O preço de tudo!
E porque tudo tem um preço, sobretudo emocional, vamos ter que começar a perceber quanto pagamos para sermos nós, para estarmos no nosso lugar e para prosseguirmos na direção a que nos propusemos!
Words can change the world
E porque tudo tem um preço, sobretudo emocional, vamos ter que começar a perceber quanto pagamos para sermos nós, para estarmos no nosso lugar e para prosseguirmos na direção a que nos propusemos!
Vai devagar, chega de mansinho ao teu lugar, mas de forma determinada, a saberes o que importa e quem. Vive mesmo todas as horas, não como se fossem as últimas, mas sim as primeiras, porque os começos têm um sabor especial. Escolhe devagar e segue a tua lista mental, não abdicando de nenhuma prerrogativa, porque se o fizeres acabas com mais do mesmo, cruzando-te com as mesmas pessoas.
Vai devagar, mas decide rapidamente e não te encolhas perante o que já sabes ser teu e à tua maneira. Vai devagar, mas vai ter com quem te importar e fizer sentido, porque se deixaste de querer esperar, então só pode significar que estás pronto.
Não carrego o peso dos outros, nem me esforço por resolver o que não me cabe; Não tento compreender para agradar, porque não me agrada que ainda tantos não saibam como se entender; Não me foco na vida que não terei forma de viver e escolho viver a minha tranquilamente e com sabedoria;
Quando o que te dizem te toca e faz sentido, passas a acreditas em cada palavra, conseguindo superar pequenos, grandes nadas, ampliando a tua disponibilidade, aceitando e incluindo mais um. Os que estão na fase dos recomeços e os que terminaram, achando que não voltariam a desejar ou a serem desejados, entendem do que falo!
Os amores vão e vêm, tal como algumas dores chegam e instalam mas também conseguem sair se as quisermos deixar ir!
Não existe apenas uma forma ou formato para a felicidade, ela tem mesmo muitas caras e com cada uma podemos ter tudo, ser tudo e sentir verdadeiramente o que merecemos. A felicidade maior vem da paz que carregamos quando estamos bem connosco e com o mundo que nos interessa. A felicidade está em ti e em ti também, quando és a pessoa que a minha pessoa reconhece.
Chegaste de mansinho, passo a passo, olhando-me com a firmeza que fez parar os meus movimentos. Vi-te aproximar tanto e com tantas certezas, que quase me impedi de respirar. A tua boca estava tão próxima, mas mantive os meus olhos para baixo, conseguindo ver a covinha do teu queixo e o arfar que movia o teu peito. Senti que rangias os dentes e que te tentavas controlar e foi o que fizeste até te perderes e me laçares pela cintura. Já não estou preocupada com os que pararam para perceber o que estava a acontecer, agora só quero ter de volta o que um dia permiti que se fosse. O beijo foi longo, doloroso e desesperado. Apertaste-me tanto que só não gritei porque a minha boca estava na tua. Senti cada um dos meus músculos retesarem-se e quase que me perdi ali mesmo, onde não éramos apenas nós, não fisicamente, mas onde o mundo parecia ter parado de girar.
- Onde tens andado, mulher que me enlouquece?Estava para aqui a tecer considerações e lembrei-me de perguntar se alguma de vocês conhece ou já teve a "sorte" de esbarrar num D. Juan de esquina? Vou falar do protótipo masculino porque sou mulher, mas existe igual modelo no feminino, não se iludam.
O que querem afinal de nós os que chegam a parecer que nos querem, passo a redundância, quando aparentemente também deitam os olhos a mais umas quantas? Talvez porque não se queiram afastar demasiado dos planos B e C, não vá o A do momento falhar. Agora fora de brincadeiras, mas ainda meio a brincar com estes novos modelos de "relações" e muito provavelmente por já ter atingido a dita idade da maturidade, ou porque tenha sérias dificuldades em entender os homens e as mulheres de agora:
. Quando gostas de alguém e estás interessado em fazer crescer os sentimentos que te envolvem, o normal será que te envolvas inteiramente com essa pessoa, afastando todas as outras, nem que seja por um período determinado, se ele é curto ou não, já dependerá do teu poder de encaixe;
. Quando tens planos, mesmo que planear seja um enorme luxo sujeito a muitas variáveis, o mínimo é que os mantenhas e te passes como desejas ser visto;
. Quando esperas que o outro te tenha como foco, será conveniente que te mantenhas igualmente focado nessa pessoa, a não ser que estejam ambos abertos à tão falada e aparentemente desejada, relação aberta;
. Quando decides fazer exatamente o oposto do que apregoas, colando-te às palavras que aparentemente o outro deseja ouvir, será que te ouves, por uns minutos que seja e nunca receias estar também a receber o mesmo? É que nem sempre os tranquilos são tolos, mas isto é só uma observação.
"A ética é tudo aquilo que fazes quando te estão a ver, mas já o caráter, esse apenas se revela quando e aparentemente ninguém vê"!
Meus amigos e amigas, LONGE vão os tempos em que o que se fazia em Vegas ficava em Vegas, ou num qualquer outro ponto interessante do planeta, hoje temos algo bem global e imediato e por isso dizemos que uma vez na internet, para sempre na internet. Se não sabem caminhar sem apagar as pegadas, andem com as mãos. Se vão deixar que se sinta o cheiro forte do fumo, não façam fogo e se não querem, MESMO, gostar o suficiente de alguém no singular, por desinteresse ou incapacidade, não sujem demasiado a única coisa que terão que carregar para o resto da vida e que é o vosso nome. Just saying!
Os dias têm uma forma natural de te fazer ouvir, sentir e olhar para o que te faz verdadeiramente falta. Cada dia carrega os que foste deixando passar, dispensando decisões que te impediriam de te adiares, porque és sempre a que conta. Este dia, tal como os que agora me vão chegando, chegou a recordar-me de quem sou e a verdade é que sou muito, sobretudo para mim.
Se desatares a querer mais do que te pertence, acabarás por sentir que tudo o que é externo a ti terá o poder de te revolver o interior. Se te souberes sossegar do que na verdade não controlas, o controlo de ti passará a ser maior e todos os minutos do dia serão melhor usados para que te sintas como és na essência. Se permitires que as pequenas coisas da vida, mas que na realidade são maiores do que tudo o resto, te envolvam, acabarás inevitavelmente envolta numa luz que te ilumina por dentro e te torna bem mais bonita por fora.
Os dias, quando estás atento, têm exatamente tudo o que ainda te falta ler e entender. Os dias terão a dimensão e a importância que te deres e de cada vez que te visualizas no leme do barco, o destino só poderá ser o certo, por isso usufrui de cada nova viagem. Os dias nunca se repetem, por mais importantes e desafiadores e nunca terás forma de viver duas vezes a mesma experiência, então usa e abusa do poder, momentâneo, de estares exatamente onde precisas, de contrário precisarás sempre de recomeçar outra vez.
Pior do que seres o meu ex, aquele que não ficou e a quem a vida levou de mim, é seres meu amigo, porque como amigo não te posso cobrar o que não tiveste vontade de fazer. Ao seres o amigo, as palavras, ou metade delas, terão que permanecer guardadas em mim por muito mais tempo, quem sabe para sempre. Se me escolheste para amiga e se te aceitei neste novo papel que ainda preciso de saber representar, os abraços poderão até voltar a acontecer, mas mais frios e condescendentes e não terei forma de os recusar.
Tanto que te queria como a pessoa que já foi e que deixou de ter um rosto no presente. Tanto que precisava de já não ter que precisar de ti, não nesta nova versão aparentemente moderna e na qual não gastamos tempo com as mágoas e os amargos de boca. Tanto que precisava de te poder abanar, cobrando-te o que nos impediste de ter. Tanto que sinto ainda, enquanto me forço a fingir que deixei de nos sentir e que estou resolvida e tranquila, serenando a mente que não cessa de me espicaçar e perguntar o que deixei de saber responder.
Pior do que simplesmente me forçar a esquecer-te, é lembrar-me, todos os dias, que continuas por aqui, querendo ser o amigo que protege, vigia e se certifica de que me mantenho de sorriso nos lábios. Pior do que te odiar, porque é o sentimento certo em oposição ao amor, é precisar de fingir que gosto o suficiente de ti para te considerar um amigo.
Os amores são para sempre, até os que terminam. Quem o diz? Quem já os sentiu na variação certa. Quem os viveu para além do que se convencionou como difícil e quem soube que sabor lhe dar, mesmo não o tendo recebido de igual forma.
Já tentei dizer o contrário do que sentia e já tentei sentir o contrário do que dizia, mas e porque ser eu me deu TANTO trabalho, só me permiti algumas "brincadeiras" temporárias, voltando rapidamente ao meu lugar de sempre.
A forma como encaras e encaixas a vida tem a ver com o teu olhar para dentro e que advém de muitas horas de perguntas que desejas ver respondidas, ou do pouco que te dedicas, não entendendo que dessa forma nunca te dedicarás verdadeiramente a alguém. Temos a obrigação de ser felizes, porque a nossa realidade, esta que vivemos agora, é a única que nos cabe e deve ser honrada. A felicidade chega após a conquista de desafios autopropostos, a felicidade é o que sentes enquanto estás a fazer sentir, da forma certa, as pessoas que amas; A felicidade são os silêncios nos quais te ouves como mais ninguém consegue e por isso te enches de palavras com sentido: A felicidade são as escolhas conscientes e que mesmo não prometendo finais antecipados, não te defraudam.
Já fui tentada a acreditar no impossível e já me senti impossibilitada de acreditar no real, mas em nenhum dos processos desisti de estar inteira, sendo a pessoa a quem iria pedir contas caso aceitasse o inaceitável, ou me contentasse com o pequeno. Já fui inundada de amores que tomei por garantidos e já fui impedida de amar quem me sabia a sabores novos, mas NUNCA e em nenhum momento, até nos mais difíceis, deixei de acreditar que o amor que me cabe saberá como me encontrar. Já fui muito feliz sem o perceber, mas hoje sei que a minha felicidade é tão percetível, que ignorá-la seria a minha maior loucura.
Escrevo porque tudo o que faço, sinto e vejo, tem a forma das palavras e é apenas com elas que acabo por mostrar o melhor de mim, fazendo-me entender e dando aos outros o que também me alimenta. Escrevo como penso, penso como respiro e acabo por escrever como amo e amar para mim tem que ser um estado natural, uma necessidade, uma vontade de ser vista como me vejo.
Estou num lugar "novo" no qual avalio e reavalio tudo o que fiz por ser e sendo, preferencialmente, ainda mais completa e serena. Estou finalmente sozinha, sem as pessoas de quem a minha pessoa cuidava, sabendo que poderia ser muito mais e já o era na verdade, mas receando o momento em que a minha principal função se esbatesse e passasse a ser primordialmente a mulher. Estou num mar que passou de revolto a demasiado tranquilo e agora só me resta equilibrar ambas as partes de mim, porque fui sempre duas, com dois pares de mãos que abraçavam e dois corações que se estendiam para que coubessem as pessoas que depois de mim, serão as mais importantes desta e de outras vidas, de outras porque só poderão já ter sido meus e senti-los desta forma, com uma ligação que os desliga da responsabilidade de me fazerem feliz, mas sendo-o para que sosseguem e vivam de forma plena a vida que lhes ofereci quando os concebi. Estou num lugar novo, vazio de sons e de cheiros familiares, mas pleno de memórias, de planos e de ainda mais sonhos. Estou no lugar onde terei que me saber reinventar, pela inevitabilidade, mas no qual saberei melhor quem sou e o que é suposto continuar a produzir. Estou num lugar que me acolheu, mas continuo sem saber onde pertenço, talvez porque seja de todos, até dos que ainda não pisei, mas querendo, muito mais agora, que a viagem comece sem data para voltar. Estou num lugar "novo" e dele só poderei sair renovada, porque sei que acabarei ainda mais forte e capaz de usar o tempo a meu favor. Estou num lugar "novo" e ainda só agora o comecei a perceber.
O dia em que deixaria de te sentir de cada vez que ligas teria que chegar. O dia em que nada do ontem me interessa para o hoje, onde estou comigo e sem nada de ti, porque nada restou, acabou de se instalar. O dia em que nada do que dizes faz sentido ou me importa, porque o teu discurso desgastou-se, tal como tu mesmo quando percebeste que te daria trabalho, é este, é agora.
Quando é que opinas demasiado e quando é que deixas o essencial por dizer? Encontrar o equilíbrio no início das relações, e até que já se tenham ambos sentido o conforto do outro, é muito mais difícil do que o que pomos por palavras. Algumas pessoas têm uma enorme mestria para nos deixarem a sentir bem e livres na nossa capacidade de exprimir o que desejamos, mas já outras...
Estar sozinha é difícil, quem é que se atreve a dizer o contrário? Consigo percebê-lo quando o tempo me sobra, quando vagueio sem ser incomodada, sem que me cobrem o que quer que seja e por falta de hábito acabo a não saber muito bem o que fazer nem para onde ir, no entanto tenho-me comprometido em aprender, sabendo que me vou cuidar melhor, sendo a que decide e escolhe. Estar sozinha é difícil, mas podemos sair triunfantes, sabendo exatamente onde estamos e o que desejamos. Por sermos animais de hábitos, e porque nós mulheres fomos formatadas para cuidar, o que custa mais é "desprogramar".
Estamos a cada dia mais determinados, mas mais sozinhos. Já não parecemos procurar a nossa metade, talvez porque tenhamos entendido que somos um só e completos, mas estamos decididamente mais solitários, desconfiados, impacientes e inflexíveis.
Já não procuramos aprovação e estamos onde nos fazemos falta, mas passamos o tempo útil a falar do que ainda não temos e parece ser sempre tanto quando somos apenas nós. Estamos constantemente a planear o que nos deixa mais livres, mas sentindo-nos invadidos por uma prisão emocional que nos sentencia sem qualquer pena determinada. Já não usamos o "nós" vezes que bastem e o "eu" chega a ser exaustivo e revelador de enorme insegurança.
Estamos em constante fuga e assumimos que a dependência nos enfraquece, no entanto não parecemos mais fortes, não aos olhos dos outros. Já não dividimos o importante, mas subtraímos frequentemente o que multiplicaria o outro. Estamos mais egoístas e incapazes de olhar e ver, mas querendo e esperando ser vistos sempre. Já ninguém parece servir ou ser certo, mas continuamos erradamente a planar pelas mesmas pessoas com as mesmas características. Estamos mais duros e impacientes, mas reclamamos da impaciência alheia, levando o outro quase à loucura. Já não cuidamos do corpo nem o respeitamos, mas acabamos a noite a exigir que o valorizem e parem de usar. Estamos menos doces e compreensíveis e puxamos de palavras duras para dizer o que nos sairia bem melhor se ao menos nos ouvíssemos. Já começamos a perder muito antes de qualquer ganho e o triste é que no final ficamos todos muito mais longe uns dos outros.
O que é que nunca devemos dizer enquanto lutamos contra a vontade de dizer tudo? Do que não se deve falar, ou que pensamentos nunca partilhar quando começamos a partilhar vidas? Quem é que nos é permitido ser, enquanto criam modelos da pessoa que supostamente somos? O que pode arruinar uma relação, demasiados silêncios ou a busca intensiva das palavras?
Não consigo deixar de pensar em quem fui ou passaria a ser sem ti. Não tenho um nome, ou sequer um lugar que não te tenha, talvez porque esteja oficialmente apaixonada pela ideia de mim contigo. Não permito que as lágrimas corram da mesma maneira e mesmo que me doa o que te impedes de passar, já não passo sem os momentos que cresceram, sem planos, com muitos atropelos, mas com tanto amor, que já não consigo deixar de sentir a tua falta, até quando te tenho.
Gosto de planear e de ter ambos os pés em terra firme, mas a firmeza esfumou-se no minuto que precedeu a tua entrada na minha vida. Gosto, porque me aprendi a soltar, até da dor que sinto quando apenas estás nos sonhos que repito para que estejas em algum lugar. Gosto de gostar de ti, assim, sem qualquer amanhã, apenas no hoje que temos, repetindo-o tantas vezes quantas bastem para que vá escrevendo sobre nós. Gosto de todos os beijos com que me lambuzas de ti, passando-te tão bem e sendo tão intenso quanto é o que sentimos. Gosto de apenas gostar, sem ter que me explicar e sem que precises de me provar que também precisas de mim.
Não consigo deixar de pensar em ti, talvez porque me deixe de coração mais acelerado, mas igualmente tranquilo, ou tão simplesmente porque estou oficialmente pronta para apenas te sentir, mesmo que não me sintas de igual forma. Não consigo pensar em deixar de te amar, não para já...
Todos os dias, a cada minuto ou segundo das nossas vidas, somos levados a decidir e a fazer escolhas que poderão mudar tudo à nossa volta!
Tempo, paciência, conhecimento e ajustes, estes e mais uns quantos ingredientes tornam o percurso da nossa vida mais fácil. Saber esperar e reconhecer sinais é possível, precisamos apenas de nos conhecer até quando dormimos e sonhamos os sonhos que nos impelem a melhorar. Saber de que forma chegar com consistência até onde nos visualizamos, obriga a que já saibamos o onde e o como virá sem demasiada turbulência ou com a que se deseja para que mudemos umas quantas rotas. Saber qual o verdadeiro sabor da conquista ainda poderá acontecer nesta existência, mas precisamos de existir com regras definidas, passando cada instrução com detalhe e fugindo do que nos distrai.
Tenho um pé na vida que gostaria de viver contigo e outro naquela que me assusta pelo desconhecido. Tenho tantos desejos que te incluem, mas uma enorme serenidade quanto ao que já sou e que ninguém terá forma de suprimir. Tenho momentos nos quais nos vejo e sinto, sentindo a tua mão que aperta a minha como que para te certificares de que estou para ficar, mas outros em que sou apenas eu a olhar para o sol que se põe em mais um final de dia. Tenho imensas saudades do que nunca mais poderemos viver, porque o "nós" no nosso passado, não existia.
Gosto da sensação de gostar sem condições e de sentir o que me move o coração, fazendo-o bater a ritmos que me acertam o resto do corpo. Preciso, talvez mais do que seria suposto, de não precisar de me explicar e de colocar legendas em tudo o que digo ou evito, porque sou sempre tão clara, que só os empedernidos poderiam questionar. Exijo que a minha vontade ande a par com a vontade de quem já escolhi e fui capaz de olhar, fixando os olhos que são bem mais do que o espelho da minha alma, porque de outra forma estarei apenas sozinha enquanto acompanhada.
Tenho um pé na aventura que começou em mais um ano cheio de desafios e o outro bem firme nas certezas de que preciso para poder continuar a ser eu, sem demasiadas beliscaduras e pronta para o que ainda estiver para vir.
Olá amor novo,
Nunca vais encontrar um amor como o meu, era o que te dizia quando achava que até sabia alguma coisa, porque a verdade é que nunca me disseste que precisavas de alguém como eu. A minha intensidade deixava-te inquieto e sem saber como reagir a tudo o que tenho e sou. As minhas certezas aparentes aguçavam as tuas incertezas e ninguém gosta de reconhecer desníveis. Nunca procuraste um amor como o que te ofereci porque não era assim que o desejavas.
Podes até arriscar sentir a minha falta, mas deixaste de poder ser tu mesmo enquanto tentavas perceber o meu modelo e isso não te poderia servir, nem sequer a mim, que acabaria apenas por ter algumas metades.
Sem amor ninguém vive bem, isso é mais do que ponto assente, no entanto viver também passa por muitos estágios emocionais que nos deixam mais fortes e capazes de suportar temperaturas baixas sem que enregelemos demasiado. Sem amor somos um pouco menos crentes e encontramos obstáculos até em portas abertas, mas seguramente que apenas por demasiado desamor instalado. Sem amor somos de cores pálidas e de palavras sem qualquer sabor. Sem amor parte de nós ficará definitivamente partido e quando nos atrevermos a juntar as peças, poderemos já não ir a tempo.
A forma como encaro o amor entre duas pessoas também evoluiu e acabei por conseguir, em diferentes estágios da minha vida, maturá-lo o bastante para o poder absorver como se de um bom vinho se tratasse (curiosa a analogia para quem nem sequer bebe). Já os vivi de forma demasiado intensa, sem muitos planos, ou planeando tão pouco, que o resultado apenas poderia ser o seu fim anunciado. Já amei mais do que fui amada e já senti tanto amor vindo dos lados mais inesperados, mas que me deixaram cheia de vontade de os poder viver, que não pude evitar de me sentir a pessoa especial de alguém. Tive amores errados, no tempo e no objeto, mas nunca me impedi de passar exatamente o que tinha dentro, porque apenas assim me conseguiriam ver.
Sem amor, ou com amores destorcidos, somos mais lentos de raciocínio e decidimos quase sempre demasiado tarde. Sem amor, sobretudo por nós, nunca sabemos o que temos e podemos dizer, de forma a que nos entendam à primeira. Sem amor fazemos mais escolhas erradas do que certas e usamos como desculpa o facto de ninguém, para além de nós, sair afetado. Sem amor, por demasiado tempo, passamos a padecer do mesmo que todos os outros, sem que nos destaquemos por muito que sejamos mais e maiores.
Sabes quando é que entendes que crescestes emocionalmente e que já não estás a viver no passado? Quando vês fotos, lês as palavras que partilhaste com alguém, ou num diário, ou simplesmente te olhas ao espelho e a "outra" deixou de existir.
A sensação de ter mais sabedoria, de estar mais preparada e menos agarrada às convenções, confere-me uma liberdade adicional, carregando ainda mais de mim em tudo o que faço e digo. Os olhares alheios, a maioria, deixam-me completamente alheada, porque preciso de poucos para ter e ser muito. Os sorrisos forçados, tristes ou distantes, porque de muitos males padecem os que não se libertam do mal que conhecem, não forçam os meus que recuso oferecer, mesmo que sejam gratuitos. A vontade de ser ainda mais sábia, responsabilizando-me na íntegra pela minha felicidade, está a deixar-me com um formigueiro bom, com uma enorme vontade de começar mais uma grande aventura, desta feita apenas eu comigo, a ver tudo o que fui sentindo e imaginando, não importa em que parte do mundo.
Será que ainda consegues acordar com a sensação de novo, de recomeço e de inúmeras possibilidades, porque elas existem mesmo, que também estão ao teu alcance? Se não tiveres o papel principal na tua própria vida, então de quantas mais irás precisar para que as instruções sejam claras e concisas?
Qualquer dia será um bom dia para te determinares desafios concretizáveis e para parares de te parar com desculpas que nem a ti convencem. Qualquer dia, que até poderá ser hoje, terá o que fores capaz de desejar, desejando sobretudo que estejas à altura de viver TUDO o que te cabe por direito. Qualquer dia, num dia qualquer mais especial, ou tão simples quanto serão aqueles nos quais acordas pronta, poderás fazer restart e ir sem medos, sobretudo do que te travava, que eras tão somente TU.
Foram apenas 3 dias, mas conseguimos repor todas as energias de que iremos precisar para nos mantermos juntos e nada foi feito com pressa. Acordava bem cedo e procurava tudo o que te iria fazer começar para mais momentos só nossos. O pequeno-almoço tinha um toque especial, com um cuidado acrescido que te punha sempre um enorme sorriso de satisfação, afinal de contas ainda não sabias como era dormir e acordar comigo. Raramente terminávamos a refeição sem antes nos voltarmos a amar e era mesmo amor que fazíamos e até os toques pareciam diferentes, talvez porque nos sabiam ao sabor que só pode ter uma relação que caminha no mesmo passo.