31.3.21

Onde anda o meu Anjo?

março 31, 2021 0 Comments



Existem Anjos que se conseguem ver e sentir. Estão entre nós para nos assegurarem de que a solidão pode ser acompanhada. Existem Anjos com faces familiares e que nos abraçam sem corpo, mas nos confortam nos momentos que os "homens" esmagam e atiram vida fora, perfurando-nos de forma demasiado profunda. Existem Anjos que nos acompanham por todas as vidas que precisamos de melhorar até que nós mesmos sejamos a face de uma outra alma apagada, iluminando-a até que as certezas regressem.

Por vezes a sensação de estar no fundo dum qualquer poço emocional é tão presente, mas carrega tanto poder, que sabemos exatamente quando e como sair. Temos o que acumulamos e resistimos com as forças que nos atribuímos, conquistando as asas que nos levarão mais alto, muito mais longe e para o único lugar certo. Por vezes esbarramos em muitas outras almas que se perderam, algures num tempo que a realidade escondeu. Por vezes sentimos a impotência tomar conta do corpo que vamos carregando de forma determinada, mas que não contagia quem desistiu de sonhar e se perdeu para uma existência que não existe, que se resignou e que parte sem cumprir o que o trouxe.

Existem Anjos perto de mim, junto a ti e a olhar por nós, se os conseguirmos ver para lá do que é muito mais do que "isto". Existem Anjos com sorrisos que confortam e melhoram dias cinzentos e por cada um sentido e tocado, muitos outros se seguirão e mudarão, mesmo que por breves momentos, os que se arrastam, magoam e desejam desistir. Existem Anjos que saberão TANTO de nós, que nos sentiremos abraçados e num colo que nunca nos será recusado. Existem Anjos sim, muitos mais do que alguma vez veremos, porque algures num tempo demasiado frio e real, deixámos simplesmente de sonhar.

30.3.21

Quero ir para casa...

março 30, 2021 0 Comments



Quero ir para casa. Quero voltar a sentir o que antes parecia tão meu, natural e seguro. Quero querer sem receios de que a vida não me queira presentear com o que me pertence. Quero tudo agora e tanto, que sinto medo deste novo querer. Quero ir para a casa onde me espera quem me receberá com o único abraço que me arrancará o frio que me envolve corpo e alma. Quero ir para casa e assim que chegar não planeio voltar a sair.

Se a saudade serve para que usemos as memórias da forma certa, então quero que me invada com todas as nuvens que me lavarão duma chuva limpa e regeneradora. Se o que aprendi enquanto caminhava sozinha e apenas eu, me ensinou a querer com mais intensidade os que cuido em abraços que não diminuo, então já sei o bastante para que nunca lhes falte casa e lhes sobre todo o amor que cabe nela. Se o frio que se entranhou em lugares que não consegui limpar antes, me impediu de voltar para casa, sei de que forma me deixar em brasa emocional para que o dia substitua rapidamente a noite e encontre o caminho de volta.

Quero voltar para casa e quero que lá esteja quem nunca me poderia ter deixado, não assim e não enquanto não tinha o que precisava para sobreviver sozinha. Quero voltar para casa e ter de volta o colo que me foi negado enquanto acreditava já ser TÃO crescida e segura que não precisava mais do que afinal me faz tanta falta quanto respirar. Quero voltar para casa e ter o passado seguro, a vida que corria sem que soubesse o quanto era feliz. Quero voltar a casa e sorver cada som, todos os risos, lágrimas e momentos que nenhum outro poderá alguma vez substituir. Quero voltar para casa sabendo que estão mesmo à minha espera...

29.3.21

Vem, pelo que esperas afinal?

março 29, 2021 0 Comments

Existem histórias que escondemos até de nós, esperando que a sua ausência sonora as afaste definitivamente. Existem partes do que vivemos que servem sobretudo para que a vida nos carregue de certezas, mas não raras vezes passamos a duvidar até do que acabou por acontecer, porque nos remetemos para o último lugar da fila e pior ainda, porque demos demasiada importância ao que não tinha nenhuma. Existem pessoas que nos restauram a fé na humanidade e na capacidade infinita de amar sem condições, deixando-nos livres para sermos quem somos realmente, mas outras existirão que nunca terão forma de saber o quanto somos capazes de amar e por isso nos perderão irremediavelmente. Existem lugares que nos parecem tão reais e certos, mas que acabam por nos escurecer a existência.

Vem iniciar comigo esta viagem, já estás pronta para reajustar as rotas. Vem para que cuide de ti toda, corpo e alma, reforçando-te as paredes dum coração enfraquecido. Vem para que te assegure de que comigo terás o que tanto foste capaz de imaginar, imaginado depois que nunca o poderias viver, até ao dia que cheguei. Vem para que te toque e ame como já sei que consigo e verás que passarás a conseguir o inimaginável. Vem meu amor para que te inunde do amor que guardei para alguém como tu. Vem, sou eu e estou aqui.

27.3.21

Será que existem coincidências?

março 27, 2021 0 Comments



Não foste uma coincidência, chegaste porque me foste enviado e contigo estão a chegar todos os momentos que pretendo voltar a viver. Nunca aceitaste os "não" consecutivos que te larguei, na esperança de que não quisesses ficar, mas sabendo, muito no início, que se o fizesses levarias muito de mim e ainda me sobraria menos do que já tinha. Não te soube impedir de me querer com determinação, mas foi da mesma forma que te senti e passei a reconhecer.

De quanto tempo precisamos para "limpar", de bem dentro de nós, quem nos amarrota a esperança no amor e nos dá a provar o contrário do que tanto apregoou? Em que momento paramos de nos culpar pelo que não entendemos e por tudo o que até sempre soubemos, mas escolhemos deixar passar, acreditando que pelo menos o amor ficaria? Para quem conseguiremos voltar a olhar quando percebermos que afinal nunca fomos vistos? De que forma voltarão a nascer os dias quando já os tínhamos apenas para nós? 

Não vieste antes porque não te saberia receber. Não me encontraste quando sei que terias feito de mim a mulher que sempre quis partilhar, mas agora já te tenho. Não sei quem te mostrou que existia e que comigo poderias ter o que também já te faltava, mas vou continuar a agradecer por cada uma das horas que nunca nos cansamos de somar. Não foste uma coincidência, isso até eu entendo, mas coincidentemente foi com a tua chegada que percebi o que afinal me faltava.

26.3.21

Já fazes os planos que te incluem?

março 26, 2021 0 Comments



Não te quero a fazer planos que não te incluam, mesmo que me tenhas em todos!

Tudo deve começar e terminar em ti, porque cada vontade que adias apenas te afasta mais um pouco do que te pertence. Sempre que te pões em espera, desesperas perante a dificuldade de já estar no teu lugar certo e sempre que te sinto menos inteira, pressinto que andas a deixar "cair" alguns dos teus melhores pedaços.

Não te quero derrotada e a achar que para ti será sempre mais difícil, porque o que te chegar terá o que foste capaz de sentir e pensar, ensaiando todos os sabores e saboreando-os sem reservas. Não te deixo sozinha demasiado tempo e nunca terás como te sentir só, porque metade de mim enche e preenche esse coração que tão bem conheço. Não te culpo pelas desculpas que tanto usas para fugires ao desconhecido, mas mesmo que o entenda, estou deste lado a empurrar-te de mansinho, assegurando-te de que serás sempre maior do que os teus medos.

Já tens tudo o que precisas para que as certezas se colem com a mesma segurança com que espalhas os sorrisos que mudam outros mundos. Já és madura o bastante para que te bastes, mas podes sempre querer do teu lado quem saiba como te manter livre. Já amas como é suposto e mesmo que o amor não carregue garantias, tens contigo a força que te segurará se se quebrar e os desejos que te tornarão ainda mais plena se funcionar.

Não te quero a seres apenas tu, não por muito mais tempo, porque alguém vai ter que fazer por merecer quem sei que és.

24.3.21

E se fosses tu?

março 24, 2021 0 Comments



E se fosses tu? E se te julgassem pelo que nem acreditas ser capaz de fazer? E se alguém te olhasse com menos atenção apenas por ter sido olhado de forma errada?

Só tens forma de saber ao que te sabem os recomeços quando de repente te "cobram" decisões que já havias descartado. Só quando te enchem o coração do que tanto sentias precisar, é que percebes que te faltava quase tudo. Só quando ouves dizer que te amam é que te permites amar de volta, com muitos medos no início, mas cheia de vontade de deixar a vida seguir o seu curso, seguindo-a. Só quando te imaginas sem quem já te está na pele, é que percebes a falta que já te faz por ter passado a fazer parte de ti.

E se fosses tu a ter que provar do sabor amargo da dúvida? E se simplesmente deixasses o amor acontecer e já não te cobrasses mais recuos, até porque avançar se torna TÃO mais difícil? E se já não precisasses de manter para ti o segredo que te apetece gritar ao mundo? E se a pessoa por quem já nem arriscavas esperar chegasse hoje e te pedisse para que fosses sua? E se os "ses" desaparecessem todos agora, por um passe de mágica, será que te deixarias envolver pela magia do amor?

22.3.21

Sei lá...

março 22, 2021 0 Comments



Sei lá do que digo saber, porque sei cada vez menos sobre o amor. Sei do que sinto e nem sempre do que quero pensar. Sei lá, ainda não, do é suposto saber para que se apaguem as dúvidas e me invadam as certezas. Sei lá...

Será que a vida chega por estarmos prontos, ou ao invés irrompe coração fora para nos acordar? Que papel nos cabe e o que conquistamos enquanto achamos que temos que simplesmente seguir, sem muitos desvios, ou desviando-nos de tudo na esperança de poder fugir? Quanto tempo mais nos damos para que o que recebemos seja verdadeiramente o que nos cabe? Porque nos ocorre desistir quando até sabemos porque continuar?

Sei lá do que digo quando pareço estar a dizer o que foi ensaiado. Sei lá porque acordo a querer o que não quero, teimando que sou outra e de outra forma. Sei lá porque tive que esperar tanto para me dizer que já sei o bastante para me mudar. Sei lá porque motivo és a pessoa que a minha reconhece e  continuo sem saber porque te mereço afinal.

21.3.21

E se morrer com a falta de ti?

março 21, 2021 0 Comments


É verdade que já quase que morri de saudade de ti. É verdade que agora, depois de já ser esta mulher que ajudaste a formar, passei a entender tanto, tão mais do que antes, quando apenas me ocupava a julgar o que não parecias capaz de me dar, quando na verdade é que me deste muito. É verdade que estou muito mais só e solitária desde que a tua voz se esfumou e passaste a ser apenas a presença que por vezes sinto nos sonhos, mas que nunca mais passará de lá para cá. É verdade que tomei por garantidas as horas que pareciam muitas, enquanto me debatia com a minha incapacidade de as multiplicar para te incluir. É verdade que deveria ter usado do que chamava de inteligência emocional para inteligentemente te dizer o que subtraí e como eu gostava de o poder mudar. É verdade que foste o primeiro homem que amei e não o sabia.

Perdemos tanto tempo à procura do tempo que os nossos precisam, para acabarmos a dar-lhes apenas uma ínfima parte do que nos reclama o coração. Sofremos com o que dizemos ser o certo, mas certamente que apenas quando nos colocamos nos "sapatos" de quem nos carregou, nos tornamos grandes o bastante para os amar como são, com todas as falhas, dúvidas, medos e incapacidades. Lamentamos os abraços que nos faltaram, mas quando os podemos dar, sem reservas nem cobranças, gastamos o melhor de todos a diminuir o que deveria ser sempre grande. Adiamos as conversas longas e bebemos muito pouco do que depois nos cruzará a mente esgotada perante tanta culpa. Julgamos mais do que elogiamos e de repente, num dia que até pode ter sido de sol, nada do que importava antes o volta a ser.

É verdade que continuo a lembrar-me de ti, quando tenho o que me preocupa, ou quando sou abençoada com o amor que gostarias que tivesse tido, antes, muito antes da tua partida. É verdade que nos dias bons , enquanto caminho mais serena, de sorriso em riste, mas igualmente tão sozinha que me apetecia correr para os teus braços e esconder-me até que o mundo me pudesse voltar a receber. É verdade que não voltarás a ter dias especiais, mas passaste a ocupar todos os que certamente me restarão, de mansinho em alguns e cheios de saudade em muitos ouros. É verdade, nunca mais te voltarei a ter...

20.3.21

Pelo que esperas ainda?

março 20, 2021 0 Comments



Não esperes mais pelo que apenas te atrasará as passadas antes tão determinadas. Não te negues o prazer de ter prazer com alguém, quando até já o testaste e aprovaste. Não abandones a dança que  teu corpo deseja para que os movimentos te acordem do sono que nem foi assim tão reparador. Não digas "não" demasiadas vezes, ou de contrário o sim nunca sairá dos lábios que já beijaram até que o ar deixasse de circular, mas a vida acontecesse.

Pelo que esperas ainda e enquanto te adias? O que tanto te assusta se afinal até te consideras corajosa? Para onde precisas de te virar para que o ângulo deixe de ser duvidoso? Quem te fez tão mal para que te esquecesses de olhar para o todo o bom do que te rodeia?

Não podes avaliar e reavaliar sem decidir. Não deves retirar-te da equação que mudará a tua vida para sempre. Não te deves assim tão pouco para que te contentes com as migalhas que foste espalhando, talvez para saberes o caminho de volta. Não recuses o amor que te chegou, mesmo que percebas que o pediste com tanto detalhe, que acabou por se te revelar. Está aqui. Estás tu também, mais inteira do que nunca e está a pessoa que moveu a tua pessoa o bastante para que a reconhecesses.


19.3.21

Viagens ...

março 19, 2021 0 Comments


Viagens de volta. Lugares que já não nos servem, mas que serviram para que os percorrêssemos. Momentos que nos falam do certo e do errado e é-o sempre quando já não nos permitimos amar. Desculpas que nunca desculparão a incapacidade de seguir em frente, mesmo que os erros tenham existido, porque a verdade é que sem eles não estaríamos "aqui". Passagens mais ou menos seguras, mas ainda assim atribuladas o bastante para nos recordarem de que viver é isto e pode ser ainda mais. Jogos que por vezes perdemos, mas que passamos a dominar com a mestria de quem está verdadeiramente atento. 

Viagens de ida, mas a poder regressar, mais inteiro e seguro. Viagens que não devemos adiar porque já nos está no GPS da alma. Viagens nas quais deixamos de ser apenas nós e que nos tirarão dos silêncios que já não nos falam, até porque nos dissemos tudo, algures num tempo e momento em que não acreditávamos. Viagens, porque viajar livremente em sonhos e desejos que ninguém deveria poder reter, livram-nos de querer menos do que temos agora. Tenho umas quantas viagens para lamentar, mas estou determinada a mais uma porque nesta sei que estarás à minha espera. Vou arranjar forma de acertar com o teu formato e em cada pequena viagem contigo levarei para além de mim, tudo o que reservei para o homem certo. Tenho umas quantas rotas para redefinir, mas já me sinto capaz de voltar a acreditar nesta viagem, esperando, com TODA a determinação, que não precise de fazer mais nenhuma.

17.3.21

Quantas voltas já dei sem respostas?

março 17, 2021 0 Comments



Dou voltas e reviravoltas no mesmo lugar, querendo e esperando que o antes regresse e que o agora não me impeça de ter o que já era demasiado confortável para que me questionasse. Faço-me as mesmas perguntas, uma e outra vez, mas nenhuma das respostas me convence e por isso continuo de forma obstinada a perguntar pelo que já é demasiado claro. Forço-me a querer de forma diferente da que sinto, até porque já me senti assim e não gostei da falta de controlo enquanto tentava em vão controlar-me e retomar o poder que me pertencia. Paro-me de cada vez que continuar parece ser demasiado obscuro e irreal, mas a realidade é bem diferente da que antecipei enquanto apenas vivia, respirava, usufruía e era eu mesma, sem necessidade de me revelar ou esconder de alguém. Já não sonho sozinha, porque finalmente existe alguém que partilha do que já arrisquei antecipar, mas continuo a acordar da mesma forma, eu comigo e com muitos mais medos dos que carreguei enquanto dormia, achando, de forma inocente, que os apagaria a todos, um a um.

Dou voltas e reviravoltas, mas nunca saio do mesmo ponto onde me coloquei quando decidi desistir do que me cobraria uma mulher mais forte, mais arrojada e descomplicada. Dou votas e reviravoltas achando que tudo acabará, eventualmente, por se tornar tão claro quanto a vontade que tenho de ser amada por alguém como tu e de me render ao que me devolveria a pessoa que já fui antes. 

Ninguém nos garante o "felizes para sempre", mas se mesmo acreditando, escolhermos deixar de o esperar, lendo apenas ler o que tiver legendas e nunca arriscando leituras imprecisas, a serenidade acabará por se instalar e resistir deixará de ser uma necessidade. Ninguém escolhe por nós as "armas" a usar para que nos possamos defender do que eventualmente nos roubaria os silêncios reparadores, os lugares que já conhecemos e a pessoa que nos tornámos enquanto resistíamos ao desmoronar do que já foi tão simples e natural que naturalmente nos beliscou o corpo e alma quando não funcionou. Ninguém parece saber do que sei enquanto tento explicar o inexplicável!

Dou voltas e reviravoltas, mas não avanço o bastante para querer revirar a minha vida e apenas tentar.

16.3.21

Porque disseste que me amavas?

março 16, 2021 0 Comments



Disse que ta amava, mas menti. Passei-te as emoções que esperava receber dum outro, mas para mim nunca chegaram as que me faziam falta. Disse que te amava, mas estava errada, porque o amor não sabe ao sabor que se colou na boca, amargo, demasiado forte para me suavizar e tão vazio quanto ficavam os finais de cada noite. Disse que eras tu e apenas eu sei o quanto desejei  que fosse verdade. Disse que sem ti nada poderia ser igual, ou bom, mas menti...

Os começos têm contornos que os recomeços não entendem e por vezes escolhemos não nos afastar do que até nos deixaria sarados, por sermos demasiado fracos para agarrar a força que acabaria por se fixar, impedindo-nos de sermos levados pela corrente. Ter quem nos tem, sendo quem podemos e temos connosco, deveria bastar, mas bastará que a pessoa errada chegue para que nada mais pareça poder ser feito e não fazemos nada para o mudar.

Disse que te amava enquanto me amavas com a intensidade que tantas vezes sonhei num outro corpo, em todos os cheiros que parecem não ter como me abandonar e em cada beijo que devolvi, cerrando os olhos para que nenhuma luz me mostrasse a dura realidade. Disse que te amava quando já julgava ter a maturidade dos que caminham em linha reta, mas que também se desviam e reavaliam sempre que a estrada não os leve a lugar algum. Disse que te amava porque me soava bem, à esperança que em tempos perdi e ao desejo de voltar a ter desejo genuíno de alguém. Disse que te amava por cobardia e foi assim que me igualei a quem uma vez me mentiu, abandonou e transformou neste ser que já não reconheço.


15.3.21

Como está o meu coração?

março 15, 2021 0 Comments

Será que o meu coração poderia aceitar qualquer pessoa? Poder até que sim, mas certamente que não saberia ao mesmo, não traria as mesmas emoções associadas, nem me levaria QUASE à loucura de uma forma BOA.

Que lugar atribuímos a quem já não parecia ter lugar algum? Para onde fugimos quando nenhum dos sítios conhecidos, ou por conhecer, nos conseguem esconder? Quem vemos com o coração enquanto a mente tenta, em vão, saber o que pensar, pensando da única forma possível, a errada?

Será que a nossa natureza nos afasta do que deveria ser natural, até quando diferente e novo? Precisaremos assim tanto de entender todo o percurso até à meta, não bastaria que nos focássemos apenas no final para usufruirmos melhor da viagem?

Quem somos enquanto tentamos ser alguém diferente, talvez porque a anterior não tenha tido os melhores resultados? O que nos permitimos mudar enquanto mudamos pequenos nadas que nos levariam a deitar tudo a perder? Para que queremos amores seguros se até já sabemos que amar não tem rede e que cair nos fortalece e prepara?

Será que querer-te bastará para que queira menos o lugar onde me escondi, de mim, do mundo e das batidas irregulares dum coração que já controlava?

14.3.21

Será que nascemos prontos para a vida?

março 14, 2021 0 Comments



Não nascemos prontos e nem sempre o mundo se prontifica a deixar-nos mais tranquilos, para que sigamos com a vida que desejamos poder dominar. O que somos depois de sabermos no que nos deveremos tornar, torna-nos mais resistentes aos embates, porque eles chegarão de todas as frentes. Não nascemos prontos e por vezes sentimos que nunca estaremos preparados para o que nos "atiram", em forma de teste.

Nenhum dos dias que nos cabem se assemelham em intensidade, conquistas ou determinação, uns serão tão simples quanto é acordar e colocar o primeiro pé no chão, mas já outros arrastarão consigo a réstia de coragem que nos sobrara do anterior. Nada do que nos ensinam nos assegura de que teremos aprendido o suficiente, mas quando aprendemos a gerir as emoções, os humores, as vontades que vão para além dos desejos físicos e o que não sabemos legendar, o que quer que chegue, grande ou pequeno, valioso ou sem qualquer importância, será bem resolvido.

O melhor de andar por aqui é o que conseguimos acumular, em formato de pessoas, experiências, amores que vingam e outros que recomeçam. Seremos sempre tão capazes quanto a nossa capacidade de relativizar o desconhecido, ou tão pequenos e impreparados que até o mais simples corte nos fará sangrar intensamente e por tempo indeterminado. 

Não nascemos prontos, mas podemos sempre prontamente começar a querer que não nos sirva de desculpa para que finalmente o estejamos!

13.3.21

Acreditas em mim?

março 13, 2021 0 Comments



Junta-te a mim, faz o meu percurso, vê o que me rodeia e saboreia do que me alimenta, porque apenas assim saberás do que sei e quem sou!

Por vezes chegamos à vida de alguém e esbarramos com o que já instituiu como necessário, prioritário e irrevogável. Até que já amamos como é suposto, mas não conseguimos ser amados de volta, não porque sejamos menos ou nos falte o que lhes acrescentaria, mas porque a vida foi acontecendo enquanto tudo acontecia como deveria, ou até da forma errada. Sabemos quem somos e o que precisamos de alguém para nunca mais precisar de nada, mas ainda assim pouco parece poder ser feito. Por vezes simplesmente não está nas nossas mãos ter quem desejamos.

Acredita no que te digo e passa a acreditar um pouco mais no outro lado da vida, não existe apenas a tua versão e ter-me pode bem ser TUDO o que te falta. Cede ao que sou e sê também tu uma mulher mais completa. Deixa de lado o que te afastou do amor e ama sem medo de te magoares, porque se acontecer, prometo que te segurarei até que te sares. Vem, agora, sem resistir mais e a limpares-te do que te afasta de mim. Enche-te de toda a coragem de que és feita e verás que não precisas assim tanto de te defenderes, não de mim, não do amor que te tenho e nunca do que tenho reservado para ti.

Junta-te a mim, estou determinada e tranquilamente à tua espera.

12.3.21

Será esta a minha vez?

março 12, 2021 0 Comments



Por uma vez, mesmo que seja apenas esta, tenho alguém que precisa mesmo de mim, alguém de quem também já preciso há muito. Por uma vez na minha vida, sou capaz de ir para onde a vontade me dita,  acreditando que a dor nunca me voltará a segurar. Por uma vez, até quando pareço já ter tido tantas outras, consigo saborear o doce sabor da liberdade, da falta de pressa e das muitas certezas de que me rodeio. Por uma vez nesta vida, a única de que me lembro, sei que não me deixarás sozinha, abandonando-me apenas aos sonhos, porque sonharás comigo.

Se soubesse antes, quando me magoava com os sentimentos de quem parecia não sentir o bastante, que seria ainda maior, mais forte e mais preparada para quem chegaria, teria sorrido mais, amado sem dúvidas e soltado a alma para que chegasse mais depressa a ti. Se soubesse, como sei agora, que o amor pouco importa quando não estamos na mesma sintonia de quem reconhecemos, não me teria forçado da pior maneira e atrasado o percurso que já me era destinado. Se soubesse que ao saber um pouco mais saberia o bastante sobre ti e que assim te teria, inteiro e a ser verdadeiramente a minha pessoa, teria corrido ao invés de caminhar e seguramente que saltaria de mais alto sem receio da queda. Se soubesse que a melhor parte de mim se revelaria quando te aceitasse, os sorrisos nunca me teriam abandonado os lábios que agora enches de beijos e que te enchem do que sempre soubeste ser teu.

Por uma vez, ainda que tivesse acreditado que já o vivera, vivo com quem me enche dum sol que irrompe olhos dentro e que me aquece de qualquer frio imaginário. Por uma vez, depois de já saber que te pertenço, deixei de querer que mais alguém me possa fazer duvidar de mim e do quanto sou capaz de amar para que me amem de volta.

O que fazes quando acordas sem saber o que fazer?

março 12, 2021 0 Comments

Existem dias mais silenciosos, mas nos quais consegues ouvir tudo como se a vida te gritasse. Algumas partes de nós são bem mais inteiras, ou partidas em mil pedaços quando escolhemos a face errada e nos focamos apenas no que já sabíamos. Existem histórias que ninguém conta, mas muitos precisariam de ouvir, talvez para que se lhes encurtássemos o percurso penoso, porque muito do que acreditamos ser a melhor realidade nem sempre nos reflete e mudar nunca será a opção menos acertada...

O que fazes quando acordas sem saber exatamente o que fazer? O que te dizes quando já pareces ter  dito tudo, mas ainda assim escolhes não ouvir? Com quem falas, MESMO, sobre ti e o que tens dentro? Quem te protege de ti?

Existem dias que colocam todos os outros em perspetiva e te forçam a pensar tal como sentes. Existem momentos, pessoas e lugares que nunca se voltarão a repetir e que uma vez vistos, te mudarão para sempre. Existem respostas que te são dadas, uma e outra vez, até que as oiças. Existem verdades que te recusas a atribuir, talvez porque te mintas de forma confortável, a saber-te a segurança, a certeza e a tudo o que te mantém nos carris, porque iniciar viagens novas obriga a alterar imensas rotas mentais. Existem oportunidades que te chegam como testes e vai estar sempre nas tuas mãos passares com distinção. 


11.3.21

Viagens emocionais!

março 11, 2021 0 Comments


Nunca julguei possível querer alguém como te quero a ti. Já me estás demasiado entranhada e estranho sempre a tua ausência, mesmo que de apenas algumas horas. Acreditava estar pronto para viver a minha vida nos meus termos, sendo sempre eu em primeiro lugar, mas eis que chegas e me mudas a posição. Não precisei de muito mais do que te ver enquanto te olhava como se nunca nada tivesse sido remotamente parecido, e olha que já tive mulheres fabulosas, para saber que estava pronto. Sentir-te vai para lá do que alguma vez senti e sinto sempre tudo com demasiada intensidade quando me abraças e sussurras que és minha. Deixas-me as pernas a fraquejar, mas o coração a bater demasiado forte e passas-te sempre como preciso, dando-me bem mais do que pareço merecer e a verdade é que preciso tanto de ti. 

Conquistaste-me apenas com o sorriso, mas logo depois veio a forma atenta como sempre ouviste tudo o que dizia. Não demorou para que nos desejássemos da mesma forma e nunca nada foi difícil o bastante para que pensasse duas vezes sobre nós, fiquei pronta assim que nos tocámos porque parecíamos ter-nos tido desde sempre. Gosto da tua força e segurança quando me asseguras de que vai correr tudo bem. Gosto de como me apertas e colas o corpo ao teu, levando-nos a lugares que apenas vi em sonhos. Gosto de saber que sabes tudo sobre mim e que contigo posso mesmo ser eu, sem máscaras e sem necessidade de me defender. Gosto de ti homem do caraças!

As viagens emocionais têm sempre subidas íngremes e descidas acentuadas, mas sem elas pouco do que somos e vivemos valeria a pena, no entanto, ou encontramos quem nos reconhece, ou nada do que alguma vez fizermos irá valer a pena. 

10.3.21

E quando não estamos em lugar algum?

março 10, 2021 0 Comments



De que forma se gerem as emoções quando nos deixam no limbo e ficamos sem saber se vamos ou voltamos? Para onde dirigimos as frustrações de cada vez que nada nem ninguém nos impede de sentir o que nos amassa a essência? Que nome damos ao que nem parece existir, mas que ainda assim nos embrulha a existência e não de coisas boas?

Gostava de dizer que estou preparada para as dores que me vais deixando, mas ainda me deixas tão vulnerável e pequena, que o medo e a  dúvida se agigantam, abafando-me até que muito pouco de mim sobre. Gostava de sentir que os outros me curam de ti, com o colo, os abraços sentidos e todo o sentimento que te falta, mas a verdade é que mais nada se encaixa da mesma forma e o meu novo formato já não permite que me reconheça.

Tendemos a agarrar-nos ao que sabemos sobre nós, tomando como garantidas todas as horas do dia, mas quando elas correm ao contrário, testando-nos os limites, por vezes apenas nos limitamos a sobreviver, deambulando sem demasiada vontade e achando que desistir será mais fácil. Contamos as histórias que nos sabem a verdadeiras, até ao momento em que cada uma apenas representa a mentira que vivemos, por escolha. Fazemos o mesmo que antes, mas o agora não se assemelha a nada remotamente parecido com o que planeámos e por isso mudamos os planos para que nos ajustemos a eles e desistimos do poder que tanto nos levou a conquistar. Sentimos a chuva na face, mas já nenhum pingo nos lava, e quando se vai leva-nos com ela. 

Gostava de me dizer que vai ficar tudo bem, mas deixei de ter certezas.

9.3.21

Já não somos dois!

março 09, 2021 0 Comments



Já não somos dois!

Falávamos muitas vezes das dependências emocionais e do quanto era importante que nos  bastássemos, mesmo que fossemos sempre UM quando juntos e o amor que nos envolvia, mas nunca deixando de ser apenas nós quando e enquanto vivíamos a vida que nos cabia. Tínhamos a mesma forma de ver o que estava à nossa volta, os outros e cada sentimento menos ou mais intenso. Sabíamos do que sabia cada um e quando nos amávamos mantínhamos o ritmo que nos passava em forma de prazer. Nunca nada foi difícil entre nós e usávamos os dias para dar a quem estava no mesmo lado da nossa vida, o amor que tornava a relação simples, saudável e possível de continuar. Olhávamo-nos com o mesmo desejo tal como no primeiro dia e nunca desejámos menos do que poderíamos ter. Zangávamo-nos, mas apenas para nos amarmos ainda com mais amor e rapidamente escolhíamos o perdão para sararmos qualquer eventual ferida. 

Temos fórmulas mais ou menos testadas sobre como estar e ficar. Acreditamos saber de tudo o que deve ser entendido para que os enganos sejam a cada dia mais raros. Estabelecemos metas e criamos listas mentais ou físicas e vivemos a achar que a vida nunca nos abandonará, mas a verdade é que não sabemos tudo.

Falávamos muitas vezes na necessidade de nunca dependermos um do outro, mesmo que precisássemos desesperadamente de nos pertencer, mas nunca, nem nos pesadelos mais arrepiantes poderíamos ter imaginado a perda do outro e foi a mim que me coube, sem que me fosse dada qualquer possibilidade de escolha, ficar sem ti. Perdi-te, mas não como se perde um amor, um momento ou uma programação mal planeada, perdi-te sem volta e pareço não encontrar forma de voltar a mim. Não nos ensinámos a sobreviver sem a pele que a nossa reconhecia pelo cheiro. Nunca incluímos a possibilidade de já não respirar em conjunto e NUNCA, em nenhum momento achámos ser possível já não voltar a existir a possibilidade de nos amarmos até o dia raiar e o corpo não ter como aguentar. 

Já não somos dois e já sinto que sou tão pouco, que nem oiço as palavras que em vão me tentam confortar. Já não quero nada do que em tempos foi tão simples e previsível e até o sabor mais doce me amarga a alma. Já não te tenho e não consigo parar de pensar no que não te dei. Já não existe forma de te recuperar nem ao amor que nos fazia continuar e apenas isso deveria bastar para que também eu morresse, mas o meu corpo recusa abandonar o que sobrou, mesmo que já não tenha sobrado mais nada. Já não somos dois e a tal da identidade deixou de importar, tal como deixou de me importar quanto tempo andarei por mim. Já não somos dois...

8.3.21

Quem és tu Mulher?

março 08, 2021 0 Comments



Quem é afinal a Mulher, esse ser tantas vezes mal interpretado, quase sempre lido ao contrário e para muitos tão complexo quanto a forma como se expressa?

Vivemos na era que nos acolhe, cheias dum entusiasmo que contagia os mais céticos, mas que mesmo assim lhes força a procura das legendas que nunca terão forma de ler em todas as línguas. Ainda tomam por garantida a força de que somos feitas, esquecendo-se de que carregamos o início do mundo e que lhe impediremos o fim tão anunciado. Renascemos das cinzas todas as manhãs após noites pequenas, dormidas à pressa e muito depois de todos se terem colocado na dianteira para que os cuidemos e tantas vezes nos esqueçamos de ser cuidadas. Solucionamos o que parecia não ter solução e ainda encontramos tempo para os que nos cobram o que nem sempre queremos dar. Somos resistentes aos desejos quando nos coíbem de os mostrar, mas também já os gritamos apenas porque podemos e porque apenas assim saberão o que nos liga os botões.

O que diz a Mulher quando parece estar a falar em códigos que nem a NASA entende e para os quais não existem manuais apropriados? 

Nada como uma Mulher para saber sempre do que fala outra Mulher, do que padece e do que diz que se esquece para se esquecer de tudo o que lhe falta. Falamos de tudo, contamos e recontamos as experiências mais íntimas, quiçá na esperança de que sejam as melhores. Julgamos em atitudes feias, mas corremos para abraçar todas as que por nós chamarem, sabendo sempre o que dizer e dizendo ainda assim tantas parvoíces, que essas sim poderiam servir para compilar grandes manuais sobre complexidade humana. Amamos com uma intensidade que desarma os não entendem porque recusamos que nos vejam como os únicos seres que amam no planeta. Ignoramos as dores que retirariam o protagonismo das dores dos nossos e sofremos caladas, mas esperando que algures na vida que nos coube, exista quem nos saiba ler sem palavras e nos oiça sem os sons que o mundo abafa. Adoecemos como qualquer outro mortal, mas sentimos nunca poder estar suficientemente doentes para que nos afastemos dos que contam com a nossa quase interminável resistência emocional.

Quem somos agora, nós as Mulheres dum século cheio de benefícios, mas ainda tão julgador e redutor de sucessos?

Somos o pilar de qualquer casa e se ruirmos por não aguentar o peso dos que nunca nos aligeiram a jornada, derrubamos almas que apenas passarão a vaguear por aqui, sentindo falta de tudo o que não chegámos a dar. Somos seres excecionais e por isso temos o dever de "produzir" homens que nos respeitem o bastante para que tudo o que nos cabe nos chegue sem esforço às mãos, até porque foi de nós que cada um se apresentou ao mundo. Seremos, hoje e sempre a razão pela qual muitas outras Mulheres derramaram verdadeiras lágrimas de sangue e por isso lhes devemos mais coragem e muitas mais certezas, porque no dia em que nos reconhecermos o real valor, o mundo nunca mais terá como nos diminuir ou ignorar.

Qual é o teu final de estrada?

março 08, 2021 0 Comments



Qual é o final da tua estrada e para onde escolhes já não ir quando percebes que a parte mais importante de ti ficaria para trás?

Não queria ter que desistir do que afinal até me mantém viva, mas como viver não é apenas o que sinto, escolho não sentir de todo e permanecer em controlo de tudo, de mim, do que ainda preciso de fazer e do que já não repetirei, não nesta vida. Talvez não precisasse de escolher a quina mais aguçada, sentindo a dor que me provoco para me acordar, mas como apenas acordada me sirvo, determino o caminho que tem que ser feito, mesmo que sendo difícil. Há muito que não tirava tempo para avaliar o que passei a ser e do que foi que larguei mão para me manter serena, em paz comigo e pronta para outras batalhas. Pareço ter atravessado algumas dimensões para estar "aqui", mas se fui bem-sucedida, não tenho do que reclamar.

O que carrego dentro e o que gostaria de reintroduzir para me limpar não jogam no mesmo team e porque tudo o que fazemos por aqui tem um preço, pago o meu agora para que não me sejam cobrados juros. Já não dói ouvir-me dizer que desisti do amor, talvez porque não tenha desistido de mim. Já não me mói perceber que nunca mais voltarei a ser tocada como só um "ele" poderia, a pessoa que a minha pessoa reconhecesse. Já não corro para consertar o que se partiu, porque nunca mais poderia voltar a colar todas as peças. Já não quero apenas querer e iniciar a viagem, agora passei a querer controlar cada chegada, todos os destinos e a poder fazê-lo sozinha sem pesos, sem lamentos nem arrependimentos. 

Existe sempre muita coragem na mulher que já não olha para trás e que segue, sem deixar descair os ombros, para o lugar que a manterá até que já não esteja mais. Existe sempre um quê de FIM quando se recomeça do ponto de onde nunca se deveria ter saído.

7.3.21

Já tive toda a força do mundo...

março 07, 2021 0 Comments



Já tive toda a força do mundo, todas as ilusões que me alimentavam os planos que acreditava poder tornar realidade. fui muito corajosa, numa mistura meio louca de insanidade e certezas que ninguém me passava, mas nas quais me apoiava para chegar onde me imaginava. soube melhor de que forma desvalorizar os momentos maus, focando-me apenas no amor e alimentando-me dele para poder continuar. fui apenas a menina, feliz, despreocupada, livre e tão bonita que nunca passava despercebida. cheguei a achar que não teria que esperar que o bom chegasse, mas na verdade ele leva o tempo que precisa para que a espera termine...

Vou a cada dia menos vezes ao passado, mas de quando em quando espreito-o para não me esquecer de onde comecei e para onde apontei quando desatei a planear a única vida que me pertence, a minha. Estou muito mais no meu presente agora, e sabe-me pela vida perceber que afinal até fui bem-sucedida e consegui concluir muitas das etapas, deixando outras tantas para que me continue a superar.

fui demasiado frágil, tal como a maioria dos mortais e já quase morri de dores que afinal nem eram minhas. soube ao que sabia não ter qualquer sabor que pudesse identificar, mas também já saboreei o que apenas está reservado aos que nunca desistem de se superar para que superem TUDO o que quase os derruba. achei que tinha todas as respostas, mas a dada altura deixei de me importar com a necessidade de ter razão, até porque é um lugar demasiado solitário. estendi a mão que alguns souberam agarrar, mas também larguei a de quem certamente me devolveria todos os sonhos que abandonei. 

Sou quem me esforço por não defraudar e sei que nunca deixo defraudados os que esperam pelo que até posso dar, e que afinal até é tanto, mas tão natural, que serve sobretudo para me lembrar que já sei bem mais sobre o que terá que me acompanhar para que a solidão nunca me derrube.

6.3.21

Quem me segura agora?

março 06, 2021 0 Comments

Para quem me viro agora que o colo deixou de existir e a minha existência se resume a quem sou e de quem preciso de cuidar? Para onde dirijo o brilho que os meus olhos espelhavam quando era beijada com as certezas de que tudo ficaria bem, tal como eu mesma e que ficavam mesmo? Com quem falo quando falar, antes, era para quem me ouvia, não julgava e assegurava de que no dia seguinte tudo seria mais claro e menos doloroso? A quem faço as perguntas que eram respondidas com toda a verdade, mas que agora chegam como a chuva, a inundar tudo à sua volta, ou apenas a recordar-me de que existe, mas sem que saiba quando voltará? Quem me insufla a vontade de continuar, afastando o que me impede de querer atingir as estrelas, porque elas estão lá para mim? Que amor maior me inspira agora que nenhum amor me preenche o coração e me diminui as atitudes antes tão guerreiras? Onde está quem esteve no meu começo e me prometeu que estaria sempre? Quem me abraçará se sentir que não me basto e quem me afastará a mecha de cabelo teimosa que teimosamente me esconde a face cansada? Para onde corro se a vontade de chegar a algum lugar seguro, a casa, me invadir como invade o vazio que a alma tenta em vão preencher? Para onde me viro apenas para me sentir segura, sendo tão frágil quanto me permito e tão ávida do que ainda me falta saber, sobre mim, o que me espera, e quem eventualmente esperará por mim? Quem me escuda da tempestade e me aquece do frio que cresce na barriga, mas se alastra pelo corpo que mais ninguém toca? Quem me redirige quando o receio de perder é maior do que a certeza de que as perdas também trazem vitória? Quem já não está na vida que nunca julguei ter que viver sozinha, mas que tanta falta me faz? Quem me limpa as lágrimas que escorrem sem que as consiga controlar, porque fiquei, de repente, num acordar novo, sem qualquer base, sem chão e sem o meu pedaço de mundo? Para quem me viro agora que já não sei para onde estou virada?

Como são as nossas noites?

março 06, 2021 0 Comments



Às vezes acredito que a noite ainda nos vai "matar", porque é como se ela viesse potenciar a falta que sentimos um do outro, revelando, mesmo na escuridão, o quanto sinto medo de ter medo de ti, porque me forças a pensar no que escolhi arrumar e o quanto sou responsável pelo que passaste a esperar de mim.

A vida não tem apenas as cores base, ela carrega muitas outras que nunca serão vistas de igual forma por todos. O que vês como certo, definitivo, simples e natural, eu olho com desconfiança, dúvidas e muitos quês e porquês. Temos claramente vivências diferentes. Temos percursos que nos testaram, mais ou menos, mas que nos definiram as prioridades. Temos lugares dos quais abdicamos por escolha, ou dos quais nunca conseguiremos sair. Temos sem qualquer dúvida um amor infindável para partilhar, bastando-te apenas determinar o quando, mas já eu a pesar e a medir o como.

A noite não tem sido de todo fácil e por mais que nos forcemos também a pensar e a sentir de dia, ela entra à mesma hora para nos lembrar do que ainda há por decidir. "A noite é má conselheira" e é um facto que nunca tiramos dela nada que nos sirva para resistir aos dias, um após o outro. Já me sussurrou que posso desistir de ti, mas percebi que é falsa e te diz exatamente o contrário. Assim sendo, ou nos aliamos e a impedimos de entrar, ou acabaremos a acabar como ela a cada nascer de dia, restando depois muito pouco do que nos juntou para que se possa mesmo utilizar.

Será que só por hoje podemos fingir que a noite não existe, estendendo este dia?

5.3.21

Por vezes equacionamos tudo!

março 05, 2021 0 Comments



Por vezes não adianta saber tudo e dizer, "over and over again", que tinha razão, a maioria não quer mudar a postura, a rota, ou a forma como sempre deformam tudo, até o simples e certo. Por vezes sentimos que falamos para o vazio, porque termos que nos repetir não ajuda e apenas aumenta o círculo de desistentes. Por vezes também deveria saber bem aos céticos ouvirem e aceitarem o lado positivo da vida, porque ele existe e sabe-nos bem uma vez instalado.

Continuamos, muitos de nós, demasiados por sinal, a ver o lado inexistente do arco-íris e a verdade não deve impedir-nos de continuar a sonhar, imaginando que para lá dele está tudo pelo qual sempre esperámos. Ninguém nos garante certezas, não na vida adulta e não quando todas as decisões passam por nós, mas se nos permitirmos crescer emocionalmente e amadurecer enquanto o fazemos, todos os desafios, por mais desafiadores, servirão para nos melhorar como pessoas, melhorando a vida dos que passam, mesmo que não fiquem.

Por vezes os dias amanhecem diferentes, totalmente ao contrário do esperado, mas é expectável que seja assim mesmo, porque se nos conformarmos com o que já existe, nunca chegaremos a saber o que existiria se o permitíssemos. Por vezes temos APENAS que admitir que estávamos errados e deixar que tudo o resto continue, sem demasiados dramas, porque por vezes as segundas oportunidades não voltam.

4.3.21

Do que tenho medo afinal?

março 04, 2021 0 Comments



Estamos a escrever a declaração que certamente cada um desejará assinar por baixo, mas por agora e enquanto me analiso até à exaustão, sinto medo até de pensar alto. Sempre gostei de conduzir o meu destino, e mesmo que entenda que não controlo tudo, tenho encontrado forma de controlar a minha vontade de ter mais alguém para além de mim mesma.

Quem disse que amar era fácil? Quem se atreveu a achar que os recomeços são necessários e inevitáveis? Quem nos consegue certificar de que a decisão de estar sozinha não é a mais acertada?

Tenho uma vontade legítima de me sentir tocada para além do que já fazes, porque só me tocando assim, bem dentro do que já sou e tenho, poderias alguma vez semear-me as dúvidas que quase me matam. Sei que preciso de alguém como tu, forte, determinado e capaz de esperar que a minha espera termine, mas também sinto que uma vez iniciado o primeiro momento, aquele que se seguirá a todos quantos já fomos capazes de imaginar, nada mais nos fará parar.

Do que tenho medo então, se tudo parece estar na pessoa que a minha reconheceu? Isso mesmo, TUDO. A sensação de já não estar na frente do leme; A necessidade que surgiu, do nada, de ser olhada como mulher; Os momentos partilhados todo o dia e a todas as horas do dia; As respostas que preciso de dar porque os silêncios já não me pertencem; O teu respirar que se mistura no meu e nos acende a chama que alimentamos, tu com muita determinação e eu a recear que me queime no fogo que provoco...

Há tanto que te digo para te demover de esperares, mas a verdade é que se te perdesse agora, perderia a parte de mim que me recorda de que estou viva. Há muito em jogo, mas não estamos a jogar e por isso não queremos apostar a felicidade, porque não a conseguir seria deixar para depois o que já não voltaria a acontecer, a mim não certamente.

Estamos a escrever a declaração que nos reflete, mas ainda precisamos de saber se a assinaremos!

3.3.21

Uma coisa é saber, outra é provar que se sabe!

março 03, 2021 0 Comments



Uma coisa é escrevermos sobre nós, quando temos a pretensão de nos considerarmos escritores e outra, definitivamente oposta, é escrevermos sobre dores e traumas alheios, porque temos que ser capazes de sentir, bem dentro do que nos representa, o que representaria ser verdadeiramente magoado, usado, ou tão simplesmente ignorado.

Para alguns poderá parecer que apenas nos sentamos e debitamos umas quantas palavras, mas tudo o que se escreve vai muito para além do que se possa ler. É solitário o bastante para que nunca se saiba se chegará a alguém, mas tão libertador que fazê-lo fará correr tudo o resto. Quem sabe o poder que os sons carregam, nunca se subtrai a aprendizagem que envolve saber mais um pouco, mesmo que sobre outros, ouvindo e lendo mais ainda, e para que nos serviam de bitola para o que dizemos querer ser, ou para o que NUNCA seríamos.

Uma coisa é escrevermos sobre o amor, e outra diametralmente oposta, é fazê-lo sobre o desamor, a falta dele, ou o que nunca existiu na proporção do que sempre se deu. Quem não ama, não foi amado, ou simplesmente nunca se cruzou com quem lhe moveria os dias, dificilmente quer ler, ou ouvir falar de amores que funcionam tão bem que até a dor chega ao contrário (puro malabarismo literário). Mas existe sempre a possibilidade de usarem as palavras cheias de amores que resultam, para que desatem a querer igual, ou a não perder a esperança de que virá. Uma coisa é escrevermos sobre o que é bom e nos faz bem a todos, num consenso natural, outra é tentarmos que se veja para além do agora, ou que preste mais atenção ao que foi antes e não funcionou. Uma coisa é acharmos que o amor não nos faz falta e outra é reavivarmos o seu poder, deixando-nos ainda mais poderosos, porque a felicidade injeta-nos os poderes que mais nada consegue.

2.3.21

Como foi o teu primeiro beijo?

março 02, 2021 0 Comments



Vou-me lembrar sempre da forma como me beijaste pela primeira vez, quando ainda não sabíamos o poder que os beijos carregam. Estávamos no início dum amor tão inocente, mas a saber-nos a todas as certezas que certamente não voltaremos a ter. Vou-me lembrar sempre do apoio de todos os amigos que já desesperavam pela demora, mas a minha timidez e o teu medo de me afastares, afastou-nos até ao dia em que finalmente nos apaixonámos e trocámos o beijo que permanecerá para sempre, o primeiro, o certo e o único com o qual mais nenhum poderá competir.

Tanto que gostava de poder voltar ao tempo em que ter tempo era natural e o usávamos para abraçarmos o mundo que acabaríamos por descobrir, parte dele acompanhados pela nossa alegada metade, mas a outra apenas desejando que a espera acabe para podermos prosseguir. Os dias eram começados e terminados em função dos sonhos que não temíamos sonhar, não até que os desatassem a aprisionar, um após o outro, alegando que os pés teriam que estar sempre na terra, como se voar não fosse já um sonho possível.

Vou-me lembrar de quando olhar-te bastava e o fazíamos por tanto tempo que até nos esquecíamos de respirar. Vou-me lembrar de todas as promessas que nunca chegámos a verbalizar, mas que confirmávamos quando apertávamos a mão que a nossa segurava achando que seria para sempre. Vou-me lembrar pouco do que dissemos, mas jamais tirarei de mim o que sentíamos enquanto nos perguntávamos se todos sentiriam assim e se amar era o estado do eternamente possível e do verdadeiramente inquebrável. Vou-me lembrar de acreditar que o nosso amor nunca seria como o dos adultos, até porque eles nem pareciam alguma vez ter amado, até quando tudo era inevitavelmente possível. Vou-me lembrar sempre de ti como o amor que deu início a todos os outros, mas seguramente que nenhum alguma vez carregou a inocência e a ausência do medo que agora me está tão colado como uma segunda pele. Vou-me lembrar sempre do início de tudo.

1.3.21

Apareceste, e agora?

março 01, 2021 0 Comments



Apareceste e tudo o que dizia não querer, ou ser capaz de fazer, passou a ser colocado noutra perspetiva.

Quando deixamos de fazer planos que incluam os que poderão chegar numa segunda viagem, focamo-nos apenas no nosso destino e em tudo o que desejamos sozinhos. Quando o sol passa a ser nosso, da forma como o vemos e sentimos sem que sintamos mais nada por outro alguém, a alma carrega-se duma paz que nos entra dentro e depois, depois torna-se MESMO muito difícil partilhá-lo.

Apareceste e o que já era comigo, sem qualquer esforço e esforçando-me apenas em me manter no meu trilho, reavivou alguns medos antigos e retirou do armário todas as armas que já usei antes para me defender.

Quando o nosso corpo já não se recorda de ser tocado. Quando os nossos lábios anseiam por mais do que palavras e se imaginam, outra vez, a receber e a dar os beijos que os mantinham vivos. Quando acordar já não volta a ser igual e adormecer é mais doloroso pela companhia que se antecipa, mas ainda não se tem. Quando as inevitáveis avaliações e comparações se instalam, sabemos que a viagem recomeçou.

Apareceste sem que o tivesse pedido, mas de repente só peço que sejas um pouco mais do que afinal achei já não desejar.