Tudo o que nos magoar e mantivermos dentro trará, inevitavelmente, consequências nefastas, e por isso devemos falar, muito, mesmo que não se diga nada de jeito, que se esteja sempre a bater nos mesmo e que não se aceite o óbvio. Falar e falar, vomitando todas as dores e fazendo com não nos doam por dentro, porque aí sim podemos morrer mesmo. Se insistirmos na falta de palavras, se nos escudarmos em nós mesmos com receio de que nos julguem e apontem dedos, podemos acabar doentes, mesmo, no sentido literal da palavra,
- Não devias já ter ultrapassado isso? Perguntam os que nada entendem.
POIS, quem é que sabe e quem é que determina os timings? Nem mesmo nós querendo muito. Ultimamente falo com variadíssimas pessoas que sentem a necessidade de me contar do que padecem, pedindo ajuda, ou simplesmente tempo, compreensão e cuidado. Eu digo-lhes sempre que falem e que por favor, não se apaguem e que não se encostem a um canto à espera que passe. Devem manter as luzes todas acesas, aumentar os passeios ao sol, rir, dançar e passar tempo com quem vos respeita e sobretudo oiça. "Hoje tu, amanhã eu". A vida é isto, um ciclo, um dar de mãos nas horas certas, um olhar para quem poderá olhar para nós. A vida é nunca desistir de estar onde nos imaginamos, construindo pontes para além do sonho e aceitando os revezes, para poder recomeçar, quantas vezes a isso formos obrigados.
Vou "falando" aqui, como sei e posso, tentando que as palavras não sejam apenas as minhas. Que as dores se atenuem de cada vez que perceberem que poderemos estar a passar pelo mesmo, e que a cura existe. Temos apenas que saber admitir a doença.
Falem, não calem a alma e voltem a ser felizes, um pouquinho cada dia!
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