28.2.22

Existem dias assim, como o de hoje!

fevereiro 28, 2022 0 Comments



Existem dias que nos acordam sem sabor. Acontecem momentos que não nos movem da forma certa e que insistem em assinalar tudo o que sabemos ser errado. Temos lugares que nos afastam do que juramos querer, mas também esbarramos em outros que nos permitem continuar a duvidar. Existem dias assim, como o de hoje, em que me movo sem movimento aparente e em que me torno mecânica e vazia, calando-me para que o que carrego de pesado não pese aos outros. 

Sou de muitas camadas, mas tenho-as arrancado, uma a uma, na esperança de apenas deixar as que me representam, mas existem dias em que nenhuma parece dizer de mim o que merece ser ouvido. Sou e estou, aparentemente, mais capaz e cheia de todas as legendas que eu mesma escrevi, mas existem dias em que não coincidem com o que sinto e por isso desato a sentir mal, sem nada digno de registo e riscando o que em vão ainda tento registar.

Existem dias assim, como o de hoje, em que precisava de ter saltado para o seguinte, evitando-me as explicações que não me apetece dar. Existem dias assim, que mesmo cada vez mais raros, ainda me ensombram a urgência de ser melhor e maior, porque a verdade é que não posso vencer sempre!

26.2.22

O poder da normalidade!

fevereiro 26, 2022 0 Comments

Sue Amado´s photo


O que para alguns é tão somente uma passagem, ou um lugar, para outros seria o dia normal para tanta "anormalidade" e imprevisibilidade. Que pena só darmos conta do BOM que temos quando a vida nos esbofeteia!

Algum tempo depois...

fevereiro 26, 2022 0 Comments



Algum tempo depois, quando julgava já ter feito o que me cabia e continuava pelos trilhos que me levavam ao de sempre, percebi que ainda não vivera, não o bastante e seguramente que não de forma a que valesse a pena recordar. Passei a questionar quem era no agora e que pessoa me tornara, quando na maioria das vezes era tão invisível, movendo-me de forma mecânica, dizendo as mesmas piadas e chorando com os filmes que via uma e outra vez, como que a tentar colocar-me numa outra realidade que não a minha. Algum tempo depois de ter percebido, de forma instantânea dirão alguns, mas demasiado tarde para mim, que passaria a sentir a vida a fugir-me sem que mais nada me restasse fazer a não ser arrepender-me do quão pouco a vivera, quebrei, chorei por mil anos e parei. Os por-do-sol são agora mais grandiosos e já não voltarei a perder nenhum, até que mais nenhum dia reste. O sol continua a nascer para que o veja, mesmo quando as nuvens me ensombram o desejo de o sentir, enquanto me queima a pele e me recorda de que ainda estou viva e que ainda sou eu até que termine. Os silêncios são cada vez mais ruidosos porque os pensamentos, os sonhos e os desejos que engarrafei para usar mais tarde, já não terão como me acompanhar. As vozes somem-se e deixo de ouvir as palavras que me pareceram sempre as mesmas e que agora sei não me terem ensinado nada, ou tão pouco que não encontro em nenhuma a capacidade de me arrancar a dor que ficou e que permanecerá até ao tempo e momento de deixar de sentir. Algum tempo depois, quando finalmente processei o que me dizia quem me entregava a sentença para uma pena curta, sem possibilidade de recurso e com pequenas e inseguras previsões, quase que me vi forçada a reconfortar quem não aparentava saber o que fazer com a minha finitude. Algum tempo depois, percebi que já não me restava tempo que bastasse para amar incondicionalmente quem ansiaria por mais umas quantas horas, e que acabaria defraudado, pilhado de mim e arrependido de ter acreditado que iria cumprir à risca, o que prometera e que passara apenas por poder ficar por aqui, sendo, por mais algum tempo, a âncora, o porto em dias de tempestade e o abrigo que nada nem ninguém poderia derrubar. Algum tempo depois, percebi que deixaria de ter tempo, mas que mais nada me restava fazer, a não ser continuar, até eventualmente parar, ou melhor, ser parada.

23.2.22

Equilibradamente à procura do equilíbrio!

fevereiro 23, 2022 0 Comments


Depois de muito buscar pelo conhecimento que jurava precisar, deixei de lado os que não me cabiam controlar e passei, ruidosamente para mim, mas de forma bem indelével para os outros, a querer encontrar, mais do que a tudo o resto, o equilíbrio. Fixei-me em mim e segui de forma determinada, perdendo uns quantos pelo caminho, mas percebendo que não poderia ser de outra forma. Nada mais seguro e certo do que uma balança com os pratos em sintonia, por isso avivei e reavivei as memórias de tudo quanto me foi permitido viver e passei a usufruir da vida ao minuto, sentindo-me em cada pisar de território novo e ouvindo cada palavra que profiro para os outros, mas que me entram de forma certeira na mente que ainda não controlo, mas que já entendo e respeito.

Decidi superar-me, fazendo o oposto de tudo o que afirmava ser certo e inevitável. Incluí nas tarefas a realizar tudo o que já me parecia desinteressante e evitável. Surpreendi-me e ainda surpreendo, com a mulher que me torno a cada dia, não a conheço na totalidade, mas recorda-me, vagamente, a que jurei que seria. Encontro, em cada desafio, a vontade de me desafiar ainda mais e de me provar errada quando entendo que apenas estarei equilibrada se não desafiar o amor, porque a verdade é que às vezes perder o equilíbrio pelo amor faz parte de uma vida equilibrada.

Estou, agora, tranquilamente à procura do que me fortalecerá o bastante para que não estremeça perante o que ainda não consigo conquistar, mas aguardando pelo tempo e momento em que acontecerá. Estou, mais do que nunca, capaz de respeitar, na íntegra, a "Regra da Física da Procura", porque já se me afigura TÃO real, que a verdade não me será negada, até porque já percorri mais de metade do caminho.

22.2.22

Como será o para sempre!

fevereiro 22, 2022 0 Comments



Para sempre, já o esperei, tive e desejei que fizesse parte do resto de todos os meus dias. Já jurei que seria para sempre e já amei acreditando que nunca seria menos do que para sempre. Provei do amargo sabor da finitude quando fui sacudida pela incapacidade de me quererem mais do que início. Mas também já fui a que quebrou o para sempre e me escolhi.

Como será que o para sempre se instala no amor? O que teremos que ser e fazer para que o fim não chegue antes do desejável? Porque razão aceitamos, de forma ligeira e descomprometida, as desistências, arremessando as desculpas que não nos desculpam e o que pretendemos dum futuro onde supostamente estaremos a solo?

Gostava que o nosso para sempre me impedisse, agora, de precisar de outros braços e de todos os beijos que terei que repetir para que se instalem e façam parte de mim. Queria que apenas a tua voz me acompanhasse, porque já conhecia cada variação e porque até o meu corpo reagia à magia que produzia quando me sopravas o que precisava de ouvir. Esperava não ter que ensaiar, com outro, o amor que tantas vezes fizemos e que nos saciava a cada toque. Ansiava pelo conforto que o nosso para sempre representaria e no qual me "salvarias" de todos quantos me perturbam por me desejarem, mas nunca chegou...

Para sempre, talvez ainda o venha a riscar da lista de coisas a conquistar e quem sabe não estarás, secretamente e de alguma forma, a sonhar com o nosso para sempre também.

21.2.22

Recebi-te, mas não fui aceite!

fevereiro 21, 2022 0 Comments



Recebi-te, de braços abertos e de coração pronto, mas a vontade que aparentavas ter de mim não era comparável ao medo de te perderes no que poderia representar!

Somos todos diferentes e nem sempre procuramos pelo mesmo, porque somos feitos de muitos lugares, tempos e momentos que nos marcam como ferros. Somos o que decidimos, mas deixamos de o ser à velocidade do que acreditamos não querer ou ser capaz. Somos o topo do sonho de alguém e o ponto mais baixo da pessoa que a nossa reconhece e pela qual luta, tantas vezes em vão.

Li-te na diagonal, demasiado confiante e julgando estar preparada para as entrelinhas, mas a verdade é que tudo o que disseste foi claro e pleno de todas as vírgulas que mudavam o sentido. Falávamos línguas diferentes e usávamos de linguagens pouco claras e sem qualquer efeito prático. Magoávamo-nos nas imensas insistências, querendo quem na verdade não nos queria o bastante, ou não da forma que nos permitiria o repouso do guerreiro e travávamos lutas tão desleais que no final perdemos ambos.

Recebi-te quando já me sentia tão tranquila e despojada de todos os quês e porquês que antes me travavam, que acreditei ser o tempo e momento de recomeçar. Recebi-te e não duvidei, por nenhum segundo, que não me fosses receber de igual forma. Recebi-te porque me parecia caber a capacidade maior de abrir as portas aos amores falhados de ambos, mas assim que desviei o olhar das imensas janelas que mantiveste fechadas, fiquei como estava antes, sozinha e sem escolhas que me incluíssem.

Fomos a metade possível de um todo tão distinto e impreparado, que nada jamais nos poderia preparar para os danos colaterais de que ainda padeço e que seguramente te mantêm onde continuas, bem longe do meu mundo e a cada dia mais perto de seres esquecido. 

20.2.22

Não dizer nada é dizer muito!

fevereiro 20, 2022 0 Comments



Não dizer nada, na realidade é dizer muito, mesmo que não tudo e seguramente que não da forma que o outro precisaria, mas usar o silêncio pode servir para "gritar" o que as palavras não teriam como explicar. Parar quando supostamente continuar seria o mais certo, é aceite por quem desiste, mas não convence quem estaria à espera de mais.

Já fui tremendamente irrascível e  julgadora dos que não possuíam, tal como eu, de armas em formato de vocábulos, usando-os para que as dúvidas não se instalassem, mas acabei por perceber que nos movimentamos todos de formas distintas. O medo que faz encolher uns quantos, é a coragem de muitos outros. A necessidade de esmiuçar tudo e de entender até o que não se explica, pode até percorrer as veias de muitos, mas já para outros, será tão importante quanto a areia que lhes entra nos sapatos, e que perturba, mas não impede a caminhada.

Alguém me confidenciou que eu estava nesta vida para trabalhar a tolerância, por isso fui fazendo o caminho até sentir que me tinha superado, passando com nota máxima às minhas avaliações excessivas e quiçá até fora de contexto. Deixei de julgar e acedi a aceitar os que me chegam com menos bagagem, tentando perceber o que me trouxeram e souberam ensinar. Passei a deixar passar muito mais do que antes e deixei de considerar tudo como sendo uma afronta pessoal, ou desamor e escolhi amar-me em dobro para compensar os de alma pequena. Sosseguei-me enquanto respeitava o desassossego alheio e saí a ganhar.

Não dizer nada, para quem como eu usa as palavras como respira, seria impensável e totalmente repreensível, mas acabei por acabar com todas as avaliações desnecessárias e desprovidas de matéria, porque a verdade é que na maioria das vezes apenas sabemos do que julgamos saber. Não dizer nada nunca acontecerá comigo, porque antes de impedir o fluxo das palavras que nos distinguem dos restantes animais, explicarei porque motivo o irei deixar de fazer. Não me explicar e fugir não me serve, mas aceito, sem qualquer esforço os que terão medo até da sombra e que por isso se escondem no buraco mais fundo que encontram. Não dizer nada quando ainda tenho tanto para dizer, seria matar-me enquanto viva e como não planeio apenas passar por "aqui", escolho dizer o que seguramente servirá a muitos e é isso que me sossega e deixa de sorriso rasgado.

Não me disseste nada quando ainda esperava por muito de ti, mas posso prometer-te agora que já me disseste tudo!

18.2.22

Deitada, no escuro...

fevereiro 18, 2022 0 Comments



Deitada, no escuro, a ouvir o meu coração que parece estar tranquilo porque as batidas são ritmadas, mas sentindo por dentro de mim um mar revolto enquanto nado de forma desesperada para evitar que as ondas me impeçam de respirar. Deitada sobre um corpo que me completa por ser a extensão de todas as emoções que armazenei e que me forçam a testar os limites que não sabia ter, inerte, mas com a mente a mil, gritando, sem qualquer som, que já me disse tudo e que nada mais me resta do que continuar. Deitada, com os braços abertos, os mesmos que antes receberam quem ainda não sabia o significado do amor, não como o entendo e que apenas se instala para restaurar o coração que por vezes me finta, cheio de vida própria, ao invés de o endurecer.

Deitada, ao teu lado, a ouvir o bater do coração que se mistura com o meu e que me assegura de que estás para ficar. Vieste ter comigo, sem mais nada para esconder e a esforçares-te para que acredite no que tens para me dizer, sossegando o meu mar e mantendo-me à tona. Deitada no teu corpo, aquele que rapidamente o meu reconheceu, a reacender as emoções que deixaram de me testar e que agora me permitem usufruir. Deitada do lado certo da cama na qual nos temos, segura de que já sabes o significado do amor, como o entendia antes, e que me acorda de todas as noites nas quais quase me senti endurecer e desistir. Deitada ao teu lado e já sem precisar de te pedir para que fiques.

Deitada, no escuro, a desejar, mais do que a tudo o resto na vida, que os nossos corações estivessem mesmo juntos. Deitada sem qualquer som que me lembre da razão pela qual me deixei ficar sozinha, enquanto jurava já não esperar por ti. Deitada, por mais uns minutos, para que me convença a levantar o corpo e a reerguer a alma que se perdeu de mim enquanto me focava em ti. Deitada, no escuro, enquanto me digo, talvez para me convencer, que sei o que o amor significa para mim e que por isso não abdico de o sentir.

16.2.22

Ainda estou aqui!

fevereiro 16, 2022 0 Comments



De que forma se remenda um coração partido? Para onde se reenviam as dores que nos parecem ter oferecido, mas que seguramente não pedimos e que não têm morada postal? Como se encara o amanhã e todos quantos virão depois de nos terem dado a provar o amargo sabor dum passado sem retorno?

Ainda sinto, acordada e a dormitar, os cheiros que te distinguem de todos os outros. No ar parece pairar o que me arrepia a nuca e me deixa com vontade de já não ter apenas vontade de ti, mas de te tocar e ter por perto. Sei do que me fala a mente e carrego, de forma bem determinada, a razão que me promete superar os delírios do coração. Vou e venho, jurando que te esqueci, mas a verdade é que continuo a lembrar-me de tudo de forma tão clara, que me recuso o inevitável falhanço que escolho acreditar não ter sido originado por mim. Ainda me chove na alma e até mesmo os dias de sol radioso escurecem de cada vez que pronuncio o teu nome. 

De que forma te convenço a que uses os dias que ainda nos restam, para me ofereceres uma explicação que não permita dúvidas? Por onde andas agora que já não te oiço os passos e deixei de sentir o que sentias por mim? Como é que resistes a tudo o que representei na tua vida e para que lugares foges de ti, mesmo que sem qualquer sucesso?

Ainda estou aqui, não para que reatemos o que se quebrou, mas para que me devolvas a mulher que te ofereci e a quem deixaste partir. Ainda tenho guardadas as palavras que te sararão e me permitirão continuar, mas mesmo que pudesse, agora e hoje, mudar o que nos quebrou, vou continuar a permitir que tenhas nas mãos o fim que ditará um merecido reinício. Ainda estou aqui e sei que sabes.

15.2.22

Acordaste-me para ti!

fevereiro 15, 2022 0 Comments



Acordaste-me como sempre fazes, devagarinho e a soprar-me as palavras que me deixam a sorrir antes mesmo de abrir os olhos. Beijaste-me com intensidade, como fazem os apaixonados e os que sentem nas certezas do amor as dúvidas que a falta dele provocam, e disso já sabemos ambos. Acariciaste-me o rosto que mantenho voltado para ti e por isso consigo ver nos teus olhos tudo o que os meus já conhecem e reconheceram desde o primeiro dia. Acordaste-me para que viaje contigo nesta vontade de unirmos os corpos como apenas nós sabemos, fazendo amor até que nos obriguemos a parar, regressando à vida que nos espera lá fora. Acordaste-me do sonho que te incluía, mas no qual dificilmente teria as sensações que me passas e sem as quais nada seria igual.

Quase que não me consigo recordar de quem era antes de ti e já nem me esforço para reconstituir as histórias, lugares e pessoas que deixaram de estar porque deixei de me importar. Amar só poderia ser assim, até porque me recusava a ter menos, sentindo em metades e precisando de me explicar para o que teria que ser claro como água. Sentir-te fez-me perceber tudo o que nunca havia sentido antes e o quanto estava adormecida. Ouvir as palavras que nem precisas de dizer, porque as usaste vezes que bastassem, deixa-me atenta a todas as partes de ti. Percorro cada pedaço de corpo que me pertence, fixando-me nos pontos que beijo para que te arrepies comigo. Enrolo-me, cansada, nos braços que me acolheram mal entendeste que a minha força era feita das fragilidades que me recusava a mostrar e entrego-me à única pessoa em quem confio.

Acordaste-me hoje como tens feito desde que a nossa história começou e mesmo que saiba muito pouco sobre o que ainda nos espera, não desisto de esperar pela generosidade da vida que nos juntou. Acordei com o som do amor que me tens, mesmo que cheio de silêncios, arriscando antever um futuro previsível, quieto e seguro, mas revolto o bastante para que nunca precise de ser de outra forma.

13.2.22

Eu e eu mesma...

fevereiro 13, 2022 0 Comments



Sempre que tiro uns minutos do meu tempo, converso comigo, posso dizer que eu e eu mesma, a de antes e a de agora, nos debruçamos sobre os mais variados temas, sendo que o principal passa pela nossa mudança interna. Sou claramente duas, ou três em dias mais agitados, mas a parte que me soube serenar, trouxe ao de cima o melhor. Estamos diferentes, mas escutamo-nos com alguma frequência, porque os ajustes terão que ser constantes. Estamos mais fortes, mas não fugimos das fragilidades que nos carregaram em todo o percurso. Estamos mais conscientes do que NUNCA mais permitiremos, mas a doçura permanece, tal como a disponibilidade para os que nos procuram. Estamos menos voláteis e isso confere-nos mais crédito aos olhos dos outros. Estamos, mais do que nunca, com receio de que o tempo que nos resta, não baste para todo o amor que ainda pretendemos viver. Estamos definitivamente mais unidas do que nunca.

Sempre que paro e agora até que o faço regularmente, o mundo também roda mais devagar e consigo ouvir as palavras de todos quantos comigo se cruzaram, as boas, as azedas, as que indiciavam medo, insegurança e que entendi mal, ou escolhi ignorar. Sempre que aceito as diferenças e incapacidades, melhoro-me, restauro-me e percebo o quanto já evoluí e cresci, como mulher, mãe, amiga e quiçá futura companheira de alguém. Sempre que o "para sempre até que dure" me roça os lábios, fazendo-me sorrir, aprendo a tirar partido do que existe agora e que poderá até nem permanecer, mas que será integralmente vivido.

Sempre que souber como me levar, carregando o que amealhei, terei as certezas que me ameaçavam fugir, mas que sempre me pertenceram por direito!


Sabes o que queres de ti e da vida?

fevereiro 13, 2022 0 Comments

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Estarmos na frente dos desejos que parecem circular de forma livre, a espicaçarem-nos a capacidade de agir, soa a fácil, ou a possível, mas é bem complexo, porque obriga às certezas que nem sempre carregamos. Sabermos do que nos sabe a certo, até quando é declaradamente errado, deveria servir para que nos servíssemos melhor, mas ainda assim arrasta-nos para os caminhos mais obscuros da mente, a tal que nos trouxe até a este século e ainda nos mantém vivos e "protegidos". Aprendermos sobre o que ninguém parece saber ensinar, revolvendo-nos os lugares supostamente tranquilos e vetando-nos à intranquilidade que apenas nos faz crescer, magoa e assusta, mas traz como presente a superação, porque fazermos escolhas que nos mantenham vivos, até quando a "morte" parece pairar cheia de determinação, fortalece-nos o bastante para que mais nada ou ninguém nos derrube, não com tanta frequência. Estarmos onde nos faz bem estar, ficando se fizer sentido e partindo quando o encanto nos desencantar, é quanto nos basta para serenamente triunfar.

Sabermos o que queremos e precisamos de nós, é tão fundamental quanto dormir e acordar, estragar, mas apenas para poder consertar. Termo-nos em grande consideração, para que possamos melhor considerar os outros, os que contam e acrescentam, confere-nos armas poderosas e é com essas que devemos "lutar".

10.2.22

Incursões ao passado...

fevereiro 10, 2022 0 Comments


Deveríamos saber de que forma nos proibir as incursões ao passado, por mais curtas, porque na verdade magoam e fragilizam mais do que curam e resolvem!

Estar distante do que me deixou impotente e tão vazia que me mudou para sempre, é o que tenho feito, mas e porque também sou humana, escolhi espreitar o caminho das palavras escritas e trocadas quando ainda acreditava ter o poder de mudar quem me fez saborear um amor que parecia maior que eu mesma. Li cada uma e senti TUDO da mesma forma que então. Ouvi os sons, encolhi-me com as lágrimas que acabaram por me lavar por dentro e ainda consegui sorrir algumas vezes à paciência e entrega que já não ofereço, não a quem não me consegue ver, entender e respeitar. Arrepiei-me com as desconfianças e todas as inseguranças que apenas nos afastaram. Percebi que a dado momento deixáramos de nos perceber e que cada um desfilava as suas dores sem se saber parar, talvez por  autodefesa ou total desconhecimento. Ouvi as músicas que me acompanhavam enquanto me sentia o ser mais só do planeta e me escondia dos que pretendia proteger. Recordei mais do que desejava, mas ainda assim desejei poder reverter o tempo e falar à então mulher de asa quebrada, para lhe assegurar de que iria sobreviver e sair ainda mais fortalecida de tudo. 

Deveria ter confiado mais em mim, largando de sopetão a mesma mão à qual me agarrei, mas lá, no que hoje chamo de passado, não sabia nem tinha mais. Deveria ter vivido com mais intensidade, porque sempre soube que terminaria, mas porque sempre fui contida e sensata, cometi a insensatez de me aprisionar. Deveria ter beijado mais, abraçado com mais força e feito ainda mais amor, dando ao corpo os prazeres que agora me recuso. Deveria ter olhado com atenção para dentro dos olhos que me viam, assegurando-lhes de que ficaria tudo bem e que acabaríamos a sobreviver à falta que seguramente ainda sentimos da pessoa que ambos julgávamos existir. Deveria ter feito muito, mas agora devo-me a dormência e a tranquilidade que já não precisa de ser dissimulada, porque se instalou. Deveria, lá atrás, mas somente no passado que me inspira a ter um futuro à minha altura, porque já não me devo mais nada, não no que a este amor diz respeito.

9.2.22

Quem acreditaria em nós, se não nós mesmos?

fevereiro 09, 2022 0 Comments



Quem acreditaria que nós, eu e tu, ainda nos permitiríamos sonhar, sentir e viver um amor assim?

Sei que a nossa proximidade emocional consegue colmatar a que nos é imposta geograficamente. Sei que o que temos e toda a vontade que nos envolve até no mais pequeno, basta para que este amor vá bastando e para que o caminho nos seja revelado em cada passada. Sei de tudo o que já aprendi contigo e o quanto o que te ensino faz de ti o parceiro da vida que desejo viver. Sei que lá à frente, quando nos recordarmos do que nos juntou, saberemos o motivo pelo qual continuamos juntos.

Quem acreditaria, para além de nós, de mim que já estava de costas voltadas ao amor, e de ti que ansiavas por me olhar bem dentro dos olhos, provando-me errada, que seríamos as nossas pessoas certas?

O que escolhermos colocar na dianteira, será o que nos levará vida fora, até ao tempo e momento em que se entranhará de forma natural e passará a fazer parte de cada hora. O que dermos de forma altruísta, sem reservas, mas reservando-nos o direito de mudar estratégias, fará com que recebamos tudo de volta. A vontade de mantermos acesas as vontades que não nos cabem moderar, ditará o quanto ficaremos mais ou menos perto de ter razão. A esperança perante a casa que cada um representará para o outro, não importa o lugar, importará para que a nossa coragem nunca nos abandone e representemos, juntos, a fórmula que nunca funcionou enquanto separados. 

Quem acreditaria, alguma vez, que estarmos juntos seria maior do que toda a solidão que quase nos impediu de confiar?

Estou aqui e já não preciso de te procurar. Estás aí e ver-te fez-me reencontrar o melhor de mim. Estamos aqui e assim continuaremos até que os lugares emocionais superem os físicos, pequenos e efémeros. 

6.2.22

De que cor te pintas?

fevereiro 06, 2022 0 Comments

Apaixonei-me por muitas cores ao longo da vida e por isso fui pintando momentos e sentimentos com cada uma, até deixarem de me mover. Eu mesma já fui um arco-íris que se esbateu ou reforçou, mas independentemente das cores novas, soube sempre que não imaginava os dias sem as que me colocavam para cima e as que, de livre vontade, me deixavam mais nostálgica, mas apenas por pequenos e necessários momentos.

Sei de quem se veja numa amálgama de tons escuros e sem definição e que de alguma forma definem como pretendem ver o mundo. Sei de quem mataria por ver cores mais claras e plenas de esperança, mas que não as consegue encontrar. Sei o poder que cada uma carrega e por isso mesmo rodeio-me das que me retratam em cada percurso, incentivando uns quantos enquanto o faço.

De que cor te pintas quando te agarras aos sonhos e que cores deixas de ver sempre que escolhes sentir pena de ti?

Lá atrás, no que me parece um passado bem longínquo, já me apaixonei por daltónicos e por palhaços coloridos, mas que na verdade eram apenas as pessoas que teriam que chegar para ajustasse a paleta e regressasse ao que sabia fazer bem.


5.2.22

Quanto amor usas habitualmemte?

fevereiro 05, 2022 0 Comments


Quanto amor é salpicado nos hábitos diários que sustêm as relações?

As rotinas vão-se instalando como forma de sobrevivermos a tudo o que nos exige a vida e por vezes deixamos o amor para segundo plano, para os que ainda o alimentam, retirando-lhe o oxigénio que nos mantém à tona. Temos muitos sons familiares que nos recordam de quem temos ao nosso lado, mesmo que irritantes uns quantos. Repetimos gestos sem os questionar, mas não raras vezes deixamos no ar as questões que gostaríamos de ver respondidas.

Quanto de nós imprimimos diariamente, sem pensar demasiado, ou pensando no quanto nos surpreenderíamos e aos outros, se imprimíssemos tudo?

Os namoros tendem a começar com embelezamentos que se colam, para que as desilusões não nos descolem da vontade de permanecermos no coração de alguém. Mas se avançarmos demasiado nas pequenas mentiras, ficaremos reféns do que nos impusemos e acabamos por imputar, ao outro, as culpas que serão apenas nossas.

Quanto de ti ainda sobrevive aos dias que já não te pertencem na íntegra e quanto do outro já recebes como teu?

4.2.22

Trabalhar dá trabalho!

fevereiro 04, 2022 0 Comments



Michael Jordan - Podes praticar o lançamento da bola durante 8 horas por dia, mas se a tua técnica não estiver certa, então apenas te tornarás bom a lançar de forma errada. Tens que aprender os fundamentos de tudo o que te propuseres fazer, para que sejas verdadeiramente bem-sucedido.

Repetir, de forma persistente, o que não te melhora, não fará de ti bom em coisa alguma. Tens que pesquisar, estudar, aprender e mais do que tudo, reconhecer que precisas de melhorar, para que melhores mesmo. Tens que ser capaz de trabalhar com afinco os teus medos e incapacidades, para que as metas se atinjam de forma a pisares os pódios da vida. Tens que entender que trabalhar dá trabalho, sobretudo no que o emocional diz respeito, mas que os sucessos compensarão todo o percurso.

Tendemos a focar-nos no resultado final dos nossos pares, talvez por preguiça ou estupidez natural, desvalorizando, ou não querendo entender, TUDO quanto tiveram que carregar, as noites mal dormidas, os insucessos e os revezes e por norma não premiando a persistência e a tenacidade. Os verdadeiros vencedores, não importa a área, são os que sabem que terão que esperar de si mesmos as coisas que ainda não fizeram. Ter foco, correr atrás do sonho e persistir, persistir sempre, independentemente do tempo e dos maus momentos, separa os vencedores dos eternos perdedores, que são os que nem sequer chegam a tentar.

"Se chegar à conclusão que o meu melhor não foi suficiente, pelo menos não olharei para trás dizendo que tive medo de tentar"!

3.2.22

Carpe Diem!

fevereiro 03, 2022 0 Comments


"Carpe Diem" - Colha o dia, aproveite o momento. 

Que bom seria que a maioria soubesse de que forma evitar gastar o tempo com coisas inúteis, ou com uma justificativa para o prazer imediato. Que bem se andaria se percebêssemos que uns quantos conseguem, MESMO, andar, crescendo em decisões que os engrandecem. Que melhores seríamos todos se mais alguns conseguissem melhorar, aprendendo com o que a vida tanto lhes insiste em ensinar, mas que recusam com firmeza, para depois simplesmente protestar.

Não sou apologista do lema "viver como se não houvesse amanhã", primeiro porque pretendo que o meu amanhã exista mesmo e depois porque o meu futuro será tudo o que me dispuser a fazer hoje, supostamente depois de ter aprendido algo ontem. Não entendo os que se deixam ir, sem medir consequências e acreditando que o "troco" não chegará. Não tenho forma de aceitar os que recusam ler as legendas que lhes chegam em bold e que depois, com enorme cara de pau, ainda se lamentam do que já seria expectável, é que mesmo que não saibamos explicar, cientificamente, a lei da gravidade, somos confrontados com ela diariamente, tal não ocorre de igual forma com a lei da atracção, não sendo de efeito imediato, mas não é por isso que deixa de existir. Tudo para dizer que o que vai volta, oh se volta!

Viver SIM e por favor, mas BEM, com equilíbrio entre a razão e a emoção, porque no final o benefício será maior!

2.2.22

Cada vez que olho para o lado!

fevereiro 02, 2022 0 Comments



Cada vez que olho para o lado, percebo que se criam novas versões do amor e que com elas se justifica tudo, a dor, o sofrimento que se instala como um móvel feio e desconfortável, mas ainda assim de uso diário e a ausência da TÃO necessária auto-estima. A cada dia que passa, esbarro em pessoas sem olhares que se viram para dentro e que aceitam o que lhes caiu no colo como se de uma herança se tratasse. Estão alienadas do que é correcto e aceitável e por isso aceitam, sem contestar, tudo o que lhes impõem. Não se permitem vontades, ou desejos de paz interior e deixam-se degradar em silêncios que as matam devagarinho, até quando gritam a plenos pulmões.

Mesmo que me considere resolvida e tranquila quanto às minhas escolhas, ainda me deixo envolver pela vergonha alheia, sentindo que há TANTO para fazer no que diz respeito à socialização com o outro, aos limites e ao uso da razão, que me pergunto de que forma poderei ajudar a mitigar estar torrente de desamor colectivo. Não tenho que ir muito longe para ver o que me dói na alma, porque amadurecer pode ser um acto solitário, mas o desejo de que cada vez mais almas amadureçam comigo, é premente e serviria para melhorar até o ar que respiro. Estou a ver afunilar as possibilidades de relacionamentos novos e que também me engrandeçam. Sinto uma enorme tristeza perante os poucos que ainda são bons, porque não deixo de desejar que sejam muitos mais.

Cada vez que me esforço por aprender com os que comigo também povoam este canto do mundo, deixo-me invadir por uma enorme consciência de vazio, de cegueira inata, ou imposta e de desalento. Tenho tentado, juro que sim, passar o que tanto me custou a aprender, até porque fui sempre bem-sucedida como professora, mas a verdade é que não poderei calçar sapatos alheios e de alguma forma aliviar pesos desnecessários, não aos que o recusam. Não vim a esta vida para salvar todos, mas seria bem mais feliz se o conseguisse a uns quantos.

1.2.22

O que ainda te falta fazer?

fevereiro 01, 2022 0 Comments
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Dou-me, cada dia mais, a importância que espero ver espelhada nos outros. Trato-me como desejo ser tratada e avalio melhor o que me rodeia, para decidir com clareza. O tempo voa quando estamos distraídos, por isso presto atenção ao que ainda me falta fazer, valorizando o que já conquistei.