30.12.23

E se regressasses ao passado?

dezembro 30, 2023 0 Comments


Quem gostarias de reencontrar se te fosse dada a possibilidade de regressar ao passado? O que dirias e farias de diferente, se soubesses, então, como tudo terminou e no que se transformou o que agora é o teu presente? Quanto tempo devotarias à pessoa para quem escolherias voltar e quantas palavras te impedirias de deixar sair, sabendo já que apenas teremos o que dissermos, porque no final de cada fim já nada mais se poderá acrescentar?

Dizem que é perigoso mudar o passado e que é por esse motivo que estamos impedidos de o fazer, no entanto existem segundas chances, lugares e momentos que nos devolvem ao que fizemos de forma errada ou apressada, só temos que os saber agarrar!

Nos meus sonhos nada me impede de voltar até a ti. É em cada noite que te volto a beijar, sentindo os lábios com o mesmo calor e entrega. Tens o sabor que reconheceria em qualquer buraco temporal e o teu sorriso, meu Deus, o teu sorriso sabe de que forma iluminar o meu mundo. Nos meus sonhos sou tua outra vez, como não consegui antes, mas que duplico e multiplico pela vontade de te manter em mim pelo tempo que conseguir sonhar. Falamos dos dias que nos afastam um do outro, contando e recontando a forma como nos conhecemos. Nos meus sonhos somos os heróis sem medos e escolhemos o que antes nos afastou. Traçamos planos em comum e prometemo-nos o tempo que a nossa falta de tempo nos roubou. Nos meus sonhos sou verdadeiramente feliz, porque não preciso de me proteger e porque os teus abraços me certificam de que sempre o irás fazer. Temos alguns momentos de silêncio, aqueles em que as nossas bocas nos dizem mais do que alguma vez as palavras conseguiriam, mas nos meus sonhos só preciso de continuar a sonhar para que fiques.

Que pedaço de vida gostarias de reaver se pudesses regressar ao passado e quanto dele trarias para o presente, sabendo, agora, que ele mudaria para melhor o teu futuro?

29.12.23

Do que é que gostava?

dezembro 29, 2023 0 Comments



Gostava de poder conversar "contigo", como o faço comigo, sem barreiras, mágoas ou dores insuportáveis. Gostava de gostar de todos os nossos momentos, sem esforço, apenas usufruindo da mesma companhia que me devoto, porque comigo estou sempre. Gostava de ouvir, da tua boca, palavras sinceras e sábias, sabendo que me eram dirigidas e que tinham como única finalidade manter-me o coração preenchido. Gostava, muito, de que soubesses de que forma gostar de mim.

Tenho o que conquistei e o que ainda amealho para dias cinzentos, mas tenho-me sobretudo a mim, segura, consciente do que posso dar e do que terei que receber para que tudo se encaixe de forma suave e a fazer sentido. Tenho todo o amor que acumulei para usar com quem souber dividir o amor que me terá. Tenho sonhos dos quais não abdico e neles está sempre presente a pessoa que a minha reconhece e com a qual partilha o que vale a pena. Tenho tudo o que preciso para não precisar de "ti", mas gostava de te poder encontrar, sabendo, ao tocar-te, que me eras destinado. 

Gostava de não ter que explicar o que deveria ser subentendido. Gostava, verdadeiramente, de ter um lugar cativo na vida de quem entrasse na minha, porque o fará sempre pela porta principal. Gostava de não ser a repetição de movimentos, palavras e posturas, porque se não for diferente e melhor, apenas servirá para me consumir. Gostava, mas sei que ainda acontecerá, de poder dizer que cheguei e que esbarrei em quem foi capaz de chegar ao mesmo tempo e com a mesma intensidade. Gostava de saber ao que sabe ser verdadeiramente amada.

27.12.23

Mais um dia e menos outro...

dezembro 27, 2023 0 Comments


Quando a noite cai e percebo, sem qualquer surpresa, que continuo sozinha, mas sem me sentir só, decido aceitar que preciso de continuar a ser para eventualmente ter.

Aceito que tenho o que confunde algumas pessoas menos preparadas, mas não me desculpo por fazer o "trabalho" que me cabe. Entendo do que outros se sentem incapazes de entender e até que tento, de alguma forma, passar-lhes o que já sei, mas sou igualmente rápida a bater em retirada. 

Quando os dias amanhecem e percebo, porque olho bem para mim escutando-me no silêncio que me ofereço, que estou a anos luz dos que apenas deambulam por aqui, cheios de perguntas que não querem ver respondidas, mas que atiram aos outros sem nunca os conseguirem escutar, sorrio, nunca de forma triste, apenas conformada. Evoluir espiritualmete é um caminho longo e solitário. Amar sem condições fúteis, mas plena das exigências que me imponho, um objetivo concretizável. Ouvir, ver, ler e interpretar os que nunca parecem devotar qualquer tempo de qualidade, nem sequer a si mesmos, passou a ser um "emprego" a tempo inteiro, mas que tem sido um divisor de águas.

Aceito o que não posso mudar, mesmo que lute durante algum tempo, desenfreadamente, para não falhar, mas mudo TUDO o que jamais serei capaz de aceitar e é apenas assim que acordo e adormeço sendo eu mesma!

23.12.23

Quem sou e como sou?

dezembro 23, 2023 0 Comments




Sou todas as histórias nas quais participei ativamente, de forma fugidia, ou até com mais medos do que coragem. Sou melhor quando me foco nos objetivos, mas pioro a olhos vistos quando e de cada vez que me afasto do que sei ser certo. Sou tantas coisas a todas as horas, que por vezes acabo os dias com receio de ainda assim não ter sido o suficiente. Sou tão inexplicavelmente segura das minhas inseguranças que nunca permito que me impeçam de continuar, até quando o caminho é mais sinuoso. Sou menos sem o amor que escolho sentir e é por isso que decido que amar vai sempre valer a pena. 

Gosto de me conhecer melhor enquanto faço por me reconhecer em cada toque, ação ou movimento. Gosto de gostar de ti de forma genuina e de nunca gostar do que me vira o mundo ao contrário, o que acontece sempre que não te tenho. Gosto de perceber que te faço gostar por todas as emoções que te provoco. Gosto de sentir que sinto a mil à hora e que nunca me travo do que considero ser tão genuíno quanto é o que sinto por ti. Gosto de me sentir bem quando te faço bem. Gosto do sabor dos beijos que busco na tua boca e que até quando me roubam o ar nunca me impedem de respirar.

Sou quem ainda vai e vem numa tentativa constante de te conquistar, mas sabendo que sou muito mais do que a mulher que te escolheu amar. Sou esta que vais tendo e conhecendo, esperando vir a ser a que fará com que saibas amar.


20.12.23

Quem é que te levanta ou derruba?

dezembro 20, 2023 0 Comments



Quem é que pode desejar viver em modo "catástrofe" o tempo todo e todo o tempo útil duma relação? Quem poderá alguma vez escolher manter as janelas e as portas protegidas dum potencial "furacão", estando obvia e claramente preparado, mas sem nunca conseguir deixar entrar a luz? Quem é que pode aceitar que a segurança nunca seja um momento, mas apenas uma vontade?

Como é que se restaura a confiança em quem a arrancou, qual erva daninha, derramando-lhe tudo o que potencialmente destruirá o que até poderia nascer de forma bonita?

Os sinais estão sempre visíveis, até para os mais distraídos e mesmo que as emoções se interponham à razão, sabemos, de forma razoável e indiscutível, que quem não nos respeita, nunca saberá de que forma nos amar. Quem nos usa para poder subir uns quantos degraus na auto-estima quebrada, apenas nos quebrará a vontade de construir algo que permaneça. Quem nos retira da equação, enquanto adiciona outros, outras, muitos, mesmo que apenas mais um, dificilmente saberá como nos dedicar um lugar visível. Quem brinca com os sentimentos alheios, alheia-se da realidade e acredita, piamente, que só existe uma forma e formato. Quem nunca foi devidamente amado, provavelmente nunca saberá amar.

Quem é que pode escolher nunca ser escolhido?

19.12.23

O que tem sido mais difícil?

dezembro 19, 2023 0 Comments



O mais difícil é e será sempre começar!

Estou, a cada dia, mais consciente do que preciso de mudar em mim, para ser mais plena e menos séria, parando de cuidar de tudo como se de um assunto de Estado se tratasse. Sou um ser em constante evolução, mesmo que entre em conflito comigo e me tenha que forçar a reavaliar, escolhendo caminhos que serão seguramente mais pacíficos.

O mais difícil tem sido encaixar um modelo novo de amor, mas que a ser bem sucedido, revelará uma mulher mais preparada, desinibida e ligeira.

Agir por impulso quando sou impulsionada a questionar o que sempre considerei ser certo, tem-me fustigado qual chicotada física. Dizer o que carrego dentro, passando por ser a detentora da verdade, tem-me feito tolerar umas quantas mentiras mal camufladas, mas infligido dores que me vão transformando e nem sempre para melhor. Sentir menos parece ser do consenso geral e na verdade se generalizar, se me camuflar e misturar com o rebanho, conseguirei passar entre os pingos da chuva, ganhando bem mais no final. Pedir o que faz com os meus pedidos sejam naturais e simples, por ter aprendido a escolher a melhor paleta de cores, não me diminui, ao invés confere-me um poder que desconhecia e que na verdade todos temos, que é o de usar os outros para nosso benefício pessoal. É feio? Declaradamente sim, mas é, mais do que antes, um ritual de sobrevivência.

O mais difícil tem sido desistir do amor como o pareço ter fantasiado, porque a verdade é que nunca esbarrei em nenhum como tantas vezes escrevi e sonhei.

Estou, declarada e determinadamente, uma mulher diferente, mas sei que serei, pela primeira vez, a maior beneficiada.

18.12.23

Não, não quero...

dezembro 18, 2023 0 Comments


Não quero ser a única a derramar a cola que nos mantém juntos, porque preciso do que também tens para oferecer. Não quero ser apenas eu a querer-te, tanto, que quereres-me seja um exercício demasiado fácil. Não quero ser a parte difícil duma relação que nunca me facilitou a vida. Não quero cultivar mágoas que nos afastem para sempre. Não quero sentir que nunca me quererás o bastante para que repouse o coração e a alma. 

Não existe forma de te continuar a amar se não me amares de volta. Não há como sentir que há algo para permanecer, se nunca perceber do que aparentemente já teremos. Não tenho vontade de usar demasiado os "nãos" que nos escurecem os dias e mantêm em claro nas noites demasiado longas. Não quero precisar de outros abraços que não os teus, nem de beijos novos que me saibam aos sabores que já tinha desistido de procurar.

Estamos numa viagem que desejo sem fim anunciado, mesmo que ele já nos tenha ensombrado umas quantas vezes. Vejo-nos num caminho que pretendo suave, e mesmo que a vida nos atropele, espero que nunca sejamos, um para o outro, o lado sombrio da lua. Desejo que nos continuemos a desejar, alimentando bem mais do que o corpo, porque tudo o resto será um reflexo do que soubermos manter.

Não quero ser a que permanece à espera do que nunca deixa por dar, porque também eu consigo desistir de tanto esperar. Não quero continuar a saber o que significa não me conseguires querer.

17.12.23

Sabes que és bonita?

dezembro 17, 2023 0 Comments



Chamaste-me de bonita e ainda referiste que tenho um olhar penetrante. Elogiaste a minha voz, dizendo que te envolvia, tanto, que te sentias incapaz de dizer TUDO o que estavas a sentir. Tocaste-me o rosto de mansinho, sem me tentar beijar, mas preciso que saibas o quanto me senti beijada pela tua atenção e cuidado. Prometeste manter-te como precisasse, mas movimentando-te à velocidade que imprimisse, porque há muito me esperavas. Chamaste-me de bonita e não me soou a elogio barato.

- Estás danificada, ou dolorida para lá do reparável?

- Não, porque nunca permaneço demasiado tempo no que me rouba tempo.

Falaste sem reservas nem medos e em nenhum momento mediste ou pesaste o que dizias, seguramente que na ânsia de te passares como acreditas ser. Riste de forma desprendida e contagiaste-me pela aparente ausência de restrições. Soubeste como me receber, mas foste igualmente recebido como sei fazer. Abriste-te até te consegir ver a alma e mesmo que me tenha retraído, tomaste a dianteira sem esperar que te imitasse. Foste sendo e isso sentiu-se até quando te sentia as mãos firmes e fortes a segurarem as minhas, como que a impedir-me de desistir.

- Sabes que podes dizer tudo e que dificilmente me chocarás?

- Sei que eventualmente te ensombrarei com os muitos pensamentos a que me permito, mas percebo que já viveste umas quantas vidas para me aguentares.

Despedimo-nos a parecer um até já, porque foi rapidamente que viraste, acelerando na necessidade de me voltares a prometer, mas sem palavras, que estarias para ficar se te recebesse. Sentimo-nos sorrir no abraço que nos enlaçou a coragem de recomeçar e foi assim que nos vimos afastar, enquanto o sol nos brindava com uma nova esperança.

16.12.23

É demasiado tarde!

dezembro 16, 2023 0 Comments



Nunca é tarde, escolhemos dizer e acreditar, porque apenas assim manteremos, em aberto, a possibilidade de nos retratarmos, de mudarmos o que não cumprimos da forma certa, chegando até quem descurámos, mas...

Se ao menos tudo na vida pudesse ser linear, previsto e antecipado, quiçá as nossas escolhas não seriam mais acertadas. Se não esperássemos por segundas e terceiras chances, talvez conseguíssemos viver e vivenciar melhor a primeira que nos é oferecida.

Por vezes é tarde sim. Por vezes deixamos de ter a escolha de reincidir e de repetir o que acreditamos poder um dia mudar. Por vezes é tão tarde, que já nada nos resta sentir ou dizer sobre quem e o que nos magoou. É tarde para pedir desculpa, estou a ouvi-lo na música dos OneRepublic - "It´s too late to apologize". É tarde, mas mesmo que se diga que as desculpas se evitam, ao invés de se pedir, sabemos todos que se chegarem com sentimento verdadeiro, assumindo o que fizemos ou deixámos de fazer pelo outro, ainda poderá existir uma possibilidade. Mas será tarde quando nos escudarmos, repetidamente, no não erro, no deconhecimento, ou alheamento, porque nada nem ninguém entenderá que se magoe de forma repetida e descuidada. É tarde se julgarmos que continuaremos a ter o mesmo tempo de antena e palco. Será tarde quando relegarmos para segundo ou terceiro plano quem nos colocou no primeiro.

Há quanto tempo deixei de ser eu?

dezembro 16, 2023 0 Comments


Faz algum tempo que não sei quem sou, apenas eu, eu comigo. Faz tempo que os meus dias correm a correr, sem demasiados planos, não no que ao amor diz respeito. Faz tempo que sou quem não conheço ou sequer reconheço, talvez porque ande a sentir de forma solitária o que deveria ser a dois. Faz algum tempo, demasiado, que não saboreio lábios que me beijem a mim, apenas a mim, mas que percebo o quão pequeno tudo se torna.

NUNCA empurres o que consideras ser amor, porque dificilmente chegarás a algum lugar que te sirva. NUNCA peças pelo que te deverá ser dado sem condições e sem que te condicionem as crenças e o amor-próprio. NUNCA te foques apenas nos pequenos momentos bons, avalia e reavalia todos os que se tornaram tão maus que até a ti magoaste. NUNCA esperes pelo que a vida te recusou, uma e outra vez, achando que no dia seguinte poderia ser diferente. NUNCA ames sozinha, porque o teu amor NUNCA bastará.

Faz algum tempo que não danço à chuva de sorriso aberto, porque permiti que me fechassem tudo o que tenho de mais precioso, a alma pura, amor a baldes e risos que ecoam até dentro de quem os escuta. Faz tempo que o tempo deixou de correr a meu favor no campo amoroso, apenas por ter escolhido a pessoa errada. faz tempo que ser a pessoa errada de alguém me danificou, TANTO, que precisei de sair de mim para regressar EU outra vez. Mas faz tempo, pouco, mas seguro, que entendi que sozinha sou bem mais útil, sobretudo a mim. 

15.12.23

Nunca existiram príncipes!

dezembro 15, 2023 0 Comments


Se até o príncipe da Cinderela mandou o empregado para se certificar da autenticidade da "sua amada", o que esperar de todos os outros "príncipes"?

Ninguém parece querer mexer-se o bastante para que as ações pequenas bastem, porque a soma será sempre de todas as frações. Dá-se, como se de uma esmola se tratasse, o que deveria ser naturalmente oferecido e admirado. Pede-se em demasia e espera-se pelo que se é incapaz de fazer. Compara-se situações passadas e pessoas que passaram, muito provavelmente da pior maneira, desprimorando as que se atrevem a chegar. 

Sou uma mulher feliz por ter vivido amores grandes nos momentos certos. Sou ainda mais consciente do que o amor significa e é por esse motivo que sei nunca mais o ter voltado a sentir. Sou demasiado exigente, primeiro comigo, mas é exatamente assim que pretendo ser com os outros, porque ou estão inteiros, ou apenas restarão uns quantos pedaços, até que se esfumem por completo.

Já ninguém faz planos. Agora, no novo modelo de amor mal articulado, articulam-se umas quantas palavras vãs, para complementar, de alguma forma, a necessidade sôfrega de toque e de olhares que nada carregam. Já ninguém sabe porque motivo quer alguém. Está-se e permanece-se até à lua seguinte, ansiando demasiado por ela, mas sem saborear a que está. Já ninguém diz a verdade e a ser verdadeiramente realista, se o fizessem afungentar-se-iam até a si próprios. Mente-se, esconde-se e espera-se, na penumbra, pela verdade escancarada do outro. Já ninguém se alimenta do amor, talvez porque nas veias apenas corram mágoas irreparáveis. Já ninguém quer saber de ninguém! 

14.12.23

O poder da decisão!

dezembro 14, 2023 0 Comments



NADA consegue mais libertador do que decidir, sobretudo se for em nosso benefício!

Seguramente que na maioria das vezes, decidir, será usar de uns quantos NÃOS que deverão ser redondos e seguros. Decidir que já não temos mais tempo, disposição ou sequer abertura para sermos os que acreditam, aceitam e desvalorizam os que nos vão desvalorizando, é mais restaurador do que a pílula, ainda por inventar, da eterna juventude. Decidir que nos queremos manter saudáveis e sãos, afasta-nos dos que apenas ocupam espaço e nos retiram os sonos reparadores. Decidir que iremos apenas sorrir para quem nos fizer acreditar na grandiosidade da alma, relega, automaticamente, para segundo plano, os que nunca deveriam ter sido convidados a entrar pela porta principal. Decidir que as nossas palavras são demasiado importantes para serem gastas ou usadas com quem não lhes dá uso adequado, impede-nos de as usarmos em demasia. Decidir que é possível dividir a nossa sabedoria, mas apenas com quem estiver disposto a aprender, demite-nos da "obrigação" de ensinar todos os outros. Decidir que também queremos e precisamos de ser agradados e olhados com a devida atenção, permite-nos agradar e olhar apenas para quem merece. Decidir ouvir todas as canções que nos tocam e fazem mover, afasta as músicas sem melodias que nos assentem. Decidir que o nosso corpo é um templo, iimpede-nos de o oferecer a quem não o saiba respeitar.

Ninguém poderá, com a devida justiça, explicar o alívio que se sente quando decidimos ser a nossa pessoa mais importante, porque apenas aí saberemos tratar os restantes mortais com a importância que lhes cabe. 

NADA nos empodera mais do que um NÃO sem remorsos!

13.12.23

O que queres de ti e dos outros, sabes?

dezembro 13, 2023 0 Comments



Do que é que estàs à espera, numa relação, quando não esperas nada?

Quem entra trás histórias que nem sempre se encaixam nas nossas. Quem chega, de forma intencional ou não, fá-lo porque precisa de algo, que até pode ser apenas o nada que uma noite carrega, carregando a ligeireza e o descompromisso. Quem nos escolhe, até quando não parece escolher ninguém, não de forma emocional, seguramente que sabe ao que vem, ou deveria, porque as relações não são controláveis, até para os que creem no inverso.

Temos modelos definidos, desejos ocultos, alguns impronunciáveis e vontades que nos deixam com uma enorme vontade de começar ou recomeçar com quem se nos entre pele dentro. Temos tempos que por vezes colidem, mas tendemos a relativizar o que não explicamos, resvalando no risco que sempre corremos quando apenas corremos na direção de alguém. Temos passes e impasses que nos misturam com a multidão, ou que nos mostram o quão afastados estamos de todos os outros, os que proliferam nas relações sem relacionamento e no não-compromisso, para que se avolumem os que sofrem de síndromes irrepetíveis e que apenas aumentam o número de infelizes de serviço. Temos cada vez menos para dar, até quando damos mais corpo e entregamos a alma por tão pouco.

Do que é que estás à espera quando não esperas pelo único sentimento que te poderia salvar os dias?

12.12.23

O que é que substitui a paz?

dezembro 12, 2023 0 Comments



NADA substitui a paz, porque quando o nosso coração está em paz as decisões são sempre sábias e todos os movimentos passam a ser calculados em função do que pretendemos manter. Quando já provámos do doce sabor da paz que nos invade até quando e enquanto não nos sentimos completos, os planos e os sonhos têm um propósito definido e maior.

O que nos faz bem é certo. O que nos deixa mal, com dúvidas e rodeados de incertezas, está inequivocamente errado e é então que erradamente assumimos poder mudá-lo, porque as pessoas com as quais esbarramos trazem-nos lições inestimáveis e forçam-nos a ações nem sempre confortáveis, mas que deverão ser tomadas, sob risco de nos deixamos a viver no limbo. Os amores, até os fortes e avassaladores, apenas chegarão para que entendamos quem ainda nos faltava amar e seguramente que era a nós. 

Nada, mas mesmo nada, merece ser forçado a encaixar no que não se encaixa. As razões que levam alguns a ser e a fazer o que nos magoa, devem ser entendidas, aceites e libertas, porque o Universo saberá o que fazer de cada desinteresse, de todos os olhares de soslaio e das palavras sem sentimento. Nada, nem ninguém, alguma vez poderá merecer que apenas nos restem migalhas e um coração partido em mil pedaços. Nada substituirá a paz de sabermos exatamente quem somos e o que temos para doar, sem segundas intenções, ou propósitos obscuros. Nada me retirará a paz que armazenei para quando precisar verdadeiramente de me agigantar perante a minha finitude, até lá, serei tão serena quanto determinada a que não me roubem a paz de que sou feita.

11.12.23

Fobias, quem tem?

dezembro 11, 2023 0 Comments


Fobia do comprometimento e envolvimento emocional. Medos irracionais de escolher a racionalidade do amor, porque na verdade é um sentimento universal e supostamente espontâneo. Fobia do certo, do pré-determinado e do que saudavelmente entendemos querer, querendo de volta quem nos escolheu. Fobias que nos afastam dos outros, ou que os enganam e manipulam.

Ninguém disse que os recomeços seriam fáceis de encaixar nos dias que já nos correm como corremos. Não nos foram dadas fórmulas facilitadoras de inclusão do outro no nosso lugar emocional, mas temos, seguramente, bom senso e habilidades que nos habilitam a respeitar quem se deixa prender pela seta que lançámos. Andar por aqui sendo mais do que um, partilhando o que de forma egoísta desejamos apenas nosso, nem que seja o tempo, ativa alguns gatilhos obscuros e limita quem já de si se sente limitado para o amor.

Fobia do comprometimento porque estamos a reinar no reino dos ficantes, dos que vão estando enquanto lhes servir, mas sem que nenhum propósito seja verdadeiramente servido. Medo de apenas ter medo, mas de ir assim mesmo, acreditando que se esbarrará em alguém com igual vontade e empenho. Fobias que fazem de nós menos pessoas e que nos arrastam para um mundo onde cada vez mais se arrastam, igual cobras, com sangue frio e incapazes de se aquecerem por um dia que seja. Fobia do amor, porque já ninguém parece saber de que forma simplesmente amar.

Sei, sim sei!

dezembro 11, 2023 0 Comments


Resolvermo-nos interiormente tem porras. Sabermos porque motivo agimos duma forma e não de outra diametralmente oposta, um trabalho constante. Entendermos que nem sempre estaremos à altura de nos sorrirmos, uma necessidade que deveremos ir testando. Conseguirmos sobreviver aos tumultos, para ter e saber de que forma regressar ao que nos sossega, um objetivo atingível, mas pleno de altos e baixos.

Sei que sozinha sou menos e mais frágil, mas aceitá-lo enquanto aceito as minhas limitações e medos, tem-se revelado um processo moroso, mas bem sucedido. Sei que já sei muito mais de mim, mas continuo, "faminta" e insaciavelmente à busca de cada porquê. Sei que as minhas imperfeições não me tornam irremediavelmente imperfeita, mas que me condicionam, sobretudo quando espero, sem qualquer prova documental, que os outros ainda tenham como chegar tão longe e tão alto, facilitando-me a viagem. Sei que amo demasiado e de forma tão intensa, que colido com os que amam na opção morno, ou quase frio. Sei que um dia deixarei para trás as perguntas de todos os dias, mas até lá continuarei a querer até o que me dizem ser inatingível.

7.12.23

Somos as inevitáveis vítimas!

dezembro 07, 2023 0 Comments



Somos vítimas, alguns de nós, dos bloqueios familiares, sociais e obviamente dos nossos. Somos a vontade de pertencer, mesmo que nunca cheguemos a saber quem somos sem as máscaras e porque motivo nos mascaramos para SEMPRE. Somos os mesmos lugares que outros percorrem e procuramos a experiências que uns quantos tiveram e nos passaram, de forma inexata, porque nem eles as souberam saborear. Somos apenas uma fração do que poderíamos na realidade ser, se desbloqueássemos o que nos aprisiona e envolve em algemas bem visíveis, até porque hoje vivemos mais "em cima" uns dos outros, sabendo o que cada um faz, deseja fazer e ou nunca conseguirá fazer, porque a ação obriga a uma coragem que NÃO parecemos ter. Somos TÃO pouco perante a imensidão do mundo, das oportunidades e das possibilidades que arremessamos para bem longe, por medo de arriscarmos sentir a verdadeira felicidade.

Estou claramente noutro patamar, mas não me refreio, não respondo ao que nem sabem perguntar e não me envolvo do que aos outros soa a certo ou a seguro. Sou tão diferente quanto o que fiz por entender de mim, do que faço aqui e do que ainda me falta conquistar. Sou a versão que melhoro a cada dia, mesmo com avanços e recuos, porque a reconstrução sob construções frágeis necessita de muito mais tempo. Estou claramente segura do caminho que faço, percebendo e aceitando que por ele passarão uns quantos apenas para me testar e outros tantos para me ensinar.

Somos vítimas do que tomamos por inevitável e inevitavelmente acabaremos mais sós, pobres de lugares interiores e incapazes de resistir às inúmeras provações, porque elas virão. Somos vítimas do que nos parece mais fácil, mas um dia, quando pouco nos restar fazer, iremos perceber o quão difícil foi não ser, não sentir, não cuidar e não amar devidamente.

5.12.23

Mete-te em apuros!

dezembro 05, 2023 0 Comments



Mete-te em apuros. Faz coisas erradas que te saibam a certas. Sê diferente de ti mesma, mas com prazer e vontade de viver em cheio. Mete-te em apuros no amor e ama desalmadamente, mesmo que não te amem de volta. Procura pelo que te acrescenta mais sorrisos e sorri sem medos nem culpas, até das tuas inabilidades. Mete-te em apuros, por vezes, um cento de vezes, mas sabendo que saberás um pouco mais sobre ti no final.

Os arrependimentos, um dia, serão apenas isso, sem qualquer possibilidade de recuos, ou de regressos a passados nos quais poderias ter sido mais, tudo, tu e outra qualquer, juntas e misturadas para que fossem tão grandes quanto te sentes. Os sonhos que não viveres serão apenas isso, momentos desperdiçados pelo medo de caminhos que seguramente pisarias, não com certezas e planos, mas com os pés na terra molhada e nas ervas que crescem sem que alguém as possa impedir, teimosas, mas plenas de cores e cheiros que se entranham e permanecem até à estação seguinte. Os olhares, para quem te olha de volta e fala do que gostas de ouvir, até quando não usam as mesmas palavras que reconheces, deveriam servir para te libertar dessa prisão comportamental, da postura séria, segura e NUNCA desviante, mesmo que te apeteça desviar 360 graus e ser a que carregas dentro e fazes por esconder dos outros. Os amores sem dores e os que te doerão sempre, valerão a pena, cada um e por cada sentimento que te arrancarem, recordando-te do quão viva permaneces.

Mete-te em apuros, uma vez que seja e sê, sem culpas, ESTUPIDAMENTE FELIZ!

1.12.23

Se te magoa está errado!

dezembro 01, 2023 0 Comments



Se te magoa está errado. Se até os pelos se eriçam perante tanta dúvida e medos que se avolumam, está errado. Se os sabores que reténs na boca são mais amargos dos que desaparecem, rapidamente, porque rápido é o que não nos sustenta e segura, está errado. Se o teu corpo pede pelo corpo que apenas usa o teu, dando-te um prazer que está longe de ser real, porque em cada êxtase permaneces ainda mais vazia, está errado. Se nunca tens um lugar, nem sequer no coração que o arrebatou, está errado. Se as histórias que continuas a escrever têm apenas uma personagem, a tua, então é porque estás tão sozinha quanto começaste, mesmo achando que poderias mudar algumas vírgulas, por isso está errado. Se te sussurram ao ouvido as mesmas palavras que vão servindo a outras, sem qualquer esforço ou cuidado para que sejam únicas, está errado. Se os músculos te doem após o que passa a parecer uma corrida íngreme e sem fim, até quando estás abraçada a quem apenas tem um lugar temporário, por excessiva ocupação, está inequivocamente errado. Se acordas e adormeces a saber o quão longe tudo está de alguma vez ser certo, estão estás tão errada que dificilmente saberás de que forma acertar o que te restou.


26.11.23

Gostava de saber quem és!

novembro 26, 2023 0 Comments



Gostava de saber, ou de ter sabido antes, que não seria a pessoa certa para quem julgava poder acertar comigo. Precisava, lá atrás, de ter entendido que nem sempre carregamos o que o outro precisa, sobretudo quando nem ele sabe do que precisa verdadeiramente, mas faltava-me coragem para aceitar que estava a ver exatamente tudo para o qual olhava e que jamais poderia ser vista por mim. Gostava de me ter dado menos, mas hoje não seria tão forte e determinada.

Ser ligeiro, sem demasiados planos ou a planear apenas o que chegar, torna as pessoas menos exigentes, mais planas e nada dadas a confrontos pessoais, até porque nem se conhecem o suficiente para o fazer. Ser dos que apenas habitam o planeta, correndo se todos correm, ou andando por onde é recomendado, deve ser tão tranquilo e seguro, que nada fará com que arrisquem querer, pensar e ser, apenas porque sim. Ser igual a todos, mas almejando a diferença, não é algo que se conquiste do nada e é por isso que muitos nada desejam a não ser ter, para que não lhes seja exigido ser. Ser pequeno quando o mundo é tão grande e, radiante e pleno de tudo o que imaginamos ou sonhamos, só poderá ser entendido e aceite por quem aceitar o que chegar, não importa o quê.

Gostava de saber ao que sabe um amor sem esforço, sem planos que me arremessassem qualquer possível plano para bem longe e sem desculpas que me retirassem a responsabilidade de apenas ser feliz. Gostava de um dia poder apenas gostar de quem já gostasse de mim, assim, de forma simples e sem que precisasse de o pedir. Gostava de "te" já ter aqui, quem quer que soubesses e fosses capaz de ser.

24.11.23

Já alguma vez te amaram como amas?

novembro 24, 2023 0 Comments


Já alguma vez quiseste alguém mais do que a ti mesma, mas apenas para perceber que nunca serias tão importante quanto a importância que davas? Já alguma vez sentiste que mesmo dizendo tudo, jamais ouvirias o que te mudaria os dias? Já alguma vez tiveste a certeza de que encontraras quem te manteria o coração no lugar certo, mas sem que pudesses aquecer o coração que o teu escolhera? Já alguma vez choraste tanto que te sentiste secar por dentro?

O amor não contempla dúvidas prolongadas, nem tentativas repetidas até à exaustão. Ter o coração ocupado com quem nos remove a paz e gela as extremidades, não justifica o que possamos sentir, até porque nunca o poderemos fazer sozinhos. O amor chega quando bem entende e por vezes só entendemos, mais tarde, o motivo pelo qual nos reaqueceu cada membro entorpecido. O amor que sei poder dar nunca me foi dado da mesma forma, não ainda e seguramente que não enquanto continuar a escolher quem não me escolheu. O amor, esse estágio compreensivelmente sonhado, apenas toca uns quantos, e desejá-lo com todas as forças que sei ter, jamais me fará chegar como sou na verdade, não para quem me inundar de mentiras.

Já alguma vez sonhaste com um fim anunciado, acordando com a sensação de que tua luta inglória terminara?

20.11.23

O que foi que me ensinaram?

novembro 20, 2023 0 Comments



Ensinaram-me, talvez não por palavras, que poderia ser tudo, sendo mulher. Mostraram-me o mundo onde não gostaria de viver se fosse apenas mais uma e por isso mudei-o, mudando-me. Provavelmente não o soube de imediato, mas hoje, muitas décadas depois, percebi que todas as outras foram sendo apenas ensaios para aquilo em que me tornaria. 

Viver como era expectável, mas sendo criativa, diferente e cheia de lugares que não poderia mencionar, sob perigo de parecer louca ou desfasada, tornou-se um objetivo, mas igualmente um desafio. Viver de forma intensa, mas apenas por dentro, porque o exterior roubava-me as cores, os sonhos e as habilidades, capacitou-me para o que experiencio ainda hoje. Viver sendo apenas eu, para mim, mas outra para os que precisam de me catalogar para entender, permitiu-me lugares seguros e que domino inteiramente.

Ensinaram-me a recusar o que aparentemente será natural, ou comum, porque nunca me consegui identificar com a pequenez, a falsidade e os automatismos, sendo apenas porque todos o eram. Mostraram-me igualdades tão diferentes das minhas, que passei a ser apenas da minha maneira, mesmo que choque ou perturbe. Tentaram, sem efeito, que seguisse o rebanho e não elevasse demasiado a voz, não fosse ser realmente ouvida, e passei apenas a dizer e a fazer o que me permite sossegar sempre que me avalio e olhem que o faço diariamente.

Ser eu, enquanto me recuso apenas a sê-lo, sem conteúdo ou referências que me diferenciem, continua a dar-me imenso trabalho, afastando os que não sabem de que forma saber quem sou realmente, mas é apenas assim que andar por aqui me faz sentido. Ser eu é naturalmente solitário, até quando finjo estar onde estão uns quantos. Mas ser eu  restaura-me todos os sorrisos, mesmo aqueles que ninguém vê.

19.11.23

O que tenho da vida?

novembro 19, 2023 0 Comments


Tenho a cada dia menos medos e sou, a cada dia, menos avessa a ser apenas eu. Tenho um olhar peculiar a respeito de mim e de tudo o resto, mas deixei de me catalogar, aceitando que é na diferença que me permito mais e melhor. Tenho objetivos claros acerca do que faço por aqui e passei a fazer apenas o que tiver sentido e me permitir sentir-me em cada movimento. 

A vida tem sons perfeitos e se os soubermos ouvir, vamos seguramente encurtar passadas desnecessárias. A vida é um constante subir e descer, para que possamos ver melhor e mais longe. A vida é o aqui e agora, com quem estiver e com todos quantos possam verdadeiramente ficar enquanto estiverem. A vida são escolhas conscientes ou arrojadas, até quando sabemos pouco sobre o resultado final, mas antecipando-o.

Tenho a cada dia mais certezas quanto ao que preciso, para ir precisando de muito pouco, a não ser de verdade, de amores que me curem do que não sei curar sozinha e de sorrisos que me saiam bem de dentro, assegurando-me da pessoa que sei ter-me tornado. Tenho, a cada dia, mais vontade de fazer apenas o que me deixar capaz de ainda mais vontade de viver assim, ao meu ritmo.

16.11.23

O que é que não tenho se não te tiver?

novembro 16, 2023 0 Comments



O que é que não tenho se não te tiver? Não tenho dores de alma, amargos de boca ou sequer dúvidas que me assolam quando tento ser algo ou alguém. Não tenho nada que me deixe a sentir pequena, insuficiente ou pior ainda, igual a todas as outras. Não me tenho cheia de incertezas e seguramente que não tenho olhares que nunca me olham. O que é que me falta se me faltares? NADA, porque já tinha TUDO quando os nossos destinos esbarraram apenas para interromper o meu. O que é que sinto quando não te estou a sentir? Paz e sorrisos reais e simples. Sinto a terra molhada debaixo dos pés descalços e o calor que me banha os cabelos que afago sozinha, mas inteira. O que é que sonho, ou com quem, se não fizeres parte dos meus sonhos? Sonho comigo feliz, quieta, mas tão acelerada, que até a sonhar sou bem mais completa. O que faço dos meus dias se não fizeres parte deles? O que sei e consigo, porque faço sempre muito e tudo por mim para que um dia faça algo por alguém que me mereça.

O que é que não tenho se não tiver? Não tenho a imperfeição das palavras que usavas sem me incluir, mas que atiravas para me iludir. Não tenho a confusão que me tolhe os movimentos, nem a ilusão de poder ser alguém para ti. Não tenho medo do futuro, porque cuidei o bastante do meu passado para aceitar que já não faças parte do meu presente.

15.11.23

Não sou igual a ninguém!

novembro 15, 2023 0 Comments



Não sou igual a ninguém. Não desejo o mesmo, nem me importo com o que entendem ser desejável. Não olho para ser olhada e vejo sempre para lá do que mostram, mesmo que isso me deixe ainda mais sozinha e desigual. Não procuro para que me possam encontrar e não digo o que desejam ouvir, talvez porque ainda não tenham ouvido o que na verdade importaria e mudaria tudo. Não me dou para que me reconheçam o que me é natural e sou, a cada dia, naturalmente mais reservada. Não sou igual a ninguém, porque não imito, apenas sinto, sentindo-me.

Estou sozinha por escolha e cedo aprendi a escolher o que me reflete e cura dos males do mundo, porque parecem ser muitos e disparados de todas as direções. Estou mais no meu canto e lugar, sabendo que ele será onde eu for e me puder rever. Estou a esforçar-me por tolerar os que me amargam a boca, porque a verdade é que até esses me melhoram. Estou e estarei sempre aberta ao amor que multiplico até para os que o fizeram diminuir, porque acredito que os semelhantes se encontram, descruzando as linhas que uns quantos ataram sob si mesmos. Estou mais sábia, segura e determinada a manter a determinação que me eleva e permite chegar a qualquer lugar novo e real.

Não sou igual a ninguém e não me esforço por caber onde outros se encolhem, esmagam e mascaram com medo de não pertencer. Não me volto para que reconheçam, ao invés sigo, em frente, sabendo que um dia "estarás" do outro lado à minha espera. Não sou igual a ninguém, mas não desisto de esperar por quem se me assemelhe.

11.11.23

E se morresse hoje?

novembro 11, 2023 2 Comments


Se morresse hoje, o que te faltaria, ou que partes de mim levarias para o tempo que o meu teria visto interrompido?

Do lado de lá, na dimensão da qual nenhum voltaria a ser ou a sentir, estou segura de que te veria e manteria onde ainda permaneces. Saber do que sei, porque cedo me fez sentido, assegura-me de que não terei do que reclamar por te ter escolhido. Mas entender e aceitar que pouco está nas minhas mãos no que te toca a ti, já me tocou tão dentro, que aprendi a deixar seguir, seguindo na viagem que me confiara antes.

E se morresse hoje, não por ter partido, mas por me teres partido em pedaços, quem continuarias a ser e o que conseguirias ver, se eventualmente soubesses para onde olhar?

Aqui, onde me encontro, neste lugar que me ofereci, acreditando que me saberia honrar, a liberdade insufla-me de forma determinada o corpo e a alma. Aqui e no agora, estou a aprender a soltar o controlo que erradamente acreditava ter, permitindo-me a espera que vai deixando de me desesperar. Aqui e em cada momento novo, renovo os votos de todo o crescimento que ainda me falta somar. Aqui e pelo tempo que parei de me recriminar por não te ter sabido conquistar, sinto que conquistei o direito de me continuar a respeitar. 

Se morresse hoje, já não terias como saber ao que sabe um amor com o qual apenas escolhemos amar.

9.11.23

Vi-te, mas já não foi igual!

novembro 09, 2023 0 Comments



Vi-te, mas não foi igual. Senti-te, mas o meu corpo não reagiu da mesma forma. Olhei-te, mas não pousei os olhos como antes. Vi-te, mas tudo o que foste antes deixou-me sem vontade de continuar a querer.

Os teus abraços envolviam-me, antes, numa sensação de afago, de cuidado e de emoções partilhadas, acreditava eu, porque assim o escolhera, mas agora não anseio por nenhum, até porque já não seria devidamente abraçada. Os teus beijos enchiam-me a boca do que era para ti, mas apenas para me deixarem vazia do que tinhas disponível e foi sempre tão pouco. Os teus tempos não corriam em direção aos meus e por isso vivíamos num constante descompasso que nos afastava bem mais do que unia. Os teus desejos encaixavam-se num formato diferente de mulher e foi assim que nunca me encaixei.

Vi-te, mas já não foi igual, talvez porque tenhas deixado de ter um lugar cativo num qualquer canto do meu coração cansado. Vi-te, mas apenas para perceber que nunca te tinha visto verdadeiramente e que na verdade tens muito pouco do que me sobra. Vi-te e o vazio invadiu cada veia, bombeando o sangue ao contrário. Vi-te, talvez pela primeira vez e não tive como explicar o que tanto me fizera querer-te. Vi-te de perto, mas já estavas irremediavelmente longe.

7.11.23

Sabes do que gosto no amor?

novembro 07, 2023 0 Comments


Gosto das certezas que um amor novo me passa. Gosto de gostar sem demasiadas perguntas, mas esperando que as respostas surjam. Gosto dos silêncios que dizem muito e gosto das palavras cheias de verdade e sentimento. Gosto de querer sentindo que me querem de volta, porque gosto do prazer e da adrenalina que me circula nas veias quando me permitem um lugar. Gosto que o depois seja apenas o seguimento do agora a dois, e gosto de acordar sabendo quem me segurou na noite, nos sonhos e nos braços. Gosto da paz que me insufla quem me ama, porque gosto de amar com serenidade. Gosto de saber quem me toca o corpo pronto e gosto de quem me enche a boca com beijos que sabem ao sabor que passo. 

Gosto das certezas que só um amor real passa e deixei de gostar de amores que fingem amar, porque são esses que me matam devagar.

5.11.23

Sonhos que apenas o serão!

novembro 05, 2023 0 Comments


Existem sonhos que nunca serão mais do que isso mesmo. Existem momentos que não conseguimos ver replicados, mesmo que nos doemos por inteiro. Existem passados que marcam presentes futuros e existem dores que jamais nos sairão do coração e da alma. Existem amores que serão eternos sonhos.

Nunca beijes a mesma boca que te enche de palavras sem sentimento, por achares que os teus bastarão. Não te permitas envolver com quem nunca se envolve, não como fazem os que apenas querem amar enquanto vivem. Nunca repitas os mesmos erros se já os identificaste e não te desculpes por insistires no que te deixa vazia de ti. Não esperes pelo que não te sabem dar e não dês esperando e esperando até que a espera te mate. Nunca entregues o que não terás forma de receber e sobretudo não te mintas, não tu, nunca tu.

Existem sonhos que apenas servirão para sonhar, por isso aprende a distingui-los da realidade!

30.10.23

Hoje tive-te mesmo?

outubro 30, 2023 0 Comments



Tive-te de forma diferente e por isso acabaste a ter-me como talvez tenhas esperado sempre. Senti-te, mais uma vez, a parecer que será desta que te voltarás para o lado onde me encontro, escolhendo-me e não apenas porque te escolhi. Tive-te com um sabor que me ampliou o amor e amei-te de forma ainda mais intensa, acreditando que intensifiquei o que construímos. Tive-te sem reservas e reservando-me o direito de te dar tudo o que amealhava, acreditando sempre que o virias a querer.

O amor não escolhe a quem escolher, apenas determina o que aparentemente fará mais sentido, mesmo que nos sintamos, por vezes, deslocados, incapazes e imbecis por tanto esperar pelo que eventualmente terá por chegar. O amor é um acumular de sentimentos que arremessamos na esperança de que nos seja devolvido. O amor, esse estado de graça, muitas vezes nada engraçado, revolve-nos as entranhas quando não somos amados, mas deixa-nos com a sensação mais inebriante quando o conquistamos. O amor que te tenho cresceu até na penumbra, mas a luz instalou-se, forte, determinada e a iluminar tudo à sua volta. O amor que agora me tens, tem-me mantido mais serena e confiante no percurso que continua a ser no imediato, porque apenas nos resta viver o presente que o passado adiou, mas que o futuro se encarregará de manter ou fazer esquecer.

Tive-te com TUDO o que sempre achei que representavas e isso refletiu-se no que nos demos, porque já o aprendemos a fazer. E Tive-te, finalmente!

28.10.23

Será que me ouves?

outubro 28, 2023 0 Comments



O que é que ouves quando não falo? O que entendes do que nem eu pareço conseguir entender, sobretudo por me fustigar, apenas para que te mantenhas firme no propósito de te manteres? O que esperas do tempo que tem corrido à velocidade do som, para que a espera termine, a tua porque me desejas curada e a minha porque anseio por uma cura milagrosa?

De cada vez que magoamos, porque escolhemos ignorar ou porque fomos escolhendo quando olhar, deixamos marcas que nos estreitam as possibilidades de viver e conviver com serenidade, e é nesse turbilhão de emoções que nos afastamos do amor e de tudo o que carrega. Sempre que adiamos o propósito de incluir quem já nos escolheu, por nos ter reconhecido, afastamo-nos dos toques, das palavras simples, mas intensas e das certezas que o outro nos merecia. 

O que sonhas e com quem, para que o acordar valha mesmo a pena? Que planos já te permites, mesmo que planear amorosamente seja um luxo ao alcance de poucos? Quanto vale a tua determinação em amar da mesma forma que és amado, partindo do princípio que já sabes que o mundo vai continuar a girar à mesma velocidade, quer estejas ou não preparado?

Será que me ouves quando não falo?

21.10.23

Do que se alimenta o amor?

outubro 21, 2023 0 Comments


Nenhum amor resiste à falta de amor de quem se ama. Nenhum sentimento bastará se estiver instalada a indiferença e o desapego que um olhar que não olha, provoca. Nenhum desamor poderá alguma vez carregar sabores que valham a pena manter, sobretudo quando nos mantêm reféns do que não existe. Nenhum lugar será nosso se ainda não nos tivermos, sabendo quem somos e o que esperamos do que nos espera, mesmo que nunca pareça chegar ou acontecer no momento certo.

Do que se alimenta o amor?

De verdades que até poderão ser dolorosas, mas que nos afastarão dos eternos faz de conta. Da entrega sincera e do tempo que oferecemos para que nos devolvam ainda mais tempo. Das conversas genuínas entre dois interlocutores empenhados. De carinhos que se prolongam para lá do toque e dos sonhos que não receamos partilhar. Do respeito e da amizade pura e inequívoca. De tudo o que nos acrescenta mais do que rouba e do único roubar permitido que tem o formato dos beijos.

Nenhum amor resiste a conflitos internos que carecem de nome por falta de avaliação e nenhum amor alguma vez poderá ter esse nome se apenas o parecer, sem que jamais o consiga ser.


14.10.23

Tudo o que te dou!

outubro 14, 2023 0 Comments



Tudo o que te dou, dando-me em pedaços pequenos, mas ainda assim tão grandes que te enchem e preenchem, devolves-me no brilho do olhar e nos sorrisos que não consegues esconder.  Todo o amor que te passo, quando pareço rebentar de sentimentos que me inundam e derramam sob o corpo que gosto de beijar, tocando-te enquanto nos arrepiemos, alimenta-me do que me mantém viva e feliz. Tudo o que sou enquanto o és comigo, carrega-me das histórias que gosto de te contar e que me pedes para partilhar nas noites suaves, mas cheias de tudo o que nos enchemos. Todo o tempo que não nos escusamos de usar, por nós e para nós, fazem com que nos encaixemos ainda melhor e não apenas no coração que já nos pertence, mas igualmente nos corpos que tão bem conhecemos. Tudo o que te dou ainda é pouco, mesmo que receie assustar-te com o que consideras ser muito e diferente. Tudo o que continuo a querer de ti, pelo tempo que fizermos sentido, é que me ames da forma mais simples e descomplicada que conseguires, porque apenas assim conseguirás o melhor de mim. Tudo o que tenho já é teu.

13.10.23

Alguém? Ninguém?

outubro 13, 2023 0 Comments



Ninguém me ouve. Ninguém sabe o que tenho, penso ou sinto. Ninguém se encontra, nem a meio caminho, dos caminhos que faço. Ninguém, sequer na minha imaginação, imagina do que carrego enquanto pareço carregar um mundo que não assimilo, nem aceito. Ninguém ouve as lágrimas que jorram livres e sem que segure o soluçar e desespero, mas que nunca se estende para que não assuste ou afugente os mais frágeis. Ninguém parece querer saber de ninguém e talvez até seja mais fácil, mas é seguramente vazio e perigoso. Ninguém me ouve, mesmo que o peça e pedir nunca deveria ser necessário. Ninguém entende do que falo, porque falar carrega mais do que sons e porque por vezes o silêncio diz bem mais. Ninguém trauteia as minhas canções, nem dança ao meu ritmo. Ninguém me ouve, talvez porque ouvir lhes reviraria o norte e tornaria ainda mais inseguros. Ninguém me ouve hoje, tal como ninguém ouviu antes e por isso deixei de falar de mim.

12.10.23

Onde estamos afinal?

outubro 12, 2023 0 Comments



Estamos nos mesmos lugares, mas vivemos claramente em universos diferentes. Somos mais coração para os que tudo parecem fazer para o destroçar, cravando-nos estacas de desinteresse e enchendo-nos dum vazio que se alastra e nos consome. Estamos, na maioria das vezes, a viver momentos que os outros não reconhecem, importando-se muito pouco, ou nada, com o que nos importa e até nos permitiria ser felizes. Estamos mais perdidos do que nunca no meio duma multidão que não tem sons, mas que nos grita e ensurdece. Somos prisioneiros do que muitos entendem ser certo, mas raramente acertam na generosidade, na compaixão e no amor. 

Quero, ainda nesta vida, um amor que me envolva o corpo e me mantenha a alma plena de luz. Quero que me queiram sem esforço e que me vejam após cada olhar que dispense. Quero ser a pessoa que eleva a outra e desejo, fazendo tudo para isso, que me mantenham em pé, segura e acompanhada, porque sozinha não terei como espalhar o que carrego dentro. Quero exceder as minhas expectativas, mantendo-as bem altas e sem medo de qualquer queda inusitada. Quero poder tão somente ir, sabendo que terei para quem voltar. Quero o que ainda não conquistei, mas pretendo, a todo o custo, manter a paz interior que faz de mim a pessoa a quem vale a pena amar. Quero TUDO e recuso o NADA que me oferecem quando e sempre que acham que me basta.

Estamos muito menos preparados para a vida, apenas porque não nos preparámos para os amores que nos cabem, se ao menos coubermos num lugar com nome.

10.10.23

De braços vazios!

outubro 10, 2023 0 Comments


É com os meus braços vazios, mas cheios de vontade de te envolver no corpo que anseia pelo teu, que quase me sinto desistir, deixando-os cair enquanto caio num desespero que me envolve os dias e as noites. É apenas nos meus sonhos que te tenho, mas de forma tão real, que quase recuso acordar, sabendo que nunca te sentirei da mesma forma e que jamais serei sentida por ti. É nos meus beijos, os que já tiveste, que te passo o que sou e o quanto te desejo, mesmo que saiba que os teus não me beijam apenas a mim. É sozinha, uma vez mais, que tento fugir da solidão que me infligiste, acabando ainda mais solitária e cinzenta, eu, a rainha das cores, porque as via até onde mais ninguém parecia conseguir. É aqui e agora que percebo não ter o que tanto pedi e que acreditei ter encontrado mal te olhei, mesmo que nunca tenha sido olhada de volta.

Já entendi que não sou do formato que se encaixa no teu, mas o meu coração teima em negar-me a razão com que o injurio, dia sim e dia também, para que me liberte dum amor que apenas eu sinto. Estar errada deixa-me sem norte. Querer-te sem que alguma vez me tenhas querido, está a voltar-me ao contrário, abanando-me o que julgava ter firme. Saber de mim já não me confere a sabedoria que me apaziguaria a alma e sofrer por amor é o que me vai matando a cada segundo.

É com os braços vazios, mesmo após tanto tempo e entrega, que percebo jamais poder ter o teu corpo no meu, não da forma que me deixaria cheia de tudo. É sem ti que continuo a viagem.

8.10.23

Viver pode ser simples!

outubro 08, 2023 0 Comments



Viver pode ser simples. Amar pode ter sabores que nos deixem a saborear cada beijo, todos os toques e até os olhares que nos olham. Viver pode ser tão simples quanto é flutuar em sonhos, indo onde ninguém nos impede de apenas ser e sentir. Querer quem nos quer, mesmo que não seja a preto e branco, pode carregar-nos de cores novas, daquelas impronunciáveis, mas que soam bem. Viver pode ser simples quando escolhes simplificar a vida, estando apenas onde és desejado e desejando nunca ter por perto quem não queira estar contigo. Viver pode ser apenas um filme visto pela milésima vez, ou as canções de sempre as mesmas, mas com um remix que lhes conferem batidas novas. Sentir, por quem passou a sentir algo por nós, pode trazer-nos a simplicidade dum dia de chuva. ou a perplexidade perante uma Aurora Boreal. Viver pode ser simples, se simples for o teu desejo de ser feliz enquanto usas o tempo para permitir que viva feliz quem te ama. Viver pode ser tão simples quanto é ter a estrada livre do teu lado, enquanto os outros se debatem em infindáveis filas. Quando tens o que se encaixa, sem esforço, mas te esforças para que nada seja tão complexo que te deixe sem energia, estás definitivamente a viver de forma simples.

3.10.23

Círculos que continuam a rodar!

outubro 03, 2023 0 Comments



Círculos que se completam enquanto se fecham, mas apenas para abrir os que já aguardam, em fila de espera, para que a espera termine. Novos olhares e lugares novos que mesmo revividos, terão sempre sabores e sons diferentes. 

Sei, agora ainda com mais certezas, que tenho mais onde estar, sendo do meu formato, mas com formas que poderei adaptar, adaptando-me às mudanças que continuam a acrescentar-me ainda mais habilidades. Sei que posso desafiar-me até quando pareço estar apenas a ser e a existir, mas mostrando-me aos outros, aos novos e aos de primeira viagem, que consigo ir muito para lá do "meu lugar", surpreendendo-os no bom sentido. Sei que tenho muito para dar enquanto me dou sem pedir nada em troca, mas esperando que saibam do que preciso e do que nunca permitirei que se instale. Sei que saber é o que me move, porque apenas sabendo mais de mim, do que me envolve e dos que se envolvem em peles que não reconheço, estarei e serei ainda mais plena. Sei tanto agora, mas percebendo o quanto ainda me falta para não me faltar.

Círculos de viagens e de vidas que começam, mas que também terminam quando e após o dever cumprido. Tempos e momentos que não pareciam parecer-se com nada alguma vez visto ou sentido, mas que ao invés de me assustarem, trouxeram o que na verdade ainda me faltava. Experiências que levarei para poder continuar a experienciar a vida que me coube viver e verdades que se tornam a cada dia mais claras. Círculos que em breve se fecharão, mas que poderei reabrir se voltarem a fazer sentido.

29.9.23

Será que te lembras ?

setembro 29, 2023 0 Comments



Será que te lembras do que sentias quando dizias sentir algo por mim? Lembras-te das palavras que usavas para que te devolvesse as que te alimentavam, mas que nunca me bastavam? Lembras-te das vezes que te esqueceste de mim, para manteres viva a memória de outras, vendo-as como nunca fui olhada?

Não segui em frente por ter esquecido ou feito por arrumar o que me desarrumou, segui por me ter conseguido reencontrar com o meu lugar de sempre, aquele em que sou importante porque me dou importância e no qual ninguém me rouba a paz que seguro com ambas as mãos. Não tenho como esquecer as dores que me infligiste, nem pretendo, porque de cada vez que me queimam a pele, recordam-me do quanto tive que ceder, perdendo-me, para não te perder. 

Será que te lembras da importância que sempre dei ao genuíno e ao real, passando-te em cada beijo o que armazenei para o homem certo? Lembras-te dos meus toques comigo dentro e dos olhares que pousavam nos teus, algo ansiosos pelo dia em que também tu me olharias de volta? Lembras-te dos nossos abraços, aqueles nos quais me envolvias no teu corpo, apertando tanto o meu, mas encolhendo-me o coração? Será que te lembras do quanto te amei, dizendo-o enquanto o confirmava, ou será que apenas o fazes agora porque me perdeste? 

26.9.23

Que atalhos escolhes?

setembro 26, 2023 0 Comments



Não escolho os atalhos, nem procuro o que é mais fácil. Não me nego às experiências e nunca fujo do que me faz sentido até que deixe de fazer!

Se soubesse... Acredito que dizemos todos o mesmo, num qualquer ponto da vida, mas a verdade é que o não saber é que nos permite saber mais. Não podemos ir apenas na direção das ondas, porque nadar ao contrário fortalece-nos e torna-nos mais resilientes. Não devemos contentar-nos com o igual e o previsível, porque é na imprevisibilidade da vida que nos chegam as pessoas mais extraordinárias. Não sabemos tudo de nós, sempre, porque o objectivo é ir sabendo à medida que nos mudamos e acrescentamos.

Não escolho apenas porque sim, tenho e faço planos que alimento ou redireciono. Não me dou por metades, mesmo que me reserve a parte inteira que apenas a mim cabe, até que alguém faça por me merecer. Não iludo com histórias cujos finais já vi acontecer e que não acontecem para me enriquecer. Não espero que me façam feliz, porque seguramente falhariam redondamente e teria que me voltar a reerguer.

Não escolho os atalhos, vou antes na direção que me fará chegar ao lugar certo, mesmo que a estrada seja a mais longa e sinuosa. Não sou eu mesma fácil, mas facilito-me o bastante para os que desejam verdadeiramente estar na minha vida e por isso apenas ficarão os que saibam caminhar comigo e por mim.

24.9.23

Era uma vez uma mulher...

setembro 24, 2023 0 Comments



Era uma vez uma mulher que já se sentia muito antes de sentir tudo o resto. Não foi num dia, num qualquer momento isolado, ou apenas na soma de muitos momentos que se reconheceu e desatou a querer mais, primeiro de si e depois dos outros. Era uma vez uma mulher que fez caminhos sinuosos, mas que se saiu bem de todos, aprendendo a distinguir os que teria que repetir, mas a evitar todos quantos jamais poderiam ou deveriam ser pisados. Desafiou-se a crescer com todos os espinhos e pontas de navalhas. Acreditou até nas dúvidas e mesmo que ainda duvide de uns quantos, percebeu que também precisaria de confiar. Era uma vez uma mulher que foi concebida para conceber e que passou a sentir tudo o que mundo lhe oferecera, para que pudesse oferecer-se sem medida. Sabe do que precisa de saber para que faça bem enquanto continua a fazer de si mesma o que terá que continuar a ser feito. Era uma vez uma mulher que provou do mesmo amor que soube partilhar e que nunca considerou desistir dele até quando não lhe bastou, veio em conta gotas, ou com sabores que amargaram mais do que o doce sabor que carrega. Apenas pede do que pode dar e nunca considera demasiada a medida que encontrou e sabe ser certa. Era uma vez uma mulher que teve uns quantos homens que a tiveram com tudo o que carrega, mas que carregou alguns com toda a falta de peso emocional e incapacidades estruturais. Amou-os de forma diferente, mas sendo sempre a mesma para cada um, talvez em demasia dada a imaturidade que os assolava. Deu-lhes tempo e momentos de adaptação, mas retomou-os para não se perder de si enquanto os deixava ir, serena e confiante de que estivera e confiara até ser possível. Era uma vez uma mulher que nunca o deixou de ser até quando sê-lo parecia acoçar os que nunca a souberam entender, mas diziam amar. Não lamenta nada nem ninguém, porque segue cada dia mais forte, serena e confiante de que apenas lhe restará continuar a sentir-se para que um dia a sintam como espera. Era uma vez uma mulher com caminhos traçados, mas que os mudará sempre e de cada vez que crescer mais um pouco.

19.9.23

Queria correr para ti!

setembro 19, 2023 0 Comments

"The power of love" - Acrylic by Viktoria Lapteva


Queria correr para ti, aninhar-me nos teus braços e sentir a segurança que passam os que não estão apenas de passagem. Queria poder beber da tua força, sendo da forma que se encaixasse no teu formato, mas sem esforço, nem desejos impossíveis. Queria correr para ti de cada vez que o mundo me fustigasse a mente e me esvaziasse as energias. Queria saber que sabias de cada um dos meus pontos fracos, mas que não os usarias para me magoar ou usar. Queria correr para ti com a certeza de que estarias à minha espera, por não precisares de mais ninguém. Queria de ti o mesmo que sou capaz de dar e que quisesses de mim o que mais ninguém teria.

Será que adianta procurar por quem não nos procura? Que avaliações fazemos dos que nos entram coração dentro, para que nos escureçam ou clareiem a alma? Para onde nos devemos voltar quando as partes que se tornam visíveis não espelham o que nos reflete? 

Queria poder ter sido escolhida em igual tempo, para que me sentisse verdadeiramente uma escolha. Queria querer sem embaraços, nem demasiadas explicações, porque o amor não se explica e gostava de saber ao que saberia ter tido o teu amor assim que desatei a amar-te. Queria correr para ti sabendo que saberias exatamente o que dizer e fazer comigo. Queria que não tivesse sido apenas um querer e que a realidade fosse o mais próxima possível do muito que sonhei contigo. Queria, mas eventualmente apenas para continuar a querer, até que alguém, que não tu, me consiga querer de volta.