22.8.18

Como resistir às relações "modernas"?

agosto 22, 2018 0 Comments
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Os ajustes às novas relações são realmente difíceis e só podem ser, basta que olhemos atentamente, para os modelos de casais tradicionais, os que não se divorciaram, os que passaram pelos namoros, mais ou menos longos com projectos comuns, para percebermos que também eles se debatem, diariamente, com lutas internas, deambulando entre o desistir, mandando tudo à merda e o resistir estoicamente a todas as marradas da vida. Se para "estes" já é quase uma missão impossível, e já passaram por tantos percursos e crescimento em comum, imaginem para os que vão começar de novo, frescos do outro, mas carregados de pesadas mágoas e heranças que não serão propriamente de lingotes de ouro. Tough!

O mais fácil é mesmo ficar sozinho. Ir picando aqui e ali. TANTOS que o fazem e eu até que conheço uns quantos, mas não é o mais natural e não é a nossa realidade, porque fomos feitos para estarmos em relações, estendendo as emoções ao que desejamos para ambos. Não quero o mais fácil, gosto de desafios e de lutas, mas não gosto da sensação de jogo eterno e de compromissos descomprometidos. Gosto do que tem nome. Não gosto do nim.

Quando já passámos a fase dos namoricos, da descoberta da sexualidade, dos quês e porquês, passamos a precisar de mais, muito mais e de forma a que que se possa permanecer no que nos completa, por isso as relações modernas são um verdadeiro desafio aos que ainda pretendem apenas e tão só a felicidade a dois.

Quando os nossos olhares se cruzam!

agosto 22, 2018 0 Comments
®️


O teu olhar já vai ficando no meu mais tempo, a cada passo. Já não sabes como me evitar, nem podes, porque estamos em sintonia, mesmo que silenciosa. A tua linguagem não verbal mexe com o meu discernimento e impede-me de ser natural, porque quando estás por perto fico mais longe de mim, torno-me mecânica, a pensar e a repensar cada movimento. O meu olhar é fugidio, mas quando tenho que te olhar, faço-o bem dentro e tu não ficas indiferente, mesmo que te mantenhas aparentemente controlado e algo distante, mas apenas o suficiente para que não te ouça respirar. 

Ainda não sei qual é o teu cheiro, nem se ele se poderá misturar com o meu. Nunca estivemos demasiado próximos, mas sei que ambos sentimos a proximidade que ainda nos vai meter em sarilhos. Ainda não sei se quero, ou se consigo arrojar, mas sei que depois do agora que já está a acontecer, só poderemos continuar. Ainda não sei quem és, o que carregas ou ao que vens, mas já sei que sabemos o que estamos a sentir.

Quando os nossos olhares se cruzam já não és apenas tu, no que fazes e há algum tempo que já deixei de ser apenas eu, aqui, neste lugar que passou a ser mais nosso do que de qualquer um dos outros que nem consigo ver. Quando os nossos olhares se cruzam sinto um friozinho que se alastra e começa a fazer medo, mas que é igualmente bom, por isso sei que vamos continuar a olhar-nos até que um de nós precise de mais do que já temos. 

21.8.18

O que fazes de errado?

agosto 21, 2018 0 Comments
think of flowers in her hair..


Tentas e tentas, mas nada parece resolver o que ainda não foi resolvido, não na tua cabeça e muito menos no coração. Será que fazes bem em continuar a tentar? Eu sou das que acredita que sim, porque tentar mantem-nos vivos, resilientes e com a positividade intacta.

Tentas encontrar quem vai fazer sentido, mesmo que no início quase todos façam, mas tentas que continue, que permaneça e que as dúvidas iniciais se esfumem. Tentas porque precisas da outra metade, e já nem te importas que seja a tua, até pode ser a metade que a Maria descartou, ou a que a Júlia não soube manter, mas que seja uma. Nahhh, é que nem pensar, estou apenas a brincar com a situação. Tentas, e muito bem, mas não podes aceitar qualquer coisa, até porque já estás mais madura, certo? Pois, como se o ser madura adiantasse grande coisa, a verdade é que continuas sem saber porra alguma e isso também não ajuda a que percebas o que fazes de errado.

Temos umas quantas perguntas que passamos umas à outras, como se fossem bolas a ferver, mas o problema é que para além de perigosas, apenas servem para nos deixar ainda mais preocupadas, porque nenhuma parece saber as respostas. Era tão mais fácil existir uma iluminada, alguém que já tivesse quilómetros de estrada e que por isso nos soubesse dirigir sem g.p.s, mas não há e a haver, não saberia como encaixar a nossa situação em particular, porque a história, já velha, de que os homens são TODOS iguais, é totalmente falsa, eles são TODOS diferentes e agora chegam nuns modelos novos que trazem instruções em mandarim. Mas atenção, para as chinesas as instruções são em russo, ah pois, afinal somos todas filhas do mesmo Deus, por isso o castigo é colectivo.

Agora fora de brincadeiras, queres mesmo saber o que fazes de errado de cada vez que "tropeças" numa nova relação? Bem, eu prometo que vou investigar e depois passo-te o relatório o mais detalhado que puder. Até lá, boa sorte!

20.8.18

Iria até ao inferno...

agosto 20, 2018 0 Comments

Kriegerin
Sempre disse que daria tudo para ter quem me seguisse, quem não soubesse viver se não me tivesse por perto, alguém que sentisse as minhas palavras, tão fundo, que todas as outras fossem apenas o que se precisa de usar para nos juntarmos ao resto do mundo. Daria tudo para saber de quem pousasse um olhar fixo em mim e conseguisse auscultar-me por dentro. Alguém em quem me encostar para que todas as dores do mundo se subtraíssem, tendo quem planeasse ver-me, nos mesmos lugares, até que os nossos corpos se recusassem obedecer-nos, mas que deixasse de importar, porque estaríamos a envelhecer juntos.
Gostava de poder mostrar, sentir e viver, um amor que me fizesse mergulhar nos mesmos mares dos quais tenho medo de morte, talvez por já ter morrido em algum. Um amor que me levasse a perdoar cada falha, com receio de falhar também e a ponto de perder quem realmente importasse. Gostava de poder dizer, a alguém, todos os dias, tal como o sinto agora, que por ele me superaria e iria até onde fosse preciso para ser a pessoa que visualizasse em cada pedaço do seu futuro. Sei que a forma como o amaria me faria ser amada de volta e que se o perdesse procurá-lo-ia e iria até no inferno, ao lugar de onde dizem nenhuma alma ter jamais saído e trá-lo-ia de volta, para que estivesse do lado de quem o respiraria e saberia como lhe entrar dentro. Nada, nem ninguém nos roubaria um segundo que fosse a mais do que aqueles que já teriam que nos arrastar para longe um do outro, porque viver infelizmente tem outras nuances, mas seria intenso, sentido e desejado, tanto que não precisaria de lhe dizer o que escrevo agora, porque já o saberia, já me teria encarregado de o provar.
Vou aprendendo a tranquilizar-me e a saber esperar, porque hoje, mais do que ontem, sei que o terei outra vez e que o reconhecerei em qualquer outra vida. Acreditem que se o tiraria até do inferno, então também o conseguirei encontrar, em qualquer rua de um novo destino na hora certa, naquela em que passará para que o veja realmente!”

19.8.18

Uma palavra errada...

agosto 19, 2018 0 Comments


Uma palavra errada, um som mal soprado, um pensamento demasiado veloz e tudo o que se construiu com cuidado acrescido, pode partir-se em mil pedaços!

Ter quem seja, TUDO, na nossa vida, amplia o nosso medo de errar. Ter quem aumenta cada desejo, por mais louco e descabido que possa parecer, muda o significado até dos sinais mais óbvios. Ter quem nos recorde que não estamos nem somos, apenas nós, faz até a chuva fria saber a um duche quente e partilhado. Ter um dia, um momento, aquele em que demos o primeiro passo e em que perdemos o medo de nos sorrirmos com a alma, liberta-nos de todos os outros sentimentos que não dominamos, nem queremos interromper.



Uma palavra errada, num dia mal escolhido, com um final de momento menos partilhado e acabamos sem as partes que nos completam.


Estou na minha madrugada fria. Estou sozinha o bastante para me recordar do que pareço ter feito de forma errada. Estou sem ti e sem a capacidade de te repetir, uma e outra vez, que és tu, que serás sempre e que passaste a sê-lo assim que a palavra certa foi dita por nós.



Uma palavra errada e conseguimos duvidar do que não poderia, em nenhum momento, ser motivo de dúvida. Uma palavra errada e voltamos ao princípio. Uma palavra errada e quase que arrisco perder-te...

18.8.18

O que fazer quando já nada puder ser feito?

agosto 18, 2018 0 Comments
Brincando com as sombras | IdeaFixa


Mesmo que o tempo passe, acelerado em dias que também nós fazemos por correr e bem mais lento quando esperar parece ser a única opção, vamos manter, sempre e de alguma forma, quem nos pertenceu e mudou, mesmo que para pior.

O que fazer quando o tempo não parece real?

A quem podemos reclamar, e do quê, se não fizermos por e se não nos quisermos mover de forma determinada? Para onde teremos que olhar se deixámos, há demasiado tempo, de olhar para quem merecia? O que fazer quando nada do que fizermos adiantar, não agora e não depois de tudo o que não foi feito?

Ele passa, o tempo, e cobra, cobra muito do que fingimos não ver. Ele chega, certeiro e de mão pesada, quando somos ligeiros no sentir, sobretudo no que fazemos sentir, por estarmos desatentos, ou por muito egocentrismo instalado e ressequido. Ele vem, mesmo que nos pareça possível fingir, mas vem para nos recordar dos "ses" e dos "talvez" que nunca foram mais do que isso. Ele virá, eventualmente, quando a conversa já só tiver um interlocutor e será aí, de alma escurecida, que o teremos que apenas ouvir, sem qualquer possibilidade de ripostar, porque já tínhamos usado todas as desculpas. 

O que fazer quando já nada puder ser feito? Aceitar e carregar, para o resto da vida que restar, o que a nossa bagagem acumulou, bom e mau, certo ou errado, amargo ou doce...

17.8.18

Quais são os dias menos bons?

agosto 17, 2018 0 Comments


Dias há em que sinto, de forma bem intensa, a minha própria humanidade. Sou falível, claro, e por isso também carrego uns quantos medos que me tentam empurrar para lugares mais obscuros. Por vezes resisto, estóica e determinada, rindo-me do que me tenta, mas em algumas outras apenas sobrevivo, o mais quieta que consigo, para não me atiçar. 

Sou de emoções ao rubro. Gosto de saborear o que sinto, até à última gota. Tendo a deixar fluir a minha naturalidade e vontade de apenas ter vontade de algumas pessoas, mas agora, já mais crescidinha, sei que não posso nem devo, porque existe quem não saiba como sobreviver aos meus avanços. Ser demais também cansa. É o que ouço dizer, mesmos que não concorde nada. Não, quando o demais implica emoções genuínas e límpidas. Não quando quem nos ouve e tem, sabe o que carregamos e somos. Não quando a mentira não ocupa qualquer lugar, apenas o desejo e a capacidade de querer ainda mais.

Quais são os dias menos bons? Para mim, serão os que me tenho que guardar na bagagem, para que os outros não precisem de se explicar, saindo do "buraco" onde se esconderam. Não gosto de fingir que não estou, não sei e não vejo. Não gosto de parecer o oposto de mim. Não gosto de não poder gostar muito. Não gosto e pronto!

Nos dias menos bons já percebi que preciso de me mover mais, ainda mais e distrair-me de mim. Com um pouco de sorte eles duram apenas um par de horas e logo depois fico pronta para continuar pronta, pronta para a vida que não recuso viver e sentir, porque andar por aqui, arrastada, é menos do que mereço e eu mereço tudo!