30.4.22

Quantos finais pode ter um fim anunciado

abril 30, 2022 0 Comments



Quantos finais pode ter um fim anunciado? Quantas vezes teremos que ir e voltar até que já não se vá mais? Que dores nos magoarão tanto, enquanto não soubermos de nós, que magoem quem chegar, acreditando que nos reconheceu? Quando é que teremos que nos parar para que as dúvidas parem e voltemos às certezas que nos acertam o chão?

Nunca terei como te dizer o quanto importaste em mais esta viagem que aparentemente iniciei acompanhada. Não consigo, por mais que tente, sorrir menos a cada uma das minhas certezas e das escolhas de vida que já fizera antes, porque serão as que me assegurarão de que não poderei falhar. Tivemos uns quantos atalhos, muitos dos desejos que desejámos manter e sonhos que vamos ter MESMO que fazer acontecer, não eu contigo e seguramente que não da forma que antecipavas comigo. Nunca tive TANTO de bom para dizer e nunca disse TANTO a alguém de primeira viagem, mas porque me soube tão bem cada segundo de todas as horas partilhadas, vou continuar a guardar, no lugar mais bonito que tiver, o que foste capaz de me dar.

Não tenho medo da solidão, já não, porque nunca duvido do que tenho mesmo que continuar a fazer para que tudo o que me cabe se faça. Não reclamo da vida, NUNCA, abençoo sempre todas as lições e reconheço em cada uma a que me faltava aprender. Não fujo da certeza a cada dia mais provável, de me ver em longas caminhadas que farei, apenas eu, junto ao mar que me regenera a alma, sorrindo por cada um dos segredos que me foram permitidos revelar. A paz que agora me envolve será definitiva e a serenidade que uso servirá, sem qualquer dúvida, aos meus, os únicos amores com que me presentearam, porque a sua grandeza não deixou lugar para mais nenhum outro.

Quantos finais precisei de ter para saber que já tive tudo o que me fazia falta?

27.4.22

Faço por saber mais de mim!

abril 27, 2022 0 Comments



Faço por saber mais de mim, porque apenas assim saberei o suficiente do que acabo a sentir por ti. Preciso de entender, ainda mais, o que me move, de forma negativa ou positiva, para que nunca me mova a ritmos errados contigo. Quero, hoje mais do que ontem, querer-te como precisas para que ainda me queiras mais e sosseguemos ambos.

Não sei se as probabilidades jogam a nosso favor, mas vou sabendo do que desejo que tenhamos enquanto nos tivermos nesta nova viagem. Faço poucos planos, mas planeio acrescentar uns quantos assim que o agora deixe de bastar e nos empurre para o que só poderá crescer. Preciso de muito pouco no que toca a promessas, mas quero que TUDO o que venha de ti me toque ainda mais, sabendo-me a certo até quando não o for completamente.

Faço, diariamente, exercícios que nos validam, mesmo que a medo, porque o erro é sempre mais provável do que as coisas certas que não nos deixam com certezas suficientes. Faço o que gosto e cuido de gostar muito de mim e da forma que te mostrará como pretendo ser gostada. Faço o caminho que me cabe para que vás cabendo inteiro na minha ideia de relação, mas não deixo de lado os caminhos que continuo a percorrer para que permaneça no único registo que me define. Faço por ser feliz, rindo e sorrindo de forma a que te contagie, porque preciso da tua felicidade, bem-estar e tranquilidade para receber tudo de volta. Faço como sei melhor, mas espero que me incentives a melhorar, ainda mais, para que encurtemos alguma estrada, mesmo que percorrendo as distâncias exigidas. Faço por gostar ainda mais de ti, todos os dias, esperando que nunca precise de te pedir que gostes verdadeiramente de mim.


26.4.22

Estou assim agora, hoje...

abril 26, 2022 0 Comments



Estou assim agora, à espera do expectável e desejando, pelo menos desta vez, que o meu olhar se foque no que não me trará mais do mesmo, mais do ontem do qual fugi e muito menos do que na verdade é tão possível quanto o são a chuva e o sol nos quais não mandamos. Estou desejosa de poder perceber que o meu desejo não é apenas isso e que também tenho algum poder. Estou claramente pouco preparada para o que esbarra, de forma violenta, no corpo que até cuido e que tem resistido, estoicamente, a muitos embates, mas que já me grita por menos, menos dor, menos receios e muito menos incertezas. Estou assim agora, sem as forças de antes e incapaz de as recuperar...

As mesmas portas que vemos abertas por vezes também se fecham, fechando-nos em lugares onde nenhuma luz entra, impedindo-nos de ver o chão que pisamos, as paredes que tocamos à procura do familiar e os tetos que parecem baixar até que fiquemos tão pequenos e encolhidos, que o ar fuja e o respirar ensurdeça pelo som desesperado. Os mesmos momentos que souberam a sabores novos, também se estilhaçam, estilhaçando-nos TANTO por dentro, que o exterior ficará mais pálido e sem cores que o protejam dos que nos olham. As mesmas horas, em dias igualmente longos ou demasiado curtos para que encurtemos a distância que nos separa do razoável e familiar, pregam-nos partidas, iludindo-nos quanto à possibilidade de as podermos reter, ou permitir correr. Os mesmos riscos, sempre os mesmos, mas para que não arrisquemos desistir sem ao menos experimentar.

Estou assim agora, sem a voz que me sossega os pensamentos, mas cheia das palavras que apenas eu oiço e que me mantêm sozinha, como na verdade sempre estive, até quando no meio da multidão.


25.4.22

Quem é que define o que sentes e como?

abril 25, 2022 0 Comments



Quem é que define o que sentes e como?

Quando percebes que paraste de fugir e que os pés apenas se movem para te levar onde decides ir, vais com mais convicção. Passas a ver as partes de ti que provam o quão boa, forte e importante és na realidade, mas também esbarras nas outras, nas menos boas, nas duras e as que forçam a que tenhas uma determinação tantas vezes superior ao teu tamanho. Quando deixas de te focar no que te trouxe até ao hoje e vives, verdadeiramente, no momento, respiras de forma mais compassada e regular, olhas com mais atenção para o que te entra corpo e alma dentro e acreditas ser capaz de superar TUDO com melhores resultados, porque o sonho terá que ser SEMPRE maior do que o medo.

No final de cada dia, o que na verdade vai importar, é o que fizeste por ti, de que forma melhoraste os que te importam e como te dispões a receber o amanhã, para que não repitas erros e aprimores as habilidades. A paz de espírito, o respeito pelo teu tempo interior, a vontade de continuar a ter vontade de ser ainda melhor e maior, injeta-te um ânimo que ninguém suprime ou desvia por falta de compreensão. 

Quem é que te empurra de mansinho, mas com "carros de mão" cheios de amor, para que sejas a tua melhor versão, cuidando da tua casa interior e sentindo que estarás bem não importa onde, desde que estejas contigo? Seguramente que os que embarcaram na mesma viagem e que nela permanecerão até que o teu tempo dite o final, mas o fim nunca apague o que te permitiste escrever. A tua história obriga a que entendas o roteiro e alteres as personagens, sentindo que tudo se encaixará quando já souberes de que forma representar, mas sem que deixes de ser a personagem principal.

Quem é que ainda permites que escolha por ti, quando já percebeste que existe um mundo de escolhas que te pertencem por direito? Espero, sinceramente, que a resposta seja, - ninguém para além de mim mesma!


24.4.22

Acordei do sonho com sabor a pesadelo!

abril 24, 2022 0 Comments



Acordei do que começou por parecer um sonho, mas rapidamente me arrepiou ao ponto de quase sufocar nas dúvidas que se instalaram. Eras tu, estavas ao meu lado e conseguia sentir o cheiro que tão bem conheço. Eras tu e o teu sorriso mostrava o quanto te inundava de prazer. Estavas totalmente pronto para cada uma das experiências que claramente te ligavam todos os botões. Eras tu, com os lábios que tantas vezes me beijam e asseguram de que me queres tanto quanto te vou querendo, eras tu, mas a boca que te beijava não era a minha.

Acordei cheia de um suor frio que me enregelou até a alma, porque percebi que mais alguém te enchia e preenchia dum prazer que não me carregava. Acordei a duvidar do que foi apenas um sonho, mas que a ser verdade me mataria numa morte lenta. Acordei ainda mais determinada na certeza de que apenas poderei ser eu porque és quem me assegura de que o amor vai, mas volta para nos manter vivos. Acordei dorida, sem a força habitual, por te ter sentido reagir ao que ainda não consegui provocar. Acordei sem vontade de voltar a sonhar, não assim e nunca mais com um cenário que me afaste do que preciso e quero viver contigo.

Quando somos nós e já o fomos algumas vezes, parecemos bastar-nos e é o que me tem bastado, por isso excluo, inteiramente, que precises de mais, do que não sou nem tenho e que tenhas o que te quero proporcionar sem mim. Quando o que aceitamos não nos define, a única definição possível é a recusa e recuso, terminantemente, a partilhar-te.

23.4.22

O teu amor salvou-me de mim!

abril 23, 2022 0 Comments

As tuas previsões revelaram-se certas, mesmo que tenhas errado no essencial, porque tudo o que vivi foi essencialmente por falta do amor que me tinha. Conseguiste ver para lá de tudo em que me foquei e tentaste, uma e outra vez, que mudasse de direção e parasse para repensar o que me magoava bem mais do que melhorava. Lutaste pela minha sanidade mental e tentaste, mentalmente, mas com muito toque, cuidado e até colo, que não caísse tão fundo que salvar-me te forçasse a perderes-te um pouco também. Ouviste-me chorar demasiadas vezes, mas o teu sorriso conciliador nunca te abandonou os lábios que agora usas para me beijares, é que na verdade o teu amor esteve sempre aí, contigo, à espera que o meu se juntasse. Foste a força que acreditava ser minha, quando em cada reinício te prometia que seria o certo. Lambeste todas as feridas autoinfligidas, deixando-te em segundo plano tantas vezes para que brilhasse. Paraste de ser para que me levasses a sentir o calor e o brilho do sol, esperando que percebesse quem me vira em primeiro lugar e nunca deixara de me olhar. Defendes-me até quando não tinha defesa possível e subiste, várias vezes, à mesma montanha para me levares mais alto, impedindo-me de olhar para os que eram tão mais pequenos do que eu. Usaste a tua serenidade e confiança para que confiasse em mim e pudesse tão somente perceber o óbvio. Nunca desististe e por isso hoje, depois de muitos mares de lágrimas e dores que me retesavam o corpo cansado, podes finalmente insuflar-me do mesmo ar para que nunca mais me sinta incapaz de respirar. As tuas previsões estiveram sempre certas, mas como já parei de errar, procurando pelo que afinal sempre tive, não te voltarei a dar razão e quero apenas que nunca mais precises de me salvar.

22.4.22

Perfeita ou imperfeita?

abril 22, 2022 0 Comments



Porque é que a minha ideia de perfeição me faz sentir tão imperfeita

É tanto o que credito ser capaz de dar, porque o sinto, que sentir-me menos para quem poderia receber tanto, me deixa a refletir sobre cada uma das escolhas, dos momentos que me roubei e de tudo o que me impedi de fazer. Sei, agora mais do que antes, que sei muito pouco ainda, do amor, do que o move, o que provoca se for verdadeiro e o que não suportará se não houver entrega, atenção e cuidado diário. Percebo que me permitiram perceber muito pouco e que ao fechar-me na minha concha de certezas, porque me dava algum jeito acreditar que as tinha, perdi umas quantas valiosas lições.

Porque é que a minha vontade de poder simplesmente ter vontade de "ti", não se sobrepôs ao receio de "te" vir mesmo a encontrar?

Fui vivendo nos meus termos, sem fazer por incluir as variáveis que não controlo, mas preparando-me interiormente para o dia em que todas passariam a fazer sentido. Fui sendo à minha medida, escolhendo a forma e o formato, sem ter que me explicar e sem que qualquer explicação me fosse pedida. Fui acreditando que seria sempre mais fácil, mas num dia qualquer, sem que o tenha sequer antecipado, chega a parte de mim que já me faltava e tudo passa a ser reavaliado.

Porque é que sinto que ainda não tive o suficiente para "te" poder bastar?

20.4.22

Ainda sabes ao que sabe estar apaixonado?

abril 20, 2022 0 Comments



Apaixonarmo-nos é fácil, o difícil é mantermo-nos apaixonados!

Não podes ser cínico no que toca ao amor e ainda assim esperar atraí-lo. Fecha primeiro muito bem as tuas gavetas, permitindo que o passado fique no passado e seguindo em frente, sem julgamentos nem expetativas desmedidas. Abre-te a novos começos e mesmo que sintas medo do desconhecido, espera até que ele eventualmente deixe de o ser.

Que pessoa pretendes que a tua outra pessoa encontre? A quebrada, amarga e incrédula, ou a sarada, resolvida e pronta? O amor é sobre arriscar, recomeçando tantas vezes quantas nos sentirmos ainda habilitados a amar, porque a dor na vida é inevitável, mas o sofrimento é totalmente opcional. Não tem que ser mau, nem precisa de te fazer regressar ao "buraco" emocional onde te escondes quando não acertas. Pode ser apenas sobre boas experiências, lugares novos, toques que te renovam e sorrisos que te deixam outra vez a sorrir sem motivo aparente. Pode ser a pitada que faltava para que tudo o resto tenha mais sabor e pode até ser uma ponte para a próxima viagem, mas se não a iniciares, nunca terás forma de o saber.

De que forma amaste no passado e porque motivo não bastou? Quais as tuas expetativas para um amor novo e que sonhos te dispões a partilhar

Por vezes a única coisa que te falta é fazer as perguntas certas, porque depois de cada uma, as respostas bastarão para que decidas o que te serve e é apenas nessa altura que te servirás melhor, dando na proporção do que já souberes receber.

19.4.22

Para onde foste?

abril 19, 2022 0 Comments



Para onde será que vais depois de teres escolhido não ficar? O que passarás a querer agora que decidiste já não precisar do que tinhas antes e que até te fazia sentir mais vivo? Quem te voltará a mover e de que forma o farás para que te saibam inundar o coração outra vez?

Ninguém pensa nos possíveis finais quando está no apenas no inicio. Ninguém, no seu juízo perfeito, deve criar cenários que afastem o que tem sabor e faz bem. Ninguém recusa emoções de temperatura elevada, pensando em regressar ao morno, ao solitário e ao vazio. Ninguém espera por pouco depois de ter experimentado TUDO.

O que farás quando já não fizeres mais nada comigo? De que forma voltarás ao teu antes, mas que até te servia, depois de te ter dado tanto? A quem dirás o que apenas a mim confiavas e como conseguirás confiar nas histórias novas, mantendo os olhares que já não se parecerão com os meus e tocando sem me teres dentro? Como receberás o amor que te disserem sentir e quanto terás para devolver? 

Para que parte do mundo conseguirás fugir depois de mim

18.4.22

Ajuda-me a suportar as noites sem ti!

abril 18, 2022 0 Comments



Ajuda-me a suportar as noites sem ti. Ajuda-me a passar pelo tempo no qual o tempo não passa por não estares. Ajuda-me, por favor, a sobreviver aos toques que não chegam, aos beijos que não beijam e ao amor que não fazemos, porque não estás e porque não te tenho. Ajuda-me a suportar o que apenas tu me consegues passar, com as palavras serenas que me sopras e com toda a sabedoria que me torna mais sábia e sensata. Ajuda-me a não precisar tato de ti.

Estamos nisto juntos, para durar, é o que me dizes e é no que faço por acreditar. Mesmo que nunca julgasse possível viver cada hoje tão ansiosa pelo amanhã em que finalmente estarás, a verdade é que o ontem já se foi e o que ficou nunca parece ficar de forma a que suporte mais uma noite sem ti. Parecemos ter começado o que não sabíamos onde levar, mas os teus sorrisos e aparente calma vão-me sossegando, só não sei por quanto tempo.

Ajuda-me a saber do que sabes, do que precisas que seja e como poderás ser mais enquanto estiveres comigo. Leva-me, pela mão, até ao lugar onde conseguirás ser inteiro, sem escusas, desculpas, ou questões por responder. Acredita no que te disser sentir e sente comigo para que me sossegue mais um pouco e sobreviva a mais outra noite sem ti. Ensina-me a não esperar tanto pelo que ainda não tenho de ti e tem-me até quando não estiveres, porque se o sentir, sentir-me-ei menos sozinha. 

17.4.22

Os toques e os olhares!

abril 17, 2022 0 Comments



Os toques e os olhares que começamos a conhecer, poderão até não se parecer com nada vivido antes, mas seguramente que nos carregarão em tudo o que nos dispusermos a viver. Por vezes somos um pouco mais que o habitual e outras haverá em que não nos daremos o bastante, mas bastará que paremos de nos comparar, sentindo sem reservas e reservando-nos o direito de prosseguir, porque nada melhor do que um dia após o outro, para que tudo se acerte. Os momentos que nos oferecemos é que nos revelam, passando o que até poderá não parecer importante, mas que importará a quem nos estiver a conhecer. Os beijos, ai os beijos, esses têm vontade própria e falam com uma voz que apenas ouvem os que estão envolvidos. São da intensidade que nos impomos e talvez por isso sosseguem ou incendiem, dependendo do que escolhermos sentir.

O novo assusta, mas também acorda o que julgávamos já nem existir, mas a verdade é que o que nos é devido acabará sempre por chegar e com ele quem nos dará mais umas quantas lições valiosas, recebendo em troca tudo o que já armazenámos. O que aprendemos, vivemos e permitimos, é o que nos permite iniciar viagens adiadas, chegando, ou não, aos lugares que saberão à casa que o coração tanto procura. O que acreditamos ser possível, sê-lo-á sem qualquer dúvida, desde que saibamos de que forma arrumar o que apenas nos ensombra o desejo de desistir de lutar, porque gostar de alguém é bom. Gostar muito é o caminho natural e conseguir que o amor se instale um bilhete para todas as outras emoções.

Os toques confirmam ao corpo o que a mente antecipa e os olhares, esses, nunca terão como mentir a quem os souber ler!

15.4.22

O amor é um lugar estranho!

abril 15, 2022 0 Comments



Estás à procura de uma história de amor, ou de uma vida com história?

Já percebi, por sentimento e observação, que nem sempre ficamos com quem amamos e que muito provavelmente deveríamos apenas querer ficar com quem caminhasse ao nosso lado, construindo algo de duradouro, respeitando-nos e cuidando de nunca desistir de nos cuidar. Não podemos ter as duas coisas? Também conheço uns quantos afortunados, ou iluminados, que a dada altura da vida escolheram o certo, mesmo que mais difícil, e é com esses que deveremos falar, bebendo do que nos puderem ensinar. 

O amor é um lugar estranho, tem estradas com muitos desvios, lombas acentuadas e pouquíssima sinalização. O amor faz-nos navegar em mares nada serenos e não raras vezes até nos atira para desportos mais radicais, dos quais saímos sem ar e a duvidar da nossa sensatez. O amor, a eterna busca do que julgamos existir e que existirá mesmo, mas que duvidamos poder atingir e talvez por isso falhemos. O amor já tem updates, atualizações e não se assemelha, em nada, ao que nos contavam, romantizando o que também deverá ter muito pragmatismo, razão e "trabalho de casa". O amor que precisamos de sentir, nem que seja uma vez na vida, porque apenas depois teremos vivido, melhora-nos até quando corrompe. O amor, esse bicho papão, o parente distante e o código que descodificaria todas as mensagens religiosamente mantidas em segredo, não sei muito bem com que propósito. O amor que nos segue as passadas, lambe as feridas, permite um ombro sem cobranças, mas que nos cobra muito mais amor, porque teremos que saber como o oferecer. O amor que muitos dizem nunca ter sentido e que os aprisiona até nos sonhos que não sabem de que forma materializar. 

O que procuras quando dizes não procurar nada, ou melhor, o que esperas que te encontre enquanto ainda te sentes vivo?

O amor que achas merecer terá que ser permitido, de contrário nunca saberá o que fazer da tua descrença, até porque só atrais o que és e só poderás sentir o que souberes passar. O amor existe para ti também e para que chegue só terás que já ter chegado ao teu lugar, aquele onde lhe darás permissão para que entre e mude tudo à tua volta.

14.4.22

Chegar a casa!

abril 14, 2022 0 Comments


Os lugares serenos e a tranquilidade que nos envolve quando nos sabemos conduzir, precisa de processos, alguns mais longos, mas sempre necessários. O que entendemos por "casa", será sempre e apenas a emocional, porque a outra, a física, muda e muda-nos no processo. Os lugares que conquistamos quando conseguimos ser nós primeiro, deixando os outros do lado de lá, ou de outra forma estaremos sempre a menos e a querer o que nunca parece chegar, têm nome, o nosso e um rosto que nem sempre refletimos, mas no qual nos reconhecemos.

Sentir que sei o que digo de cada vez que o faço, nem sempre foi pacífico, mas agora, no hoje em que me reconheço, percebo que não poderia ser de outra forma. Foram tantos os que não ficaram, por escolha ou porque escolhi escolher-me, que me forço, regularmente, a olhar para trás, não vá aceitá-los de volta, impedindo-me de estar verdadeiramente em casa. Já não sei ser menos e já não aceito o pequeno, mas também já cobro muito menos, porque quem não souber o que fazer de mim, não terá o que fazer comigo.

Os lugares por onde fui passando, sem qualquer receio de mudar, prepararam-me para o meu lugar emocional. Cheguei, finalmente, por isso a mudança só voltará a ser física, tudo o resto foi mudado e no processo recebi de mim TUDO o que estava devidamente armazenado. Quando os sons que nos saem sem que os precisemos de filtrar, soam a verdade, o que quer que nos possam dizer de falso ou dissimulado, não cola, não permanece e não enfraquece. 

Os lugares que nos constroem são todos os que validamos, sem fugas para a frente e sem arrependimentos que nos matem devagar. O que nos chega fazia falta e o que vemos com clareza encaixa-se sem esforços nem peças desencontradas. Os momentos que nos permitimos nos dias que começam connosco dentro, serão sempre os melhores.

13.4.22

Beijos no dia do beijo!

abril 13, 2022 0 Comments



Beijos, os meus e os teus. Beijos que nos damos até quando não temos toque, mas tocando-nos sempre com a intensidade que transportam. Beijos que nos ligam e que falam do que já não podemos mais dizer. Beijos novos, diferentes, mas carregando tanto de ti, que dificilmente não passariam o que também há em mim. Beijos, porque beijar nos enlouquece, afastando-nos dos males de que o mundo padece e aquecendo cada pedaço que teremos que tocar, talvez para confirmar que ainda continuamos aqui, um no outro, a sorver o calor, o sabor, o tempo e os momentos que não se repetem, porque nenhum beijo é igual. Beijos que confirmam o que por vezes arriscamos duvidar. Beijos, beijando sempre e a qualquer hora dos dias que já não passam da mesma forma. Beijos que preciso de receber para que o antes não se repita e que terei que dar para que saibas que é a ti que estou a beijar. Beijos, os maiores motores de intimidade e os únicos que permitem tudo o resto. Beijos dos quais nenhum de nós foge, porque sem cada um dos muitos que teremos que dar, o que quer que pudesse seguir, pararia. Beijos que têm toda a história que contaremos quando e enquanto nos beijarmos. Beijos, porque quando se beija não se mente. Beijos, os que gostaria de te dar agora, mas que estão guardados para quando nos voltarmos a beijar. Beijos sim, muitos, todos os que conseguirmos roubar. Beijos que te peço quando o teu sorriso me incentiva a ser eu. Beijos, porque enquanto os der estarei contigo e sempre que os receber, saberei porque razão me estás a beijar.

12.4.22

Como é que te respiro?

abril 12, 2022 0 Comments



É difícil resistir-te quando te vejo assim, a moveres-te de forma tão sensual, que até o ar parece circular de forma diferente. Ainda não sei o que fazer com a tua entrega, nem com os olhares que me ofereces, porque em cada um sinto que me vês realmente. Por vezes pareces ler tudo o que tenho dentro, as tuas palavras saem como preciso de as ouvir e o teu toque, suave, mas a acontecer sempre no tempo e momento certos, preenchem os espaços que encurtas a cada dia mais, para que te ame sem questionar. É difícil resistir aos beijos que te carregam inteira, estás sempre disponível e nunca me roubas o que me levaria a tranquilidade. Doseias o que me devolves, dando-te a uma velocidade que me acelera, mas também permite ir mais devagar, para que viaje em todas as partes de ti, até pelas que ainda não conheço. 

Não sei por onde andaste toda a minha vida, que lugares nos distanciaram tanto para que demorasses, mas sei que agora estás aqui. Vivi para além de ti, tive amores que me fizeram acreditar no "para sempre" e outros tantos que me desviaram da tua rota. Fui pequeno para te conseguir ver, mas agigantei-me para te conseguir manter, aqui, no coração em primeiro lugar e seguramente que em tudo o resto que me move. Perdi os momentos que agora me contas, mas já me jurei acrescentar, num futuro que será o nosso, tudo o que saberei escrever contigo. Não sei quem foste quando não o eras comigo e quase que me dói imaginá-lo, mas sei o que serás pelo tempo que te tiver.

É difícil resistir-te, mas já deixei de tentar.


11.4.22

Quem é que sabe o que tenho dentro?

abril 11, 2022 0 Comments



Quem é que sabe o que tenho dentro? Quem é que me conhece o bastante para que me oiça enquanto me escuta? Quanto da minha nudez é permitida a alguém, sem que me sinta demasiado exposta ou frágil? Quando é que sinto que posso repousar a cabeça, esquecendo o peso das palavras, até porque o conheço de cor? Quem me reconheceu quando me viu e quem será que me viu realmente quando achou que me reconhecera?

A viagem vai ter que terminar, porque o cansaço pelo caminhar constante está a desgastar-me tanto que o coração já ameaça desistir. Quem é que consegue convencer-me de que afinal nunca estou errada, apenas mais crente? Eu não. Eu já não...

10.4.22

Sermos ou não sempre a nossa melhor versão?

abril 10, 2022 0 Comments



Sermos ou não sempre a nossa melhor versão?

Tudo o que nos permite desenvolver, crescer e melhorar é importante, mas ao invés de querermos ser apenas e sempre melhores, teremos que saber como viver melhor. Hoje já somos a nossa melhor versão e até o pior que nos tocou "ontem", serviu para que chegássemos a este ponto e lugar, MAS e ele está deliberadamente em maiúsculas, teremos que saber fugir dos excessos, porque já todos ouvimos falar de grandes cérebros, empresários, gurus da motivação e demais estrelas, que acabam por quebrar devido ao ritmo acelerado autoimposto. "Posso até trabalhar muito enquanto todos dormem, desde que possa dormir bem enquanto todos trabalham".

Não te iludas com as solicitações externas, se decidires ser mais culto, fazendo dezenas de cursos por mês, ou atingir o corpo perfeito, superando-te, que seja para teu benefício interno e externo, mas de forma realista e sem tabelas inatingíveis.

Queremos mais, legitimamente, no entanto a sensação de insatisfação poderá instalar-se, tornando-nos apenas mais um rato na roda e entrando em competições negativas e destrutivas. Não temos total controlo do nosso destino. Não podemos resolver tudo o que nos assola, porque a imprevisibilidade existe e não o entender deixa-nos sem entendimento real. Sei do que falo porque luto, diariamente, contra a necessidade interior de ser mais e de chegar mais longe. Vou aprendendo a aceitar que tudo deve vir com conta, peso e medida e que nada nem ninguém me deverá servir de tabela, a minha vida só poderá ser vivida por mim. Aceito os estímulos, os exemplos de superação e as conquistas alheias, mas nunca serão as minhas e os meus percursos poderão até nunca se cruzar com os que se cruzam comigo.

Sê a tua melhor versão vivendo-a. Não te projetes demasiado para o que ainda não tens, não és e não conquistaste. Estares aqui, percebendo o que ainda terás para dar e por consequência receber, já é melhoria que baste. "Faz o favor de ser feliz, enquanto podes"!

9.4.22

O que somos se o formos sozinhos?

abril 09, 2022 0 Comments



De que cor fica o teu céu quando a parte de ti que importa deixa de se importar?

Somos, todos, movidos a sentimentos e acabamos sempre por sentir de forma mais intensa quem nos souber tocar por dentro. Queremos, todos, que as dúvidas nunca se instalem e que as certezas façam acordar o sol mais cedo. Precisamos, todos, que o amor, até o que ainda não se declarou, eventualmente declare que nos reconheceu e que sem nós nenhum esforço valerá a pena e até o respirar será vazio, sem ar. Podemos, todos, viver com mais intensidade o que nos recordará que ainda estamos vivos,  transformando a vida de alguém para que se encaixe de forma perfeita no único lugar possível. Merecemos, todos, sentir o que tanto nos prometeram, transformando os sonhos em realidades inevitáveis. Encontramos, todos, num qualquer dia que nasce sem aviso prévio, a pessoa que se acerta com a nossa, não importa por quanto tempo, desde que chegue e nos impeça de partir vazios, porque só valerá a pena andar por aqui se soubermos como andar juntos.




8.4.22

Places to remember!

abril 08, 2022 0 Comments

Sue Amado´s photo


Lugares e momentos que por vezes não são mais do que segundos, mas que permanecem, se os soubermos reter!

O tempo que escolhemos viver!

abril 08, 2022 0 Comments



O tempo, o que nos permitimos viver. O tempo, o que sentimos enquanto passa e o que passamos enquanto corre e nos recorda de que não o podemos reter. O tempo, o que somos antes e durante todas as batidas de hora, arrastando-as, ou acelerando para que não nos esqueça, deixando-nos para trás. O tempo, o quanto somos felizes enquanto o usamos a nosso favor e de que forma nos transforma, melhorando-nos ou destruindo o que tanto nos levou a conquistar. O tempo, tão determinado na crueldade, porque ou aprendemos com o que à força nos tenta ensinar, ou acabaremos a levar, para um futuro mais cinzento, o que escolhermos ignorar. O tempo que já não tenho pretensões de controlar, até porque o tenho visto rir-se da minha tentativa. O tempo que o meu tempo é capaz de antecipar, porque sou movida a compassos diferentes e todo o tempo que deixo fugir para que fuja melhor dos seus efeitos. O tempo, hoje, é bem mais disciplinador, permitindo-me a velocidade que me imprimo para pensar menos, segurando o tempo no tempo certo, sem querer mais do que sessenta segundos em cada minuto e não lutando contra os sessenta minutos das horas que não posso parar. O tempo, o meu pior inimigo quando lhe volto as costas e o único que me toca, sereno e compreensivo pelo muito que ainda me falta caminhar. O tempo que me impede de dormir para não te sonhar demasiado e o mesmo que me acorda, interrompendo o que me castigaria bem mais. O tempo, este, agora e tudo o que ainda posso fazer com ele. O tempo que te digo para não desperdiçares, mas que desperdiço pelo tempo que me conseguir enganar.

7.4.22

Porque é que seria diferente?

abril 07, 2022 0 Comments


O que é achaste que poderia ter mudado com a tua mudança? Quem acreditaste poder entender do que já entendes, encaixando-se na vida como a vês e sentes? Por que motivo te permitiste abrir defesas, confiando, quando apenas tu és confiável e sabes do que te cabe saber? Em que tempo ou momento sorriste para que te sorrissem de volta, esperando pelo que na verdade nunca te chegou, mas ainda assim sentindo que terias chegado, ou vislumbrado um lugar?

A casa é um lugar emocional e o meu foi bem mobilado. Tenho em cada divisão o que me preenche coração e alma e é nela que a segurança se instala e de onde nunca foge. O corpo é tão somente um instrumento e mesmo que cuide do meu, faço sempre por reforçar a mente que o comanda, porque é ela que me segura, nos dias mais cinzentos e nos momentos de certezas inevitáveis. O que temos, o que nos calha, como se de um sorteio se tratasse, é o reflexo da história que fomos escrevendo e a minha é escrita por mim, não cedo esse poder a mais ninguém.

Qual seria a posição dos planetas para que te tivesses posicionado de forma mais ligeira, refreando os impulsos que te trouxeram até aqui, ao teu lugar seguro? Quando foi que percebeste que já tinhas percebido para além de ti e olhaste apenas para veres o que na verdade não tinhas visto ainda? Porque achaste poder pousar as armas, aceitando que também terias direito ao descanso do guerreiro? 

Alguns de nós, os abençoados ou amaldiçoados pelas muitas vidas que seguramente já vivemos, não se podem dar ao luxo de ser como todos os outros. Os golpes serão sempre mais profundos e as dores ainda mais intensas, simplesmente porque sabemos de tudo e porque o futuro já nos foi antecipado. Alguns de nós, espero sinceramente, que poucos, nunca terão de volta o amor que lhes foi confiado, mas saberão muito bem o que fazer com o que lhes sobra.

6.4.22

Somos muitos lugares!

abril 06, 2022 0 Comments

 

Sue Amado´s photo

                               As memórias também são feitas dos lugares por onde passamos!

Se ainda me amas, prova-o!

abril 06, 2022 0 Comments



Se ainda me amas, vais ter que o demonstrar. Se a vida que a minha representa na tua te importa, vais ter que o dizer. Se sentes que não precisas de sentir mais nada, nem ninguém para além de mim, vais ter que o provar.

As coisas mudam, a vida não permanece apenas, move-se e leva-nos aos lugares que importam a cada um. Os sentimentos não se mantêm estáticos e nada do que tivemos nos início se assemelha ao que somos hoje. Os momentos que nos oferecemos são mais serenos, mas contêm toda a intensidade que nos fez esbarrar um no outro. O calor que os nossos corpos passam, chegando da forma certa ao outro e provocando o que mais nenhum parece ter conseguido, é o que ainda nos consegue manter juntos.

Se ainda me amas, mesmo que não saibas quanto nem por quanto tempo, vais ter que me deixar sentir todas as partes que as minhas precisam de saber suas. Se a vida que agora temos a dois for mais completa do que aquela em que ambos nos lambuzámos, sem demasiados cálculos, mas muito conscientes da necessidade de sermos apenas nós, vais ter que abdicar do que já não poderá fazer falta. Se ainda me amas não te demores, porque o tamanho do meu amor nunca servirá para diminuir o que sinto por mim mesma. Se ainda me amas vem, mas faz por ficar.

5.4.22

O que é afinal garantido?

abril 05, 2022 0 Comments


Nada do que nos garantem é garantido e por isso seguimos, alguns de nós, com medo até da sombra, vendo o que não parece estar, mas estando prontos para o que tiver que vir. Nada do que já sentimos antes, nos ensina a sentir depois e vamos saltando etapas, remetendo-nos ao que já dominamos, pelo menos aparentemente.

" Sai da tua zona de conforto". Excelente conselho, mas também passível de provocar danos irreversíveis, se nos reportarmos às relações e ao papel que o coração desempenha, ele, o tal orgão totalmente autónomo e impossível de refrear. 

Nem sempre acordamos com vontade de lutar contra o mundo, mantendo as armas sempre prontas para possíveis ataques. Por vezes cansa acordar cansado de tantas lutas internas, sobretudo quando vemos os que se arrastam, sem esforços desmedidos e que ainda assim aparentam ser mais felizes com as NÃO escolhas, ou escolhendo apenas seguir sem questionar. Não raras vezes acabamos a julgar sem matéria, apenas baseados no que fomos sentindo ao viver, ou enquanto nos impedíamos de experimentar. Nem sempre respondemos às perguntas que nos fazem sem noção, provocando vazios nas respostas que deixarão de ocorrer. Nem sempre o que nos garantem acontece, mas por vezes o que aconteceu nunca mais se toma por garantido.

4.4.22

Como fazer o amor durar?

abril 04, 2022 0 Comments



De que forma podemos fazer um amor durar?

Hoje fui inspirada por um texto de Marcos Bulhões e deixo-vos o link Como fazer o amor durar porque vale a pena ser lido, e é por esse motivo que vou usar algumas das minhas palavras, com tudo o que pareço ter acumulado, para "oferecer" o que já aprendi sobre relações e não apenas as amorosas.

Se a vida e a forma como nos conduzimos nela, não for o suficiente para nos ensinar o que teremos que aprender, a bem ou a mal, então andar por aqui será em vão, uma jornada desperdiçada e um insulto aos que tanto gostariam de poder ter ficado, construindo uma história. Se as dores, as maleitas, as palavras mal usadas e os azedumes dos outros, impactarem demasiado no que dizemos ser e na forma como administramos os nossos dias, então continuamos imberbes, pequenos e analfabetos.

O amor por filho requer muita abnegação, ele tem que vir sem prazo de validade e com muita pesquisa (agora até já temos o tio google, por isso não existem desculpas). Os filhos são-nos confiados e quando algo ou alguém não é nosso, e acreditem que não o são mesmo, o cuidado redobra e a necessidade de apontar para o lado iluminado da lua, cresce. Quando e de cada vez que lhes mostramos o quanto nos respeitamos, amamos e cuidamos, estaremos tão somente a impedir que se permitam ser destratados, ou pouco amados, menos do que na verdade merecem. Amar um filho é saber quando o deixar partir, estando sempre do lado certo da sua vida, aquela que ele/ela vai recordar sempre e para onde voltará quando o resto do mundo não lhe souber dar colo. Amar um filho incondicionalmente, liberta-nos das amarras das obrigações, dos telefonemas de conveniência, das histórias que são apenas relatadas e não contadas, dos seus amores e desamores, os mesmos que terão que ter o carimbo do enorme amor que viveram com os seus e que nada ou ninguém conseguirá quebrar. Só se ensina o que se conseguiu aprender e só se passam emoções quando não as camuflamos, abrindo-nos para as fragilidades de que somos feitos. Este é o amor maior, o que não se compara a nada e que por isso deverá tabelar todos os outros.

O amor pela nossa metade inteira tem mais porras. Precisa dos melhores ingredientes e do tempo certo de cozedura, porque se o tentarmos adiar ou antecipar, o resultado nunca poderá ser o esperado. Os pés atrás, as dúvidas, as questões mal respondidas ou que nem sequer são feitas, as cobranças e as inúmeras tentativas de adivinhar, são o que seguramente nos empurrará para fora do muro. O amor por alguém que nos reconheceu e aceitou deverá ser alimentado e cuidado TODOS os dias. Saber do que sabe o outro, olhar para o ver realmente, sentindo tudo o que sente e lendo o que apenas os olhos encontram forma de dizer, tem resultados práticos reais. No amor não poderão existir limites, não para a entrega e nunca para a disponibilidade. As palavras deverão sempre ser usadas, até sem som, porque quem nos conhece e connosco inicia uma viagem que se quer longa, coloca sempre as legendas certas.

O amor por um amigo/amiga, é igualmente poderoso e por norma o mais duradouro. Todos os conselhos anteriores se aplicam, mas posso acrescentar a paciência educativa e a determinação com suavidade, porque fazer crescer e ter a habilidade de melhorar a perspectiva e as escolhas de alguém que amamos e que sabe da nossa história, acrescentando-a, confere-nos um título de permanência e permite-nos um envolvimento que é vetado aos demais.

Como fazer um amor durar? Amando em doses certas, mas  começando sempre por nos amar.

3.4.22

Há sempre tanto e tão pouco!

abril 03, 2022 0 Comments

Há sempre tanto que julgas saber, enquanto não és julgada ou avaliada, mas que eventualmente, num qualquer dia imprevisível, te acorda para a realidade que escolheste viver. Quando és apenas tu, no teu registo e sem que nada nem ninguém tenha como entrar ou intervir, deixas-te ir, sem demasiadas exigências, ou exigindo-te em demasia. Há sempre lugar para que mais te acrescente, isso até o saberás, no entanto se te encheres de ti mesma, considerando que nada te falta, de pouco valerá que te tentem dar ou ensinar o que quer que seja.

Somos feitos de todos os lugares por onde passamos e das muitas pessoas que nos marcam, por vezes a ferros. Somos a soma de muitas divisões amorosas, familiares e até profissionais, ficando com o que restar de cada uma e sentindo, amiúdes vezes, que ora se tem em demasia, ou sempre se terá o que não basta. Somos tão imperfeitos quanto o efeito negativo que produzimos nos outros, ou tão perfeitos que levaremos a que muitos se olhem com mais atenção, mudando não apenas os lugares, mas os nomes que lhes enfeitavam os lábios e que pareciam demasiado importantes para esquecer. Somos de uma anormalidade cada vez mais normalizada, ou tão normais que não caberemos em lugar algum. Somos demasiados a remar para o lado oposto e muito poucos a saber qual a margem mais segura. 

Há sempre uma visão que engana a nossa visibilidade e haverá sempre quem consiga ver o que nem sequer parece estar visível. Há sempre um dia que vem carregado do que mudará todos os outros.

2.4.22

Como é que te poderei sossegar?

abril 02, 2022 0 Comments



Venha o tempo e o momento. Venham os lugares que nos façam sentir em casa e com cada um o regresso tão desejado. Venha o amor que me prometeste para que o meu te seja devolvido com a mesma entrega e intensidade. Venha o que me cabe, porque apenas assim saberei onde caber contigo e por ti.

Dizes, mais vezes do que desejava, que pareço nunca dizer o que tenho dentro, mesmo que me esforce por te tranquilizar, assegurando-te que ninguém do passado virá para nos ensombrar. O teu corpo movimenta-se sempre com algum desconforto, até quando te toco para que me saibas tua, e sendo-o com tanta entrega, que me doem as entranhas pela incapacidade de te sossegar. Dizes sempre o que sentes e pensas da forma como nos penso, mas o medo nunca abandona o meu olhar quando me olhas, desesperado e a querer antecipar o que não pretendo fazer. Dizes tantas vezes que me amas, talvez porque precises de o ouvir, mas é com o maior dos meus sorrisos que te confirmo que deste lado tudo é igual, tão forte e determinado quanto foi o nosso início. Dizes o que não queria ter de ouvir, mas vou-te reservando, pacientemente e com tudo de bom que acordaste em mim, o que um dia te bastará, para que nenhuma palavra, por mais pequena, te impeça de acreditar.

Venha o tempo pelo qual tanto anseio, hoje muito mais do que antes, para que a "casa" que construo, com todo o amor de que sou feita, te possa finalmente confirmar que o que tenho nunca servirá a mais ninguém.

1.4.22

O que é que receias?

abril 01, 2022 0 Comments


Como abrir, de novo, o coração sem o espartilhar demasiado e sem o forçar a sentir menos ou a receber devagar? Que controlo acreditamos poder ter em relação aos que nos chegam, sem que descontrolemos o ténue equilíbrio que existe no mundo como o conhecemos? Qual a fórmula certa dos que parecem saber como ter e manter quem os reconhece, reconhecendo-os sem demasiadas avaliações, ou avaliando-os apenas pelo que são?

Não receio as noites vazias de gente, porque estou inteira em cada uma, mas gostava de saber como gostar mais dos outros, não lhes vedando o acesso já tão estreito e parando de recear o que me trarão, porque seguramente será o que me faz falta. Já quase que deixei de ter referências que me permitam ajuizar, avaliar e usufruir duma relação nova, mesmo que não as possa esquecer, posso claramente perder algum jeito (o que até que poderá ser bom, visto não ter sabido como manter relações). Dia sim e dia não, sinto vontade de ter mais um pouco de vontade, mas pareço continuar a gatinhar, demorando para me suster em ambas as pernas e simplesmente andar. Medos? Uns quantos, e mesmo que os tente afastar, sei que terão que andar por aqui para que ande de forma mais confiante e segura.

Não sei como mudar os chips, mudando-me no percurso e usufruindo um pouco mais de mim e do que ao dar acabarei por receber. Não sei fazer mais nem diferente, não no que concerne a relações e não para me poder encaixar, redefinindo as posições. Não sei do que sei afinal, sinto que é muito, mas que está direccionado para outras partes de mim. Não sei o que me direi, um dia, quando já nada mais estiver nas minhas mãos, mas acredito que me munirei de boas razões, porque as acumularei, após umas quantas tentativas e erros. Não sei se serei apenas eu, lá à frente, mas a acontecer, terei que me bastar.