14.3.24

O que é o amor para ti?

março 14, 2024 0 Comments



O amor não é uma utopia. Amar não é apenas um lugar bonito quando todos os outros já deixaram de o ser. Amar não são palavras ditas apenas porque soam bem. Amar não é só o céu azul, mas também as nuvens cinzentas para as quais escolhemos não olhamos. Amar é saber a quem e com quem, mesmo que a vida nos diga não ser o momento certo e pareça errado, aos outros, mas nos importe muito pouco. Amar é um movimento natural e será tão fácil quanto formos verdadeiramente capazes de amar.

Aceita quem te aceitar de imediato e foge, ou recusa, quem não te souber escolher. Entrega-te, sem condições, a quem te amar incondicionalmente. Guarda, bem junto ao teu peito, cada sorriso e afago que te deixe de alma cheia. Oferece, porque não existe outra forma, o melhor de ti, para que recebas bem mais e maior, tão somente por não teres desistido do amor.

Amar é uma lição eterna, nunca totalmente aprendida, mas que deverá ser acolhida, frequentada e entendida até quando os inevitáveis testes parecerem demasiado difíceis. Amar és tu e eu quando não fazemos qualquer esforço para sermos nós. Amar, para mim, é o que escolho fazer no único lugar que não abdico de frequentar. Amar como aprendi, é o que faz de mim a pessoa a quem valerá a pena conquistar, porque de mim virá apenas mais amor.

11.3.24

Quando é que te amei?

março 11, 2024 0 Comments



Amei-te cedo demais e acabei amada tarde demais!

Nunca sabemos dos tempos que nos reservam os que nos foram reservados, mesmo que sem entedermos os motivos. Nunca conseguimos receber se a entrega for demasiado empenhada e resolvida, porque nestes tempos os dias parecem correr ao contrário, e ser a que sabe, quer e entende, passa a ser mal entendido. Nunca vamos ter como acertar os passos com quem escolheu não caminhar connosco, por mais caminho que nos disponibilizemos a abrir. Nunca teremos nada mais do que o nunca mais, se insistirmos em quem não pretende manter-nos.

Amei-te cedo demais, muito antes de saber quem eras e do que eras feito. Amei-te acreditando que conseguia ver para lá do que mostravas e desejando que o meu desejo te contagiasse. Amei-te por te ter fantasiado, acreditando, por breves, mas longos instantes que se eternizaram na persistência que sempre coloco no amor que consigo dar, que ainda me surpreenderias. Amei-te, mas nunca senti qualquer amor de volta e foi sozinha e com alguma ingenuidade, que tentei mudar quem nunca pretendeu mudar-se. Amei-te cedo demais e foi já tarde que aceitei o quanto os meus medos de falhar me falharam redondamente.

Não tiveste como me amar, porque não era amor que procuravas. Chegaste tarde, porque a tua corrida era lenta, mas determina pela direcção oposta. Amaste-me, eventualmente, quero agora acreditar, quando o amor já não me podia restaurar ou seuqre curar. Amaste-me por imposição e foi por igual razão que resolvi desistir de prosseguir. Amaste-me tão tarde, que os dias passaram a saber aos anos que ainda nem sequer carrego.

Amei-te cedo demais, mas sem que qualquer acordo ou promessa me tivesse sido feita. Amei-te sozinha e por escolha, a mesma que agora uso para me amar de volta, recuperando o único poder que tenho.

6.3.24

A arte do amor...

março 06, 2024 0 Comments


Tanta arte que nasce do desamor e da dor, mas tanto amor que morre por falta de engenho e arte. Tanto cansaço que se instala no lugar que deveria ser dedicado à esperança e ao alento, e tantas lágrimas que se evitariam se nos evitássemos sorrir enquanto fingimos. Tanta busca pelo que não nos pertence e tanto tempo desperdiçado a querer pertencer a quem não nos reconhece. Tanta falta de tudo quando já deveríamos ter desistido do nada.

Toma a dianteira no caminho que deverá ser feito por ti e nunca te deixes atrasar pela espera desesperada do que nunca virá, ou o fará fora de tempo. Sê quem apregoas no tempo útil que te cabe e nunca te imponhas para caberes nos lugares que te saberão a muito pouco. Aceita que aceitar é bem mais regenerador e recusa, para que te mantenhas sã, entrar pelas portas traseiras, porque será nelas que te manterás. 

Tanto tempo a deixar apenas o tempo correr e tanta incapacidade de o usar para que o saibamos realmente apreciar. Tanto trabalho que nos damos por insistirmos na estrada sem sentido e tão pouco sentido colocado no que afinal apenas nos diminui e destrata. Tanto ainda para aprender, mesmo que já saibamos o suficiente para ensinar. Tanto espaço mal ocupado e tanto que ainda se mantém livre e desimpedido. 

Toma para ti a responsabilidade de regressares de onde nunca deverias ter ido e evita-te recuos que te afastarão, irremediavelmente, de quem até já estava no mesmo tempo e momento. Toma o poder de volta e volta a amar-te para que possas verdadeiramente ser amada.

4.3.24

Estar presa a ti aprisionou-me!

março 04, 2024 0 Comments



Estar presa a ti deixou-me numa prisão emocional da qual tive que saber sair, para que a alma não saísse de mim. Estar contigo sentindo que nunca estavas verdadeiramente, apenas seviu para me encher das dúvidas que carrego ainda hoje e que já ameaçaram colar-se para sempre. Estar no mesmo tempo e momento, mas sabendo que não era apenas eu, foi afastando o desejo de alguma vez acontecer o que na verdade nunca deveria ter acontecido. Estar presa na ilusão de ter a mesma importância que me atribuo, foi-me desgastando e desesperando pela tua impossibilidade e falta de vontade. Estar contigo no pensamento, mais de metade do meu tempo útil, mas sabendo, porque o sentia e previa, que não era em mim que pensavas, lavou, com uma espécie de lixívia emocional, qualquer desejo de futuro.

Tanto que ainda poderia dizer, mas estaria tão somente a repetir-me, repetindo o mesmo ciclo em que me coloquei. Tantas dores desnecessárias e tão pouco prazer a compensar, que a única recompensa possível e merecida, foi oferecer-me a carta de alforria. Tantos amores desperdiçados pelas mãos dos que se afastam, por escolha, do que poderia e deveria ser genuíno, que os certos acabam inevitavelmente por se afastar. Tanto desperdício!

Estar presa ao passado foi arruinando o presente no qual sempre vivi, porque é apenas isso que tenho para poder continuar. Estar presa à vontade de te manter, sem te aprisionar, manteve-me refém de mim mesma e levou, sem retorno, mas com muitas lágrimas, a capacidade de sorrir sem medos. Estar presa ao nós que acreditei poder existir, resumiu a minha existência a muitas mãos cheias de nada. Estar presa, para mim que sou totalmente livre, apenas serviu para me afastar do amor que ainda não consegui sentir, mas que seguramente estará a caminho, se ao menos me permitir continuar a acreditar.

2.3.24

Deixa-me...

março 02, 2024 0 Comments



Deixa-me ser da minha maneira, pelo menos uma vez. Deixa-me encher de egoísmo o que sempre foi amor e cuidado, mas misturado com todo o carinho que apenas devoto aos que me importam. Deixa-me, permite-me, ficar do lado certo de mim e do único mundo que tenho e do qual te recusaste a fazer parte. Deixa-me chorar por cada falha e insucesso, porque falhei aceitar que não me conseguirias ver à primeira. Deixa-me embrulhar os ciúmes que sinto de quem te teve como nunca terei, num papel minimamente brilhante e bonito. Deixa-me, porque não soube como me evitar, evitar-me agora a dor de viver um amor que nunca foi à minha medida.

Sou a que luta sempre e para sempre, se achar que valerá a pena e que no final seremos dois a ganhar. Tenho muito mais do que vou dando, em pequenas doses para não assustar, mas assustando-me sempre com a incapacidade de não ter de volta o que ofereço, sem esforço nem pesos. Venho dum lugar emocional que já me assegurou, muito lá atrás, que não deveremos manobrar as emoções, sob risco de acabarmos desprovidos de sentimentos genuínos, por isso dou sempre tudo, mas exigindo que o tudo me seja devolvido. 

Deixa-me deixar para lá o que nunca tiveste intenção de dar, porque já não terei como incluir o que nunca fez parte de nenhuma parte de nós. Deixa-me desistir de sonhar e não me peças para continuar a acreditar, porque a verdade é que deixaste o tempo passar. Deixa-me ir, para lá, quiçá para o mesmo lugar de onde acreditei poder-te tirar e simplesmente descansar.

21.2.24

Nem sempre tenho o que dou...

fevereiro 21, 2024 0 Comments



Nem sempre sou eu, nem o deveria ser sempre. Nem sempre me mostro como me sinto e raramente sinto o que me mostram, parecendo interessada. Nem sempre olho para quem me vai olhando, talvez à procura de algo que não tenha, ou ainda não seja, mas raramente deixo de olhar para o que me mantém um pouco mais tranquila. Nem sempre o meu coração fala do que a alma acredita ter mantido, mas é sempre a alma que mantém o meu coração na batida que o alimenta. Nem sempre sonho o que desejava, mas continuo a desejar que os sonhos me elevem cada desejo. 

Ainda não sei ao que sabe amar na mesma proporção e direção dos que já me deveriam ter amado, mas sei que me mantenho determinada em esbarrar num que não precise de questionar. Nunca deixei de voltar sem saber por que motivo tinha ido e sei que jamais regressarei dos lugares emocionais onde me fizer sentido. Ainda não perdi as forças que me acompanham nas mais duras e longas viagens, talvez porque não me permita fraquejar nas inevitáveis paragens. Nunca me sarei completamente, mas é após cada ferida que me renovo e mantenho.

Nem sempre sei quem sou quando o estou a ser para alguns, mas sei que parar de questionar me permite dar o que eventualmente terei de volta. Nem sempre sou a protagonista da minha história, mas jamais serei a vilã que apenas pede e espera pelo que nunca terá forma de dar. Nunca senti o melhor e maior amor do mundo, mas nunca permiti que isso me impedisse de amar como entendo ser certo.

15.2.24

O que deixas visível?

fevereiro 15, 2024 0 Comments


O que está à superfície, se mal entendido, apenas acrescentará o que se deseja remover. Ir, longe, quando não se sabe de que forma chegar ao lugar que terá que existir, poderá fazer-nos questionar a nossa própria existência. Ver as águas correrem, debaixo da ponte que deixámos de atravessar, nunca nos trará mais do que sons, a maioria dos quais cheios de ruídos impercetíveis. O que temos dentro e que poucos parecem conhecer, deveria forçar-nos a mostrar-mo-nos mais, reservando-nos, sempre, o que apenas a nós deverá pertencer.

Noites que nunca serão dias e dias que alongamos, indefinidamente, ou até podermos, para que possamos continuar a sobreviver. Sonhos que sabem a pouco, porque pouco nos importamos com a realidade que insistimos em manter. Processos inevitáveis, porque a inevitabilidade é uma constante, mas que escolhemos ignorar, achando que de alguma forma sairemos incólumes do outro lado.

O que manténs à superfície e quanto do que te representa te vem verdadeiramente de dentro?