novo, o real e o determinante. Sê da tua pele, com a cor, toque e sensações, mesmo que não se misture com outras. Sê assertiva e coerente, até quando pareces balbuciar palavras que pouco te definem. Sê a tua principal resposta, mesmo que ouças as de todos os outros.

Nada nos encaminha melhor do que a necessidade de ver para lá do que está no agora e apenas no momento. Nada como nunca ter mais do que NADA, para desatarmos a querer que chegue TUDO rapidamente. Nada como conseguir ler, adequadamente, o que uns quantos escrevem sem acentos ortográficos e de pernas para o ar, para nunca mais precisarmos de legendas.

28.1.24

O que ainda preciso de ser para ter?

janeiro 28, 2024 0 Comments


Com tanto para se ser e fazer, quem é que precisa de se focar no que não acontece, em quem não nos reconhece e em cada um dos momentos que nos deixam para baixo?

Se o que importa é o que faço com o que me chega, então escolho aceitar o que não posso mudar, mas tentando sempre que algo mude em mim no processo. Se amadurecer, sentindo-me mais confiante e forte, passar por momentos de fraqueza, de cada vez que me julgo de forma pequena e empobrecida, aceito sem reclamar demasiado. Se ter ainda mais do que me cabe, fizer caber umas quantas almas semi perdidas, tomarei para mim a tarefa de as ajudar a encontrar os lugares nos quais se sentirão em casa e muito provavelmente longe de mim. 

Com tanta vida, histórias novas e antigas por recuperar, do que me adianta focar nas que não terei como reescrever ou terminar?

Sou tanto agora, mas sabendo do quanto ainda conseguirei criar, criando os momentos e os lugares que me deixarão com toda a serenidade que apregoou, que aceito tudo o que não se me cola e não faz questão de ficar. Sou a minha versão melhorada a cada dia, e nunca, em momento algum, considero saber ou ter, nas mãos que apenas encho de coisas válidas e bonitas, o que basta, porque nunca me bastará apenas andar por aqui e ao sabor dos que nada parecem saber de mim.

Com tanto amor que carrego, porque raio deveria aceitar amores pequenos e sem sabor?

23.1.24

Não sei quem sou sem ti!

janeiro 23, 2024 0 Comments


Olá meu amor,

Há muito que parei de escrever para ti, mesmo que o faça mentalmente, tentando conjugar os verbos que nos definiam e recusando manter-me zangada com a tua partida. Digo-me e repito que não tínhamos mais tempo nem momentos e que a alternativa, se ficasses, seria ficarmos ainda mais desgastados e doridos. Tento convencer-me, mesmo que em vão, de que nada mais haveria a fazer ou a dizer, querendo acreditar que dissemos tudo. Os nossos últimos dias, e que dor se aloja agora no peito, por repetir o que nunca desejei que acontecesse, foram serenos e serviram de bálsamo a tanta mágoa e desencanto. Passeámos de mãos dadas nos inúmeros lugares onde deixámos parte de nós e recolhemos o que ficaria para memória futura. Deitámo-nos a altas horas da noite, recordando cada minuto de todos os anos que vivemos juntos e saboreámos os vinhos que armazenei para ocasiões especiais. Tentámos de tudo, mas falhámos, tu e eu, porque não soubemos de que forma sarar o que nos queimou qual ferro em brasa. 

Ainda não sei quem sou sem ti. Dou comigo a tocar em cada um dos objetos que faziam parte das tuas rotinas e que sempre tomei por garantidos. Nunca mais nada teve o mesmo sabor, e vou ouvindo, sem escutar verdadeiramente, o que me dizem as pessoas que tentam segurar-me, porque nunca me tinham visto cair. As horas passam tão lentas que quase me sinto flutuar, sem gravidade nem energia, mas de repente percebi que já se passou um ano e que devo ter hibernado, porque não me recordo de quase nada.

Quando é que nos afastámos tanto, que até o que sonhámos em conjunto se esfumou? Para onde deixei de olhar para que acabasses a ver outra que não eu? O que foi que deixei de ser, ou tu para mim, para que o NÓS se esvanecesse?

Há muito que desisti de entender o que nos abalrrou, mas preciso, desesperadamente, de saber quem sou, agora que sou apenas eu. Perdi-te mal nos perdemos de nós e o esforço para te recuperar apenas agudizou a distância que se instala quando o amor parte. Há muito que já não era amada, mas pareço ter sido a última a perceber.

Deixo-te um abraço apertado, com o desejo de que já saibas o que significa existires sem mim, porque se alguma dúvida te ensombrar, vais precisar de tudo o que és e tens para resistir.

Até sempre,

M M

22.1.24

A calmaria aparente!

janeiro 22, 2024 0 Comments



A calmaria que já antecedeu dias de enorme tempestade, deixou de me acalmar, por esse mesmo motivo. A incerteza perante o que até poderia ser certo, se as escolhas passassem por saber de que forma escolher, porque primeiro teremos que querer e apenas depois fazer, tem-me impedido de sossegar. A calmaria que há muito não me acalma e que nunca me deixa saborear sabores novos, sem que me foque nos amargos, passou a ensombrar-me.

Ando por aqui sempre demasiado alerta e a reparar em tudo o que move e me faz mover. Nunca sinto com poucos décibeis, escuto sempre os sons estridentes, até os que não parecem percetíveis ao ouvido humano. Vejo com tanta clareza o que deixa alguns incapazes de olhar, que passei a ter uma avaliação e expetativas demasiado próprias. 

A calmaria deveria suceder-se aos sopetões inevitáveis da vida, sobretudo quando as viagens são novas, mas uns quantos de nós escolhem o que lhes agita bem mais do que as bebidas que misturam em cocktails explosivos. Parecem gostar cada vez menos da paz que invade as decisões acertadas e as caminhadas com roteiro. Atiram-se para o abismo acreditando que sairão dele a voar, mas acabam, inevitavelmente, estatelados no chão que os quebra mesmo contra vontade.

Ando cada vez mais sob ovos, tentando não os partir a todos, mas sabendo que serão as suas posições a ditar o meu sucesso ou falhanço rotundo. Ando mais veloz quando me atraso nas decisões, mas desacelero sempre que escolho viver, sem resistir, ao que existe para lá das pessoas e que é muito. Ando, pelo meu pé, sem dúvidas que me impeçam demasiado de continuar na rota das minhas escolhas, mas duvidando de que alguma vez me consigam acompanhar.

19.1.24

Nada x Nada = Nada

janeiro 19, 2024 0 Comments



Lutas inglórias, quem não as teve já? Desejos que nunca se materializaram, talvez porque nos tenhamos focado no que não nos pertencia. Comportamentos que nos afastaram das nossas metas, mas que ainda assim tentámos arrastar pelo tempo que a força interior nos permitiu.

Nada sabe tanto a NADA, do que o pouco que nos dão como se fosse muito ou bastante. Nada nos derruba mais depressa do que a certeza de que não fomos verdadeiramente amados. Nada nos ensina tão bem, mesmo que com muita dor associada, do que os olhares vazios que nunca se pousam nos nossos.

Somos seres em constante evolução e crescimento, mas perceber que somos os únicos quando a soma aparente seria o 2, deixa-nos com imensas dúvidas e ainda mais sós. Somos o que fazemos de cada vez que a vida acontece, mas permitimos que muito aconteça, talvez em demasia, mesmo e até que percebamos que não somos a pessoa certa de alguém.

Nada é mais mutilador do que os golpes escondidos e quase impercetíveis. Nada como ouvir as palavras que gostaríamos de nos ver dirigidas, usadas num outro qualquer. Nada como nunca conseguir saber quando é que o nada termina, para que acabemos reduzidos a pó. Nada como ser apenas mais um nome que nem sequer pronunciarão da forma certa.

Lutas inglórias, mas que eventualmente nos levarão a desistir!

18.1.24

Sou uma fascinada crónica!

janeiro 18, 2024 0 Comments



Sou uma fascinada crónica. Tudo o que me rodeia arranca-me, de uma forma ou de outra, expressões de contentamento, aliados aos sentimentos que promovo para ir sendo um pouco mais do formato que reconheço. Nunca estou satisfeita com o que está e tenho no momento, porque eu não sou o agora, estou no agora e passível de mudar e melhorar. Pareço precisar sempre de um pouco mais deste mundo absurdamente fascinante e diametralmente oposto ao fascínio das pessoas. A pequenez, a formatação e o contentamento descontente escurecem-me a alma. Não entendo, porque o recuso, as entregas sem que se esteja inteiro e verdadeiramente interessado. Abomino, mas de forma bem gutural, os que se "arrastam" pela vida sem a saberem viver, achando que o fazem apenas porque se movem de forma repetida, respiram e entabulam umas quantas conversas sem conteúdo.

Sou e serei sempre a minha maior impulsionadora, buscando pelo que ainda não entendi, mas entendendo que tenho habilidades que me levarão até ao cimo da minha montanha. Sou das que ama sem reservas, mas reservando-me o direito de querer muito amor de volta. Sou, ainda, pouco tolerante com os que toleram a mesquinhez, os abraços sem ninguém dentro e os beijos que estão a beijar outras bocas. Sou a razão pela qual acordo inquieta, mas sossegando-me sempre que os outros falham dizer-me o que gostaria de já saber. Sou a lente duma câmara que vê para lá das coisas, talvez porque escolha ver o melhor do que existirá, para que possa ser realmente visto. Sou tão inteira quanto me permitirem, mas também me parto em pedaços, tantos quantos for capaz de tolerar e a verdade é que tolero pouco. Sou diferente, nem melhor nem pior, mas sempre eu e nunca uma animação projetada num qualquer ecrã virtual.

14.1.24

E se fosses o meu mundo?

janeiro 14, 2024 0 Comments


Para que alguém represente o meu mundo como o pretendo viver, tem que já ter vivido o suficiente e de forma sábia. Para que me entregue, inteiramente e sem questões incontornáveis, terá que saber contornar os meus receios, assegurando-me de que estará na mesma passada, ou a procurar acertar a de ambos. Para que possam valer a pena os inevitáveis desgastes e esforços que sempre coloco em tudo o que faço e que por vezes aparentarão ser em vão, o seu sorriso terá que me iluminar por dentro, retirando quaisquer possíveis nuvens. Para que me saiba amada enquanto amo, mais do que ouvir, terei que sentir, sem qualquer dúvida, que me amarão em cada toque e movimento. Para que avance no jogo, nem que seja para a casa seguinte, cada jogada terá que ser munida de muita inteligência emocional.

Se escolheres ignorar as "red flags", acabarás por pagar, com juros altíssimos, a falta de discernimento ou a entrega infantil. Cada um dará apenas na proporção do que tiver dentro e ou te serve, ou não de todo, mas se continuares numa espera que não termina, por a viagem ter sido apenas iniciada por ti, jamais conseguirás a sensação gratificante e plena, de teres chegado a algum lugar que acreditas merecer. Se te retirares da equação, quando deverias ser a pessoa mais importante, terás que te contentar com o resultado, qualquer que venha a ser. Mas se desistires, porque também te é permitido, sobretudo após muitas lutas inglórias, conseguirás limpar as feridas que te auto-infligiste pelo tempo que cada uma levará a sarar. Se já tiveres decidido que o que pretendes é ser feliz ao lado do amor que conseguirá ser parte do teu mundo, vais perceber que viver é naturalmente simples. 

12.1.24

Amores simples, por favor!

janeiro 12, 2024 0 Comments



Gosto que o amor seja simples, com sabores que não se igualam a nenhum outro, porque não pode, nem deve, ser comparado. Tenho formas, as minhas, de manter o formato que me aproxima de quem amo, mas não abro mão do amor que quero sentir de volta. Preciso de não ter que me explicar, porque sou rápida a entender do que se alimenta quem me importa. Trabalho, diariamente, para manter o amor que sinto e não desvalorizo o trabalho que colocam em me alimentar e sossegar.

Muito já se escreveu sobre o amor, mas hoje temos modelos ditos "novos" e que uns quantos usam para justificar a anarquia emocional. Não somos isto, ou aquilo e não somos apenas isto ou aquilo, mas aparentemente e em nenhum momento, somos o que o outro precisa para não precisar de mais ninguém. Na verdade somos uns insatisfeitos crónicos, querendo apenas quem não temos, porque nos cansamos rapidamente da consistência e do empenho a que o amor obriga. Queremos o novo a toda a hora. As borboletas na barriga a cada reinício. Queremos que nos queiram, sem nunca sermos capazes de querer alguém verdadeiramente.

Gosto que o amor seja simples, como o serão as pessoas seguras e resolvidas. Gosto de quem sabe gostar de si mesmo em primeiro lugar, porque apenas assim saberá como gostar de mim. Gosto que me beijem com sentimento e que não procurem nos meus lábios os que algures conseguiram ter. Gosto de ser a escolhida, à primeira, talvez porque não tenha qualquer dificuldade em escolher a pessoa que a minha saberá reconhecer. Gosto do que já não parece existir e estou a gostar cada vez menos dessa realidade...

11.1.24

Qual é o teu tempo emocional?

janeiro 11, 2024 0 Comments



O tempo e o momento do perdão acontecem quando somos capazes de processar o "porquê", a razão que está por detrás do que se faz, de forma deliberada e totalmente alheada dos sentimentos do outro. Se já perdoei ou se sou capaz de o fazer? A seu tempo, quando a dor eventualmente passar e ela passará, porque NADA é para sempre. Se é o meu ego a impedir-me de estar noutro patamar? Não, de todo, ele já deixou de derramar cada acontecimento, na tentativa, vã por sinal, de me fazer sentir mal comigo. Não sendo Deus, tenho incapacidades que passam pela minha mortalidade, mas mesmo não o sendo, sei o que fazer e quem ser para que os outros também tenham um lugar com memórias positivas.  

Dizem que perdoar nos liberta, mas a teoria está longe de se aliar à prática e ninguém, quero acreditar, alguma vez se prepara para os demónios com pele de cordeiro e para os mal amados da vida. Perdoar carece de explicações que por norma não existem, até porque provavelmente não as terão quem nunca se avalia, reavaliando o sentido que dará à vida. Mas perdoar tem que começar em nós e por nós, porque é a partir dele que seguimos em frente, mesmo que NUNCA venhamos a ser capazes de dar a outra face, não a quem seguramente a esbofetearia uma e outra vez, sem qualquer empatia ou respeito. 

O tempo, ai o belo do tempo que usamos como desculpa ou justificação para tudo, não tem como nos limpar de memórias que gostaríamos de não ter acumulado. O tempo pode ser o nosso maior aliado, se soubermos o que fazer depois de muito mal feito, até por nós, mas igualmente o maior dos inimigos se nos sentarmos à espera de que corra, sem prazos, nem limites emocionais. O tempo que uso e crio em meu benefício, e sei-o porque sinto cada mudança e porque cresço em coragem e determinação, tem-me ensinado a saber quando esperar e a quando nunca mais voltar a confiar de que ele, por si só, seja capaz de mudar quem nunca o planeie fazer.

9.1.24

Tanta falta já me fazia...

janeiro 09, 2024 0 Comments



Estava a sentir falta de mim. Já não me olhava da mesma maneira e via muito pouco de quem sempre fôra, com algumas melhorias e crescimento, mas sempre eu para mim. Começava a zangar-me com as eternas indecisões e só parecia conseguir decidir pelo que me destratava. Estava com tanta falta de mim, que me procurei, incansavelmente, sobretudo na noite, enquanto pacificava o coração agitado e lhe devolvia bom senso.

Tenho posições inegociáveis, porque preciso de estar do lado de dentro de mim para me transparecer por fora. Tenho os dias que correm como o faço, energicamente, ou usando de toda a resistência que já passou a ser bem mais do que física. Tenho pareceres que não parecem razoáveis aos outros, mas que me asseguram de que a minha forma é a certa. Tenho muito mais de mim hoje, depois de uns quantos tombos emocionais e revoluções internas, porque gosto duma boa luta comigo, até porque no final "acabamos" sempre vitoriosas. 

Estava a sentir falta dum bom Blues, apenas instrumental, com muita guitarra, a mesma que um dia saberei tocar de forma exímia, faltando-me apenas apurar o gosto por um vinho rosé, aquele que ainda me saberás ensinar a escolher, acertando até no que o acompanhará e que já não serei apenas eu. Estava a desejar, ardentemente, ter o meu tempo todo de volta e de não precisar de voltar a explicar o que me parece tão óbvio quanto necessário à minha paz. Estava a sentir imensa falta de mim, mas reencontrei-me no que perdera, por escolha e porque é assim que tudo acontece, escolhendo quando e até onde ir. Estava a precisar mesmo que traçar rumos que passassem apenas por mim, aceitando que ainda não me cruzei com que quem já tenha os seus bem delineados, mas acreditando, piamente, que o saberei mal aconteça. 

8.1.24

Será que a mente nos mente?

janeiro 08, 2024 0 Comments



Que memórias boas precisaste de ir criando para conseguires resistir aos embates da vida?

Nem tudo o que julgas e relatas como tendo sido bom e positivo, o foi realmente, porque a nossa mente mente-nos sobretudo para nos proteger. Nem todas as histórias que contas e recontas, começaram e terminaram como as replicas hoje, parte delas nunca aconteceram de forma bonita e nem te chegaram a deixar saudades.

Que memórias escolhes manter de situações e pessoas que te magoaram mais do que permitiram sorrir e usufruir?

Entendo que por vezes não saber a verdade nos alivia do peso da realidade, mas viver numa redoma também não pode ser a solução. Entendo que escolhemos amar quem desejaríamos ver no nosso futuro, mas que por vezes nos deixa enormes queimaduras físicas e emocionais e para que não nos destruam, decidimos inventar umas quantas histórias bonitas e dignas de romances épicos. Entendo que não ser visto, nem escolhido nos magoe o ego, mas mil vezes a verdade nua e crua, do que a mentira que apenas nos retira poder.

Que desejos de felicidade manténs colados às memórias que ainda reproduzes, alimentando nada mais do que mentiras?

6.1.24

Tardes de paz!

janeiro 06, 2024 0 Comments



Estou numa tarde comigo, vendo o chá a borbulhar e admirando os sons, alguns novos, que me envolvem e serenam a mente. Presto mais atenção aos que têm histórias válidas para contar, sobretudo para poder cimentar quem sou, aceitando-me na diferença e nunca sentindo falta de outros caminhos ou escolhas, mas capaz de os equacionar. Uma tarde na qual vou ouvindo o que preciso para confiar que sou quem determinei e que estou pronta para mudar, mudando a parte do mundo que me pertence. Uma tarde tão tranquila quanto é a minha mente quando me foco no que importa e apenas me importo com os que valem a pena.

Gostava de esbarrar, mais vezes, em pessoas cheias de histórias válidas e que fossem capazes de validar a minha curiosidade inata, tal como a necessidade de saber do que permite ser ainda melhor. Gostava de não precisar de me proteger tanto, respirando livremente o ar que não me mantém apenas viva, mas reajusta umas quantas rotas e determina lugares. Gostava de poder gostar de pessoas menos gostáveis, quiçá para saber ao que sabem os seus dias de alma cinzenta e os momentos fugidios aos quais se agarram por mais nada conseguirem ser e ver sozinhos. Gostava de já ter trabalhado muito mais a tolerância, mas percebi, atempadamente, que o tempo não corre a meu favor e que não esperará pelas minhas indecisões. Gostava de já estar onde me consigo ver mal acordo, mesmo que o como e o quando não me pertençam, apenas o quê. Gostava de ter ao meu redor almas plenas de certezas, pessoas com sorrisos sem esforço e com caminhos bem delineados, mesmo que passíveis de alterações previstas. 

Estou, hoje, como me desejo, comigo, mas sempre atenta aos que povoam parte dos lugares que me cabem, porque mesmo sozinha, não pretendo sentir-me só. Estou numa tarde reveladora, porque percebi do quanto na realidade preciso para não precisar dos que nunca estiveram, mesmo que o tenha desejado. Estou, ainda, com o coração cheio do amor que em breve terá um destinatário, sei-o, porque já o remeti devidamente.

5.1.24

Amores com sabores amargos!

janeiro 05, 2024 0 Comments


Os amores que nascem apenas da necessidade de amar, não são os mais fortes e por norma acabam por ruir, alguns devagar e outros de forma mais demorada e sonora!

Quando somos apenas nós, os que amam, a conseguir olhar mais para a frente, querendo TUDO, porque amar é tão somente isso, o TUDO de que a falta dele nos privou, certamente que assim nos manteremos. Quando somos apenas nós, os que amam, a dar com energia, procurando pelo que nos guia e move de forma honesta, importando-nos com tudo o que importa ao outro, estamos inevitavelmente condenados ao fracasso.

Os amores que não caminham de mãos dadas até quando o fazem, nada conseguem fazer por quem ama verdadeiramente. 

De cada vez que escolhemos olhar para o lado contrário, na ânsia de que um novo movimento já nos surpreenda e traga um pouco do que fomos capazes de oferecer, apenas cultivamos mais desapontamentos, vendo, com clareza a cada dia, que estamos apenas a projetar amor na pessoa errada. Após cada regresso sofrido, sabemos exatamente o quanto continuaremos a sofrer em nome do tal amor que NUNCA chega, mas continuamos, estoicamente, dirão alguns, à espera de um pouco mais do que NADA.

Os amores que esbarram nos que sabem realmente amar, mas que o fazem de soslaio, demasiado devagar e a desrepeitar o que NÃO deveria, sob nenhuma circunstância, ser permitido, nunca serão fortes o bastante para prosseguir.

4.1.24

Sentes-te corajosa hoje?

janeiro 04, 2024 0 Comments


O que fazes quando percebes que já nada há a fazer? Desistes, aceitas e segues com a tua vida, reconduzindo-te. Para onde te viras quando percebes que nunca foste vista nem sentida? Para dentro, para ti, recompondo-te. Até onde passas a ir quando achas que já foste demasiado longe? Provavelmente de volta ao lugar onde estavas antes e que tanto te custara a identificar.

Mantém-te verdadeira contigo e verás que a única coisa que importa, em cada dia, é que não voltes a permitir que os dias corram em vão. "Limpa-te" de tudo o que conspurcou corpo e alma e levanta a cabeça para veres melhor e mais alto. Sê a tua melhor escolha e versão, pousando, outra vez, o olhar no que antes te era visível e real. 

Quem procuras em primeiro lugar quando te sentes perdida de ti e do que afirmavas ser? Quem te sossega o coração e apazigua a mente quando ela quase explode de todos os pensamentos que se atrapalham pela ausência de serenidade? Quem te diz o que precisas de ouvir, mesmo que da forma mais dura, mas ainda assim realista?

Conta ao contrário, do 5 para o 1 e reativa o que mantinhas na inércia. Escolhe escolher-te e recomeça, quantas vezes precisares, para que eventualmente o início seja definido e te faça avançar. Desiste sem que te soe a falta de coragem, porque escolheres o certo e pelo caminho que muitos se recusam a fazer, é sinal de imensa bravura. 

2.1.24

Tantas saudades de ti!

janeiro 02, 2024 0 Comments



As saudades ameaçam impedir-me de funcionar. A vontade de te tocar, sentir e olhar, mantém-me acordada noite fora, com vontade de correr até ti. As horas não passam e a minha ansiedade também não.

- Falta pouco meu amor - tentavas em vão sossegar-me, quando tu mesmo largavas, aqui e ali, surpiros incontroláveis.

- Quero parar de contar os dias e as horas. Quero ter-te outra vez . murmuro a cada oportunidade de reclamar da tua falta.

Estarmos longe não nos distancia nem diminui o amor, mas amplia a insegurança, mudando todas as rotinas e afastando-nos do que poderia ser mais ligeiro e até doce. Estarmos em pontas opostas do universo sabe a castigo auto-infligido, mesmo que tivéssemos calculado cada posicionamento e percebido o quanto beneficiaríamos ambos no futuro. Estarmos apenas nós, sem o outro que nos completa, deixa-nos vazios até mesmo na correria diária.

As saudades de ti fazem-me analisar cada momento, seguindo a linha do tempo desde que nos reconhecemos. Passei a apreciar melhor as nossas longas horas ao telefone e as gargalhadas sonoras seguidas dos amo-te que nunca evitamos. Já não consigo recordar-me de quem era antes de seres o que agora tenho e pretendo manter.

- Um dia vou estar em cada acordar e adormecer, abraçando-te e entrando em ti até que te queixes e me peças para parar. Vou-te beijar para te roubar o ar e deixar que as minhas mãos percorram cada centímetro desse corpo que me pertence. Um dia vou-te provar o quanto estou "aqui" para ficar, mulher da minha vida.

1.1.24

E se estivesses mesmo acordada?

janeiro 01, 2024 0 Comments


Um dia acordas e percebes que não gostas da pessoa que te estás a tornar. De repente, como se nada pudesses fazer para o mudar, instalam-se medos que surgem quais monstros em pesadelos intermináveis e o teu poder para os afastar afasta-se, sorrateiramente. Quando percebes, porque te tornas mais frágil e sonora, passas a temer até a sombra, acreditando que se agigantará para te devorar.

Nada como a dor emocional que te infligem, uma e outra vez, para que te desvalorizes sozinha e te abandones no chão frio, pequena e incapaz de te lembrares do valor que sempre tiveste. Nada como os nadas de forma repetida para que acredites, mesmo que por alguns minutos, não seres o suficiente. Nada como as palavras sem sentido, contrariando os carinhos e afagos supostamente sentidos, para que passes a caminhar nua e sem alma. Nada como um desamor recente para que te esqueças do quanto já foste amada.

Um dia acordas, depois de muitos sonhos revoltos e noites mal dormidas, e percebes que percebeste tudo ao contrário, porque na verdade eras tu a ser em demasia, assustando quem apenas se alimentara, anos a fio, de pouco, muito pouco. Um dia acordas a conseguir sorrir, porque a verdade é que te mantiveste a mesma, mas a perceber que se não recebes o que é teu por direito, ganhas o direito de finalizar, definitivamente, todos os fins anunciados.