Esta sou eu e isto é tudo o que sei. Escolhi viver assim, sendo quem reconheço de cada vez que me olho, não deixando que o coração controle a minha mente, impedindo-me de recuperar das quedas inevitáveis. Esta sou eu agora, desde que sou contigo e por ti. Sei que as forças por vezes quase ameaçam abandonar-me, mas também sei que preciso de todas elas para não ter que te dizer adeus. Alguns sonhos terão, em algum momento, que deixar de os ser e percebo, a cada dia mesmo com idas e vindas, que é mais o que nos une, do que aquilo que chega, ameaçador, para nos afastar.
Cada viagem tem um começo mais ou menos desconhecido, mas à medida que vamos continuando, devemos forçar-nos a saber o que esperar, a cada paragem, sempre que não seja possível continuar, mantendo-nos, firmes, até que chegue o próximo transporte e nos leve. Cada momento, até os que não conseguimos viver, vão, apagam-se e não conseguem ser recuperados. Cada palavra mal usada, ou em demasia, serve-nos para o propósito que lhe quisermos dar, e mesmo que saibamos, sem qualquer dúvida, tudo o que nos une, por vezes também entendemos que até nos pode separar.
Este novo encaixar, o unir de duas pessoas, em outras vidas, as que já existiam e as que vão acontecendo bem diante de nós, sem que as possamos evitar, vem sempre com umas quantas provas, bem duras por vezes e a testarem cada gostar que dizemos sentir. Se ao menos pudéssemos saltar etapas, "aterrando" no lugar que sentimos ser o certo e o único onde nos manteríamos, porque imaginarmo-nos de volta ao eu, depois do nós que nos encheu de tudo, pode ser demasiado doloroso e solitário. Não o quero, tal como não o desejas, até porque sabemos, ambos, que é bem mais o quenos une do que o que nos separa e é assim que queremos ficar, onde estamos já, aqui!
Sei do que precisas. Precisasem primeiro lugar de mim, depois e sempre que esteja contigo e te reconheça, passando-te o que consideras certo. Precisas de não duvidar que preciso de ti e que te vejo onde estarás um dia, comigo, a fazermos de nós o que apenas nós sabemos e conseguimos. Precisas que te salve da imagem que por vezes te invade, a de perda, a que me levaria de ti. Precisas de acreditar mais no que sei já.
Vou repetir, uma, duas, um milhão de vezes que és tu SIM e que o serás até já não ser preciso dizer mais nada. Vou cuidar de ti, como sei que também farás, levantando-te de cada vez que a vontade seja apenas não sentir. Estarei, de pedra e cal, enquanto o tempo que nos trouxe um ao outro já não precise de voltar a contar. Serei, um dia, ainda nos dias que te pertencerão, da forma que se encaixa em ti.
É a ti e apenas a ti que preciso de provar o quanto o meu amor é grande. É e será sempre a ti que vou querer ser desta forma, mas mais melhorada, mais atenta e a perceber cada tremor que a minha falta te provoca. É a mim que precisas de mostrar que não irás recuar e que aprenderás, a cada dia, como me amar mais, mais tu, mais forte e mais seguro.
Já encontraste a porta para a minha alma e ao abri-la passaste a ter direito a passá-la, não olhando para trás e fechando-a apenas para nos manter longe de quem nos esmaga os sonhos. Já chegaste, há precisamente 226 dias e cada um foi tendo avanços e recuos, mas muito de tudo com que começámos.
Sei do que precisas e vou continuar a dar-to, prometo!
O para sempre de preferência felizes, apenas existe quando o conseguimos imaginar primeiro e depois sentir. Querer muito alguém de forma a conseguir imaginá-la sempre e para sempre do nosso lado, tem tanto de assustador quanto de desafiante. Será que nesta altura da vida, com tantas viagens acidentadas, lugares inóspitos e sombras que se formaram mesmo quando o sol brilhava, ainda conseguimos fazer um exercício de visualização tão esmagador? Será que temos noção de cada um dos passos a que nos obrigamos, para que falhar não seja opção? Será que depois de termos encontrado quem importa mais do que tudo o resto, saberemos como a manter? Não conheço na íntegra os votos que se repetem nos casamentos, mas sei que não valerão de nada se o que conseguimos fazer, primeiro por nós e depois por quem nos espera, não bastar.
Para sempre apenas quero quem me queira, mesmo, como sou, com tudo o que represento, até o menos bom. Para sempre deverás estar TU, se tiveres forma de apagar tudo o que não te fez ser o sempre de alguém antes. Para sempre vejo-nos, aos dois, quando ultrapassarmos cada uma das barreiras a que nos obrigam tudo e todos quantos não sabem o que significa, para nós, estarmos, ficarmos e sermos. Para sempre quero que se mantenha o amor, mais maduro, mais pronto e capaz de nos fazer seguir em frente. Para sempre desejo o meu corpo no teu, a tocar-te como sei, a enlouquecer-te porque te conheço e recebendo em troca o único corpo que se lhe encaixa. Para sempre e mesmo sem troca de alianças, quero o homem que me queira, sinta e ame num sempre que nunca terminará, mesmo quando terminarmos nós.
Só terás que saber cumprir se fores capaz de o prometer, porque para sempre só vou querer o que nos mantiver como somos já!
O que importa realmente fica, permanece e confirma-nos o que considerávamos certo. O que importa, depois das decisões tomadas, é que se veja com mais clareza, sem tantos ses e com mais vontade de ter vontade de continuar. O que importa é a sintonia, o querer-se como quer o outro, o aceitar que por vezes também precisamos de ceder, de olhar com olhos diferentes para o que já não é novo, mas queremos e precisamos de manter.
Nunca deixo de me surpreender perante a capacidade que o mundo tem de nos mudar o foco e de nos ensinar a sentir e a pensar de outra forma. A verdade é que quando se quer encontra-se forma, e quando não nos interessa, arranja-se desculpas. Sabes qual tem sido a minha desculpa para te manter até hoje? O muito que te amo e olha que já o faço desde que percebi que já estavas aqui, na dianteira dos sentimentos que se tornaram comuns. Aprendi a querer-te da mesma forma, não sei se mais, mas tanto que não te ter só poderá significar desistir um pouco de mim. Mudas tudo, fazes com que o que preciso, e desejo para o meu futuro, valha mesmo a pena. Mudas-me quando me ensinas a olhar-te com mais atenção e cuidado, passando-te o que apenas eu posso e devo. Consegues ver em mim quem nem sabia existir, talvez porque estivesse desatenta, ou porque sê-lo sem ti não fizesse sentido.
O que importa sempre são os momentos em que nos encaixamos aos dois e conseguimos suavizar o que ainda nos separa, os medos, as dúvidas e a incapacidade de estarmos no nosso futuro. O que inevitavelmente precisamos um do outro, é que um e outro saibam o que dizer, fazer, como chegar e aconchegar, recuando para não sufocar. Mas a verdade é que não nos fartamos de nós e nunca nos sufocamos pelo excesso. O que quase nos mata é a falta, a pele que não se cola e o olhar que só nos tranquiliza quando nos olhamos. O que importa é continuarmos a querer-nos assim, o resto vamos aprender a ajustar!
Já o pensei e disse muitas vezes, gostava que estivesses aqui ao meu lado, a seres quem já foste antes quando apenas te sonhava, algures num tempo que já parece estar muito longe, entravas na minha mente e fazias de mim a pessoa mais importante. Lá bem atrás, quando sabia onde te encontrar, eras quem esperava e foste-o tantas vezes. No passado que se instalou em nós, tudo o que quis materializou-se, tive-te, senti-te, ouvi-te de perto e saboreei cada sabor imaginado, mas gostava que estivesses aqui e que pudesse estar contigo sempre. Os pontos em que nos encontramos por vezes não se voltam a cruzar e mesmo que os queiramos repetir deixam-nos, abandonam-nos, fazem-nos sentir o que somos verdadeiramente, pouco mais do que nada. Gostavaque estivesses aqui se pudesses estar mesmo, lembro-me de o repetir para mim, no silêncio que se instalou sem que o pudesse mudar. Gostava de ver a tua face, de a beijar uma e outra vez, passando-me o cheiro que se entranhou e do qual pareço não me conseguir libertar. Gostava queestivesses aqui e me impedisses de chorar, rindo-te do que tendo a empolar. Gostava de poder repetir os momentos bons, apagando todos os maus que vieram para ficar, que se instalaram, pesados e a repetirem o que tinham prometido, porque não te podia pertencer, não era a tua pessoa certa e não te bastava.
Repeti o mesmo sozinha, no silêncio da noite e fi-lo dias-a-fio, durante penosos meses, mas nunca fui ouvida. O que quero conta tão pouco quanto contou antes. Não foi sempre bom, mas foi o possível e bebi quase tudo o que pude, porque já conhecia o final, sentia-o como ainda te sinto, apenas não sei por quanto tempo.
Gostava que estivesses aqui, atrevi-me a repetir mais uma vez, mas apenas me ouvi a mim hoje, tal como ontem...
Primeiro precisas de acreditar, depois querer e só no final saberás o que sabes já. Tudo vai eventualmente ficar bem. Os dias podem prolongar-se e as noites ficarem tão acordadas que não te restará mais nada a não ser não dormires. O tempo como o conheces certamente que mudará, dando-te uma visão distorcida do que sentes e vives, mas asseguro-te de que tudo vai ficar bem, mesmo que não igual.
Não deixes que se metam no caminho do que sentes, julgando-te sem te conhecerem e olhando-te sem te verem. Não deixes de procurar e de querer, no teu mundo, o que o mundo todo te pode oferecer. Não deixes de amar, mesmo que a pessoa errada, fá-lo sempre que te alimentar mais um pouco e te permitir subir mais uns quantos degraus, o lugar onde, invariavelmente, deverás estar, continuará à tua espera. Não deixes que te parem, e não acredites no que te querem, à força, provar ser certo ou errado, se chegaste até "aqui", até a ti, então é porque sabes como o fazer.
Vai ficar tudo bem, é o que posso dizer para ajudar, mesmo que demore, que doa, que te faça questionar tudo e todos quantos parecem apenas estar a preencher o espaço que te faz falta. Vai ficar tudo bem porque ninguém morre de amor, até do verdadeiro, do que sentiste, na pele, na alma, na carne e corpo massacrados.
Algumas pessoas querem tudo e outras menos do que nada. Algumas pessoas sustentam o teu ego e outros querem derrubá-lo, tentando que não te atrevas a ser mais, nem sequer tu. Algumas pessoas chegam apenas para te confundir e enganar, mas também essas são válidas e te servem.
Vai ficar tudo bem, prometo que sim, sei do que falo porque já o vivi!
Arre porra que me fazem ficar com pele de galinha, a escamar pior do que peixe rasca e a querer vomitar impropérios. Não, não vou abandalhar e não é porque me faltasse vontade, mas já respirei fundo e contei até 100. Estão seguros!
Falsos moralistas, como é que os topamos à légua? (Não tarda estou mesmo a escrever um manual de auto-ajuda para TUDO, haja talento). Opinar e considerar sobre o que fazem os outros, analisando até à exaustão o que está por norma errado, é o que sabem fazer melhor. Têm sempre uma avaliação. São donos de todas as respostas, e se fossem eles, OPÁ, se fossem eles este mundo de merda era um paraíso para todos nós, claro. É mesmo fácil moralizar sobre os outros, vendo o que mais ninguém vê, ou até o que já foi visto, mas isto só acontece nos cães alheios, como costumo dizer, "as carraças só são boas nos cãesdos outros".
Começo a ficar enjoada de gentinha pequena, daquela que até encontra a ervilha debaixo dos 7 colchões, ou serão 10? Já nem das histórias de infância consigo lembrar-me. Garanto-vos que não vou vomitar, é que tenho um raio de um estômago que aguenta até granadas e nunca deita nada fora. "Mau feitio"? O facto evidente é que eles nunca irão desaparecer, mesmo que lhes digamos que olhem lá bem para os seus rabos e percebam se valem o esforço de serem espancados até ficarem vermelhos. Não deve adiantar, quem perde demasiado tempo a ver para fora nunca se olha, nem ao que tem à volta. Esta já é uma estratégia assumida, porque a acontecer perceberiam que são feitos de uma massa pastosa que nem para colar papel serve. Olhem que nem sei de onde é que de repente me saiu tanta aparente revolta. Por vezes sou mesmo um caso grave de insanidade temporária, mas também nunca estou muito longe da verdade. Infelizmente!
O que é melhor que amar? Resposta simples, é ser amado, o resto já não será assim tão simples, porque raramente se sente o amor que se dá e mais raramente ainda sentimos que vale a pena amar de forma genuína, com entrega e sem cobrar. O que é melhor que amar? É saber que do outro lado, num ser que reconhecemos, está quem precisamos e vemos a partilhar connosco tudo. Será que ainda existem amores assim, na mesma sintonia? Quando deixar de acreditar retiro-me, mudo de planeta, vou só ali morrer e já não volto. Mesmo que não saibam como continuar, no dia imediatamente a seguir àquele em que descobriram o impensável, pelo menos tentem com coragem e respeito por quem planear seguir-vos. Se, e o se é permitido em todos os estágios do amor, se não forem capazes, se não quiserem, pelo amor da santa, seja qual for o nome dela, deixem ir, saiam de cima, vão vocês também ali morrer e não voltem.
Dar é bem mais difícil do que receber. Ser, muito mais complexo do que ter. Querer, ui, querer é dose para muitos. Nós até que queremos, mas à nossa medida, com as nossas regras e pensando muito pouco no que quer o outro. O amor não tem apenas uma definição, todos o sabemos, mas certamente que em nenhuma das conhecidas estará implícito apenas o EU. Eu quero. Eu sei. Eu digo. Eu preciso. Eu...Eu...Eu...
Se ainda não sabem como se ama, vão aos treinos mais vezes e esforcem-se para estarem prontos antes do fim do mundo, não do dia em que ele termina, mas naquele em que terminam vocês, porque o amanhã pode muito bem já não acontecer.
Qual o mundo novo em que agora vivemos? O que mudou desde que fomos também nós mudando? Porque já não conseguimos encontrar pontos de referência e sentimos que tudo o que era está a deixar de ser? As mudanças são visíveis e todos parecemos queixar-nos constantemente delas, mas a verdade é que também participamos, de uma forma ou de outra, neste processo. O tempo muda, as estações encolhem, os dias aceleram e nós ficamos mais pequenos, mais sós, menos realizados, mesmo com toda a realização que conseguimos. As relações passam a ser menos importantes e o que sentimos até alvo de alguma brincadeira. Se choramos a ver filmes, ou apenas com um abraço vindo de quem nos faz falta, somos lamechas e propensos a mais sofrimento. Se não rodamos, como parecem agora rodar todos, somos obsoletos e não sabemos o que é viver. Se queremos ficar no nosso cantinho, aquele que nos permite sermos mesmo nós, o tempo todo, chamam-nos de bichos-do-mato.
O mundo mudou e muda a cada dia e é bom que saibamos adaptar-nos para não ficarmos para trás. Este parece ser o lema, mas caberá a cada um mudar apenas na proporção que lhe fizer sentido. Em que mundo vivemos agora? Será naquele em que o outro importa muito pouco e apenas o que nos importa passa a importar? Será que perdemos a capacidade de incluir e de manter quem nos chegar, com medo de sermos absorvidos, engolidos e deixados para secar por dentro?
Adaptar, acompanhar, mas resistir a tudo o que não seja como somos nós. Não teremos que "comer" do que comem os outros, podemos mesmo mudar alguma coisa, bastando que nos mudemos, dia a dia. Este é o mundo em que vivo, mas assim como há muito dele que me motiva e melhora, também há muito que não aceito, porque me respeito, porque sou a pessoa mais importante da minha vida e porque lhe exijo mais, muito mais. Mereço, ponto final!
Vamos lá fazer um exercício mental daqueles que movimentam a mente e a levam a ver de vários ângulos! Então é assim:
Quando vamos a uma exposição de pintura para ver quadros, não colamos o nariz a qualquer um deles, pelo contrário, tomamos uma distância generosa dos mesmos e analisamos cada ponto, porque a perspectiva é mesmo importante. Agora vamos usar esta analogia e aplicá-la à vida e aos relacionamentos:
. Quando nos "colamos" demasiado a alguém, não vemos as arestas todas, as curvas e as guinadas, as escolhas e as caminhadas.
. Quando nos focamos apenas no que estamos a sentir e permitimos que o nosso corpo se agarre ao do outro nas mesmas posições e cada vez por mais tempo, falhamos ver as imperfeições e mesmo que sintamos os tremores, não entendemos o que os origina.
. Quando nos mantemos a olhar para as palavras escritas e por todas as que foram proferidas, não ouvimos as novas que já chegam com sons distintos e outras exigências.
Tirar o coração do lugar que lhe pertence por algum tempo, impedindo-o de apenas sentir, não é de todo fácil, mas se nos distanciarmos o bastante, tudo se clareia, tudo se mostra como é na realidade e o que era demasiado brilhante e colorido passa a ser monocórdico, nú e crú, sem qualquer embelezamento. Se depois de tudo isto o que tiverem, vos servir, então embarquem, mas conscientes e prontos, verdadeiramente prontos para tudo o que vos espera e que até conseguiram ver.
Vou agora colocar-me a uma distância segura e esperar que vos consiga ver como merecem estar, felizes!
Pediram-me que escrevesse sobre o lado positivo de se estar só, de se ser apenas um a comandar o barco. Acedi, claro, mas na condição de o fazer baseada apenas na minha perspectiva e dando uma achega ao lado negativo, porque na verdade ele também existe.
Estarmos sem parceiro é uma escolha e deve ser consciente, pesando todos os prós e contras e eles são invariavelmente muitos. O que é natural é procurarmos, encontrarmos e mantermos a nossa outra metade. O que está certo e faz sentido, é termos do nosso lado quem colmate as nossas falhas, acrescentando o que não sabemos fazer e apagando os momentos que chegam sem que os dominemos. Por dois será por norma mais fácil. Quando sermos dois se torna impossível de suportar, regressar ao eu torna-se necessário para a sanidade mental e para o restaurar de almas cansadas. O primeiro passo é o arrumar do passado, perdoando-se. Aceitar que não somos perfeitos e que por vezes falhamos ver o óbvio, contribui para um continuar mais tranquilo. Depois da decisão tomada mentalmente, há que a saber verbalizar parando de adiar. Temos que ser capazes de enfrentar quem muito provavelmente se vai opor por não estar preparado, por se ter apropriado do que nunca lhe pertenceu, ou por puro medo de recomeçar. Quando a porta que sempre usámos para entrar e repousar do mundo se fechar na direcção contrária, para a saída, teremos que usar de toda a força que somos feitos e encarar os dias, os mais difíceis e quase insuportáveis, que chegarão muitas vezes, mas com o tempo, a paz conquistada e a certeza de que estamos certos acabará por se instalar e depois há que lutar com o mundo sozinhos e mais expostos.
Estar sozinho, sobretudo quando se é mulher, obriga a uma cautela acrescida, a um recato que nos deixe pensar e repensar o que não correu bem. Se juntarmos a tudo isto o sermos mães, o que é pequeno amplia-se e o esforço que até já era enorme antes, agiganta-se e por vezes ameaça engolir-nos. O depois e o passar do período negro compensa tudo. Sermos nós a comandar, a decidir, a deitar a cabeça de forma tranquila, mesmo que exista muito por resolver, carrega-nos as baterias para mais. Não vou falar das trivialidades, do comando da televisão, dos banhos prolongados, das saídas à meia-noite para acudir a uma amiga, sem perguntas e cobranças. Não vou referir o dançar nua e o rir à gargalhada sem olhares desaprovadores, porque tudo isso é perceptível. O que quero referir é que estar sozinha deve ser uma preparação, uma formação contínua para o momento em que o deixaremos de estar. Estar sozinha será tão bom quanto conseguirmos manter-nos a sonhar pelo dia em que alguém chegará e ficará connosco, repondo o que se perdeu. Não o façam por terem desistido de ser feliz, encarem o agora como um depois melhor e procurem sempre, até encontrarem, quem mude o que já conquistaram.
Desejo-vos muitas horas de colo, de risos, de afagar dos cabelo e de beijos genuínos. Espero que morram de um amor que não vos abandone e que vos prove que se ficaram sozinhos, algures no tempo, é porque se estavam a preparar para serem finalmente dois. Isto é tudo o que sei e até reconheço que não sei o bastante ainda, mas espero ter ajudado!
Puxa, isto de sermos humanos, de pensarmos e sentirmos é mesmo difícil e ponho ênfase no MESMO.
A negatividade atrasa tudo e impede até o simples. Quando nos sentimos negativos e mal amados, tendemos a deixar que o outro seja o culpado do que não conseguimos ser ou fazer. A vida é uma avaliação constante e devemos tirar nem que sejam uns escassos minutos, para percebermos no que pensamos e fazemos de forma menos positiva. Precisamos de conseguir aceitar que também nos cabe a "culpa" pelo que não vemos acontecer. Se formos mais negativos e julgadores, acabaremos a erguer muros ainda mais altos, julgando quando não temos o direito de o fazer.
No final, depois de tudo visto e revisto, acabamos a perceber que NADA TEM A VER COM AOUTRA PESSOA, somos nós que passamos o que queremos sentir, por norma de forma errada, por norma sem consciência de que o fazemos, por norma sem nos responsabilizarmos pela nossa parte. No final apenas atraímos o que sentimos. Não adianta sentir medos desmedidos. Não adianta procurar o que não temos forma de conquistar. Não adianta não saber aceitar e perdoar os que não nos conseguem querer como somos e pelo que somos. Da nossa felicidade cuidamos nós. Os outros apenas a poderão vir complementar, passando-nos momentos que deverão ficar e ser mais válidos, porque sozinhos somos apenas isso, sozinhos.
Dar na proporção do que se recebe é um lema, mas não pode ser tão linear, porque se ficarmos à espera de receber para dar, nunca o teremos. CERTO? Lamento, mas nem sempre funciona assim, o tal do Segredo, que mais não é do que um manual de positividade, um bem inestimável para quem procura sempre o difícil, mas é assim mesmo, apenas um indicador de atitudes. Não está certo que recebemos tudo o que damos, porque não raras vezes esbarramos em quem simplesmente não quer receber.
Afaste-se a negatividade e pense-se mais de metade do nosso tempo útil, que vale a pena ser-se positivo e esperar que o sol não queime, mas aqueça. Que a chuva não resfrie, mas refresque e que os amores que chegarem não nos matem, mas nos mantenham a viver. Sorriam, a vida está a filmar-vos para análise futura!
E se de repente um estranho te dissesse exactamente o que estavas a precisar de ouvir?
Em poucos segundos, entre um sorriso e um esgar indefinido, consegui voltar no tempo a uma velocidade incrível e pensar em como este lugar é mesmo estranho e difícil de entender. Porque gastamos tempo e palavras, muitas delas sem qualquer fundamento, com quem não nos mudará nada? Porque não usamos o tal do tempo, para sermos mais fiéis a nós, não generalizando os sentimentos e mantendo-nos por perto de quem vale, mesmo, a pena? Porque fugimos do óbvio e estamos presentes para o que é desconhecido?
Não sei o que se responde a um estranho, porque quem sabe até nem poderá deixar de o ser. Não sei se vou conseguir voltar a ouvir palavras desenhadas, bem pronunciadas, com sons que até me poderiam tocar, mas que muito certamente não significarão nada. Não sei como se convence os outros que tenho razão e que não devo baixar as defesas. Mas querem saber o que sei? Duvidar afinal é mesmo um alerta, um sinal que não se deve ignorar, sob o risco de nunca mais recuperararmos e de passarmos a ver, todos, com os mesmos olhos e certamente que nem o merecem.
E se de repente um estranho parecesse ter-me conseguido ler, arriscando o que muito provávelmente nunca mais poderá repetir, mas assim mesmo fazendo-o, porque sim, porque o entendeu, porque achou que valeria a pena?
Não sei, porque não me lembro, se respondi, mas sei que pelo menos o meu melhor sorriso conseguiu sair, e até que foi genuíno!
Sinto que já conquistei o direito a escrever da forma que me der na real gana e como até acho que o faço nos momentos certos e sobre o que nos preocupa a todos, não me vou segurar, mais, e agora, com total compromisso para comigo, serei eu mesma, como sinto e penso e sem quaisquer filtros. Para o bem e para o mal, direi o que muitos não fazem por falta de tin tins. Tenho, por um lado, alguma pena de não ter nascido homem, seria TÃO mais fácil, mas por outro, já me resignei à minha condição no género e vou começar a usufruir em pleno do que isso realmente representa.
Sabem o que vos digo? Fujam, a 7 pés de quem não quer viver, não sabe sorrir sem mágoas e de quem não entende a felicidade interior. Isto de ser resolvida é um carma algo pesado, mas no final de cada dia apenas serve para afastar pedras do caminho e seguir em frente. Não queiram menos do que vos pertence por direito e chamem os bois pelos nomes. Sabem o que vos digo? É feio enganarmos os que chegam até nós sem armaduras, de peito aberto e a serem o que são, com todas as fragilidades que isso implica. Não se deve dar com uma mão e tirar com a outra, certamente que não foi essa a educação que os nossos respeitados pais nos deram. Digo eu que muitas vezes também já não sei onde fica a cabeça e o rabo da cobra. Sabem o que vos digo? Não baixem a fasquia e nunca parem de perseguir as vossas metas, porque na corrida apenas ficarão os que valem a pena.
Mas como este post fala de palavras, quero apenas que saibam que aterrei numa nova fase e que a partir de hoje sou oficialmente uma mulher crescida.
Dramas familiares, UI, é aqui que o mundo se vira mesmo do avesso, a sorte é que ele é redondo!
Dramas das mais variadas naturezas, algumas totalmente novas para mim, quando já julgava ter ouvido tudo, na...na...na. Parece que ainda é possível ser-se surpreendida pela negativa. Até terei uns quantos, não lhes faço é muito caso, porque já tenho vida própria há alguns anos e não abdico dela. Sou das que não morre nem que me matem e que vai ali dar uns gritos e depois passa tudo. Sabem o que vos digo? Esta treta do universo acontece mesmo, até para os mais cépticos, para os que aparentemente só acreditam em provas documentadas, mas que depois acreditam em tudo o que se lhes enfia cara dentro, bastando que se lhes toque no calcanhar de Aquiles. OH gentinha pequena e fraca...
Querem uma definição de drama com a qual se vão certamente relacionar? Drama é: (hoje estou tipo escola primária, a fazer composições).
. Pagar as contas e nem vos vou dizer quais porque são muitas;
. Cuidar do que todos comem e o supermercado não passa por aqui a deixar nada:
. Manter o lar, o refúgio, clean e não apenas do pó, mas das más energias e do lixo alheio;
. Roupas, trabalho, relações...
São dramas imediatos, mas não nos param, muito pelo contrário, impelem-nos a ir mais longe e a fazer mais, porque algumas pessoas têm mesmo que fazer. Drama não é saber o que se vai comer e a que horas, drama é saber se há o que comer e por quanto tempo. Assim sendo.e para os dramáticos de serviço, levantem os rabiosques da cama, saiam das tocas e parem de tapar a cabeça com o lençol. Olhem com atenção para como vive a maioria dos mortais, percebam os seus malabarismos só para estarem à tona da água e depois disso tudo, enfiem os vossos dramas onde vos der mais jeito. Ah, e um reparo, isto não sou eu a ser dura, nem azeda, isto sou eu a respirar cansaço, a que acorda e adormece enjoada com tantos filmes de capa e espada e a que perdeu a paciência e a condescendência com todos quantos têm tudo no prato sem mesmo precisarem de pedir. Grow up!
Não gosto de sentir pena de ninguém, mas é um sentimento inevitável, porque vejo tanta gente que apenas sobrevive, que se agarra às rotinas com tanto medo, que nem de rua mudam, seguindo sempre pelo mesmo percurso, ou pior ainda, usando o gps, que é mais emocional, porque não arriscam simplesmente sentir e usufruir.
Tenho pena de quem não sabe o que é dançar para afastar fantasmas, mas usando cada pedaço do corpo, como se estivesse a fazer amor. Tenho pena de quem nunca correu à chuva, ou sequer caminhou, mas sem medo de ficar verdadeiramente molhado. Tenho pena dos que usam o "mas" mais vezes do que o "eu", o "sim", o "também" e o "quero". Tenho pena de quem nem muda a posição da cama e que pousa, invariavelmente, as chaves na mesma cesta.
Há quem se agarre aos salva vidas emocionais, não olhando muito para não ter que ver o que deixa de viver. Há quem até tenha saltado, para outros lugares, mas sem nunca lá ter estado. Há quem ainda não saiba o que fazer consigo e por isso não consiga saber o que fazer com os outros.
Não gosto de ter pena, mas a verdade é que tenho imensa, sobretudo quando vejo desperdiçar, vida, recursos e coração. Que pena tenho de quem nunca irá saber como é simples apenas amar e ser amado...
Exercício mental, acordei a tentar fazê-lo e felizmente até que resultou. Tentei pensar em amores que deram certo, em indivíduos, pessoas que passaram de 1 a 2, que se reencontraram e puderam continuar mais seguros, mais acompanhados, mesmo que com mais medos, mas a poder dividi-los.
Mesmo que o mundo, a forma como ele se movimenta agora e até chego a pensar que gira ao contrário, nos tente fintar, vão sempre existir os resistentes, os que se armam de coragem, agarram nas bagagens, mais ou menos pesadas e seguem sem olhar para trás. Alguns de nós irão saber como impedir muitos de nós de deixar de acreditar e de desistir. Todos cometemos erros e perdemos o caminho, mas a ser um teste, sobretudo do tempo, haverá sempre quem os passe e diga, sem qualquer dúvida, que terá e deverá ser por "ali".
Sou apenas lamechas a ver filmes, tirando isso prefiro ser pés no chão e perseguir o que me persegue, comungando desejos e não forçando vontades. Certamente que não estarei certa e não saberei como se faz, bem, porque de contrário não teria acordado sozinha. Sou lamechas quando vejo amores que dão certo e pessoas que se seguram pelas mãos, decididos a nunca mais se largarem. É bonito e terão que concordar, sobretudo se ficarem juntos significar que irão mesmo manter-se juntos, partilhando tudo e sendo tudo para o outro.
Exercício mental matinal, devidamente recomendado por mim que até sei alguma coisa:
. Foquem-se no sucesso, nas partilhas, nos sonhos e nos sorrisos, mesmo que dos outros.
. Olhem à vossa volta, mas vejam apenas o que vos motivar e mantiver a coragem.
. Acordem certos de que o que for vosso acabará por chegar e não resistam indefinidamente ao que vos souber bem.
. Continuem a acreditar, porque da vida apenas conseguiremos ter o que quisermos mesmo dela.
Como sabes que podes amar quem nunca tocaste? Como é que te envolves e o que acontece para que sintas e para que não duvides?
Como querias antes de teres começado a querer, lembras-te? Quem eras, o que fazias e como corriam os teus dias?
Depois de tudo, depois de teres finalmente sentido e vivido o que já antecipavas, será que consegues regressar a ti, ao ontem, ao momento em que apenas sentias falta do que já tinhas? Muito provávelmente terás que te reajustar, mas nem o sempre se mantém para sempre, por isso não precisa de ser difícil, apenas necessário.
O ser humano tem recursos inesgotáveis e é capaz de amar, até que a alma, o coração e cada pedaço de corpo se contraiam e doam, mas também é perfeitamente capaz de entender que o deve deixar de fazer. Ninguém alimenta, por muito tempo, a chama dos sentimentos se não for motivado, empurrado de mansinho e convencido, com enorme talento e sem qualquer dúvida de que é esse o caminho.
Tanto amor que se desperdiça, mas tanto que também se acumula e acaba a poder espalhar, para outros lugares, outras pessoas, recomeçando, uma e outra vez, até que se acerte. O trabalho de casa deve ser feito, de forma a que não se desista do que é possível, porque mesmo que se duvide, a verdade é que existe, sempre, em algum lugar, alguém que se acerte e nos acerte.
Um dia, depois de muitos outros dias, o teu sorriso voltará e o teu olhar acabará a brilhar, sem nuvens, com todas as certezas que sempre encontram os que conseguem amar. Este é o ciclo e ele não termina apenas porque nos tentam fazer acreditar que somos de um formato desconhecido.
Como queres antes de quereres? Espero que bem e com convicçao, depois é só juntares umas pitadas de sorte e deixares-te ir. Boa sorte!
Sou escritora e blogger! Ai isso são profissões? YES e bem trabalhosas por sinal. Não tenho colegas, a dinâmica é mono, a inspiração pode até vir do exterior, mas ninguém o poderá fazer por mim, porque tenho o meu próprio estilo de escrita e porque o que escrevo é muito espontâneo e gutural. São horas e horas de pesquisa, a debitar vogais e consoantes e a tentar melhorar. O retorno é imediato e necessário, porque se não escrevo, entupo, afogo-me e quando finalmente o faço, pareço uma metralhadora, não consigo parar.
Decidi aliar um novo projeto a esta suposta capacidade e habilidade que possuo, e criei a Pena e Papiro. O que ofereço é basicamente um serviço de escrita por encomenda. "Aqui", cada pessoa pede que eu romantize uma parte da sua vida que pretende ver imortalizada. Elas têm os factos, eu tenho a forma certa de juntar as palavras. No final, e após conferido o trabalho, decidimos a encadernação e pronto, aí está.
Confesso que me distanciei um pouco do projeto, porque é trabalhoso e porque faço demasiadas coisas ao mesmo tempo, mas decidi que me vou empenhar, MESMO, a partir de Setembro e que vou dar resposta aos pedidos que começam a surgir. Tenho duas páginas no facebook, uma para o Sue Amado, no qual partilho os posts do blog Feelme (http://suesotto.blogspot.com) e outra para a Pena e Papiro, mas vou fundi-las, evitando-me a dispersão e concentrando-me assim no essencial.
A mulher que escreve tem que continuar a fazê-lo e todos estes anos de empenho começam a provar-me que é mesmo este o meu percurso. Lucky me!
Estes 4 anos como blogueira têm-me mostrado uma faceta mais empenhada, criativa e determinada. Fui afortunada o bastante para descobrir algo que me enche e preenche e que faço com ENORME prazer.
Ser eu, a que escreve, mas pensa e ajusta cada pensamento a cada palavra, também se tem revelado um desafio. Ser mulher é igualmente difícil, porque o estigma existe, o preconceito mantem-se e destacar-me, por mim, sem o sexo associado, sendo apenas um ser que escreve, é um trabalho em progresso.
Estou no caminho certo e pretendo continuar a percorrê-lo sendo fiel a mim mesma. Vamos ver o que me reservam os próximos quatro anos!
No, no, no... Just like in a song, I know you will never find someone like me!
I am not trying to make you stay, because you´re already gone, but I am reminding you of me, of who you touched and felt so deep and for so long. I am not trying to convince you, not now, not anymore, I am just saying...
I know, just like you do, I could have given you heaven, a rounder hearth and all the stars yet to be found. You know, and so do I now, that it´s not bragging, it´s the plain truth. I was the one. I was the she you looked for. I was your only reality...
You will never find, not "here", someone who really cares about you, not wanting anything in return, just you, just your time, just your smile, so that we could be, just us.
You will never find someone who knows how to wait for your time, for your body to be ready, for my body. I knew how to adjust, how to teach you and learn. I was always in you with me inside. I was ready. I was in the "now" time. I was here...
Excelente elenco numa história bem construída. Amores de sempre, para sempre. Memórias que depois de criadas se colam como uma segunda pele. (Caramba, até pareço uma crítica conceituada).
Adorei, sobretudo a experiência que há muito não repetia, de cinema ao ar livre. Foi uma noite memorável.
Mais um filme e mais carga para encher o coração em pleno. Não percam!
Sou declaradamente lamechas e por isso só teria que te adorado este filme e obviamente que o recomendo.
Gostei da mescla de conto de fadas e realismo, porque na realidade dá imenso jeito ter uma fatalidade na vida, grave e por trás um suporte financeiro ENORME. Para mim passar umas horas a ver um filme, impõe divertimento, prazer e um tempo de sonho que não consigo no meu dia-a-dia, por isso não procuro "material" pesado, prefiro a lamechice mesmo e o incremento no meu registo emocional.
ADIANTE, vejam o filme e deliciem-se com a ligeireza da actriz principal. Não há dúvida que sermos positivos traz benefícios claros. Vou ficar à espera das vossas considerações. Boa sessão!
Como consegues avaliar o que não fizeste da forma certa e o que aprendes no processo? A vida corre tão veloz com tanto a acontecer, que por vezes não tiramos um segundo que seja, para analisarmos todas as horas que gastámos sem retorno, sem que conseguíssemos fazer o que nos tínhamos proposto e sem chegarmos à meta no lugar que nos confere medalhas. Não temos que nos contentar com os lugares de participante, precisamos de querer mais, de fazer muito mais e melhor do que antes e de esperar que o muito se aloje nos membros, nas veias e em cada pedaço de alma ainda por corromper. Não devemos viver apenas porque sim, respirando o ar dos outros e nunca fazendo o que nos der na real gana. Não precisamos de saber tudo, mas devemos querer tentar saber o que nos define, o que nos levará mais longe e que por consequência nos fará mais felizes.
Sou das que aprende rápido e não precisa de repetições para entender o óbvio. Consigo pensar por mim e escolher o caminho, até o sinuoso e inseguro. Aprendo com o que vejo e decido não me servir, porque só me serve o respeito, a entrega e o reconhecimento. Reaprendo com cada um dos que me vão lendo e uso as suas vivências para enriquecer as minhas. Volto ao meu eu quando não consigo que o nós se mantenha e faço-o de coração livre e tranquilo, porque já aprendi que não mudo ninguém e que as pessoas são na medida da sua essência.
Aprendam com o que vos passo, porque o faço sem amargos de boca, faço-o a pensar que apenas tem sentido andar por aqui se puder mudar nem que seja uma vida. Aprendam até com as dores, mas percebendo que depois de cada uma, mesmo que aguda, também virão os sorrisos e a tranquilidade. Aprendam a amar com toda a entrega, sentindo tudo e dando tudo incondicionalmente, porque se terminar ficarão vocês outra vez e capazes de recomeçar. Aprendam a saber reconhecer quando não podem continuar e continuem a fazer o que já faziam antes, mas certamente que melhor. Este é o meu contributo para com cada um dos que me vão mudando e enriquecendo.
Até onde posso ir e que histórias terei para contar? O que te posso pedir de cada vez que sinto vontade de te pedir que pelo menos me consigas ver? Quem serei na tua vida quando a vives em pleno, sem mim por perto? Com quem conto de cada vez que a solidão me ameaça e o desgaste se instala?
Já perguntei, já duvidei das respostas e até já jurei saber quais seriam. Já esperei quieta, a tentar não ser demasiado visível, mas cheia de medo de nunca mais ser vista. Já estive do teu lado certo, daquele em que sentia com toda a certeza que o teu amor jamais poderia desaparecer. Já tive vontade de nunca te deixar ir, mas acabei a saber que nunca o poderia pedir.
O que te posso pedir quando sei que não há nada que possa realmente pedir? O que te posso pedir quando TUDO me é negado, até respirar sozinha? O que te posso pedir quando não adianta sequer pensá-lo?
Neste momento peço apenas para mim. Neste momento encho-me de um egoísmo que me cura e de um desistir que me impede de desistir de mim. Neste momento quero o que tinha antes, o poder de me comandar, de me escolher e de caminhar sozinha, ao meu passo, no meu tempo, sem demasiadas expectativas para nunca as ver goradas. Neste momento parei de me continuar a mover para o lado errado e o meu lado errado és tu, porque de ti nunca tive o que pedir, nem como o fazer. Contigo estive sempre tão só como estou hoje, mas com ainda mais dor, a dor da certeza e da incapacidade de mudar o que chegou apenas para partir. Neste momento sou apenas eu como me via, porque o reflexo no espelho mantém-se, mas com mais respeito e ourgulho por tudo o que ainda consigo fazer acontecer. Neste momento sei que já não preciso de te pedir mais nada!
Terei certamente muitos dias para sentir pena de mim, mas hoje não, hoje não sou capaz, até porque todas as memórias que me assolam fazem-me sorrir bem mais do que a vontade de me deitar e adormecer, abandonando-me à sensação de erro e de falha. Sou humana, por isso também avalio mal, mesmo que baseada nos dados que recebi e que antecipavam o que me chegou. Hoje não, amanhã, quando acordar, mesmo não sabendo de que forma, porque nada é igual e tanto que já o percebi, amanhã logo vejo se tenho tempo de me lamentar.
Se me deixasse acreditar que não tenho margem para errar. Se me forçasse a aceitar que falho porque estou desatenta, então tirar-me-ia todo o poder que acredito ter, em mim e na minha vida. Por vezes pareço ter o saco lacrimal roto, e choro até sentir que de tanto chorar já me lavei por dentro, mas escolho, quase sempre, ir à luta, arregaçar as mangas emocionais e recomeçar, todas as vezes que precise para aprender ou para ser surpreendida, pela positiva.
Hoje não me apetece pensar que não existe ninguém para mim. Hoje não quero acreditar que acabarei sozinha, porque certamente, algures, nesta vida, terei, para mim, quem queira ser o que sou já, dando-me o que acabará a receber. Hoje escolhi sonhar acordada, sentindo que ainda irei esbarrar em quem me respeite, ao que faço, admirando-me pelo que tenho e que é apenas a mim mesma. Hojenão vou usar palavras negativas, vou rir-me comigo e de mim, vou caminhar solta, livre, não devendo nada a ninguém e sabendo que sou bem mais do que me tentaram fazer e que por isso mereço muito mais do que me acabaram dar.
Temos que querer ser felizes para eventualmente o conseguirmos. Não a toda a hora e minuto e certamente que não sempre, mas é possível ser-se feliz saboreando o sabor que nos passa a felicidade conquistada. As pessoas felizes passam-nos uma energia que contagia, como contagiarão as infelizes, mas a essas não nos queremos colar, nem sequer beber do que forem largando. A felicidade, tal como muitos a imaginam, não existe e não vem sob o formato de bens materiais, por muito que nos possam deixar com a sensação de conquista. A felicidade é um estado emocional e constrói-se a custo, com muitas falhas, avanços e recuos, mas após instalada ninguém mais a volta a arrancar, a não ser que o permitamos. A felicidade que criamos alastra-se, pega-se, cola-se e não deixa ninguém indiferente. A ser genuína e sentida, torna-se um bem inestimável, um artigo raro, como raras são as pessoas que realmente se sentem felizes, seja porque razão for.
NADA de mendigar, pedinchar e sobretudo, NADA de embarcar em dores que se agudizam apenas com o olhar, porque as pessoas infelizes, ou as que nem sabe o significado de um sentimento ou de outro, são mais bem-sucedidas que o WD40 (passo a publicidade), porque se ele arranca qualquer sinal de ferrugem, imaginem o que fará aos optimistas. Nada de desistir do que é nosso por direito, só temos que saber actuar em conformidade, protegendo-nos do que não funcionar. Viver é bem mais difícil do que parece, mas bem mais fácil do que o fazemos parecer porque a verdade é que está tudo no querer. Assim sendo, embora lá usar de toda a felicidade que ainda abunda por aqui!
Inconstante e inseguro sou eu. Sou um inseguro crónico e tenho medo de parar de ter medo, porque é o que me segura aqui, neste marasmo que acabou a representar tudo o sei e conheço. Sou inseguro porque ainda não vivi, não o bastante para o deixar de ser. Inconstante porque nada na minha vida durou o bastante para saber com o que contar. Eu sou este, da forma que fui capaz de manter, com todas as dúvidas que apenas me empurram mais para onde não quero estar. Não crio memórias bastantes que me bastem e tornem tudo o resto mais fácil. Não espero, nem acredito que me mude porque não sei o que significa mudar. Hoje, sobretudo hoje, espero poder deixar ir o que me pesa, num peso que quase não consigo aguentar. Hoje a minha inconstância está a custar-me toda a segurança que fui incapaz de manter e nunca arranjei forma de te dizer o que valeria realmente a pena.
Sou inseguro e vou continuar a sê-lo apenas por te olhar, por te ver a conseguir o que me recuso. Sou inconstante e não me permito, de alguma forma, o que seria tão fácil de conseguir, tal como te consegui a ti, se ao menos soubesse como o querer.
Registaste cada registo falado e até os silêncios. Entendeste quem era e amaste-me da mesma maneira, daquela que dizias querer assim que me quiseste. Não tornaste nada fácil, apenas me lembras-te de como a minha insegurança me faria perder-te e desta vez, da única vez em que não precisava ser constante, fui-o e mantive-me como sou, sem nada para te oferecer e vi-te ir, olhei para ti até desapareceres, tu e o sol que nunca mais voltou a nascer, não por mim e nunca para mim.
Terminar comigo mata-me um pouco, sobretudo pela sensação de que não controlo NADA, nem o que aparentemente desejava. Terminar com sonhos, com desejos que quase toquei. Terminar comigo aceitando-me como sou, frágil e incapaz de sofrer para sempre.
Ver como as coisas me escorregam das mãos, como se vão uma a uma, em verdades que escolhi esconder e que apenas me adiaram o amanhã certo, magoa bem mais que uma ferida aberta. Saber o que sempre soube, mas de forma mais real, sem a distância que sempre impomos aos problemas que nos assustam, permitiu-me decidir, aceitar e continuar. Sentir que não me posso fazer sentir o bastante, que não basto e que não importo, não me consegue parar, nem impedir de olhar com atenção. Tenho que aprender com todo o processo e recomeçar do início mais renovada, mais forte e mais pronta. Por vezes é difícil ver com clareza, abrir o coração, perdoar e escutar outras dores para além das minhas, sem esconder o que apenas me poderá vir a "matar" de uma morte lenta, porque sei que sou mais, que consigo ser maior do que o que me derrota e que me devo a mim mesma TUDO.
Terminar comigo será sempre mais difícil do que deixar-te ir, porque a sensação de falha e de derrota é maior, mas eu e eu mesma acabaremos por nos resolver...
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.